CHECKLIST PARA PREVENÇÃO DO DELIRIUM EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: ASPECTOS FARMACOLÓGICOS E NÃO FARMACOLÓGICOS
Resumo
O delirium é uma disfunção orgânica aguda e possui como características marcantes alterações transitórias e flutuantes do estado da consciência. Distúrbios de memória, comportamento e alucinações podem estar presentes. Sua prevalência em UTI é alta (FARIA; MORENO, 2013; ITO; PEDRI, 2012; PITROWSKY et al., 2010). Com este trabalho objetivou-se elaborar um instrumento do tipo checklist para avaliação operacional de aspectos farmacológicos e não farmacológicos de medidas de prevenção do delirium em UTI, por meio de uma revisão sistemática de literatura. A coleta de dados foi realizada a partir das bases de dados eletrônicas do Pubmed, Lilacs e Cochrane, em artigos com data de, no máximo, julho de 2015. Foram pesquisados os termos delirium, intensive care unit, prevention e prophylaxis. Os artigos encontrados foram analisados seletivamente. Características de interesse para o estudo incluem dados como a droga estudada para prevenção, o método de prevenção não farmacológica, o risco da população estudada desenvolver delirium e a redução do delirium na UTI. O critério de inclusão foi artigos que abordavam exclusivamente a prevenção do delirium na UTI, no qual doze artigos se enquadraram. Como drogas relacionadas à prevenção foram observadas haloperidol, dexmedetomidina e benzodiazepínicos, entretanto nenhuma pode ser considerada satisfatória na prevenção do delirium na UTI, e sabe-se que o uso de benzodiazepínicos deve ser desencorajado. As medidas de prevenção não farmacológica encontradas foram: controle da dor, manejo da agitação, manejo da sedação, mobilização precoce e promoção do sono, evitando-se, assim, a polifarmácia. Essas medidas serão efetivas na prevenção do delirium na UTI se não individualizadas (PANDHARIPANDE et al., 2006; HSIEH; ELY; GONG, 2013; SERAFIM et al., 2015). São propostas as preposições se o uso de benzodiazepínico é passível de desconsideração e se há manejo adequado para controlar dor, agitação, sedação e mobilização precoce e sono sem o uso de polifarmácia. O checklist pode ser utilizado para operacionalizar medidas de prevenção na UTI, porém há a necessidade de sua validação. Estudos adicionais são necessários para muitos fatores poderem ser avaliados concisamente, visto que a prevenção do delirium em UTI não é totalmente elucidada.
Palavras-chave: Delirium. Prevenção. Unidade de Terapia Intensiva.
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Referências
FARIA, Rita da Silva Baptista et al. Delirium na unidade de cuidados intensivos: uma realidade subdiagnosticada. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, São Paulo, v. 25, n. 2, p. 137-147, 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbti/v25n2/v25n2a12.pdf>.
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