ACIDENTE COM LOXOSCELES NO MEIO-OESTE CATARINENSE
Resumo
Acidentes com Loxosceles sp., aranha marrom, têm grande incidência no Oeste catarinense, apesar do comportamento pouco agressivo dos espécimes. Seu habitat preferencial são lugares escuros, quentes e secos, com maior atividade no período noturno. Com este trabalho teve-se como objetivo relatar um caso ocorrido na Cidade de Ibicaré, Meio-Oeste de Santa Catarina, bem como seu quadro clínico, diagnóstico, intercorrências e evolução. O caso ocorreu com paciente G. M. M, feminina, 20 anos, que sofreu picada na perna direta, próximo ao limite lateral na região da fossa poplítea. Seus sintomas iniciais foram desconforto e eritema no local da inoculação do veneno. Após 12 horas, a paciente procurou a emergência do Hospital Universitário Santa Terezinha em Joaçaba, SC, com quadro alérgico nas regiões facial, abdominal, cervical e torácica. Foram solicitados hemograma completo, creatinina e bilirrubinas totais e frações. Após 24 horas, houve significativa diminuição do eritema. Quinze dias após o acidente a lesão evoluiu com necrose. O tratamento inicial foi com Prednisona 20 mg/dia durante sete dias, Dexametasona creme e Paracetamol 750 mg, em caso de dor. Depois de seis semanas, iniciou-se a administração de Saf-Gel com a intenção de sorver o exsudato da ferida. A paciente teve acompanhamento por seis semanas e manteve contato com o Centro de Informação Toxicológica (CIT), a fim de informar com frequência quanto à evolução da lesão. Após 45 dias a ferida se apresentava em franca recuperação. O diagnóstico precoce e o acompanhamento do paciente nos casos de Loxoscelismo é de suma importância para a conduta no tratamento e na recuperação, uma vez que o reconhecimento tardio da picada da aranha-marrom pode trazer sérios danos localizados (lesões cutâneas necróticas ao redor) e até mesmo sistêmicos (insuficiência renal e hemólise).
Palavras-chave: Loxoscelismo. Aranha-marrom. Ibicaré, SC