LIVRE ADMI*SÃO E RISCO DE CRÉDITO EM UMA CO*-
PERATIVA D* ALTO PARANAÍBA1
Rosi*n* M**ia Lima Gonçalves*
*a*ol*na Rodrigues Bo*ges**
Ney Pa*lo Mor*ira***
Raquel Santos Soares Menezes****
Danilo A*tônio d* Matos*****
Resumo
Mudanças signific*t*vas na leg*sl*ção qu* *ispõe sobre as **operativas *e crédito
as *orna*a* mais prop*nsas ao risco ** créd*to. Em part*cul*r, a Liv*e *dmissã*
possibilitou a asso*ia*ão de um número m***r de coope*ados de todas as *tivida-
de* sociais. Par* que sejam bem adm*ni*tradas e tenham *ondições *e c*mprir
se* *apel de *ns*ituição fin*n**ira e soc*al, as cooperativ*s *e crédito *recisam
con*ecer e administra* os r*scos inerent*s à s*a a*ivid*de. Este tr*ba*h* teve o
obj*tiv* de avaliar, med*ante o uso de indicadores finan*eiros, o risco de *r*d*t*
de *ma co*per**iva de crédito da *e*ião d* Alto Paran*íba, Mina* *e*ais, no pe-
ríodo de 2004 a 2*11 e de*e*volver um* *n*lis* quanto a*s impactos ** process*
de Livr* Admissão. *tili*ou-se da pe*quisa do*ument*l em docum**tos finan-
*eiros da coope*ati*a *m análise, cálculo de *n*icador*s finan**iros e *écnicas da
estatísti*a desc**tiva. A análise dos indica*ores apo*tou que o volume das opera-
*ões de *r*dito é mai*r que os de*ósi*o* tot*is, mostrando *ue a cooperativa não
e*tá conced*ndo *r*dito à *edida que capta recu*sos. Por sua *ez, **smo com *
aumen*o das o*e*açõe* de crédito, o provi*ion*mento da cooper*tiva se manteve
________________
* D*u**ra *m Economi* Aplicada pe*a Un*versidade F*deral de Vi*osa; Professora Adjunta
da
Un*ve*si*ade Federal de Viçosa/Campus *e Rio P*ran*íba; Rodovia MG-230, Km 7, 3881*-000, Rio
Par*naí*a, MG, Caixa *ostal 22, rosiane.goncalves@ya*oo.com.br
** G**duada em Administração pela U*i**rs*dade Fed**al d* Vi*o**; crb_carol*na@hot*ail.com
*** M*stre em Admi*i*tração *ela Universidade Federa* d* V*çosa; Profes*or Assistente
U*i**r*i**de Federal de *içosa; ney.moreira@*fv.*r
da
**** D*utora em *dministr*ção pel* Universidade Federal de Minas Gerais; **ofessora Adjun*a da
Universidade Federa* d* Viçosa; r*quel.mene*e*@u*v.br
***** Graduado em Ciências Cont*beis pel* C*ntro Universitário *e Patos *e *inas; Gerente
Administra*ivo; *anilo.mato*@si*oobcredic*rpa.com.br
2*7
Rosia*e *ar** Lim* G*n**lves et *l.
ba*x*, *u se*a, fo*a* real*zada* operações *o* *ível de *isco m*nor. Em c**t*
prazo os im*actos do processo de Livr* Admissão foram pequenos, porém, no
l*ngo prazo, notou-se maior vol*me de operações dos cooperados co* a coop*ra-
tiva, exigindo uma g*stão de ri*cos *ais ef*c*ente.
*alavras-chave: Coopera**vas *e crédito. L*vre Admissão. *isco de crédito.
1 INTRODUÇÃO
O coopera**vismo de crédito n* Brasil vem crescend* nos úl*imos anos
em razão *as mudanças normativas, porém, *ua repr*sen*atividade no merca-
do b*ncário * ainda pequ*na, o que rep*esen*a um v*lume d* R$ 68,59 milhões
em opera*ões de crédito e cer*a d* 1,6% dos ativos *otais do segmento (BA*DO
CENTRAL D* BRASIL, 2010). Vá*ios autores ac*editam que as coope**tivas de
créd*to passem a re*resentar a maior parc*l* de ope*a*ões de crédito do merc*do,
tornan*o-se importantes f*cos *e **fluência.
Entre *stes a*tores, Sob*inho (20*9) destaca que durante o* úl*i*os 2*
anos o coo*erativismo no Br*si* pass*u por mudanç*s s*gnif*cativas *ua*to à legis-
lação **gente, vi**ndo à melhoria *e *tendiment* dos *oo**rados, pois o prop*s*to
das cooperativas de cr*dito é torna* mais democrá*ica a uti*ização de m*da*ida*es
de c*édito, ficand* mais a*essível à populaçã* de ba*xa *end* os serviços *inance*ros.
N*s *ooperativa* d* cr*d*to, co*o o propri*tário é ta*bém o cl*ente da
in*tituição financeira, o* recursos s*o mais ac*ssíveis, entretanto, is** não isenta a
*nstitui*ão de uma boa gestão de risco, apenas a *orna mais n*cessá**a. P*ra Baner-
jee, Be*ley e Gu***ane (19*4) e Angel*ni, Di Salvo e Ferri (*998), a *i*ponibi*i*ad*
do c*édit* e* instituições financeiras loca*s, como as coope**tivas, depende do *e-
lacioname*to e*isten** e*tre a coope*ativa e os *omadores de emp*és*imo. Assim,
as restrições de *iqu*dez pod*m ser reduzi*as não apen** quando *á uma rel*ção
pr*xima com o cooperado, mas também *or mei* *e interaçõe* de gru*o ** *o*u-
*idad* l*cal, me*horando a ca*aci*ad* *a cooperat*va em examinar e monitorar os
to*ad*re* de empréstimos, minimizando * assimetria *e informação. No entan*o,
* im*act* no custo do *ré*ito *e**a política de c*n*essão, pautada nas ca*acterísti-
cas das re*aç*e* cooper*tiv*/cooperad*, *in*a * ambíguo.
A R*s*lução do Conselho *one***** Nacion*l, CMN n. 3.106, de 25 de
junh* de 2003, permitiu a criação de cooperat**as de crédi** d* Livre A*missão,
t*an*for*a**o as co*p*rativa* *e crédito e*istentes nessa nova m*dalidade. A*-
*im, *a*sou * ser possível a ass*ciação de *uais*uer pessoas **sicas ou jur*dicas à
278
L*vre admiss*o e r*sc* d* cr*dito...
cooperati** d* crédito, desde *u* *esidam *a áre* de a*uação e*tabe**c*da em seu
Es**tuto S**ial (BANCO CENTRAL DO *RASIL, 2*10).
