https://doi.org/10.18593/r.v48.32659

O diário oficial do Distrito Federal como fonte para a história da educação (1967-1971)

The official gazette of the Federal District as a source for the history of education (1967-1971)

El diario oficial del Distrito Federal como fuente para la historia de la educación (1967-1971)

Juarez José Tuchinski dos Anjos1

Universidade de Brasília; Professor da Graduação e Pós-Graduação em Educação.

https://orcid.org/0000-0003-4677-5816

Resumo: O artigo tem por objetivo analisar o Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) como fonte para a história da educação naquela região, entre os anos de 1967 e 1971, apresentando algumas possibilidades de pesquisa que ele anuncia. Procedeu-se à leitura de todos os números do DODF publicados no recorte da pesquisa, especificamente, a seção de notícias, nas quais inicialmente a Prefeitura e depois o Governo do Distrito Federal veiculavam informações relativas aos serviços que prestavam à população, dentre os quais estava a educação. Nesse processo de leitura foram levantadas e fichadas as referências encontradas relativas à educação escolar em todos os seus níveis e modalidades, formando um banco de dados. Foram identificados no periódico dez temas ligados ao mundo da escola e da escolarização: práticas escolares do ensino primário; ensino médio; profissão docente; ensino normal; gestão do ensino; construção de escolas; circulação de modelos pedagógicos; educação especial; cultura material escolar e jardins de infância, que, em seu conjunto, apresentam múltiplas possibilidades para a escrita da história da educação no Distrito Federal.

Palavras-chave: fontes; história da educação; Distrito Federal; diário oficial.

Abstract: This paper is aimed at analyzing the Official Gazette of the Federal District (DODF) as a source for the history of education in that region between the years 1967 and 1971, introducing some research possibilities published therein. All the issues of the DODF published within the research focus were read, specifically the news section, in which initially the City Hall and later the Government of the Federal District conveyed information regarding the services provided by them to the population, including education. The references found related to school education in all its levels and modalities were raised and recorded in the reading process, generating a database. Ten topics related to the universe of school and schooling were identified in the newspaper: school practices in primary education; high school; teaching profession; regular education; teaching management; construction of schools; circulation of pedagogical models; special education; classroom material culture, and kindergartens that, as a whole, present multiple possibilities for writing the history of education in the Federal District.

Keywords: sources; history of education; Federal District; official gazette.

Resumen: El artículo tiene como objetivo analizar el Diario Oficial del Distrito Federal (DODF) como fuente para la historia de la educación en esa región, entre los años 1967 a 1971, presentando algunas posibilidades de investigación que anuncia. Se leyeron todos los números del DODF publicados en el período de la pesquisa, específicamente la sección de noticias, en la que inicialmente la Alcaldía y posteriormente el Gobierno del Distrito Federal transmitieron información respecto a los servicios que brindaban a la población, entre los que se encontraba el de educación. En este proceso de lectura se levantaron y archivaron las referencias encontradas relacionadas con la educación escolar en todos sus niveles y modalidades, conformando una base de datos. En la revista se identificaron diez temas vinculados al mundo de la escuela y la escolarización: prácticas escolares en la educación primaria; escuela secundaria; profesión docente; enseñanza normal; gestión docente; construcción de escuelas; circulación de modelos pedagógicos; educación especial; la cultura material escolar y los jardines de infancia, que en su conjunto presentan múltiples posibilidades para escribir la historia de la educación en el Distrito Federal.

Palabras clave: fuentes; historia de la educación; Distrito Federal; diario oficial.

Recebido em 24 de abril de 2023

Aceito em 23 de novembro de 2023

1 INTRODUÇÃO2

Nos últimos anos, diversos historiadores e historiadoras vêm se debruçando sobre o passado educacional do atual Distrito Federal, sobretudo, abordando eventos ocorridos ao longo da década de 1960. A historiografia tem destacado o caráter peculiar do sistema educacional, proposto por Anísio Teixeira e baseado em princípios da escola ativa e de ensino integral (Teixeira, 1961; Pereira; 2011; Anjos, 2022a). Para a produção das interpretações historiográficas, os pesquisadores e pesquisadoras têm se servido de fontes as mais diversas, como entrevistas com antigos professores e alunos (Pereira; Rocha, 2011; Souza, 2011; Martins, 2011); fotografias escolares (Coutinho, 2011; Coutinho, 2018); currículos e programas de ensino (Carvalho, 2017); plantas arquitetônicas de escolas (Chain, 2018); arquivos escolares (França, 2020); livros de caráter memorialístico (Anjos; Barbosa, 2020) e, mais recentemente, a imprensa periódica local (Barbosa, 2021; Anjos, 2022b; Anjos 2022c).

