http://dx.doi.org/10.18593/r.v42i2.14298
Editorial
O segundo número da Roteiro de 2017 traz um conjunto de sete artigos e uma resenha. Nos artigos são discutidas distintas práticas desenvolvidas em escolas, perpassando a avaliação da aprendizagem, a gestão escolar, as parcerias público-privadas, o ensino secundário, as linguagens artísticas na educação das crianças, o ensino da norma culta da língua e a relação com a universidade. De certa forma, todos os artigos apresentam algumas encruzilhadas da educação – tema foco da resenha apresentada na sequência.
No primeiro artigo, José Camilo Santos Filho apresenta uma pesquisa relacionada à Prova Brasil na qual verificou a perspectiva de professores de sete escolas estaduais de Presidente Prudente (SP) sobre os condicionantes desfavoráveis à sua atuação e os condicionantes do desempenho de alunos na referida Prova. Constatou, entre outros fatores, que a estabilidade do professor na mesma escola apresenta relação favorável com o desempenho alto dos alunos.
No segundo manuscrito, Juliano Mota Parente traz um estudo sobre a influência dos modelos gerenciais na gestão das escolas públicas brasileiras e, mais especificamente, no trabalho de diretores de escolas públicas municipais. Identificou características do gerencialismo tanto nos modelos de gestão – que privilegiam o racionalismo e a produtividade – quanto nas concepções ideológicas – que disseminam uma postura neoliberal estimulando a privatização da educação.
O artigo em sequência também traz conclusões que indicam a tendência de privatização da educação pública. Com esse interesse, as autoras Cristiane Rêgo dos Anjos e Rosana Evangelista da Cruz discutem a expansão das parcerias público-privadas na educação e analisam parcerias estabelecidas entre a Secretaria Municipal de Educação de Teresina (PI) e as Organizações da Sociedade Civil.
O quarto artigo, de Eurize Caldas Pessanha, Wanderlice da Silva Assis e Stella Sanches de Oliveira Silva, mapeia fontes que podem se tornar base para a escrita da história do ensino secundário no Brasil, no período de 1837 a 1971. As autoras apontam alguns caminhos a respeito de como se realizaram a implantação e a expansão dessa etapa da escolarização no País no período analisado.
No quinto manuscrito, Alessandra Mara Rotta de Oliveira apresenta um estudo sobre as linguagens da arte e as crianças pequenas a partir de uma pesquisa documental de produções de dois grupos de trabalho das reuniões nacionais da Anped, referentes ao período 2007 a 2011. Considerando o recorte temporal adotado, a autora indica a ausência de trabalhos que foquem diretamente as linguagens artísticas na educação das crianças de 0 a 3 anos de idade.
O sexto artigo, de José Maria Baldino, Elaine Nicolodi e Ronaldo José dos Santos Júnior, traz uma discussão sobre o ensino da norma culta da língua nas escolas. O referencial teórico utilizado e as análises desenvolvidas levam à constatação de que, muitas vezes, o professor – no exercício de sua a autoridade pedagógica – impõe a língua oficial, tornando o ensino da norma culta da língua nas escolas uma forma de imposição legítima de uma formação homogênea.
No sétimo texto, Ortenila Sopelsa, Simaiqui Teresinha dos Santos e Regina Oneda Mello discutem acerca da articulação entre a educação superior e o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) na formação continuada de professores. Entre os achados, apontam que o movimento pedagógico do PIBID rompe os paradigmas ultrapassados da formação de professores que valorizam somente a prática ou apenas a teoria.
Para finalizar esse número da Roteiro, apresentamos a resenha de Denise Madeira de Castro e Silva e Scarlett Giovana Borges referente à obra Sobre a Educação na Encruzilhada, de autoria de Mariano Fernández-Enguita. Em seu manuscrito, as resenhistas focalizam discussões centradas em duas questões: que educação temos? Qual educação queremos? Aspectos dessa encruzilhada são explanados e refletidos pelas autoras na resenha.
Diante de mais esse número da Roteiro que se concretiza, agradecemos a todos os colaboradores que fazem possível esse trabalho. Desejamos a todos uma boa leitura, acompanhada de boas reflexões!
Nadiane Feldkercher
Marilda Schneider
Roteiro, Joaçaba, v. 42, n. 1, p. 7-8, jan./abr. 2017 | E-ISSN 2177-6059