https://doi.org/10.18593/r.v49.34733

Integridade e ética na pesquisa educacional: uma revisão integrativa (2019-2023)

Integrity and ethics in educational research: an integrative review

(2019-2023)

Integridad y ética en la investigación educativa: una revisión integradora

(2019-2023)

Lia Machado Fiuza Fialho
Universidade Estadual do Ceará; Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação.

Estudos identificados por meio de:

WoS (n=136)

Scopus (n=58)

Total (n=194)

https://orcid.org/0000-0003-0393-9892

Karla Angélica Silva do Nascimento
Universidade Estadual do Ceará; Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação.

https://orcid.org/0000-0001-6103-2397

Vanusa Nascimento Sabino Neves
Universidade Federal da Paraíba; Programa de Pós-graduação em Educação.

https://orcid.org/0000-0001-6163-1699

Resumo: O artigo trata acerca da ética e da integridade na pesquisa educacional, categorias distintas e correlatas necessárias ao desenvolvimento qualificado das investigações científicas. Questionou-se como a integridade e a ética na pesquisa estão sendo abordadas nos artigos científicos na área da Educação. Elaborou-se um estudo, do tipo revisão integrativa, com o objetivo de analisar a produção científica atual (2019-2023) a respeito da ética e da integridade na pesquisa educacional. Metodologicamente, consideraram-se os artigos científicos de acesso aberto disponíveis na Web of Science e na Scopus, provenientes da busca com os descritores “Ethics” AND “Integrity” AND “Educational research”. O total de 192 artigos foram exportados ao Rayyan para a avaliação por duplo anonimato e protocolados no PRISMA. Como resultado, vinte artigos foram processados no IRaMuTeq, para os quais emergiram quatro categorias: 1) metodologias institucionais para prevenir o plágio e preservar a integridade acadêmica; 2) capacitação de pesquisadores quanto à integridade da pesquisa; 3) recursos educacionais promotores da integridade e da ética da pesquisa e suas relações com as práticas culturais e 4) integridade e ética das pesquisas e a ciência aberta. A análise categórica do dendrograma da Classificação Hierárquica Descente, da nuvem de palavras e do gráfico de similitude permitiram inferir a necessidade de tratar a ética e a integridade com abordagem holística e formativa para fomentar uma cultura de boas práticas científicas, com vistas a minorar más condutas e majorar a adoção de boas práticas no comportamento científico para o avanço do conhecimento e o benefício à sociedade.

Palavras-chave: ética; integridade; pesquisa educacional; produção científica; ciência aberta.

Abstract: The article deals with ethics and integrity in educational research, distinct, correlated and necessary categories for the qualified development of scientific research. Based on the concern about how integrity and ethics in research are being addressed in scientific articles in the educational field, an integrative review study was conducted with the aim of analyzing current scientific production (2019-2023), regarding ethics and integrity in educational research. Methodologically, we have considered the open access scientific articles available on Web of Science and Scopus, from the search with the descriptors “Ethics” AND “Integrity” AND “Educational research”. 192 articles were exported to Rayyan for evaluation by double anonymity and filed in PRISMA. As a result, twenty articles were processed in IRaMuTeq, for which four categories emerged: 1) institutional methodologies to prevent plagiarism and preserve academic integrity; 2) training researchers in research integrity; 3) educational resources promoting research integrity and ethics and their relationship with cultural practices; and 4) research integrity and ethics and open science. The categorical analysis of the Descending Hierarchical Classification dendrogram, the word cloud and the similarity graph allowed us to infer the need to treat ethics and integrity with a holistic and formative approach in order to foster a culture of good scientific practice, with a view to reducing misconduct and increasing the adoption of good practices in scientific behavior for the advancement of knowledge and the benefit of society.

Keywords: ethics; integrity; educational research; scientific production; open science.

Resumen: El artículo trata de la ética y la integridad en la investigación educativa, categorías distintas y correlacionadas necesarias para el desarrollo cualificado de la investigación científica. Se pregunta cómo se están abordando la integridad y la ética en la investigación en los artículos científicos en el campo de la educación. Se realizó una revisión integradora con el objetivo de analizar la producción científica actual (2019-2023) sobre ética e integridad en la investigación educativa. Metodológicamente, se analizaron artículos científicos de acceso abierto disponibles en Web of Science y Scopus, utilizando los descriptores “Ethics” AND “Integrity” AND “Educational research”. Un total de 192 artículos fueron exportados a Rayyan para su evaluación mediante doble anonimización y archivados según PRISMA. Como resultado, se procesaron veinte artículos en IRaMuTeq, de los que surgieron cuatro categorías: 1) metodologías institucionales para prevenir el plagio y preservar la integridad académica; 2) formación de investigadores en integridad de la investigación; 3) recursos educativos que promueven la integridad y la ética de la investigación y su relación con las prácticas culturales; y 4) integridad y ética de la investigación y ciencia abierta. El análisis categorial del Dendrograma de Clasificación Jerárquica Descendente, la nube de palabras y el gráfico de similitud permitieron inferir la necesidad de tratar la ética y la integridad con un enfoque holístico y formativo para fomentar una cultura de buenas prácticas científicas, con vistas a reducir los malos comportamientos y aumentar la adopción de buenas prácticas en la conducta científica para el avance del conocimiento y el beneficio de la sociedad.

Palabras clave: ética; integridad; investigación educativa; producción científica; ciencia abierta.