O artigo em tela, visando contribuir com essa produção recente acima mencionada, pelo investimento na localização e problematização de novas fontes históricas, tem por objetivo analisar o Diário Oficial do Distrito Federal (doravante DODF) como fonte para a história da educação naquela região, entre os anos de 1967 e 1971, apresentando algumas possibilidades de pesquisa que ele anuncia.

O DODF, em circulação até os dias de hoje, nas primeiras décadas de sua existência, veiculou, além de atos oficiais, fotografias e reportagens sobre as realizações do governo de Brasília em vários campos de atuação, dentre eles, a educação. Só recentemente todas as edições do DODF foram digitalizadas e disponibilizadas online para consulta pública. Trata-se, por isso, de uma fonte inédita e ainda inexplorada para a construção de interpretações históricas sobre o processo educacional no Distrito Federal. O recorte cronológico adotado nesta pesquisa vai do ano de 1967, quando saiu o primeiro número do periódico e estende-se até fins de 1971, ano em que, por força da Reforma dos ensinos de 1º e 2º grau, realizaram-se alterações pedagógicas e administrativas significativas no sistema de ensino tanto do Distrito Federal quanto do país.

Foi em 25 de dezembro de 1967 que saiu o primeiro número do DODF. No cabeçalho, trazia como título “Distrito Federal” e subtítulo “Órgão Oficial do Poder Executivo do Distrito Federal”. Nome e subtítulo, assim, anunciam o caráter governamental e oficioso do periódico, o primeiro elemento a ser considerado ao utilizá-lo como fonte. Ele se propõe a trazer a versão do governo sobre aquilo que vai dar a ver. Em que pese o contexto de uma Ditadura Civil-Militar então instaurada e cujos reflexos eram particularmente sentidos em Brasília, sede dos Três Poderes, não devemos de antemão minimizar o alcance das informações que no DODF se pode coletar. São, sem dúvida informações enviesadas – trazem a ótica de quem governava e colaborava com o regime – mas se ancoram em acontecimentos, entendidos, com Paul Veyne (2008, p.46), como “corte que realizamos livremente na realidade” que eram eleitos para se tornarem notícia – não o que aconteceu, mas relatos sobre o que aconteceu (Darnton, 2005) – nas páginas do periódico, objetos, assim, de uma versão de seus redatores, mas também de registro de “instantâneos” da realidade passada, que cabe agora, ao historiador, à luz de determinados questionamentos, reexaminar, a fim de fazer emergir enquanto evidência não intencional, “que sobrevive por motivos independentes das intenções dos seus autores” (Thompson, 2009, p. 41), outros aspectos de tal realidade que, “contidos” na fonte, podem ser descobertos e analisados. Realidade, claro, que nunca será recuperada por inteiro; antes, capturada sempre de modo impreciso, fragmentário (Ginzburg, 1991) mas, ao mesmo tempo, verossímil, porque ancorada na empiria que dá base às interpretações sobre ela3.

No seu primeiro número, o DODF contava com catorze páginas (mas, ao longo do período investigado, essa configuração variou bastante, tanto para mais quanto para menos) e trazia, na primeira, segunda e nas três últimas páginas fotos e notícias relativas a realizações do governo do Distrito Federal e eventos culturais. Nas páginas restantes, constavam os Atos Oficiais do Governo e das suas diversas secretarias. Também essa disposição tipográfica não foi estável no período em tela: em alguns momentos manteve-se, noutros as notícias vinham somente nas duas primeiras páginas e, em várias edições, essa seção era suprimida e o Diário dedicado unicamente aos atos oficiais. Percebe-se, assim, que trazer notícias governamentais pode ter sido um ponto importante no projeto editorial do periódico, mas não seu objetivo principal.

