Resistência bacteriana a antimicrobianos em efluente doméstico coletado em rede pública de município no Meio-Oeste de Santa Catarina

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Introdução: Bactérias são micro-organismos integrantes da vida no Planeta e os primeiros seres vivos a colonizar o ambiente, onde estão amplamente distribuídos. Contra esses agentes foram desenvolvidos fármacos antimicrobianos, os quais são amplamente prescritos, tanto para uso humano quanto animal, sendo diariamente excretados no meio ambiente. Sua metabolização e posterior eliminação pelos organismos atingem sistemas de coleta de efluentes públicos (ou in natura ou seus metabólitos) e que, por sua vez, atingem o meio ambiente. Considerados um material tóxico, antimicrobianos não devem seguir o mesmo caminho do lixo comum, nem descartados em rede de esgoto(UEDA et al., 2009). Objetivo: Obter dados relativos à resistência bacteriana frente a antibióticos em esgoto público em município do Meio-Oeste catarinense. Metodologia: O efluente foi obtido da rede coletora pública antes da entrada no reator da estação de tratamento de esgoto municipal. Em laboratório, a amostra foi submetida à análise microbiológica mediante cultura em meios seletivos e indicadores, bem como as colônias foram identificadas e submetidas à realização de antibiograma pelo método de Kirk-Bauer (ANVISA, 2003, 2004; ABELHO, 2013).  Resultados: Foram isoladas, entre outras, colônias de Escherichia coli, Enterobacter spp, Proteus mirabilis, Proteus vulgaris, Serratia spp, Klebsiela pneumoniae, Acinetobacter spp, Staphylococcus aureus e Streptococcus spp, todas com potencial patogênico. Foram realizados antibiogramas com 98 colônias de Escherichia coli, os quais apresentaram resistência frente a antimicrobianos das classes das cefalosporinas (24,49% para cefalosporinas de 1a e 3a geração; 10,21% para as cefalosporinas de 2a geração), lincosamidas (100%, o que era esperado, considerando sua ação sobre gram-positivos), quinolonas (11,23%), aminoglicosídeos (66,33%) e betalactâmicos (76,54%), não sendo evidenciada resistência bacteriana diante de carbapenêmicos (0%) nas amostras examinadas. Conclusão: O conjunto dos dados analisados do efluente mostrarou ampla distribuição de resistência bacteriana frente a antimicrobianos. Essa resistência poderia estar sendo transmitida entre as espécies bacterianas com a incorporação por fagocitose ou troca de material genético via plasmídeos.

Palavras-chave: Resistência bacteriana. Efluentes públicos. Rede de esgoto. Microbiologia.

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Biografia do Autor

Fabio José Dallanora, Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC

Professor - ACBS - UNOESC

Referências

ABELHO, M. Protocolos de Microbiologia Ambiental: Métodos básicos em microbiologia. Escola Superior Agrária Instituto Politécnico de Coimbra. 2013.

UEDA, J. Impacto ambiental do descarte de fármacos e estudo da conscientização da população a respeito do problema. Revista Ciências do Ambiente, v. 5, n. 1, jul. 2009.

ANVISA. Ministério da Saúde. Detecção e Identificação de Bactérias de Importância Médica - Módulo 5. Brasil. 2004.

ANVISA. Padronização dos Testes de Sensibilidade a Antimicrobianos por Disco-difusão: Norma aprovada. 8. ed. v. 23, n. 1, p. 58, 2003.

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Publicado

2018-03-21

Como Citar

Dallanora, F. J. (2018). Resistência bacteriana a antimicrobianos em efluente doméstico coletado em rede pública de município no Meio-Oeste de Santa Catarina. Anais De Medicina. Recuperado de https://periodicos.unoesc.edu.br/anaisdemedicina/article/view/15849

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Resumos