Recebido em 17 de abril de 2024

Aceito em 10 de julho de 2024

1 INTRODUÇÃO

A ética e a integridade da pesquisa são termos frequentemente utilizados concomitantemente, mas não são sinônimos. Enquanto a ética considera normas morais que orientam as ações dos pesquisadores e a aplicação dos resultados do estudo, a integridade, uma recente dimensão da ética, concentra-se na forma como ela é realizada, ou seja, refere-se a princípios e condutas éticas que vão além de normas e diretrizes pré-estabelecidas, sendo uma característica essencial do pesquisador em diversas áreas de atuação como cientista (Ventura; Oliveira, 2022). Dessa maneira, a integridade envolve a promoção de boas práticas em pesquisa e questões relacionadas à reprodutibilidade da ciência, garantindo a honestidade, a transparência, o respeito, a imparcialidade, a responsabilização e a boa gestão da atividade científica (Farias; Leal; Maia, 2022).

Para que a integridade nas investigações de âmbito educacional prospere com qualidade científica é importante que cada membro da comunidade envolvido com as pesquisas tenha a responsabilidade de pensar cuidadosa e explicitamente sobre seus valores e padrões profissionais, analisando até que ponto eles refletem-se nas várias facetas de suas próprias práticas (Mainardes, 2023). No entanto, o ambiente de pesquisa, como em qualquer espaço de trabalho, é composto por muitos indivíduos e relacionamentos múltiplos, às vezes, concorrentes. A exemplo do diretor do programa, do colegiado de professores, do coordenador da pesquisa e dos bolsistas, os quais estão todos em diferentes relações de poder, há a possibilidade de ocorrer interesses conflitantes, favoritismos e abusos.

Para Lima (2015), a criação de um clima que promova a integridade da pesquisa exige conscientização, abertura e comunicação em relação às preocupações e interesses concorrentes de vários membros da equipe da investigação, da comunidade de pesquisa e da sociedade como um todo. Além disso, a elaboração de pesquisas e documentos que reforcem esses aspectos é fundamental, ainda que isso exija tempo e esforço, pois todos se beneficiam a longo prazo com os conhecimentos sistematizados.

O relatório do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) que trata sobre a importância de promover ética e integridade na prática científica, salienta a necessidade de estabelecer diretrizes éticas para a pesquisa científica e a importância de criar uma Comissão Permanente de Integridade Científica, para coordenar ações preventivas e educativas sobre o tema. O texto também discute as condutas ilícitas na pesquisa científica, como a falsificação, a fabricação de resultados, o plágio e o autoplágio, e propõe punições para esses delitos (CNPq, 2011).

Nessa direção, destacam-se os livros “Ética e pesquisa em Educação: subsídios”, volume 1, 2 e 3, organizados pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), bem como verbetes e dossiês, nos quais se apresentam coletâneas sistematizadas de conhecimento científico qualificado para amparar a área da Educação nos debates dessa natureza
. Tais documentos também destacam a importância de discutir diversos elementos relacionados à ética na prática da pesquisa, além de enfatizar a necessidade de preservar a integridade na coleta, a produção e análise de dados e de estabelecer políticas de apoio à pesquisa e publicações, bem como a realização de eventos e debates acerca da ética na pesquisa em Educação (Garcia; Yasuda; Bene, 2020; Souza; Diniz, 2022). A criação de documentos de referência sobre ética na pesquisa é apontada como uma necessidade para atender às especificidades da pesquisa em Educação, que possui nuances que se difere de outras áreas do conhecimento. Inclusive, a ANPEd também apoia a criação de um sistema de revisão ética próprio para as Ciências Humanas e Sociais, defendendo a criação de um Conselho Nacional de Ética em Pesquisa que não seja elaborado nos moldes das investigações no campo da Saúde.

Além do CNPq e da ANPEd, muitas são as instituições de ensino superior que se preocupam com a adoção de boas práticas nas pesquisas. Universidades, faculdades, institutos federais e demais entidades que promovem pesquisa devem prestar atenção à criação de uma cultura de integridade no meio acadêmico (Barbosa; Egry; Cabral, 2015), pois isso diz respeito à sua reputação e à confiança da sociedade na pesquisa e no ensino por ela desenvolvidos. A ética e a integridade no meio acadêmico são entidades sistêmicas e exigem liderança e estratégia, ou seja, os líderes devem prever os problemas, percebê-los com precisão e estar prontos para oferecer soluções conforme a necessidade (CNPq, 2011). Isso exige a formação de coordenadores, orientadores e gestores de pesquisa em ética e integridade na pesquisa que construam a cultura da integridade nas instituições de pesquisa, criando um ambiente em que todos possam e queiram tomar decisões éticas.

Embora existam materiais que forneçam orientação sobre ética e integridade na pesquisa (códigos de conduta, diretrizes, manuais), não há um estudo específico acerca da produção do conhecimento nos últimos anos sobre ética e integridade na pesquisa educacional. Destarte, levantou-se a seguinte questão: como a integridade e a ética na pesquisa estão sendo abordadas nos artigos científicos na área da educação nos últimos anos? Ante esse problema, o objetivo deste estudo foi analisar a produção científica atual (2019-2023) a respeito da ética e integridade na pesquisa educacional.

A relevância deste trabalho está na identificação, na análise e na síntese dos estudos atuais sobre ética e integridade na pesquisa, o que é factível de contribuir para reflexões críticas pertinentes à atividade científica no campo da Educação. Ademais, pode-se estender para diversos contextos que envolvam pesquisadores, acadêmicos e outros sujeitos e instituições que pensam a ética e a pesquisa, permitindo, inclusive, identificar padrões e relações temáticas.

2 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão integrativa (Souza; Silva; Carvalho, 2010; Whittemore; Knafl, 2005), cuja análise lexical dos dados foi apoiada pelo software R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRaMuTeq) versão 0.7 alpha 2 (Camargo; Justo, 2018; Salviati, 2017). A revisão integrativa é um recurso metodológico que permite ao investigador eleger estudos empíricos e teóricos e, ao sintetizar o conhecimento e integrar os resultados compendiados dos documentos analisados, amplia o conhecimento acerca do fenômeno investigado (Caldas; Silva; Santos, 2022; Souza; Silva; Carvalho, 2010; Whittemore; Knafl, 2005).