Considerada, assim, a fonte, em seus limites e potencialidades, em termos metodológicos, procedeu-se à leitura de todos os números do DODF publicados entre 1967 e 1971, especificamente, a seção de notícias, nas quais inicialmente a Prefeitura e depois o Governo do Distrito Federal veiculavam informações relativas aos serviços que prestavam à população, dentre os quais estava a educação. Nesse processo de leitura de caráter analítico foram levantadas e fichadas as referências encontradas relativas à educação escolar em todos os seus níveis e modalidades, formando um banco de dados. Cada notícia/ informação localizada foi catalogada da seguinte forma: Ano, Referência (com título da matéria, título do periódico, dia, mês, ano e página na qual a notícia se encontra), Conteúdo (com descrição sumária da notícia/informação localizada) e Palavra-Chave (um descritor que reúne em categorias temáticas as informações encontradas). Sobre este último procedimento, cabe ressaltar o seu caráter arbitrário: uma mesma notícia poderia ser objeto de diferentes classificações, mas a escolha por inseri-la em uma categoria e não em outra – como se verá nas próximas páginas – deveu-se a maior relação que se pode estabelecer entre seu assunto principal e determinado descritor com o qual se buscou identificá-la.

Serão apresentados nas páginas seguintes, em caráter exploratório e com base nas palavras-chave (categorias temáticas) acima mencionadas, os temas de estudo que podem ser abordados a partir das informações que o DODF oferece e suas possibilidades para a pesquisa em história da educação. Ao final, a mote de conclusão, são tecidas breves considerações.

2 A EDUCAÇÃO ESCOLAR NAS PÁGINAS DO DODF

Após a leitura contínua dos números do DODF publicados entre 1967 e 1971, foram encontradas referências a 10 temas, cuja especificação e número de ocorrências são apresentados na tabela a seguir: (Tabela 1)

Tabela 1 – Temas localizados no DODF (1967-1971)

Tema

Ocorrências

Práticas escolares do ensino primário

120

Ensino Médio

112

Profissão docente

77

Ensino Normal

46

Gestão do Ensino

40

Construção de escolas

33

Circulação de modelos pedagógicos

31

Educação especial

18

Cultura material escolar

16

Jardins de Infância

15

Total

508

Fonte: DODF.

O tema mais recorrente, localizado 120 vezes, é o que nos remete às práticas escolares do ensino primário. As práticas escolares testemunham os modos pelos quais a escola “faz” o processo de escolarização, sendo, portanto, reveladoras, dentre outros aspectos, daquela teia de significados (Geertz, 1989) que configura a cultura escolar. As notícias encontradas sobre essa temática abrem possibilidade de estudos sobre práticas como Aulas de Música (Percepção de Som e Ritmo, 16/10/1968, p. 1); práticas cívicas (Homenagem à Marinha, 13/06/1969, p. 2); desfiles escolares (Planaltina Festeja Aniversário, 28/08/1970, p. 2); clubes de leitura (Clubes de Leitura Colocarão Alunos em Constante Contato com os Livros, 30/10/1970, p. 2), ensino da escrita (Escolas Melhoram Escrita de Alunos, 02/07/1971, p. 2), dentre outras. No seu conjunto, essas informações, embora oferecidas por um veículo externo a escola, permitem uma aproximação ao seu cotidiano e seus fazeres, seja pela análise cruzada de práticas similares ou verticalizada de práticas específicas. Se não se pode descartar que o DODF possa ter selecionado somente as práticas exitosas e que contribuíam para afirmar a eficácia do ensino oferecido nas escolas públicas do Distrito Federal, ainda assim permite entrever projetos e propostas pedagógicas – bem como sua realização – no dia a dia das escolas primárias.

O segundo tema mais presente no DODF e que responde por 112 ocorrências, é o que diz respeito ao ensino médio4. O sistema de ensino planejado para Brasília contemplou também o ensino secundário, propugnando que esse fosse ministrado em Centros de Educação Média, que deveriam contar com uma escola secundária compreensiva (com cursos de humanidades, técnicos, comerciais e científicos), parque de educação média, núcleo cultural, biblioteca, museu, administração e restaurante (Teixeira, 1961). Na prática, porém, só duas ou três escolas, localizadas no Plano Piloto, estiveram próximas deste modelo (Souza, 2011; Martins, 2018). A maioria das escolas secundárias criadas ofereceu os tradicionais ginasial e colegial, lutando, inclusive, com a falta de vagas. Apesar disso, ainda são poucos os estudos históricos sobre o ensino secundário no Distrito Federal, razão pela qual as referências localizadas no DODF são relevantes, na medida em que anunciam perspectivas de se estudarem aspectos como processos de seleção de professores (Professores para o Médio, 14/02/1968, p. 16); jogos ginasiais (VIII Jogos Ginásio-Colegiais, 22/10/1968, p. 5), comemorações escolares (Colégio do Plano Piloto Festejou 9º Aniversário, 22/05/1969, p. 1); visitas escolares (Governador no CMEB, 08/05/1970, p. 2) e práticas cívicas (Comemoração do dia da Bandeira tem hoje Festival de Ginástica, 19/11/1970, p. 2), dentre outras. São notícias que, a exemplo do que foi assinalado para o ensino primário, anunciam possibilidades de análise, sobretudo, das culturas escolares secundárias, um aspecto só tangencialmente explorado pela historiografia educacional do DF, reclamando, por isso, maiores aprofundamentos.

