PREVALÊNCIA DOS SUBTIPOS DE PAPILOMA VÍRUS HUMANO IDENTIFICADOS PELO MÉTODO DE CAPTURA HÍBRIDA NO MEIO-OESTE CATARINENSE
Resumo
Por ser a doença sexualmente transmissível mais diagnosticada no mundo, a infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) pode se comportar de maneiras diferentes nas várias regiões do mundo, e por englobar múltiplos subtipos virais, manifesta-se desde lesões benignas até malignas. O presente estudo teve como objetivo identificar a prevalência dos diferentes subtipos de HPV encontrados pelos exames de Captura Híbrida realizados entre os anos 2009 e 2012 nos laboratórios Cepac e Pasteur do município de Joaçaba, SC. Para isso, realizou-se uma análise retrospectiva, resultado de um estudo descritivo transversal obtido a partir de 343 exames de Captura Híbrida, dos quais 35 foram excluídos, por abrangerem pesquisa de DNA de HPV no sexo masculino, totalizando uma amostra de 308 exames. Utilizou-se o programa Bioestat 4.0 para a análise bioestatística e Microsoft Excel para a tabulação e análise dinâmica dos dados obtidos. A maior parte das mulheres submetidas ao exame possuía infecção pelo vírus (55,5%). Entre os subtipos de HPV identificados, os mais prevalentes foram o de alto grau (59%), que corresponde a 13 subtipos virais, incluindo o 16 e o 18, principais responsáveis pela formação de carcinomas e lesões de alto grau. Em segundo lugar prevaleceu a infecção mista (28%), que engloba além dos 13 subtipos de alto grau mais cinco subtipos de baixo grau, incluindo o 6 e o 11. Estes dois últimos levam a manifestação de verrugas ou condilomas vulvovaginais e neoplasias intraepiteliais de baixo grau. A infecção exclusiva pelos subtipos 6 e 11 ocorreu apenas em 12,8% das mulheres. Ao somar a porcentagem da infecção exclusiva pelos subtipos de alto grau, com o total das infecções mistas, e analisando dinamicamente os dados de exames, concluiu-se que 87% das mulheres infectadas possuíam DNA de HPV com alto potencial oncogênico, o que leva a um grande número de pacientes que se não tratadas adequadamente, podem desenvolver lesões malignas tardiamente, como neoplasia intraepitelial de alto grau ou carcinoma escamoso de vulva, vagina ou colo uterino. Pacientes entre 20 e 29 anos foram mais submetidas ao exame de Captura Híbrida e apresentaram maior índice de infecção em todos os subtipos avaliados, dado que foi decaindo com o envelhecer das mulheres, permitindo indagar se pacientes jovens são mais submetidas ao Papanicolau, detectando lesões precursoras e realizando a Captura Híbrida para uma melhor investigação, ou se realmente as pacientes mais velhas são menos infectadas pelo HPV. Assim, a realização do Papanicolau é de extrema importância na detecção de alterações celulares precoces causadas pelo HPV, que podem ser melhor investigadas posteriormente por exames de biologia molecular e sua realização deve ser enfatizada com medidas de conscientização populacional, para que a infecção não continue a se alastrar.
Palavras-chave: Ginecologia. Infecção por Papillomavirus. Biologia molecular.