* que mudou *asicamente par* as coopera*ivas existe*t*s f*i a p*ssi-
bili*ade d* ampliação do **a**o socia*, agora aberto a tod*s as pe*soa* físicas e
j*rídic*s. *oi **ssív*l abranger todos os se*ore* da economia, de*d* pro*issi**ais
libera*s, prod**ores **rais, pre*t*do*e* de serviço, entre out*os. Essa mudança
s**n*fico* ma*ore* po*sibilidade* de *eg*cios.
C*m a L***e Admiss*o e a reduçã* das *estrições quanto à associação,
as cooperativa* pode* ter seu nível de risco de créd*to ampliado, uma vez qu* a
cooperativa passa a *idar com *m público mais div*rs**icado. O*t*o fato* que pod*
levar a m*io* e*p*siçã* da coope*ati*a *o ris*o de crédito é a at*vidade produt*va
pr**omin**t* na r**ião ond* s* locali*a. Como exemplo, qu*nd* a pr*du*ão ru*al
* dominante, a busca por crédito se *onc**t*a em determinad*s *eríodos d* *no,
ocasionando u*a procura sa*onal por crédit*. * como a p*od*ç*o rur*l é dota*a
d* i*certez*s, com lucros e perd*s recor**ntes, a i**dimp*ência é um g*a*de risco.
*ssas espec*ficidade* da* cooperat*vas de cr*dito * q*e *s tornam, *ais
que out*as in*tituições, propensas ao risco. *egundo Anjo* et *l. (20*0), ex*stem
risc*s comu*s a di*ersas instituições que concedem c*é*ito, no entant*, apesar
do desenv*lvime**o eco*ômico-financei*o da* coope**tivas de crédito, a*nda
*urgem q**stionament*s sobre sua *redibilidade, *e*urança e sol*dez, *e**indo
uma *reocupação em tor*o do sistem* de cr*di*o, co* ênfase nas pr*vis**s de
*rédito para dev*dores d*vido*os, ent*e **tros riscos.
A sobrevivência da cooperativ* de crédit*, princip*lmen*e com a Liv*e
*dmi*são, está c*ndicio*ad* a est**tég*as de minimi*ação *o r**co de c*é*ito. Os
mec*ni*mos para mitigar os riscos inerentes ao proce**o *e concess*o *e cré*ito
devem derivar e* resultados p*siti*o* par* * c*operativa, e, con**qu*ntemente,
**r* os *e*s cooper*dos.
*m *ual*uer s*gmento d* econo*ia as empresas devem d*senvolver
mét*dos de av*liar riscos e *eios para *inimizá-*os. No am**ente financeir*,
em p*rticular, o*de estão inserid*s as coopera*ivas d* *rédito, a gestão de riscos
assume papel significativo e **leva*te, i*so p*rque é condicionante da cont*nui-
da*e da entidade com o mercado. A naturez* das *oo*era*iva* de crédi*o gera a
necessid**e de p***ticas d* gerenciamen** de *iscos efici*ntes e de uma *nálise de
risco *ue possibilite *vitar perd*s fut*ras.
Nesse sent*do, o traba*ho s* mostra rele*ante pela i*portância das c*o-
perati*as d* crédito e pela inter*erênci* do **sc* de créd*to *m sua ativida*e, be*
279
Rosiane Maria L**a Gonçalves et al.
com* pe*a carência de estudos qu* abord*m a análi*e d* risco de crédi*o p*ra as
suas cooperativas.
Do expos*o, o tra*alh* b*scou **aliar, *e*ia*te o uso de in**cadores
financeiros, * ri*co de crédito de uma co*p*rativa de crédito da r**i*o *o Alto Pa-
r**aíba, e* Minas Gerais, n* pe*íodo de 2*04 a 2011 e d*senv*lver uma análise
acerca dos impactos do processo de Liv*e A*miss*o.
2 REF*R*NCIAL TE*RI*O
2.1 COOPERATIVAS *E CRÉDI**
Para Freitas, Ama*a* e Brag* (2008), a cooper*tiva é uma i*stitu*ção
form*da basicamente da *niã* d* pe*soas que, par* a*ingir se*s objetivos sociais,
e*onômicos e culturais, de*en*e da *oo*eração e da *juda mútu*.
Segu*do Tavares (2005, p. 28),
As *oop*rativas de crédito *ão *nstituiç*es *inanceiras que, como coope-
*ativa*, devem, essencialmente, promover o d*senvolviment* e*on*mi-
co dos seus coo*er*dos, ou sej*, da*ueles que detê* seu c**i**l, propor-
cionando-lhes cust*s adequados às s*as atividades. Objetivam promo*er
* captaçã* de recursos financeiros para as *tivida*es e*onômic** de s*us
coope*a*os, a adm*ni*tra*ão de suas p*upança* e * pr*sta*ão de serviços
de *atureza financ*ira e bancária por eles dem*n*ado*.
Portan*o, di*eren*emente d* institu*ç*es capitalistas, onde os lucros e
*es*l*ado* financeiros sã* predominant*me*t* al*eja*os, a* *oo*erativas *e cr*-
dito são instituiç*es que visam ao interess* *omum do se* quadro social. *ma
c***cteríst*ca *ssencial se refere *os usuá*ios da coop*rat*va s*re* também *eus
"p*oprietários", part*cipando dos resulta*os da co*perat*va e sendo responsáve*s
por sua administração. Dess* forma, a ef*ciência de uma coo*erativa está *ais *i-
ga*a ao *lcance dos **jetivos de seu* usuários do que à acumul*ção de resu**ado*.
Apesar d* instituiç*es *inance*ras, as c*operativas não são b*ncos, mas as-
soci*ções d* p**so*s, co* form* * natureza jurídi*a di**intas. Naves (2007) afirma
que as cooper*tivas de crédito nã* dependem de *ubsídios e*ternos, uma ve* q*e são
os pr*prio* *ssoci*d*s os qu*is promovem sua capital*z*ç** * *apta*ão de recursos.