Um terceiro tema muito frequente no DODF, com 77 ocorrências, é o da profissão docente. Com essa expressão, a historiografia vem designando “a formação, a instituição e os saberes, o exercício concreto da atividade, as relações com o Estado, as formas de organização da categoria profissional” (Catani, 2000, p. 587) dos professores. No caso brasiliense, a história da profissão docente é bastante peculiar. Tendo sido criada a cidade e seu sistema de ensino, foram, num primeiro momento, realizados concursos nacionais visando arregimentar o corpo docente que lecionaria das escolas da capital. O resultado foi a vinda para lá de professores de várias regiões do país, com experiências e bagagens intelectuais diversas, cuja missão seria implantar um projeto de educação considerado inovador. Assim, da parte do Estado, surgiu o desafio de orientar a prática desses sujeitos, padronizá-la e cooptá-la para os interesses então em movimento, complexificados ainda mais após o golpe de 1964, que revestiu de forte carga ideológica o processo educacional. Tal história, porém, ainda é pouco estudada no contexto do Distrito Federal, razão pela qual as informações localizadas no DODF adquirem importância. São notícias que versam sobretudo, sobre diversos cursos ministrados aos professores, que podem revelar o repertório pedagógico com que se queria municiar o corpo docente local: curso para professores sobre a implantação da 6ª série do primário (Professores, 23/08/1968, p. 2); ensino de xadrez para recreação infantil (Xadrez no Currículo da Educação Primária do DF, 02/10/1968, p. 16); curso de educação cívica para professores do ensino elementar e médio (Educação Cívica, 22/05/1968, p. 1); curso de formação de diretoras para escolas primárias (Palestra para Professoras, 09/09/1970, p. 3); curso para supervisores e auxiliares de supervisão do ensino primário (Treinamento em Montagem de Projetos Estuda o Aproveitamento Estudantil, 04/03/1971, p. 2), apenas para citar alguns.

Outro tema identificado em 46 momentos nas páginas do DODF trata do ensino normal. Embora seja aspecto ligado à história da profissão docente, optou-se por destacá-lo dela, pelo fato de a história da formação de professores em Brasília ser, de um lado, pouco estudada (cf. Amaral, 2018) e, por outro, objeto de uma contínua produção de memória (cf. Ramos, 1990; Ramos, 2010) que opera uma supervalorização do papel da Escola Normal de Brasília na formação de professoras primárias. Ocorre, contudo, que esse processo foi muito mais complexo e contraditório: a Escola Normal de Brasília não foi a única instituição a formar professores e para compreendê-la é indispensável recolocá-la num contexto mais amplo do debate sobre formação de professores na década de 1960, como provocam Mendonça e Xavier (2008). Daí a importância do conteúdo localizado no periódico oficial do governo do Distrito Federal, na medida em que permite lançar olhares sobre aspectos da formação de professores, como práticas de avaliação no ensino normal (Média 7 no Normal habilita Professor, 30/01/1968, p. 1); curso normal na cidade satélite de Sobradinho (Cursos, 16/08/1968, p. 2); formação para professores do ensino normal (Professores do Normal Terão Seminário: agosto, 04/07/1969, p. 1); curso normal e suas práticas na cidade satélite de Taguatinga (Normalistas do Cemab têm Obra de Pesquisa, 24/03/1970, p. 2); ensino normal da cidade satélite de Planaltina (Planaltina Inaugura o Novo Ensino Normal, 19/08/1970, Suplemento, p. 6-7), dentre outros.

