RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE ATIVIDADES REALIZADAS EM UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO

Autores

  • Bruna Kruczewski Docente da Universidade do Oeste de Santa Catarina.
  • Mayara Biondo Acadêmica do curso de medicina da UNOESC
  • Alana Patricia Romani Acadêmica do curso de medicina da UNOESC

Resumo

Vive-se, atualmente, em uma sociedade em que o consumo de drogas e o número de dependentes químicos vêm crescendo cada vez mais. Em 2003 foi lançado no País a Política do Ministério da Saúde para a Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas (BRASIL, 2004). A implementação dessa política demandou a efetivação de novos programas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), como a criação de Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPSAD), e de dispositivos comunitários, como leitos psiquiátricos disponibilizados em hospitais gerais, integrados e articulados à rede assistencial em saúde mental e aos princípios da reforma psiquiátrica (PINHO; OLIVEIRA; ALMEIDA, 2008; PEREIRA; VARGAS; OLIVEIRA, 2012). Objetivou-se descrever o atendimento de dependentes químicos de um hospital geral do Meio-Oeste catarinense. Trata-se de um relato de experiência da atividade prática realizada pelos acadêmicos do Curso de Medicina no componente curricular Saúde Coletiva IV, em 2016, com os usuários de um hospital psiquiátrico. A estrutura do hospital conta com duas alas principais, a de psiquiatria e a de clínica médica. A ala de clínica médica conta com 45 leitos, dos quais 15 são de maternidade e atualmente estão desativados. A ala de psiquiatria é dividida em outras duas alas, a feminina e a masculina. A ala de psiquiatria feminina dispõe de 10 leitos, dos quais, durante a visita,  sete estavam ocupados, já a ala de psiquiatria masculina dispõe de 20 leitos, dos quais 19 estavam ocupados. O tempo mínimo de internação é de 30 dias, e o máximo previsto é de três meses, cujo objetivo é a desintoxicação do depedente químico. O acolhimento do usuário na unidade de desintoxicação começa com uma anamnese multidisciplinar. A equipe é composta por um médico, um psicólogo, dois técnicos em enfermagem disponíveis durante todo o tempo, e um educador fisico. Desde o início do atendimentodo é estabelecido o plano terapêutico que visa atender às necessidades de cada paciente. O plano terapêutico deve considerar a singularidade e especificidade  de cada usuário, bem como o grau da dependência química e atendimento das comorbidades atuais. Ao longo do período de internação, são dispensados 10 cigarros/dia para cada paciente; ao ser questionada essa conduta, foi  explicado pelos dirigentes da instituição que esta é uma estratégia de redução de danos para aqueles que consomem drogas pesadas, visto que não altera o comportamento e alivia a ansiedade e a tensão. Sobre o perfil dos usuários internados, a maioria (40%) tinha entre 45 e 55 anos; 53% eram casados, e 77% estavam, no mínimo, na terceira internação de desintoxicação. Conclui-se que, apesar de o hospital contar com uma adequada estrutura física, há alas em desuso por falta de investimentos, pacientes internados ociosos por falta de atividades, reclamações por parte dos usuários no CAPS por excesso de sedação e poucas consultas com o psiquiatra, o que compromete o tratamento desses pacientes e a relação médico-paciente.

Palavras-chave: Reforma psiquiátrica. Dependência química. Saúde mental.

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Biografia do Autor

Bruna Kruczewski, Docente da Universidade do Oeste de Santa Catarina.

Possui graduação e licenciatura em Enfermagem pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2004 a 2008). Residência Multiprofissional em Saúde da Família (2009 a 2011) e Mestrado em Enfermagem pela Universidade Federal do Paraná (2012 a 2014). Atualmente é professora na Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), nos cursos de medicina e enfermagem. Membro do Grupo de Pesquisa Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva - NESC da Universidade Federal do Paraná.

Mayara Biondo, Acadêmica do curso de medicina da UNOESC

Acadêmica do curso de medicina da UNOESC

Alana Patricia Romani, Acadêmica do curso de medicina da UNOESC

Acadêmica do curso de medicina da UNOESC

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. A política do Ministério da Saúde para atenção integral a usuários de álcool e outras drogas. Brasília: Ministério da Saúde; 2004.

PINHO, P.H.; OLIVEIRA M.A.; ALMEIDA, M.M. A reabilitação psicossocial na atenção aos transtornos associados ao consumo de álcool e outras drogas. Rev Psiquiatr. Clin [periódico online]. vol. 35 no.1. 2008.

PEREIRA, M.O.; VARGAS, D.; OLIVEIRA, M.A.F. Reflexão acerca da política do Ministério da Saúde brasileiro para a atenção aos usuários de álcool e outras drogas sob a óptica da Sociologia das Ausências e das Emergências. Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. (Ed. port.) vol.8 no.1. 2012.

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Publicado

2016-10-26

Como Citar

Kruczewski, B., Biondo, M., & Romani, A. P. (2016). RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE ATIVIDADES REALIZADAS EM UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO. Anais De Medicina. Recuperado de https://periodicos.unoesc.edu.br/anaisdemedicina/article/view/12109

Edição

Seção

Resumos