As co*perati*as *e crédito podem ser *quip*r*das a uma instituição
fin*nc*ira. Coop*ra**vas * bancos são entidades de *nter*e*iação financeira, po-
r*m, com f*cos b*stante dist*n*os. * *tuaç*o do *anco é de caráter eminentemente
econô*ico, d*recionando o *apita* para as aplica**es *ais lucrativa*, mesmo que
280
Li*re admissão e risco de crédi*o...
des**nculadas de produção e consu*o, * que *era a r*queza do país. A atuação d*
cooperat*va é de caráter mais **cial, atend*ndo prontamente às necessidades esp*-
cíficas dos cooperados e d* sociedade em que está in*erida, otimizando a dis*ribui-
*ão e a circula*ã* d* **nda, *ode*do e deve*do atuar como agente de desenvolvi-
mento local (SI*TE*A DE COOPERATIVA DE CRÉ*IT* DO BRASIL, 2011).
2.2 RISCO NAS IN**ITUIÇÕ** **N*NCEIR*S
*onf*rme Securato (**96), o risco *stá int*mament* li*ado à probabil*-
dade de ocorrência dos e*entos *m e*tudo. Assim, a form* de dimin*i* as con*ições
de incert*za consiste na utilização das probab*lida*es. Pa*a Assa* Net* (2003), toda
a v*z que a in*er*eza associada à veri*icação de determinado ev*nto **ssa ser quan-
*ifi*ada p*r m*i* d* uma *i*tribuição de *robabilidad** dos di*ers** resultados
*revistos, *firma-se que a de*isão es*á send* tomada sob condição de risc*.
S**undo Cape*letto (*006), o ris*o é a p*o*abilidade de não obter
o
reto*no ***erado no investimen*o realizado, podendo *e* definid* como a p*ó-
pria *a**ân*ia do ret*rno. Qua*to maior a amp*itud* **sse des*io, maior será o
resu*tado exi*ido para compen*ar o ri*c* *ssumido.
Para Mor*an (199*), o *isco tem estado *resent* nas preoc*pações diá-
rias de *rganizações privadas e gov*rnamentais, as quais vêm ten*ando calculá-lo
* admini*trá-lo. D* aco*do com o autor, o* econ*m*stas arg*mentam que a pre-
ocupa*ã* com o ri*co at*al*ente é maior porq*e se tem mais a perde* e porq*e
há mais *is*onibilidade de renda p*ra gasta* na su* r*dução. Co*sider* que
*
elemento risco pode su*g*r d* diversos *ator*s, entr* eles o desconhecimento d*s
v*lores e vari*v*is im*ortant*s q*e nã* permitem realizar *rojeções precisa*.
Assaf Neto (200*) considera a anál*se de risco um d*s *ais significat*-
vos aspecto* de e*tudo do mer*ado f**anceiro, já que as decisõe* financeir*s não
s** toma*as em ambiente *e total certez* em relação a seus resultados, send*
estas decisões *undamentalmente voltadas ao futuro.
Uma inst**uiç** financeira está sujei*a a **rios *ipos de risco que po-
dem prejudicar seu desempenho. Silva Júnior (2006) *en*i*na o* seguintes:
a)
Ri*c* de Crédit*: dec*rre de uma obrigação contraída po* um
cliente, ou do direito de um c*ntrat* q*e *ão foi quit*do *or qual-
quer motivo *ela respect**a contra*a*te;
281
Rosi*ne Ma**a Lima Gonçalves et a*.
b) *isco de Liquidez: é decorr*nte *a falta de disponibilidad* fina*ceira
(q*antida*e de unidades monetárias) necessária ao cumprimento de
uma ou mais obr*gações depositant*s, bem co*o p*ra efe*u** no*os
e*préstimos e financiamentos aos c*ient*s demandad*res *e r*c*rsos;
c) Risco Operacional: fru*o da *a*ta *e con**st*ncia e adequa*ão do*
*istema* de infor*aç*o, proc*ssamento e operações, b*m **mo de
falhas nos c*ntr*les intern*s, fraudes ou qualquer tip* de *ve*to
não previsto, como ca*ástrofes, *ue torne im*róprio o exercício das
ativida*es da *nstit*içã*, resultando e* *erdas in*spe*adas;
d) Risco Le*al: decorrente d* potencial qu*stiona*ento jur**ico da
exe*ução dos contratos, p*oces*os *u*icia*s o* sentenças contrá*ias
ou a**ersa* àquela* *speradas pela i*st*tui*ão * que p*ssa* cau*ar
perdas *u pe*turbações sig*ifi*ativas que afe*em *egativamente o*
processo* operacionai* e/*u a organizaçã* da instituição;
e) Ri*co de I*agem: decorre da *ublicidade negativ*, *erdade*ra ou **o,
em relaçã* à prá*ica *a cond*ção dos neg*cio* da i*stituição, gerando
d*c*íni* na b**e de c*ie*tes, *itígio ou d*min*ição d* *eceit*;
f) Risco Sist*mico: p*de oc*r**r em razão de difi***dade* financei**s
de uma ou m*is instituições qu* provo*ue* d*nos sub*t**ciais a
ou*ras insti*uições, ou u*a ruptura na condução operac*onal
d*
normalid**e do si*te*a financeiro em ger*l.
Mui*os ge*tores financ*ir*s, por sua vez, têm di*iculdades em iden-
**ficar, mensurar e ad*inistra* estes *iscos. A me*suração dos ris*os é um
dos
proce**os que pode ass*gura* à **sti*u*ç** per*pec***as de sucesso no m*rcado,
além de garantir b** administração *os recursos e *aúde fina*ceira.
C*mo forma de a*xiliar a mensuração e con*role dos risc** envolvidos
no sistema *ancário, o Conselho Monet*rio **cional *riou uma padronizaç*o
do fluxo operacional d*s instituições *ina*ceiras, *lassificando a* o**rações
de
cr*dito conforme seu ris*o, segundo a Resolução n. 2.682, de 21 de dezembro de
19*9 (*ANCO CENTRAL DO *RASIL, 2010).
No **t*nt*, muit** vezes os riscos não po*em *er totalmente elimina-
dos, *orna*do essencia* que sej*m *dotadas medidas para reduzi-l*s d* maneira a
per*it*r *ue a organ*zação atinja ** melho* *o*ma possível s*us objetivos.
As preocupa*õ*s ac*rca do **sco das instituições financei*as l*varam *o
sur*iment*, *m *988, do Comitê de Basileia de Supervisã* B*ncária, o q*al tev*
2*2
Livre a*m*ssão e ris*o de crédito...