Cinco fases foram percorridas no desenvolvimento da pesquisa: 1) elaboração da pergunta condutora; 2) coleta de dados; 3) análise crítica dos estudos incluídos; 4) interpretação dos achados e 5) apresentação dos resultados em cotejo com outras fontes científicas. A pergunta de pesquisa foi respondida a partir do mneumônico “Population, Concept and Context (PCC)” e orientou os critérios de inclusão (Peters et al., 2015). A letra P de População correspondeu aos artigos científicos, o C de Conceito equivaleu à integridade e à ética na pesquisa e o C de Contexto foi à área da Educação. A seleção do material atendeu às prescrições do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) (Page et al., 2022), conforme a Figura 1:

Figura 1 – Fluxograma de seleção dos estudos incluídos de acordo com as bases de dados

Removidos antes da triagem: Duplicados (n=22)

Excluídos:

Campo da saúde (n=66)

Outras áreas (n=80)

Outras temáticas (n=6)

Total (n=152)

Fonte: Dados da pesquisa em fluxograma PRISMA 2020 (Page et al., 2022).

A coleta de dados foi realizada em fevereiro e março de 2024, nas bases de dados Web of Science (WoS) e Scopus, limitada aos últimos cinco anos (2019 a 2023). A escolha dessas bases justifica-se por serem os dois mais bem conceituados indexadores de periódicos científicos mundialmente, com rígidos critérios para inclusão e permanência, com vasta abrangência de literatura científica. Já a seleção da temporalidade explica-se por se tratar de um período atual, os últimos cinco anos, para os quais não há revisão de literatura na área da Educação.

Os descritores empregados para a busca foram: “Ethics”, “Integrity” e “Educational research”, unidos pelo operador booleano “AND”. Estabeleceram-se como critérios de inclusão: artigos revisados por pares, publicados nas línguas portuguesa e inglesa e com o texto completo disponível on-line abertamente. Excluíram-se os documentos diferentes de artigos, ou duplicados, ou indisponíveis ao acesso completo.

Foram localizados 136 artigos na WoS e 58 na Scopus, somando-se 194 produtos. Os registros identificados na WoS e Scopus foram exportados para o programa Rayyan (https://rayyan.ai/), que apontou as 22 duplicações. Após a conferência manual, as repetições foram excluídas. Os documentos que não eram repetidos receberam a leitura dos títulos, dos resumos e das palavras-chave, para avaliar a aderência ao objetivo do estudo. Dois pesquisadores independentes conduziram essa etapa e não houve dissenso.

Dos 172 artigos submetidos à apreciação por duplo anonimado, constatou-se que 152 eram de área distinta à Educação, o que resultou em 20 artigos para compor o corpo documental da revisão integrativa. Os resumos dos artigos que atenderam aos requisitos de elegibilidade receberam uma codificação e foram processados pelo programa IRaMuTeq. Esse software, ao realizar cálculos estatísticos sobre um corpus textual, revela a estrutura e as conexões temáticas que permitem uma maior precisão nas análises e interpretações realizadas pelas pesquisadoras (Camargo; Justo, 2018; Fialho; Neves, 2022; Salviati, 2017).

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Dos 172 estudos localizados, apenas 20 cumpriram os requisitos de elegibilidade e constituíram o corpus que foi apreciado pelo software IRaMuTeq. Esse dado demonstra que pesquisas sobre ética e integridade estão sendo efetivadas recentemente, todavia, a maioria é na área da saúde (38,37%), ficando a Educação com 11,6% da produção, o que permite inferir que essa área não se encontra alheia a essa preocupação. O IRaMuTeq revelou uma quantidade de 3.924 ocorrências (palavras), sendo 949 formas distintas e 515 hapax, que são as formas que surgiram uma única vez. A média de ocorrências por texto registrada foi de 196,20.

Com o mote de obter classes de segmentos de texto (ST) com similaridade entre si, mas, ao mesmo tempo, diferentes dos ST das outras classes, o IRaMuTeq foi recrutado para apresentar a Classificação Hierárquica Descente (CHD). Como explica Salviati (2017), a CHD é composta por palavras que estão associadas à classe correspondente e que possuem importância estatística para a compreensão do conteúdo total do material examinado. O teste de qui-quadrado (X2) apresentado na interface do programa permitiu às pesquisadoras tornarem-se cientes da força de ligação entre a palavra e sua classe. A porcentagem, por sua vez, elucidou o percentual de ST que contém a palavra na respectiva classe.

Importa salientar que, de acordo com Camargo e Justo (2018), a CHD, ao revelar um dendrograma com as repartições correspondentes às classes que contêm os ST, deve aproveitar, no mínimo ,75% dos ST. Neste estudo, o corpus foi dividido em 113 ST, com aproveitamento de 77,88% (88 ST), o que o tornou válido. A Figura 2 apresenta o dendrograma com as partições alusivas às seis classes que contêm as palavras mais significativas do corpus, ordenadas, segundo a maior significância estatística, da parte superior para a inferior.

Figura 2 – Dendrograma da CHD “integridade e ética na pesquisa educacional”

Diagrama

Descrição gerada automaticamente

Fonte: Dados da pesquisa em formulação adaptada do IRaMuTeq (2024).

