http://dx.doi.org/10.18593/r.v42i1.13160

EDITORIAL

É com imensa satisfação que a Roteiro disponibiliza aos autores, leitores e colaboradores a primeira edição do volume 42 do periódico. Essa edição traz em destaque sete artigos e uma resenha que compõem o dossiê temático Docência Universitária, organizado pelos professores Altair Fávero e Carina Toniet, da Universidade de Passo Fundo. Acompanha esta edição, ainda, dois artigos de fluxo contínuo.

O primeiro texto do Dossiê, de autoria de Aristeo Santos Lopez, propõe uma reflexão acerca das atividades dos docentes da educação superior, que transitam entre a docência, a investigação e a difusão e geração de cultura e conhecimento. Intitulado Flashes de emancipación en la actuación docente e investigación universitaria de miembros SNI, o manuscrito aponta alguns problemas causados pelo acúmulo de atividades desses docentes.

No texto Enseñar en la universidad pública argentina: los desafíos del oficio docente en una época de transformaciones, María Paula Pierella aponta alguns desafios e transformações da docência universitária nas últimas décadas. O trabalho, desenvolvido a partir de um enfoque biográfico-narrativo, destaca os saberes específicos necessários ao ofício de ensinar na educação superior.

Na mesma direção, porém na perspectiva dos cursos de licenciatura, o manuscrito [Con/di]vergências das áreas de conhecimento na pedagogia universitária das licenciaturas, de autoria de Luana Rosalie Stahl, Greice Scremin e Silvia Maria de Aguiar Isaia, trata das influências das áreas específicas de conhecimento dos professores nos movimentos da docência universitária. Para as autoras, “as licenciaturas possuem aspectos convergentes e divergentes que evidenciam que pedagogias específicas podem se configurar com estratégias formativas próprias para a docência.”

O texto de Gionara Tauchen, João Felisberto Semedo e Catia Piccolo Devechi propõe uma discussão a partir dos estudos comparados. Por meio do texto Avaliação externa das instituições de educação superior: um estudo comparado entre Brasil e Cabo Verde, os autores discutem princípios e critérios dos processos de avaliação externa, as motivações pela implantação desses princípios e processos e suas implicações em instituições de educação superior do Brasil e de Cabo Verde.

Discutindo acerca dos processos formativos nas licenciaturas, as autoras Doris Pires Vargas Bolzan e Ana Carla Holweg Powaczuk apontam alguns desafios da formação de professores na educação superior a partir da compreensão dos processos formativos que propiciam sua dinâmica. Defendem que os trajetos formativos dos docentes possuem associação com o perfil do profissional na atuação como docente.

Reginaldo Almeida da Trindade, Renata de Mendonça Campos, Giseli Barreto da Cruz e Monique Andries Nogueira desenvolvem uma reflexão sobre os docentes de cursos da área da saúde e o papel da didática nessa formação. Evidenciam a falta de formação técnica específica para docentes que atuam na área da saúde e, ao mesmo tempo, a predominância de uma formação essencialmente técnica desses profissionais que atuam como docentes na educação superior.

Por fim, o manuscrito de Altair Alberto Fávero e Carina Tonieto trata da formação do espírito científico na docência universitária. Tomando por referência a teoria de Gaston Bachelard, discutem implicações de se repensar desafios da docência tendo como base a epistemologia bachelardiana. 

Para encerrar o Dossiê, apresentamos a resenha da obra Pressupostos teóricos e perspectivas didáticas na docência universitária, publicada pela Editora Mercado de Letras, em outubro de 2015, e que tem como organizadores os professores Altair Alberto Fávero, Carina Tonieto e Leandro Carlos Ody. A obra apresenta como resenhista o autor Evandro Consaltér.

Completam a primeira edição da Roteiro de 2017, dois textos de fluxo contínuo. O primeiro deles, de autoria de Andreia de Andrade Moraz e Roque Strieder, considera a complexidade e a transdisciplinaridade como possibilidades para o alargamento da compreensão do real. Para os autores, a transdisciplinaridade articula as polaridades e os elementos contraditórios, concorrentes e antagônicos, e a complexidade constitui oportunidade para reconhecer a emergência de diferentes níveis de realidades, seja das coisas do mundo natural, da vida e/ou das organizações humanas.

Finalizando essa edição, trazemos o manuscrito Saberes-fazeres que atravessam a educação do campo, de autoria de Isaura Isabel Conte e Marlene Ribeiro. Utilizando o recurso metodológico da pesquisa participante, as autoras destacam a necessidade de que a formação desses profissionais precisa ser pensada no contexto das necessidades das escolas do campo e dos que vivem no campo.

Desejamos a todos uma boa leitura.

Marilda Pasqual Schneider

Editor-chefe

Roteiro, Joaçaba, v. 42, n. 1, p. 7-8, jan./abr. 2017 | E-ISSN 2177-6059