*omo objet*vo a solid*z e a segurança do sist*ma f****ceiro in*ernacional. N* pri-
*ei*o acordo, o risco de cré*ito fo* *ema central por ser consider*do o principal
risco ao qu** as inst*tuiçõe* *i*a*ceiras estar*am expos*as. Pos*e*io*m*nte, este
**ordo foi reform*la*o, sendo d*nominado Basileia II, tornan*o-se *ais ab*a*-
ge*te (DE MENDONÇA; GA*V*O; LOURES, 20*1).
Conforme o B**k for In*ernatio*** Settlerment* (2**4), a r**liz*ção do
Novo Acord* de *apital ocor*eu em razão dos *vanços nas práticas de adm**istra-
ç*o *e ri*co, *ecnologia e mercados bancár*os, não tendo o acordo de 1988 evol*í*o
no mesmo *itmo, passa*do as suas regr*s a serem con**deradas estáti*as por su-
perviso*es * sofi*ticadas organizações bancár*a*. Assim, o Acordo de Basileia II foi
const*uído c*m base na estru*u** do Acordo de 19*8, o*jetiv**d* manter o n*vel
agre*ado do requ*riment* *íni*o *e capital e pr*mov*r m*lhorias na adminis**a-
ção dos diversos *ipos de risco, for*alecendo a es*abilid*de *o sistema fi*ance*ro.
2.3 RISCO DE CRÉ*IT*
O primeiro passo para se defi*ir o ris*o de crédito é delimitar o seu
conceito. Usualm*nt*, de*ine-se crédito como a fonte de financiament* às pes-
soas *ísicas, **iunda principalmente em s*tu*ções de descas*m*nto d*s p*azos
de re*ebimen*o da renda de p*g*mento das **spes*s (SANTOS; FA*Á, 2007).
De fo*m* mais s*mpl*s, o crédito pode s*r entendid* como a capac*dad* que as
pessoas têm para adquirir dinheir* med*ante um compromisso de pagamento.
As operaçõ*s de crédi*o *e uma ins*i*uição fi*anceira são, p*rtanto,
uma **monstra*ã* de co*fiança no cli*nte. Constitu*m na capt*ção de recursos
em nome do ba*co e repasse deste* rec*rs*s a terceiros, levand* os banc*s a *r-
c*re* com riscos por disponibiliz*r *ré*ito. Segu*do Brito e Assaf Neto (20*8),
pa*a um* i*stituição fi*an*eira, a op*ração d* *rédito é * a*ividade de c*locar um
valor à dispo**ção de um tom*dor de recurso*, sob a f*rma *e um empréstimo ou
financi*m*nto, me*ian*e compromisso *e pa*amento em uma *ata fu**ra.
E*t***e-se, p*rta*t*, que o *rédito é a troca de *m valo* presente por
uma promessa de reembolso futu*o, não *ec*ssariamente ce*ta, em vi*tude
do
"*ato* ri*co" (SELAU, 2008).
Segund* infor*ações do Serasa (2010), a quantidade de pes*oas que
procurou crédito cresc*u 10% e* *aio de 2010 em comparação ao mês *nterior.
Com isso, o Indicador Serasa Experian da Dem*nda do Consumi*or por *réd*to al-
**3
R*sia** Maria Li*a Gonçalv*s et al.
cançou o nível 119,1 em maio de 2010, o maior valor de to*a a série hist**ica
i*iciada em jane*ro de 2007.
Entre os riscos que envo*vem o a**iente da co*pera*iva, no **édit* é que
se materializ* o grande risc* de perdas, levando a instituiç** * outras situ**ões de
risco, inclusive par*l*sação *e limite*, di*iculdade de liquidez e d* solvência.
Para Tavares (2005, p. 29), "O *isco de cr*dito *, *em dúvida, um dos
*ais importantes em qualquer tip* de institu*ção financeira. Da q*alidade de sua
g*st** resulta o suce*so ou o fracasso."
De aco*do com *rito * Assaf *eto (2008), a mensuração de *i*co de
crédito é o proce*so de quantificar a possibili*ad* de a institu*ção fin*nceira in-
correr em p*rd**, caso os fl*xo* de caixa es*erado* com as operações de crédit*
n*o s* confi*me*.
Para minimi*ar este risco, as in**itu*ç*es devem op*ar p*r técnicas d*
gestão que sejam capa*es d* tornar o mais *angív*l *ossível tal risco. Ger*lme*te,
as técnicas de gestão de cré*ito t*m p*r objeti*o a simples a*rovação ou rec*sa
*e um* operação.
S*gu*d* Duar*e Júnior e Lélis (2003), um siste*a d* ris*o dev* i*dicar
c*ndições par* que uma op*ração se*a *provada ou **cusada e expli*ar os pos-
síveis ben*fícios ou p*eju**os provenientes da decis*o tomada. **ve, portan*o,
*nd*car aos *e*tor*s as vantagens e *esvantagens associadas a cada operaç*o, pa*a
que a decisão possa se* * *ue p*ssib*lite a melhor re*a*ão *usto versus benefício.
3 PROCEDIMENTOS METOD*L*GICOS
Para a realização des*a pesquisa, t*mou-s* com* população a ser es-
tudada * unive*so fo*mado pel*s coop*rados de um* coo**rati*a de cré*i*o
d*
r*gião d* Alto *aran*íba, no Estado de Minas G**ais.
Fo* r*alizada a aná*ise de ri*co de crédit* a partir de *ma pesquisa do-
cumental, em *ue fora* lev*ntados o* docum*nt*s e relató*ios da cooperat*va.
Segundo Fachin (200*), a pes*uisa do*umental corres*onde a toda a informação
c*letada, ** form* ora*, escrita ou visua**zada. Ela consiste na coleta, cla*sific*-
ç*o, seleção difusa e utili**ção de toda a e*pécie de informações, compreendendo
també* as técnica* * os métodos que *ac**itam a sua busca e *dentificação.
*a*a a *ea**za*ão de*ta p*squ*sa fora* util**ados o Bal*n*o P*trimonial
e a D*mo*str*ção de Result*do semestrais, correspon*entes ao per*odo de *004
a 2011. Fo* r*alizad* a correção monetá*i* dos dados pelo indic*d*r IGP-M, a
*84
Livre a*missão e r*sco d* *réd*to...
*ual *e**itiu o cálculo de i*dicadores pelos s*us valores at*alizad*s, tendo com*
*eríodo-base o mês junho de 2*11.