Como mostra a Figura 2, o corpus foi repartido de forma que a classe 1 (vermelha) fosse destacada do restante do conteúdo. Em seguida, houve uma segmentação do sub-corpus e, assim, a classe 6 (rosa) foi formada. No terceiro momento, uma nova participação produziu, em mesmo nível, as classes 4 (azul-claro) e 5 (azul-escuro). Na quarta etapa, o fracionamento resultou nas classes 3 (verde) e 2 (cinza), que estão intimamente ligadas.

As palavras que foram inseridas nas classes, em contextualização com o conteúdo completo da produção científica analisada sobre integridade e ética acadêmica nas pesquisas educacionais, permitiram a identificação e a interpretação das categorias, consoante com o que é exposto a seguir.

3.1 CATEGORIA 1 - METODOLOGIAS INSTITUCIONAIS PARA PREVENIR O PLÁGIO E PRESERVAR A INTEGRIDADE ACADÊMICA

A classe 1 (cor vermelha) catalogou 17 ST (19,32 %). Ao ser posicionada em um nível superior e indicar como palavras mais significativas: “integridade acadêmica” (% 83,33 e X2 36,53); “padrão” (% 100,0 e X2 26,89); “plágio” (% 85,71 e X2 21,51); “político” (% 100,0 e X2 17,5); “regra” (83,22 % e X2 16,93) e referendar os artigos de Mattar (2022), Kumar, Verma e Aggarwal (2023) e Johansen et al. (2022), remeteu à categoria “metodologias institucionais para prevenir o plágio e preservar a integridade acadêmica”. Por estar em nível superior em relação às demais classes e agregando a maior parte dos ST (19,32%), esta classe 1 sugere que o plágio é um problema crucial para a integridade acadêmica, sendo a sua prevenção um dos maiores desafios das instituições educativas e de pesquisa em todo o mundo.

É necessário que essas instituições adotem uma cultura de avaliação e responsabilidade, visando à garantia da qualidade da educação. Mattar (٢٠٢٢) advoga pela incorporação da integridade acadêmica nos padrões internacionais de acreditação. Nessa perspectiva, políticas abrangentes e específicas à promoção da integridade acadêmica podem ser uma boa estratégia. Acrescenta o autor que não é despiciendo lembrar que cabe às instituições de ensino superior comunicarem explicitamente suas políticas contra o plágio, incluindo as definições de comportamento antiético e os procedimentos para lidar com as infrações. A título de exemplo, o Código de Conduta da Universidade de Catar explicita expressamente que o plágio se aplica a todos os escritos acadêmicos e inclui o uso não autorizado de trabalhos, ideias, imagens ou palavras de alguém, já que a utilização de palavras de outrem sem referência à fonte e a má representação das fontes utilizadas também são uma forma de plágio.

Esse enfoque não apenas destaca a necessidade de políticas claras e eficazes contra o plágio, mas também sugere a incorporação da integridade acadêmica nas metodologias de classificação das instituições, servindo como um incentivo para melhorar a postura contra a corrupção acadêmica, sobretudo o plágio. Desse modo, é necessário constituir uma educação acadêmica que prime pela ética e pela integridade para o desenvolvimento de conhecimentos que possibilitem uma postura consciente, crítica no trato com a pesquisa científica e que não permita espaço para práticas sem honestidade e respeito, pois a produção de conhecimento requer seriedade.

Diante das más práticas, a integridade da pesquisa acadêmica é comprometida, o que gera prejuízos a toda a comunidade acadêmica. Kumar, Verma e Aggarwal (2023) chamam atenção, inclusive, para o crescimento dos periódicos predatórios, que não possuem mecanismos de avaliação de plágio e contribuem para o aumento da publicação de trabalhos plagiados. Em relação à percepção e justificação do plágio, os autores mencionam diversas defesas utilizadas por acadêmicos para tentar justificar o plágio, desde a falta de conhecimento sobre as consequências, até a ignorância das regras e regulamentos.

Na tentativa combater o plágio, Kumar, Verma e Aggarwal, (2023) aplicaram a Teoria do Comportamento Planejado (TPB) para compreender as nuances do plágio acadêmico. Segundo essa teoria, a atitude em relação ao plágio, às normas percebidas e ao histórico de trapaça são elementos-chave para decifrar o comportamento desonesto no ambiente acadêmico. A TPB ajuda a entender as motivações e justificativas dos indivíduos para praticar plágio, destacando que a intenção precede o comportamento e, de tal modo, antecipar a discussão das motivações no coletivo ajuda a constituir criticamente princípios éticos.

No estudo de Johansen et al. (2022), essa problemática da integridade acadêmica com ênfase especial no plágio, está ligada ao contexto ético, ou de motivação, sem considerar possíveis equívocos conceituais ou mal-entendidos dos estudantes sobre o que constitui integridade acadêmica. O estudo destacou que a formação acadêmica acerca da integridade tem um efeito modesto e ambíguo no comportamento dos alunos e que a percepção do comportamento dos professores tem uma associação mais forte com a participação em práticas questionáveis. A questão da integridade acadêmica, para os autores, não pode ser simplificada unicamente como um problema de ética individual, ou de conhecimento. Em vez disso, requer uma abordagem mais holística que considere as incertezas dos alunos, os potenciais mal-entendidos e o impacto do contexto social no comportamento acadêmico.

3.2 CATEGORIA 2 – CAPACITAÇÃO DE PESQUISADORES QUANTO À INTEGRIDADE DA PESQUISA

Na classe 6 (cor rosa), foram alocados 16 ST (18,18%). Suas principais formas: “universidade” (% 100,0 e X2 23.86), “curso” (% 100,0 e X2 23,86) e “on-line” (% 83,33 e X2 18,37) e os documentos de Abdi et al. (2021), Hoven, Mol e Verhoeff (2023) e de Tran et al. (2019) aludiram à categoria “capacitação de pesquisadores quanto à integridade da pesquisa” que, em maior parte, destacam os recursos on-line como promotores da integridade da pesquisa. Seus estudos representativos abordam o emprego de variados recursos mediados pela Internet para capacitar pesquisadores quanto à integridade da pesquisa, bem como para qualificar os periódicos científicos em vários aspectos correlacionados às pesquisas científicas.

