USO DE PROPRANOLOL PARA O TRATAMENTO DO HEMANGIOMA INFANTIL
Resumo
O uso de propranolol no tratamento do Hemangioma Infantil (HI) tem se mostrado muito eficaz, rápido e bem tolerado se comparado aos medicamentos de escolha atuais, sendo uma nova esperança de tratamento. O objetivo deste trabalho foi informar sobre o uso e os benefícios do propranolol no tratamento do HI, quando comparado aos corticosteroides e α-interferon, conhecidos por efeitos adversos sistêmicos e eficácia variável. A metodologia utilizda foi a revisão da literatura corrente em bases de dados no período de 2009 a 2014. O HI é o tumor benigno, de partes moles, mais comum na infância, atingindo de 1 a 2% dos recém-nascidos e de 10 a 12% das crianças até o primeiro ano de vida. Não apresenta involução em 12% dos casos, os quais irão necessitar de tratamento em razão do comprometimento funcional ou sistêmico, ulcerações, infecções e até mesmo desfiguração. O propranolol é uma nova alternativa para casos específicos do HI. Acredita-se que ele esteja diminuindo a expressão do fator de crescimento vascular do endotélio (VEGF) e do fator de crescimento básico de fibroblastos (bFGF), promovendo apoptose das células endoteliais, diminuição do fluxo arterial, inibição da angiogênese. Entre os efeitos adversos relatados, embora bem tolerados, estão: hipotensão, bradicardia, hipoglicemia, broncoespasmo, distúrbios do sono, diarreia e hipercalemia. A dose máxima preconizada é de 2 mg/kg/dia dividido em três tomadas e de forma progressiva. Os resultados da regressão do HI com propranolol têm se mostrado satisfatórios e imediatos, observando-se redução desde a primeira semana de uso. Na Europa, em 20 de fevereiro de 2014, o Committee for Medicinal Products for Human Use (CHMP) autorizou a comercialização de propranolol, sob o nome Hemangiol®, na apresentação de uma solução oral contendo 3,75 mg/ml para o tratamento do HI.
Palavras-chave: Hemangioma. Propranolol. Tratamento medicamentoso.