Câncer de mama em homem: um relato de caso
Resumo
O câncer de mama é uma doença rara no homem e representa menos de 1% de todos os cânceres de mama e menos de 1% de todos os tumores masculinos, mas sua incidência tem aumentado nos últimos anos (MEGUERDITCHIAN et al., 2002). O INCA estima que no ano 2016 houve 57.960 novos casos de câncer de mama, sendo destes 1% na população masculina. Além disso, no ano 2013, das 14.388 mortes por câncer de mama, 181 delas ocorreram em homens (BRASIL, 2017). No Brasil, não se verificou redução nas taxas de mortalidade nos últimos anos, e a maior incidência dessa neoplasia foi encontrada nos estados do Sul do País, destacando-se o Rio Grande do Sul (SAVI; HAAS, 2008). É possível que os aumentos percebidos na incidência de câncer de mama em homens possam simplesmente refletir o aumento da detecção de doenças (FL, 2015). A idade, o maior fator de risco para o câncer de mama, também deve ser considerada, pois houve um envelhecimento da população com o aumento da longevidade. A taxa de sobrevivência global é mais baixa, em razão do diagnóstico mais tardio e, consequentemente, em estágio mais avançado da doença (GIORDANO et al., 2004). Os principais fatores de risco identificados são: antecedente familiar, insuficiência hepática por causas diversas (incluindo alcoolismo e doenças endêmicas), tratamentos hormonais prolongados, tumores de folículo, orquite, traumas testiculares, tumores de próstata, obesidade, alterações de cariótipo (Síndrome de Klinefelter), bem como a presença de ginecomastia. As alterações genéticas, como mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 (herança autossômica dominante), estão também envolvidas, e a mais comum é a que acomete o gene BRCA2, estando associada a pacientes mais jovens e com pior prognóstico (RAVANDI-KASHANI; HAYES, 1998). Semelhante às mulheres, o consumo superior a 10 g/dia de álcool aumenta em 16% o risco de câncer de mama masculino (SORENSEN et al., 1998). Qualquer lesão suspeita necessita de biópsia para confirmação do diagnóstico (IUANOW et al., 2011). A imunohistoquímica auxilia na avaliação preditiva à resposta ao Tamoxifeno nos casos de receptores estrogênicos e progestogênicos positivos (ENGLISH et al., 2000). Cerca de 90% dos casos são do tipo carcinoma ductal invasivo e apresentam receptores hormonais (DONEGAN; REDLICH, 1996). Pela reduzida incidência do câncer de mama em homens, a literatura é carente em dados que reforcem as evidências científicas para que se definam protocolos e normas de conduta individualizadas para a abordagem do câncer de mama masculino (ENGLISH et al., 2000). Por isso, muitas das atuais modalidades de tratamento são baseadas na experiência com câncer de mama feminino (DONEGAN; REDLICH, 1996).
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Referências
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