LOBULOPLASTIA PARA CORREÇÃO DE ORELHA LACERADA POR ALARGADOR: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Resumo
De acordo com Patrocínio et al. (2006),
O lóbulo de orelha, dentre as estruturas da face, tem uma importância relevante devido à tradição do uso de adornos e joias neste local. Observa-se uma tendência atual na utilização de brincos de grande volume que resultam em maior tensão local, o que pode resultar na laceração do orifício realizado no lóbulo. Quando isto ocorre, a lobuloplastia é indicada e corrige o defeito com grande eficácia.
Objetivou-se, com esse relato, demonstrar por meio de imagens e da descrição da técnica operatória uma lobuloplastia realizada em decorrência da laceração de ambos os lóbulos das orelhas de um paciente por alargador. Ainda, relatar o caráter ambulatorial do procedimento, que pode ser executado na atenção primária pelo médico de família e pela comunidade. Trata-se de um relato de caso de paciente do sexo masculino, 19 anos, natural e residente de Água Doce, Santa Catarina, que apresentava, com os lóbulos de orelhas direita e esquerda, duas lacerações decorrentes do uso de brincos alargadores. Os orifícios eram centrais em cada lóbulo, de aproximadamente um centímetro cada. O paciente procurou a Estratégia Saúde da Família (ESF) Irmã Thereza Uber, onde durante consulta médica interrogou a possibilidade de correção cirúrgica, dado o desejo de reconstruir os lóbulos. O paciente foi informado, por meio de Termo de Consentimento, acerca dos riscos inerentes a qualquer cirurgia ambulatorial. O procedimento iniciou pela colocação do paciente em decúbito dorsal, seguido da lateralização do pescoço para o lado do procedimento, com o médico posicionado à direita da maca. Seguiu-se a assepsia com povidine tópico, seguida da anestesia local por meio da infiltração subcutânea do lóbulo, com lidocaína 2% sem vasoconstrictor. Após, com o uso de bisturi, fez-se uma secção ao redor do orifício e seus bordos tornados cruentos, a fim de unir as duas metades. O lóbulo da orelha foi suturado com fios de mononylon 4,0 nas faces anterior e posterior. O mesmo procedimento foi realizado na outra orelha. Não houve intercorrências. Após dez dias os nós da sutura foram retirados com completo fechamento dos orifícios. Para Gusso e Lopes (2012), “[...] os pequenos procedimentos ambulatoriais fazem parte das competências do médico de família e comunidade.” A importância de se transmitir o conhecimento necessário para que estes possam ser realizados é fundamental. A técnica demonstrada no presente caso pode ser executada na atenção básica, a fim de aumentar a sua resolutividade dos serviços, desde que haja uma infraestrutura adequada.
Palavras-chave: Deformidades da orelha. Estética. Procedimento cirúrgico. Reconstrução.