Os apontamentos dessa classe evidenciam que a falta de preparo para o uso eficiente dos recursos tecnológicos digitais é um problema que afeta o processo educativo na totalidade. Portanto, é crucial haver uma contínua reflexão crítica sobre a integração desses recursos nas práticas educativas (Nascimento et al., 2024). A atividade científica de produção do conhecimento educacional também é desafiada, principalmente pela presença, cada vez mais intensa, da inteligência artificial (Fialho; Neves, 2021; Nascimento, 2024).

Abdi et al. (2021) abordam a importância da integridade da pesquisa e como promovê-la por meio de recursos educacionais bem estruturados para o desenvolvimento de programas e recursos de capacitação eficazes no referido assunto. Ademais, ressaltam que uma quantidade considerável de material educacional tem sido desenvolvida nos últimos anos. Apesar disso, destacam a importância de avaliar a qualidade e a eficácia desses recursos, a fim de selecionar os mais adequados programas de capacitação em integridade da pesquisa. Visto que compartilhar esses recursos com a comunidade acadêmica e científica, principalmente em formação, pode promover uma cultura de integridade da pesquisa.

Essa cultura precisa abordar questões práticas de integridade da pesquisa que podem variar de acordo com as situações específicas de cada campo de investigação. Isso porque, segundo Hoven, Mol e Verhoeff (2023), a capacidade de lidar com essas questões não depende apenas da competência individual, mas também é influenciada pela conjuntura social, especialmente para estudantes de doutorado. Por meio de recursos e capacitação, os pesquisadores da área da Educação podem adquirir conhecimentos acerca das questões de integridade, normativas e valores concernentes à pesquisa. A deliberação de casos e discussões em grupo igualmente são formas eficientes de promover e aumentar a conscientização sobre diferentes matizes que envolvem a integridade nas pesquisas educacionais acadêmicas e científicas.

Outras soluções para promover a integridade da pesquisa, relacionadas aos periódicos, foram sugeridas por Tran et al. (2019), tais como: utilizar softwares de detecção de plágio que, além de ajudar a identificar casos de similaridades, favorecem a originalidade dos trabalhos; e estabelecer parcerias com especialistas e editores de outros países, o que ajuda a aumentar o reconhecimento e a visibilidade das revistas. Sob o aspecto político, os autores ressaltam que os periódicos devem estabelecer políticas editoriais e éticas de publicação de acordo com os padrões internacionais e devem seguir os princípios de transparência e melhores práticas na publicação acadêmica, para lidar com qualquer tipo de má conduta na publicação. Esses princípios ajudam os editores a garantirem que processos apropriados estejam em vigor para lidar com qualquer tipo de ação incorreta na publicação.

3.3 CATEGORIA 3 - RECURSOS EDUCACIONAIS PROMOTORES DA INTEGRIDADE E DA ÉTICA DA PESQUISA E SUAS RELAÇÕES COM AS PRÁTICAS CULTURAIS

Na classe 4 (cor azul-claro) foram classificados 13 ST (14,77%). Esta classe conectou-se diretamente com a classe 5 (cor azul-escuro) que classificou 16 ST (18,18%). Na classe 4, o maior destaque foi para os vocábulos “desenvolvido” (% 100,0 e X2 24,18), “integridade da pesquisa” (% 42,31 e X2 22,22), “prático” (% 53,33 e X2 21,35), “ajudar” (% 100,0 e X2 17,92) e “aumentar” (% 80,0 e X2 17,91), bem como para as pesquisas de Valkenburg et al. (2021), Pizzolato e Dierickx (2021) e Pizzolato, Abdi e Dierikx (2020). Na classe 5, foram evidenciados os termos “pesquisador” (% 52,63 e X2 19,33) e “ensino” (% 66,67 e X2 15,84) e o artigo de Lee (2021).

A junção das duas classes possibilitou identificar a categoria “recursos educacionais promotores da integridade e ética da pesquisa e suas relações com as práticas culturais”. A análise detalhada das pesquisas em associação com as formulações do software IRaMuTeq lançou luz sobre o panorama dos recursos educacionais que são mobilizados em prol da integridade e da ética nas pesquisas. Ademais, enfatiza os valores e significados que os pesquisadores atribuem às práticas culturais e procura identificar as lacunas nos recursos educacionais preexistentes, para preenchê-las.

O alcance da ética e da integridade, no entendimento de Valkenburg et al. (2021), não compreende simplesmente aumentar as regras éticas e os regulamentos, mas requisita considerar a pertinência da prática e da cultura na abordagem desse problema, especialmente no que diz respeito ao significado atribuído às ações realizadas nos grupos de pesquisa e à confiança depositada neles. Para tanto, mencionam algumas soluções específicas: a) fortalecer a cultura e a prática da integridade, promovendo um ambiente em que os pesquisadores sejam incentivados a agir de forma ética e responsável em que a integridade seja valorizada como um princípio fundamental; b) buscar transparência e responsabilidade em que pesquisadores relatam corretamente os métodos utilizados, os resultados obtidos e quaisquer conflitos de interesse e responsabilidade pelos resultados; c) educar eticamente pesquisadores em início de carreira por meio de cursos, workshops e orientação a respeito dos princípios éticos da pesquisa, incluindo a importância da atribuição adequada de crédito e a proibição do plágio; d) estabelecer políticas e diretrizes claras sobre a integridade da pesquisa, definindo o que é considerado comportamento ético e o que é considerado violação da integridade, bem como as consequências para as violações; e) promover uma cultura educacional favorável, criando um ambiente em que os pesquisadores sintam-se seguros para relatar preocupações éticas, compartilhar conhecimentos e colaborar com os pares.