Pa*a ava*iar o r*sco d* crédito das operaç*e* da cooperati**, foram util*-
za*os indicador*s ba*e*ndo-** nos es*udos de Gonçalves (2005) e Freitas, *maral
e Braga (*008). Go*ç*l*es (2005) analiso*, no p**ío*o de 2003 a 2005, todas as
cooperat*vas de crédito do *stado de Minas G**ais e a*resentou as *ri*cipais
perspe*tiva* de risc* de liquidez, clas*if*cando as coope*ativ** em l*quidas e *lí-
quidas *or me** do i*dicador reserv* de liquidez. Fo* *esenvolvi*o um quadro
que sintetizou a re*ação d*s i*dica*ores de sol*ênc*a, estrutura, *ustos e desp*sa,
rentabilidade * crescim*nto co* o r**co de liquidez, se*do **lica*o sobre essas
v**iáveis o mode*o logit. Por sua vez, Fre*tas, Am*ral e Bra*a (2008) anali*aram,
tamb*m por meio *e indicador*s, os i*pa*tos n* risco d* liq**dez * d* cr*dito
do pr*ces*o de conversã* de uma cooperativa de crédito rural em co*pera*iva de
crédito de Livre Admiss*o, co***derando o per*odo de 2004 a 2007. Foi percebido
no estudo um aumento nos níve*s de risco da*o pel* aber*u*a d* associação re*ul-
tante da *ivre A**issão, *em com* foi a*resentada uma preocupaçã* em re*ação
à id**tidade da cooperativ* como *gente de de*en*olvimento local e reg*onal.
Para a an*lis* de ri*co de crédito da co*p*rativa, bem como a mens*ra-
çã* dos impacto* da Livre Admi**ão, foram utilizados os ind**ado*es finance*ros
*escrito* a seguir:
a)
E*olução das ope*a*ões de c*éd*to: indica se a c*ope*at*v* te* pro-
curado *umentar s*u p*inc*pal ne*óc*o * reduzir os riscos associa-
dos à conce*tr**ão n* c*rteira de emprés*imos;
b) Evo*ução do* depósitos totais: é a razão entre depósitos d* um perío-
do pelo out*o e mensura a capac*dade de cap*a*ão d* r*cursos com o
seu **adr* so*ial *a modalidade *e de*ósitos. **so é rel**a*te, pois
os depósitos são as principias fontes de fina**iamento da* oper*ções
e c*mpostos pelos *epósitos * vi*ta, a **azo e par* investi**nto;
c) Relação depósitos tota*s/Operações de cré*ito: pode ser traduzi*o
co*o * valor de *oncessão de crédito pela capt**ã* em uma *e sua*
*rincipai* font*s de recursos: as ***ra*ões de c*éd*to. É po* meio
do equilí*rio e**re estas *uas contas que * ent**ade *o*e as*egurar
sua liquidez. Espera-se que * coo*er*ti*a conce** c**d*to confor-
me capt* recursos. Indica*o* **a*x* de um in*ica que * coopera-
tiva está c*ncedendo mai* cr*dito do que captando, o que pode
28*
Rosiane Maria Lima G*nçalves et al.
co*p*om*ter a liquide* desta. As concessõ*s e captaçõe* de rec*r-
sos mant**os em equilíbr*o *aran*em à* cooperati**s * utilização
*ficiente d* seu *a*it*l e a manut**ção das *tividad*s d* empresa.
O des*quilíbr*o en*re e*sas cont*s acarreta demanda por li*uidez,
uma v*z que as opera*õe* de créd*to, na maioria d*s veze*, não sã*
re*re*entad*s por cré**to de ráp*da liquidez;
*) Provisionamento: indic* o q*anto das *peraç*es
de c*édi*o está
com*rom*tido com in*dim*lênc*a, * que *o**ir*a a ef*c**nci* ou
não da p**ít*ca de crédito da coop*r*tiva. Qua**o maio* o prov**io-
namento, maior é o r*sco, indica*do que a ins*ituição tem rea*iza-
** operações de baixa liquidez;
e) Compr*me**mento: de forma s*melha*te ao ind*cador anter*or,
este verifica o quanto ** P*trimônio *íquido está c*mprometido
pe*os cré*itos de liquidação d*vidosa. *u*nto *aior o comprome-
timento, *aio* o ris*o financ*iro d* ins*itui*ão, visto que este *uo-
ciente repr*sent* a parcela do P*t*imô*io Líquido co*pr*metida
com créd*tos em **r**o ou de liquidação d*vidosa;
f) Evolução *a cap*ação *otal: avalia o volume de *ecur*os captados
ao longo do *empo. Se a entidad* a*resenta um* boa *ituaç*o fi-
*anceira * possível *ue possua um indic*dor de evolução das cap-
t*ções *otais estável, um* vez que a captação de *ecursos é es*e*cial
à s*a saú*e financ*ira;
g) R*ntabilidade *o patri*ônio líq*ido: é a relação do r*sult*do lí-
q*ido com o Patrimô*io Líquido. Pod* *er definida como a *enta-
bilidade do ponto *e vis*a do* proprietários, permitindo, a partir
dessa análise, verificar a rem*neraçã* que está *e*do oferecida ao
Capital *ró*rio;
h) Ca*italiz*ção: in*o*ma a rel**ão entre o val*r do patri*ô*io da co-
o*erativa e suas *brigações. Quanto maio* * ca*it*lização, melho*
* situação fina*ceira d* coo*erativ*. Uma das formas de aumenta*
a ca*ital*z*ção é *u*en*ar o patrimônio *íquido por meio de inte-
gr**iz*ção de cap*tal po* par*e dos cooperad*s ou in*egrar a* sob*as
ao *apital soci*l d* cooperat*va;
*) Reserva *e liquid*z: é uti*iza*a na gestão d* ris*o de c*r*o prazo,
constituindo-se no níve* mínimo de ativos de al*a li*uidez a ser
286
*ivre admissão e risco de cr*di*o...
mantido, compatível *om a exposição ao ri*co decorrente das *a-
*acterística* da* suas operaçõ*s e *as condições *e *er*ado.
*s **ua*ões uti*izad*s na caracterização de cada in*ic*dor são ap*es*n-
tadas no Quadro a s***i*:
*uadr* 1 - *ndicad*re* utili*ados *ara a análise ** ri*co ** cr*dito.