O quinto tema, localizado 40 vezes, refere-se à gestão do ensino. Nesta unidade da federação, no período em questão, a gestão do ensino era responsabilidade da Fundação Educacional do Distrito Federal. Coube, de fato, a ela, implementar o plano de ensino anisiano, seja gerindo recursos financeiros, seja agenciando recursos humanos. O papel dessa fundação na história da educação local – à exceção do trabalho de Moraes (2019) – é também um tema que ainda carece de estudos. Se, de um lado, a historiografia aponta que a partir de 1964 o projeto anisiano teria sido descaracterizado (Pereira; Taunay, 2020), por outro, é inegável que escolas continuaram sendo abertas e o processo de ensino aprendizagem ocorrendo. Ou seja, houve um movimento de institucionalização da escola no Distrito Federal, que passa pelo campo da gestão do sistema de ensino. Nesse sentido, são relevantes as referências encontradas no DODF como, por exemplo, um convênio celebrado com a Campanha Nacional de Educação Física (Educação, 07/05/1968, p. 2); gestão de matrículas no ensino primário (Ensino Elementar, 25/02/1969, p. 4); promoção de pesquisas sobre situação escolar (Pesquisa, 22/07/1969, p. 2); exposição de metas para a gestão do ensino no Distrito Federal (V Seminário do Ensino Normal, 03/03/1970, p. 1); apresentação de estatísticas escolares em cidades-satélites (Núcleo Bandeirante Comemora o 14º Aniversário de Colaboração no Engrandecimento de Brasília, 19/11/1970, p. 2) e reformas curriculares (Expansão de Matrículas na faixa de 7 A 14 anos e Reformulação do Currículo de 4ª e ٥ª Séries, 02/03/1971, p. 1). Cada tópico, isolado ou articuladamente, anuncia diversos e complementares olhares sobre a história da gestão do ensino do Distrito Federal.

Também foram encontradas, 33 vezes, referências a construção de escolas. Como é sabido, Brasília caracteriza-se por uma arquitetura modernista. Para suas escolas, planejaram-se edificações escolares inovadoras (Chain, 2018). Na prática, porém, o ritmo de construção desses prédios destinados ao ensino esteve sempre aquém da demanda, não sendo incomum, inclusive, a adoção de instalações precárias a título provisório (Pinto; Müller; Anjos, 2020). O ritmo de construções das escolas, ao que parece, acompanhou o da cidade: estagnou-se na gestão de Jânio Quadros e João Goulart e retomou-se a partir dos governos militares, já que a afirmação de Brasília como capital era uma das bandeiras do regime. Daí encontrarmos, no DODF, referências significativas ao planejamento e inauguração de prédios escolares (Mais Escolas, 29/12/1967, p. 2; Obras da Educação; 16/05/1968, p. 1; 469 Salas de Aula, 04/02/1969, p. 1; Mais dez Escolas Classe para cidades satélites, 07/05/1970, p. 1 etc.). Por um lado, é certo que essa divulgação nas páginas do periódico oficial visava fazer propaganda das realizações da prefeitura e depois governo do Distrito Federal. Mas, ao mesmo tempo, abrem ao historiador a possibilidade de acompanhar o processo de dotação de equipamentos escolares às diferentes regiões do DF bem como as representações sociais e retóricas legitimadoras presentes no ato de planejar, construir e inaugurar escolas naquela localidade no período em tela.

Um tema que emergiu no levantamento no DODF, com 31 ocorrências, foi o da circulação de modelos pedagógicos. São notícias abordando, por exemplo, modelos pedagógicos praticados em outros países (Educação, 23/08/1968, p. 16); classes de adaptação (Classes de Adaptação, 29/01/1969, p. 3); modelos de ensino de artes (Centro de Artes a serviço da criança vocacional, 14/06/1968, p. 3); atendimento psicopedagógico na educação primária (Onde nasce a esperança, 19/11/1968, p. 3); experiências de educação sanitária (A criança e a dramatização de temas de Educação Sanitária. relato de uma experiência, 15/08/1968, p. 2); audiovisuais no ensino primário (Outra escola de Taguatinga instala Núcleo Audiovisual, 22/05/1970, p. 1), dentre outras. A historiografia sobre o sistema de ensino brasiliense tem insistido no seu caráter inovador (Pereira, 2011). Pouco tem se indagado sobre o que seria essa inovação à luz da circulação de modelos pedagógicos no Brasil e, mais especificamente, no Distrito Federal, que foram apropriados (Chartier, 2002) pelos sujeitos responsáveis por materializar a proposta educacional ali encetada. Um diálogo entre as práticas escolares identificadas e esses modelos pedagógicos em circulação, certamente ajudará a perceber com mais clareza o que era inovação e o que eram ecos de culturas escolares já conhecidas pelos docentes, muitos dos quais, como vimos, vieram de várias partes do país, trazendo junto com suas malas de mudança, suas bagagens pedagógicas e, como se nota pelas notícias acima apresentadas, tendo a possibilidade de acrescentar a elas outras, na sua nova vivência docente.