Mas, para atender esses aspectos, Pizzolato e Dierickx (2021) reforçam que a cultura de integridade da pesquisa deve incentivar a responsabilidade individual dos pesquisadores em relação à conduta científica. Isso significa que cada pesquisador deve agir de forma ética e seguir boas práticas científicas em suas atividades de pesquisa. Os autores destacam também a importância da transparência na pesquisa como parte dessa cultura. Isso envolve a divulgação aberta de dados e resultados, permitindo que outros pesquisadores possam verificar e reproduzir os estudos. Outro elemento que favorece a transparência das investigações são os mecanismos de prestação de contas, como comitês de ética e revisão por pares, que são essenciais à qualidade e confiabilidade da pesquisa.

Por seu turno, Lee (2021) destaca que, independentemente do país ou da área de estudo, a transparência é um princípio básico e as responsabilidades dos pesquisadores para garantir a integridade no processo de pesquisa são as mesmas. O autor menciona a importância de reconhecer e citar adequadamente o trabalho de terceiros, bem como a necessidade de proteger a privacidade e a confidencialidade dos sujeitos de pesquisa. Isso porque a ética na pesquisa deve ser vista como fundamental para o avanço do conhecimento e para o benefício da comunidade de pesquisa e da sociedade em geral.

3.4 CATEGORIA 4 - INTEGRIDADE E ÉTICA DAS PESQUISAS E A CIÊNCIA ABERTA

Nesta categoria, em razão da conexão temática, igualmente congregaram-se duas classes: a classe 2 (cor cinza), com 12 ST (13,64%), e a classe 3 (cor verde), com 14 ST (15,91%). Na classe 2, a maior significância estatística foi atribuída às formas ativas “éticos” (% 85,71 e X2 33,55), “novo” (% 85,71 e X2 33,55), “sistema de informações de pesquisa” (% 100,0 e X2 26,54), “ambiente” (% 100,0 e X2 26,54), “questão” (% 71,43 e X2 21,57) e “ética em pesquisa” (% 80,0 e X2 19,82) e aos artigos de Schöpfel, Azeroual e Jungbauer-Gans (2020), Richardson e Healy (2019) e Evans et al. (2022). Já a classe 3, os termos mais seminais: “nível” (% 87,5 e X2 33,71), “comportamento” (% 100,0 e X2 16,42), “estudo” (% 60,00 e X2 16,39) e “dado” (% 80,0 e X2 16,28) estiveram associados aos textos de Trevisol e Schoenardie (2023), Telha et al. (2021) e Johansen et al. (2022). Essas evidências apontaram para a categoria “integridade e ética das pesquisas e a ciência aberta”, em que os estudos avaliam os sistemas de informações das pesquisas sob a ótica da ciência aberta e procuram elucidar qual a compreensão que pesquisadores e alunos têm acerca dos pressupostos éticos da ciência aberta.

Schöpfel, Azeroual e Jungbauer-Gans (2020) destacam a necessidade de considerar aspectos éticos, como segurança, integridade dos dados, transparência no processamento de dados e administração do sistema, justamente porque são valores fundamentais para a gestão de informações de qualquer investigação. Também enfatizam a importância de avaliar como os requisitos éticos são percebidos pelos administradores, gerentes e usuários dos sistemas de gestão da pesquisa. Por isso, sinalizam que a ética é um desafio importante a ser abordado por meio de discussões contínuas e colaboração entre os pesquisadores, alunos e administradores de sistemas de gestão da pesquisa. Defendem, por fim, a essencialidade de os sistemas de gestão de informações de pesquisa atuarem em conformidade com os requisitos éticos estabelecidos pela comunidade acadêmica, órgãos financiadores, governos, entre outros entes.

A integridade da pesquisa e a ciência aberta são questões fundamentais a serem consideradas nos sistemas de informações de pesquisa. Apesar disso, Schöpfel, Azeroual e Jungbauer-Gans (2020) informam que existem poucos estudos que abordam explicitamente essa conexão, o que se configura em um hiato na compilação sistemática dos requisitos éticos para esses sistemas, cuja superação dessa problemática requer aprofundamento e ampliação do debate nessa pertença.

A política em favor da ciência aberta traz novos desafios éticos. Nesse âmbito, os princípios éticos não podem ser ignorados na implementação dos sistemas de gestão de informações de pesquisa (Fialho; Brandenburg; Nascimento, 2023), portanto, para garantir a qualidade e a confiabilidade das informações de pesquisa educacional, é inescusável considerar aspectos éticos, como segurança, integridade dos dados, transparência no processamento de dados e administração do sistema.

Priorizar a transparência nas pesquisas, para Evans et al. (2022), permite que as informações sejam resumidas, avaliadas, discutidas, verificadas, revogadas, agregadas e expandidas sem obscuridade, contribuindo, por conseguinte, para o desenvolvimento do conhecimento em ética e integridade da pesquisa. Em caso análogo, disponibilizar recursos com suas extensões e código aberto propicia que outras organizações reutilizem elementos da plataforma em diferentes configurações. Isso promove a colaboração e a melhoria contínua da confiabilidade da pesquisa e da cultura em que ela é conduzida.