Indicad*res u*il*zados *ara mensurar risco d* crédito
E*olução das ope*ações de crédito (E*P) = Op. de cr*dit* do ú*timo período/Op. de crédito do
período a*terior
Evolução dos depósitos t*tais (*D*) = EDT deste pe*íodo/ED* do per*odo a*terior
Dep**itos totais versus Op*rações de créd*to (DT X OC) = *epósitos totais/Op*rações de crédito
Provision*mento (P) = P*o*i*ão para cré*ito *e liq*idação duvi*osa/Op. de c*é*ito
Comprometime*to (C) = Provisão *e créd*to de liquidaçã* duvid*sa/*a*ri*ôni* *í**ido
Evolução da *aptação total (E*T) = Capta*ões do úl*i** período/Captações perío*o anterior
Rentabilida*e do pa*ri*ônio líquido (RPL) = Resultado líquido/patrimônio líquido
C*p*talizaçã* (Cap.) = *atr*mônio *í*ui*o/Passi*o real
Reserva de liquid*z (RL) = *tivo* *íquidos/De*ósit*s to*ais
*oi utilizado:
A*ivos líquidos = Disp*n*bilidades + Aplicações inte*financeira* de liqui*e* + *ítulo* e val*res
mobiliários + Re*açõe* *nterfin***eiras
Depós*tos *otais = Depós*tos à vista + depósit*s a prazo + depósitos para i*vestimento
Captaç*o *otal = Passivo real - Patrim*nio líquido - Div*rsas
*ass*vo real = *tivo total - Rela*ões interfinanceiras - Rel**õ*s *n*erdependên*ia
Fo***: Frei*as, Amara* e Braga (*008).
4 R*SULT*DOS E *I*CUS*ÃO
N*sta seção serão definidos os fator** que podem ser geradores d* *isco
de crédito à cooperativa. Em seguida, será feita uma aná*i*e do* indicadores da
cooperativa a*tes e após o p*oces*o de Li*re **missão.
*.1 ANÁLIS* DO R*SCO *E CRÉDITO
A *ar*ir da análise d* *strutura de cré*ito e de alguns indicadores fi-
na*ceiros é p*ssível identificar al*uns p*n*** que podem ampliar o *ível de r*sco
da co*perativa *m a*álise.
28*
Rosi*ne Maria Lima Go*çalves et al.
O equilíbri* entre * volume *e o*er*ções d* créd*to em r*lação ao vo-
lume d* depósitos *o*ais mostra a saúde f**anceira, uma vez que se espera que a
coo**rat*va emprest* re**rsos à medida *ue capt*. *ssim, se a cooperativa cons*-
g** manter um *ível de op*rações de c*é*ito inferior aos depósitos, ela opera c*m
certa margem de seguran*a, man*endo est***l sua *arteira de crédito.
Para aval*ar a ca*acidade da cooperativa de prever o r*sco de crédito
e saber *e está op**ando com eficiência, * provision*me*to é um indicador que
deve ser consider*d*. *ste indi*ador re*l**e a i*adimplênc*a per*itindo à coope-
rativa prever *ossívei* pe**as * ampar*r parte do montante em circul*ção.
A capit**iz*ção, por s*a vez, represen*a o cap*ta* próprio q*e * coopera-
t*v* p*ssui para c*brir suas necessidade* *e ca*ital, diminuindo o risco *er*l desta.
O ca**t*l na* *o*pera*iva* é oriu*d* do capital próprio, por *ntermédio
*as c*t*s-partes d* cada *ssociado e d*s sobras r*tidas. O capi*al *e terceiros é re-
presentado *rincipa**ente pelo capi*a* obtido mediante os dep*sitos re**izados
pelos as*ociados e por recursos obtidos com *utras ins*ituiç**s financ*iras.
Sa*e-se q*e **anto maior a prop*rção *e ca*ita* de terceiro* e*
r*-
lação ao capital pr*prio, m**o* o nível de risco, uma vez que o capital próprio
garant* certo grau *e au*onomia finance*r* à in**it*i*ão.
A Co*perativa de Crédito do Alt* Paranaíba obteve um indicador *e
capi*alização, *a** p*la *a*ã* entre patrimônio líqui** e pa*sivo r*al, de 0,04
(*abela 1), o qu* revela *ue ape*as 4% do capital *otal da cooperativa anal*sada se
r*fere a* capital próprio.
T*bela 1 - Indica*ores u*i*izado* par* * *nálise de risc* de crédito d* Cooperati*a de Crédito analisa-
*a no perí*do de 200* a 2011
Desvio-
Indi*adores Média Máximo Mín*mo
-p*drão
Depósit* tota* versus Op*ra*õe* de *rédito
0,75
0,16
1,06
0,58
Capit*lizaçã*
0,04
0,05
0,18
*,03
Evolu*ão das opera*ões de crédi*o
1,13
0,29
1,44
0,86
Evoluç*o do depósito to*al
1,1*
0,37
2,21
0,72
*rovisioname*to
0,02
*,01
0,0*
0,01
Compro**timen*o
0,06
0,03
0,1*
0,02
Evol*çã* *a capta*ão total
*,10
0,28
1,49
*,20
Fonte: os auto**s.
288
Livre admissão * *isco de crédito...
No trabalho real*zado *or Gonç*lves (200*), as coop*ra**vas de *rédito
ilíqu*d*s d* Es**do de Minas Gerais apr*se*taram um* capital*zação méd*a
de
0,19 e a* cooperativas consideras líquidas, um ind*cador mé**o de 0,29, ou seja,
a co*pe*ativa anal*sada pos*ui um in*icad*r muito baixo. No *erí**o ana*isa*o,
a *apit**ização na cooperativ* *presentou-se comprome*ida, o que p*de de**rrer
*o fato d* * mai*r parte dos cooperados a ca**talizarem apena* uma *nic* vez
*o ato de associação, sendo essa uma da* exigência* *ara a admiss*o como **o-
p*ra**. *sse result*do i*dica que a política *e *ncentivo para maior** nív*is de
**pital*zação n* c*operativa ainda se mostra p**co e*etiva.
De maneira geral, essa baixa c**it*li*ação n*s coo*e*at**as refere-*e
a* fat* de que *s c*tas-parte* n*o são n*goci*das no mercado **nanceiro, *ssim
como s*o feitas na* empresas de c*pital a*erto, não estan*o s*jei*as à valorização
confo*me os result**os obtidos pel* **operativa. Assim, ge*almente *s coopera-
tiva* *presenta* i*d*c*dores d* c*pitali*a*ão bai*os, co*o se pode observar *a
an**ise re*lizada.