Por educação especial refiro-me à educação de pessoas com deficiência – chamadas, à época, de excepcionais –, um tema ainda inexplorado na história da educação no Distrito Federal. Embora as informações localizadas sejam em um número menor se comparado a outras temas – 18 ocorrências – pode oferecer pistas para a construção de futuras interpretações. São abordados, nas páginas do DODF, aspectos como construção de um centro psicopedagógico para pessoas com deficiência (PDF vai construir centro de orientação psicopedagógica, 26/03/1968, p. 16); materiais para o ensino de estudantes cegos (CEGO, 06/08/1968, p. 2); curso para professores de crianças surdas (Professores para Surdos, 21/01/1969, p. 2); curso para professores de crianças com deficiência (Excepcionais, 02/05/1969, p. 2), apenas para citar alguns exemplos. Um estudo verticalizado dessas notícias poderá ajudar a mapear as iniciativas relativas à educação de pessoas com deficiência, produzindo narrativas históricas diversas, que englobem também a presença desse segmento da população nas experiências educacionais pretéritas e as práticas educativas para eles propostas.

O nono tema que identificou-se no DODF, por 16 vezes, é o da cultura material escolar, que nos remete ao “conjunto de artefatos materiais em circulação e uso nas escolas, mediados pela relação pedagógica, que é intrinsecamente humana, reveladora da dimensão social” (Souza; Peres, 2011, p. 56). São notícias que revelam o repertório material com o qual se queria dotar as escolas do Distrito Federal, com vistas ao seu funcionamento: fabricação de carteiras escolares (Carteiras, 31/07/1968, p. 24); Despesas com conservação de escolas (Escolas, 31/10/1968, p. 1); uniformes escolares (CEM: uniforme escolar de qualquer fabricação, 02/02/1971, p. 1); doação de instrumento musical para a Escola Parque (Doação à Escola Parque, 27/06/1969, p. 2); campanha de material escolar (MEC E Petrobrás Ajudam Escolas, 23/03/1971, p. 3); livros infantis produzidos por alunos do ensino primário (Composições Infantis, 17/09/1968, p. 2); distribuição de livros didáticos (Ciências Naturais, 25/04/1969, p. 2), para citar algumas. O processo de provimento, isto é, a presença ou ausência de determinados artefatos materiais, torna possível ou impossibilita o processo de escolarização, sendo o estudo da dimensão material da escola por meio dessas notícias, portanto, uma forma de abordagem da cultura escolar, pelo viés da “cultura empírica” (Escolano Benito, 2010, p. 14) da escolarização5.

O décimo e último tema encontrado no periódico oficial do governo do Distrito Federal, aparecendo 15 vezes, é dos jardins de infância. Uma inovação do sistema de ensino proposto por Anísio Teixeira para Brasília foi a inclusão do jardim de infância ao que ele denominava de Centros de Educação Elementar (formados, além dos jardins, pela Escola Classe e Escola Parque). Com isso, inclui no rol das preocupações educativas da nova capital a educação da infância pequena, numa época em que esta ainda era vista como privilégio de poucos. Mas, como funcionaram efetivamente os jardins de infância da nova capital? Alguns estudos já oferecem pistas de que estes foram abertos em número aquém do necessário (Pinto; Müller; Anjos, 2020), mas, os que chegaram a funcionar, desenvolveram atividades pedagógicas específicas para o público que a eles teve acesso (Barbosa, 2021), existindo neles, inclusive, o mecanismo da caixa escolar, com vistas a garantir o acesso e permanência dos mais pobres (Luz; Anjos, 2022). Em todo caso, como se nota pela data das referências aqui citadas, estamos diante de um aspecto da história da educação do Distrito Federal que emergiu recentemente na historiografia e, certamente, está ainda à espera de seus historiadores e de mais explicações. Assim, tornam-se relevantes as notícias sobre jardins de infância identificadas no DODF, na medida em que anunciam múltiplas possibilidades investigativas: práticas educativas adotadas nos jardins de infância (Festa da Primavera, 26/09/1969, p. 4); práticas cívicas (Parada Mirim, 08/09/1971, p. 1); cursos para professoras jardineiras (Curso de Emergência, 05/09/1968, p. 4); matrículas e rotinas de funcionamento de jardins de infância (Matrículas Abertas: Jardins de Infância, 13/02/1968, p. 16); visitas escolares (Homenagens, 10/09/1971, p. 1), etc. De novo, vertical ou horizontalmente, podem permitir a produção de novas questões e problematizações sobre a educação da infância pequena no Distrito Federal entre os anos de 1967 e 1971.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo teve por objetivo analisar o DODF como fonte para a história da educação no Distrito Federal, entre os anos de 1967 e 1971, apresentando algumas possibilidades de pesquisa que ele anuncia.