Os alunos do ensino superior do Instituto de Educação de Londres não confiavam em softwares de detecção de plágio, pois perceberam que alguns textos não apareciam na busca. Em estudo para essa averiguação, é revelado no estudo de Richardson e Healy (2019) que ainda há falta de sistema e/ou softwares de antiplágio bem estruturados para viabilizar a transparência e o caráter de compartilhamento externo com outras comunidades científicas. Percebe-se, aqui, que verificar o plágio e outras formas de desonestidade e má conduta, necessita de sistemas de informação de pesquisa eficazes para auxiliar nesse processo, em especial, de acesso aberto para facilitar a utilização democrática por todos.

No estudo de Telha et al. (2021), demonstrou-se que os estudantes de pós-graduação da Universidade Northern Border, na Arábia Saudita, têm muita adesão às regras de ética de pesquisa científica, principalmente em relação ao plágio. Tal ocorrência deve-se ao fato de supervisores e coordenadores dos grupos de pesquisa desempenharem um papel fundamental na influência da experiência dos estudantes em relação à integridade da pesquisa, como também ao compromisso com o código de ética de pesquisa. Os autores acreditam que o apoio desses personagens pode contribuir para o desenvolvimento de habilidades de pesquisa de alta qualidade e para atender às demandas do mercado de trabalho de forma ética e profissional.

Outro elemento considerado nos estudos escrutinados foi a ética na coleta e no tratamento de dados. A esse respeito, Trevisol e Schoenardie (2023) enfatizam a necessidade de respeito e moralidade em relação aos participantes da pesquisa, bem como a regulamentação e conscientização em relação ao armazenamento de dados da pesquisa que deve ser de forma segura, utilizando medidas de segurança, técnicas e administrativas adequadas como: realização de backups regulares dos dados garantindo a sua segurança. Isso evita a perda de informações em caso de falhas técnicas, como falhas de hardware ou ataques cibernéticos. Uma ação também recomendada é o estabelecimento de políticas de privacidade e ética claras, que definam como os dados serão utilizados, quem terá acesso a eles e como serão protegidos.

No Brasil, essas políticas devem estar em conformidade com as leis e regulamentos aplicáveis, como a Lei Geral de Proteção de Dados (Brasil, 2018). É importante ressaltar que cada pesquisa pode ter requisitos específicos de segurança, portanto, é recomendado consultar as normas e regulamentos aplicáveis e buscar orientação de especialistas na área, além disso, é relevante depositar os dados em repositórios confiáveis para a sua preservação digital.

Após a discussão das quatro categorias emergentes, para sedimentar a análise do conteúdo lexical do corpus, utilizou-se a nuvem de palavra, figura 3, que destaca as palavras em virtude de suas frequências a partir de sete ocorrências. À vista disso, as palavras em maior dimensão e posicionadas ao centro da nuvem são as mais recorrentes e espelham a principal temática abordada nos 20 estudos examinados.

Figura 3 – Nuvem de palavras “integridade e ética na pesquisa educacional”

Texto

Descrição gerada automaticamente

Fonte: Dados da pesquisa em elaboração do programa IRaMuTeq (2024).

Alinhadas ao objetivo da pesquisa, as palavras ativas mais enfatizadas no corpus textual revelaram-se, na nuvem, como sendo “pesquisa” (f 51), “integridade da pesquisa” (f 40), “pesquisador” (f 22), “prático” (f 20), “treinamento” (f 19), “aluno” (f 18), “estudo” (f 18), “acadêmico” (f 17), “artigo” (f 16), “mais” (f 16) e “integridade acadêmica” (f 15). Esses destaques atestam a pertinência dos critérios de busca empregados, haja vista que os artigos selecionados, de fato, tratavam sobre “pesquisa” e “integridade da pesquisa”, termos mencionados 51 e 40 vezes, respectivamente.

A recorrência dos vocábulos “pesquisador”, “aluno”, “treinamento” e “prática” posicionam tanto os pesquisadores experientes como os estudantes, pesquisadores em formação, como os principais destinatários das metodologias de capacitação para a incorporação de práticas acadêmico-científicas alinhadas com a lisura das pesquisas educacionais.

A conectividade das palavras, que são lematizadas para suas formas reduzidas, é apresentada mediante o gráfico de similitude, figura 4. Para tal construção, selecionaram-se as palavras com frequência igual ou superior a nove. Em específico, configurou-se o programa IRaMuTeq para exibir esse gráfico nas “comunidades” e “halo”, conforme apresentado com os círculos coloridos na figura 4.

Figura 4 – Gráfico de similitude das palavras do corpus “integridade e ética na pesquisa educacional”

Diagrama, Esquemático

Descrição gerada automaticamente

Fonte: Dados da pesquisa em elaboração do programa IRaMuTeq (2024).

As palavras mais associadas estão destacadas por meio de comunidades coloridas, que possuem termos em destaque margeados por outros conectados por ramos de calibre variável. Na interpretação dessa imagem, leva-se em conta a espessura das conexões que evidencia a força da conexão entre os termos, ou seja, quanto mais calibrosa for a ramificação, mais pertinente é a ligação de uma palavra com a outra.

O núcleo central (cor salmão) apresenta a palavra “pesquisa” como a mais substancial do corpus. Dela, a conexão mais calibrosa conecta-se com “integridade da pesquisa” pertencente ao núcleo na cor verde que reúne “treinamento”, “específico”, “instituição” e “educação”. O núcleo rosa encaminha para “padrão” “científico” nas pesquisas. O núcleo azul agrega “plágio” e “integridade acadêmica”. Por fim, o núcleo amarelo agrupa “aluno”, “nível, “acadêmico”, “estudo” e “periódico”.

Leituras possíveis para essa árvore sinalizam que a integridade acadêmica não prescinde do empenho institucional educacional para com a obtenção de competências específicas a uma atitude permanentemente ética por parte de pesquisadores e acadêmicos. Espera-se que o engajamento institucional para com a capacitação de seus pesquisares, inclusive os pesquisadores em formação, resulte em elevado padrão científico das pesquisas educacionais. Outrossim, confirma-se que o plágio é um dos principais obstáculos à integridade acadêmica (vide núcleo azul).