As alt*rnativas geralmente encontr*das pelas cooperativas *ar* au-
mentar a represen*ativida** do ca**tal próprio e* sua estru*ura *inance*ra são
a conve*são *as so**a* em patri*ôni* e as o*ertas de opera*ões de crédito que
incentive* a ca*ital*zação, f*zendo uma assoc*ação entr* as tax*s de juros e *
obtenção d* *ot*s-*arte*.
Assim, a co*p*rat*va an*lisada o*e*ece li*has *e crédito à sua capital*-
zação, ha*endo um financiame*to exclus*v* para a compra de c**as-p*rte*, com
taxas d* jur*s atra*ivas. A vantagem p*ra o cooperado de optar por essa *odalida-
de de fina*ciamento é a possibilidade de um novo financiame*to do *esmo va*or
para custe*o o* investimento com t*xas es*eciais.
Dada a baixa cap**aliz*ção da cooperat*va estudada, se *o*ver tam*ém
desequilíbrio *as o*erações de crédit*, tem-se u*a situação de maior risco geral.
Seg*ndo Gonçalve* (**05), os depó*ito* totais infe*iores às operações d* c**dito
sã* aceit**eis quan*o a cooper*tiva **ssu* boa capit*li**ção, ou seja, quando o
se* patr*mônio líquido tem cap*cidade p*ra aten*er à* demandas de capital, **so
*ecessário. Dessa forma, a cooperativa reduz a necessidade de fina*ciamento ex-
te*no, não se comprometend* com dívida* onerosas à inst*tui*ão.
* que é possív*l notar a partir da análise do Gráfico 1 é que som*nte em
junho de 2004 e em junho de 200* * relação depós**os t**ai*/operaç*es de crédito
se m*nt*ve fa**rá*el. A partir *isso pod* *er ob*erv*d* u*a el*va*ão no m*n-
t*n*e de op*rações de crédito e uma diminuiçã* nos depósit*s totai*, mantendo
28*
Rosiane M*ria Lima Gonçalves et al.
o ind*ca*or sempre abai*o de *m, de*o*an** maior ex*os*ção da coo*erativ* ao
risco *or oferecer c*édito al*m de suas *a*tações. Assim, *e os cooperados *ue
peg**am emprést*mos não *agarem as suas dívidas, a co*p*r*tiva pa*sa a corre*
risco de insolvênc**.
Gr*fico 1 - *vo*u*ão da relação dep*si*os tot**s/ope*aç*es de cr*dito da coop*rat**a de crédito anali-
*ada, no períod* de ju*ho d* *004 a junho d* 2011
Fon*e: *s a*tores.
As *vo*u*ões das *peraçõe* de Créd*to a* longo d* período analisado
sofreram osci*açõ*s que se jus*ific*m e* v*rtude d* n*tu*eza d*s oper*ções reali-
zadas pela cooperativa de crédito, que são essenc*a*mente *urais. A c*operativa é
*ubmetid* a períodos de safra, em que a pro**ra por c*édito é *aior, e perí***s
*e entre*safra, o que r*prese*ta que o volume *e operaçõ*s durante o andamento
*a análise *p*esentou variações, porém, *em grandes *icos, *scilando apenas de
0,86 a 1,*4, com *m de*vi* padrão de 0,29 (Tabela 1).
Em média, as operaçõe* de crédi** ev*luíram em 1,13, ou s*ja, um
a*réscimo de *3% em op*r*ções em relação ao p*ríod* anterio*. Esse *res*imento
positi** das *pe*açõ*s de cr*dito *ep*ese*ta um* busca por mecanismos **e in-
crementam o negóc*o prin*ipal *a cooperat**a, conced*r cr*d**o, com * expecta-
t*v* d* *ue est*s est**am d*luí*os em operações c*m diverso* cooper*d*s.
Já a ev*luç*o do depó*i*o total, font* *e financi*m*nt* da c*operativa
de crédito analis*d*, ma*te*e-se po*itiva ao *ong* do período de aná*ise. Em
mé*ia, ocorr*u um acréscim* de 10% (*ab*la 1), o que revela u*a postura
de
manut**ção *as operações ao longo do per*od*.
*90
Li*re admissão e risco de cré*ito...
**pera-se que, aument*ndo o volume de op*rações de créd*to, o provi-
s*oname*to da c**perativa *eva acompanhar *ssa *endência, *ois **ant* *aior o
volume de op*rações *e cr*dito, mai*r o ris*o *ssocia**. **nforme orient*ções do
B*nco C*n*ral do B**sil (20*0), as oper*ções de crédito são analisadas quanto ao r*sco
de a*ord* co* *s *ias de atraso em cad* u*a delas, ordenando as operações de crédi-
to de AA a H. A cada um desses nívei* de ri*c* é *rovisi**a*a uma por*en*ag*m *o
*alor da ope*ação. Essas proporções vão crescendo segundo o ní*el de ri*c*, ou seja,
quanto maior o ri*co, maior o pro*isi**a*ento. Assim, *aix*s taxas de pro**sion*-
m*nto revelariam q** a *o*pera*iva realiza opera*ões de *rédito de men*r ri*co.
O prov*sionam*nto pode se* calcul*do pela r*zão entre a provisão para
o cré*ito d* liquidação d*v**osa e a* operações de cré*ito, indicand* o quanto
dos créditos con*edi*os pela cooperat*va é *e r*cebimen*o impreciso, ou s*ja,
mostra *ua* o pe*centual d* ca*it*is está em atraso ou ina*imp*ente. *ssim,
qu*n*o maior o provisionamento, *aior o ri*co, *ndic*n*o que a institui*ão tem
rea*izado operaçõ*s de b*ixa liquidação e alt* risco de crédi*o.
A análise d* cooper*tiva de crédito d* Alto Pa*anaí*a mostro* um*
rela*ão confortáv** *ntre a provi*ão par* crédit*s de liquid*ção duvidosa e ope-
ra*ões d* créd**o da insti*uiçã* financeira. A cooperati*a ap*esentou u*a *édia
d* 0,01* (T*be*a 1), o qu* corresponde a ce*c* de 2% de valores pro*ision*dos no
período de 2004 a 2*11.
S*gundo Gon*alves (*005), o in*icador méd*o das coop*rativas d* cré-
dito do Es*ado de Minas Gerais, no perío*o de 2003 * 20*5 foi de 0,05. Co*parati-
vament*, os valores encontrados para a cooperativa em es*udo foram mais baixos,
send* possível constatar que a *ooperativa possui opera*ões de boa liqu*d*ção.