Em que pese o caráter oficial e governista, foram identificados no periódico dez temas ligados ao mundo da escola e da escolarização: práticas escolares do ensino primário; ensino médio; profissão docente; ensino normal; gestão do ensino; construção de escolas; circulação de modelos pedagógicos; educação especial; cultura material escolar e jardins de infância.

A predominância dos três primeiros temas, relativos, respectivamente, ao ensino primário, ensino médio e profissão docente, sugere uma preocupação maior do periódico em apresentar a seus leitores as realizações do governo do Distrito Federal nestes campos, ao mesmo tempo que provocam o historiador a verificar, mais detidamente, em que consistiram ou não tais realizações. Se eram objeto de propaganda no passado, tornam-se, no presente da pesquisa histórica, evidência não intencional das preocupações do governo com a educação numa determinada época histórica. A recorrência mais pulverizada dos demais temas, não impede, porém, que também se construam interpretações sobre eles: afinal, já superamos a fase da história serial e quantitativa de meados do século XX e sabemos que o historiador sabe fazer flecha com qualquer madeira (JULIA, 2001).

Para além das possibilidades de pesquisa já anunciadas no decorrer do artigo, a maior ou menor recorrência de determinados temas parece indicar, ainda, duas perspectivas analíticas: o estudo da história da educação tomando como fonte privilegiada o DODF, verticalizando o olhar pela inquirição de notícias específicas ou o horizontalizando pela produção de séries temáticas, que permitam ver as variações de um mesmo tema ou aspecto; ou, cruzar as informações nele colhidas com as que podem ser obtidas em outras fontes, como a imprensa periódica não oficial ou mesmo os arquivos escolares, ampliando, assim, o repertório empírico das pesquisas. Em ambos os casos, porém, fica evidente a importância do DODF como mais uma fonte a ser incorporada na escrita da história da educação no Distrito Federal.

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Endereço para correspondência:

Juarez José Tuchinski dos Anjos - SQN 214, Bloco D, Ap. 213, 70.873-040, Asa Norte, Brasília, DF. juarezdosanjos@yahoo.com.br.


1 Doutor e Mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná; Professor de História da Educação no Departamento de Teorias e Fundamentos e no Programa de Pós-Graduação em Educação, Modalidade Profissional, da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília.

2 Pesquisa financiada com recursos da Chamada Interna 02/2022 do Programa de Pós-Graduação em Educação, Modalidade Profissional, da Universidade de Brasília, a qual registro agradecimentos.

3 Tal é a diferença entre a Literatura, a Filosofia e a História: “Diferentemente dos filósofos e literatos, nós, historiadores, devemos dispor das evidências para sustentar nossos argumentos e não podemos simplesmente extraí-las de nossas cabeças. Nós as extraímos, sim, das caixas dos arquivos” (Darnton, 2000, p. 240).

4 O ensino secundário em Brasília era chamado de Educação Média, de acordo com o plano educacional de Anísio Teixeira.

5 O tema das construções escolares também se relaciona, sem dúvida, ao da cultura material escolar. Contudo, no DODF, ele comparece como uma política específica da prefeitura e depois governo do Distrito Federal, razão pela qual optou-se por classificá-lo separadamente neste estudo, o que não impede, que em análises futuras, seja articulado aos aspectos que aqui agruparam-se sob o guarda-chuva da cultura material escolar.