CONFERÊNCIA DE 1997: UM PASSO PARA A PADRONIZAÇÃO
Resumo
Ao longo dos séculos foram realizadas inúmeras tentativas de padronização, mas sempre existiu um fator que dificultava a conquista de uma uniformização, como questões culturais, regionais e o próprio nacionalismo. A Conferência de 1997 foi a que chegou mais próximo dessa realização, com a consolidação de algumas normas regentes até hoje. O objetivo com este estudo foi analisar a motivação para a realização de uma conferência para estabelecer uma unanimidade global sobre termos anatômicos empregados na prática médica e avaliar as mudanças. O trabalho constitui-se de uma revisão bibliográfica realizada a partir de diferentes fontes de pesquisa e artigos virtuais. Conhece-se por nomenclatura anatômica o apanhado de termos empregados para descrição de partes do organismo e é considerada a base da linguagem anatômica (BIOMANIA, [2010?]). A finalidade da Conferência de 1997 foi escolher os melhores nomes de todos os que existiam, decidir os que mais fossem informativos e descritivos de cada estrutura (DI DIO, [2001?]). Segundo Di Dio [2001?], dos dez mil nomes, apenas seis mil foram analisados, e destes, de 10% a 15% foram alterados. Além de abolir os epônimos (nome de pessoas para designar coisas), os termos foram selecionados de acordo com a forma (músculo trapézio), posição (nervo mediano), trajeto (artéria circunflexa da escápula), conexões ou inter-relações (ligamento sacroilíaco), relação com o esqueleto (artéria radial), função (músculo levantador da escápula) e critério misto (músculo flexor superficial dos dedos – função e situação) (EPÔNIMOS... [20--]). Utilizando esses critérios, sofreram alterações: canal de Havers para canal central, fossa nasal para cavidade nasal, ouvido para orelha, sarcômero para miômero, entre outros (OLIVEIRA, [201-?]). A abolição dos epônimos e a consolidação dos demais termos impostos pela Conferência de 97 têm difícil aceitação em razão de fatores como história, resistência por parte de médicos mais antigos e pela cultura popular (SILVA; SYLVESTRE; PIRES, 2014). Apesar de as alterações realizadas na Conferência de 97 terem sido um grande avanço para a padronização, encontraram-se dificuldades para a efetivação completa da Nomina em decorrência de fatores como o patriotismo, a falta de interesse dos profissionais pela atualização, a história e a cultura popular.
Palavras-chave: Conferência. Nomina. Epônimos. Padronização.
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Referências
REFERÊNCIAS
ANATOMIA. BioMania. Cuiabá. [2010?]. Disponível em: <http://www.biomania.com.br/bio/conteudo.asp?cod=1735>. Acesso em: 19 jun 2015.
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OLIVEIRA, Bruna. Modificação na Nômina Anatômica. Disponível em: <http://www.laboratoriodeprotese.com.br/download/artigo01_nonima_anatomica.pdf>. Acesso em: 10-06-2015.
SANTOS, Geraldo Julio Pitzer. História da Nomina Anatomica. Petrópolis. [2001?]. Disponível em: . Acesso em: 12 jun 2015.
SILVA ,Fleury Marinho da; SYLVESTRE, Rodolfo Costa; PIRES, José Guilherme Pinheiro. O Uso de Epônimos na Prática Médica. Revista Mirabilia Medicinæ, Criciúma, n.3, jul./dez. 2014. II Seminário UNESC de Humanidades Médicas. Disponível em:< http://www.revistamirabilia.com/sites/default/files/medicinae/pdfs/med2014-02-03.pdf>. Acesso em: 23 jun. 2015.
Palavras-chave: Conferência. nomina. epônimos. padronização