Além disso, insere o nível acadêmico dos alunos como um fator importante na qualificação dos periódicos e na integridade das pesquisas. Com efeito, Tran et al. (2019), ao investigarem os critérios dos periódicos vietnamitas para serem indexados à Scopus, desvendaram que, para a qualificação e promoção das revistas, o apoio financeiro governamental, o aprimoramento das políticas editorais e a robustez dos critérios éticos e de integridade são urgentes.

Johansen et al. (2022) endossam que a prevenção das transgressões da integridade de pesquisa perpassa a desconstrução das convicções equivocadas que os alunos têm a respeito dos pressupostos da integridade acadêmica, porquanto há muitos equívocos acerca do que é um comportamento antiético na pesquisa. Na opinião de Abdi et al. (2021), para a prevenção da má conduta nas pesquisas é imperativo preparar os futuros pesquisadores tendo em vista que nenhuma instituição de ensino superior está isenta de condutas irregulares nesse âmbito, logo, a conscientização preventiva é uma das melhores alternativas.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o intuito de analisar a produção científica a respeito da ética e da integridade na pesquisa educacional, desenvolveu-se uma revisão integrativa que, de um total de 172 registros, elegeu-se 20 artigos indexados nas bases de dados WoS e Scopus no período de 2019 a 2023. A Apresentação da seleção pautou-se nas diretrizes do protocolo PRISMA e a pergunta norteadora na estratégia “PCC” do Joanna Briggs Institute.

A análise qualitativa foi ancorada em cálculos estatísticos realizados pelo programa IRAMuTeq sobre o conteúdo lexical. Particularmente, priorizou-se a estatística descritiva, o método da CHD, o gráfico de similitude e a nuvem de palavras. A síntese das evidências foi sistematizada em quatro categorias: 1) Metodologias institucionais para prevenir o plágio e preservar a integridade acadêmica; 2) Capacitação de pesquisadores quanto à integridade da pesquisa; 3) recursos educacionais promotores da integridade e da ética na pesquisa e suas relações com as práticas culturais e 4) integridade e ética das pesquisas e a ciência aberta.

Os resultados destacam a necessidade de as instituições adotarem uma cultura de avaliação e de responsabilização para garantir a qualidade da educação. Também enfatiza a importância de incorporar ações formativas permanentes para fortalecer a integridade acadêmica nos padrões internacionais de acreditação e de garantia de qualidade na produção científica.

Um alerta que se faz é quanto ao crescimento de periódicos predatórios, que carece de mecanismos rigorosos de verificação de antiplágio (e autoplágio), bem como rigor na avaliação da qualidade da pesquisa científica, haja vista que tal violação causa prejuízos à comunidade acadêmica e à sociedade. Contra o plágio acadêmico-científico, recomenda-se que as universidades formulem e comuniquem explicitamente políticas preventivas, incluindo a definição do que seja um comportamento antiético e dos procedimentos para lidar com as possíveis violações.

A carência de capacitação na promoção da integridade e da ética da pesquisa, apresentou-se como uma questão comum a professores e estudantes pesquisadores. Como metodologia resolutiva, recursos on-line são utilizados com proficiência, mas ainda existem lacunas. Diante disso, sugere-se a disseminação e o compartilhamento de materiais educativos factíveis para promover uma cultura de integridade. Isso porque a capacidade de lidar com questões práticas dessa integridade varia de acordo com situações específicas de investigação e é influenciada pelo contexto social, especialmente para estudantes de pós-graduação.

Portanto, é crucial proporcionar educação e formação ética aos pesquisadores em início de carreira, com discussões compartilhadas sobre casos práticos e debates acerca das melhores práticas para o trato com a pesquisa científica. Também é essencial estabelecer políticas e diretrizes claras no tocante à integridade da pesquisa, definindo o comportamento ético e a compreensão das suas violações, bem como as suas consequências.

Outro aspecto relevante discutido nos resultados é a transparência nas pesquisas, incluindo dados abertos e sua divulgação, permitindo que outros pesquisadores verifiquem e reproduzam estudos. Os mecanismos transparentes, como comitês de ética e revisão por pares, são essenciais para ampliar a qualidade e a confiabilidade da pesquisa.

Em suma, o estudo enfatiza a importância de abordar questões de integridade acadêmica, da ética na pesquisa educacional e a necessidade de uma abordagem mais holística, considerando as incertezas dos estudantes, potenciais mal-entendidos e o impacto do contexto social no comportamento acadêmico, garantindo a integridade no processo de investigação para o avanço do conhecimento e o benefício da comunidade científica e da sociedade.

AGRADECIMENTO

À Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP) pelo apoio financeiro ao projeto Universal UNI-0210-00256.01.00/23, e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo financiamento do projeto internacional, 442433/2023-9.

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Endereços para correspondência:

Lia Machado Fiuza Fialho - Universidade Estadual do Ceará, Centro de Educação – CED, Fundação Universidade Estadual do Ceará, UECE, Itaperi, 60714903, Fortaleza, CE. lia.fialho@uece.br.

Karla Angélica Silva do Nascimento - Universidade Estadual do Ceará, Centro de Educação – CED, Fundação Universidade Estadual do Ceará, UECE, Itaperi, 60714903, Fortaleza, CE. karla.angelica@uece.br.

Vanusa Nascimento Sabino Neves – Universidade Federal da Paraíba, Cidade Universitária, Campus I, Setor Humanístico Bloco III, João Pessoa, 58059-900, PB.  pbvanusa@gmail.com.