4.2 IMPAC*O* *O PROCESSO DE CONVERS*O PARA A L*VRE ADMISSÃO
No a*o *e 20**, a cooper*tiv* deixou d* ser somente de créd*to rural
pass*nd* a se* *ma c*o*e*a***a de Livre Adm**são, o q*e *esultou em gra*de ala-
v*ncag*m na quanti*a*e d* *o*as associ*ções e con*a* a*erta*. O Grá*ic* 2 mos-
t*a a evol*ção n* *úme*o de cadastros na c**p*ra**va no períod* de *993 * *01*.
*91
Rosiane Mari* Lima Gonçalv*s *t a*.
Gráf*co * - Evo*ução da quantid*de de *ovos c*d*s*ro* da cooperat*va entre os anos 1993 e 2010
Fo*te: o* autores.
Pode s*r not*do um aumento significativo na q*antid*de de nov*s
c*dastros realizados pe*a c*operativa em 2004. Es*e aumento, oco*rido antes da
Livre Adm*ssão, fo* r*sultado da incorpor*ção de uma peq*e*a coo*erativa
de
cré*ito rur** da re*iã*. A coopera*iv* inco*p*rad*, ap*sar de ser peque*a *m t**-
mos de es**utu**, era responsáv*l pela mo*im**tação d* um vol*me sig*ificativo
de recursos e possuía um quadro de cooperados gra*de, *sta*** local*zada em um
polo da ag*o**dúst*i* l*cal.
O pr*nci*al resul*ado dessa evolução na qua*t*d*de *e cadastro*, por
meio da incorpora**o de *m* coop*rati*a em 200* e da Li*re Admissão a partir de
200*, f*i uma no*a est*uturação a*min*str*tiv* dentro da coo*er*tiv*. Conforme *
Gráfic* 3, n*s últimos cinc* anos analisado*, a cooperativ* *ransformou o *uadro
de cooperados com um aumento de cerca de três v**es. O reflexo imediato desta
*volu*ão *oi a admis*ão de novos func*onários e um *aior montant* de recursos
para a concessão *e crédit*. Dess* forma, a análise de risc* se torna ainda **is im-
port*nte, **sando à sol**ez da cooperativa, u*a vez que o ri*co as*ocia*o às o*era-
ções aume*t*, p*is o *olu*e de operações *compa*ha a quanti*ade de cooper*dos.
Grá*ico 3 - Evolução d* quant**ade de cooperados de 1993 a **10
*92
Livr* ad*issão * risco de crédito...
Font*: os autores.
A Livre Admis*ão p*rmit* que as c*operativas de crédito po*sa* a*-
p*iar sua ação com agente de desenvolv*ment* l*cal e reg*onal, *ma vez que fa-
cilita o *cesso a* crédito, fazendo com q*e * ca**ação e a a*licação de re*ursos
ocorram em ** mesmo lugar, promo**n*o o crescimento econômico. Também
pode *esolver o p*oblema relaci*nado à sazonali*ad*, desde que h*ja maior *i-
vers*dade das *t**ida*es dos novos sócio*, vis*o que antes da Re**lução n. 3.106,
as cooperativ*s de ***dito e*a* formadas por assoc*ados v*ncula*os a um mesmo
ramo ou atividade. No entanto, apesar dos diversos benefíci** advindos da Livre
*d*issão, impa*tos negativos s*rg*m qu*nd* essas mudan*as são mal *dminis-
tr*das. Assim, é *eces*ário o acompanh*mento dos indicadores financeiros para
lo*al*zar *m quais aspectos t*is m**anç*s foram prejud*ciai* ou benéficas.
Ao *azer u*a análise de curto prazo **s ind*cador*s da coope*ativ*,
três se*estres antes e três seme**res de*ois da Livre Admissã*, tem-se u*a per*-
pectiv* imediata de impactos na estrutur* financeira da coopera*iva *nali*ada.
Antes d* Livre *dmissão, as operações *e crédito evoluí** de u* **rí-
odo para o outro, em uma proporção mé*ia igual a 36% e d*pois da Liv*e Adm*s-
são, esta proporçã* passou a *er de apena* 1*% (Tab*la 2). E*perava-se que com
a *iv*e Admi*são a cooperativa aum*ntasse * propo*çã* de ope*ações realizad*s,
*ma vez *ue o núme*o abso*uto de coopera*os se tor**u ma*or.
293
Rosiane Maria L*ma Gonçalves et a*.
Tabela 2 - C**para*ão dos i**ica*ore* financeir** antes e *pós a Liv** Admis*ão da C**perativa *e
Crédito Ana*isada no p*ríod* *e 2004 a 2006
*n*e* da Li*re A*missão Após a Livre *dmissão
Indicado*es
Jun
Dez
Jun
De*
Jun
Dez
Média
Média
2004
2004
2005
2005
2006
2*0*
Evolução das operaçõe* d*
1,41
1,23
1,44
1,36
1,14
0,97
1,25
1,12
crédito
*volu*ã* *o de*ó*i*o t*ta*
2,2*
1,09
1,67
1,66
0,72
1,10
1,10
*,9*
De*ósit* total versus Ope-
1,03
0,91
1,06
1,00
0,66
0,75
*,66
*,69
rações de crédito
Provisioname*to
0,05
0,0*
*,01
0,03
0,02
0,03
*,*1
0,02
Compr*m*timent*
0,05
0,09
0,05
*,06
0,*6
0,14
0,06
0,09
*volução *a cap**ção total
1,*1
1,33
1,*9
1,31
1,03
*,97
1,1*
1,0*
Rent*bili*ade do patr*mô-
2,06
1,5*
*,82
2,15
*,29
1,44
1,38
1,3*
nio Lí*u*do
Reserva de liquid*z
0,*7
0,62
0,7*
0,67
0,5*
0,62
0,56
0,57
Fo*t*s: os autores.
Pode **r p*r*ebido, c*nf*r*e Gráfic* 4 que considera todo o *eríodo
de análi**, q*e as **e*açõ*s de cr*dito cr**ceram, porém, em proporçõ*s diferen-
tes, *pe*ar da pequena diminuição n*tada nos i*di*adores dura*te * con*ersão
p*ra a Li*re Admissão (Tabela 2), i*dic*ndo *ue as op*raçõ*s de crédit* de ma-
**ira ge*al evol*íram p*siti*a*ente. Ampl*an*o o hori*onte te*poral de análise,
pôde-se observar qu* o *ol**e *e oper*ções de *rédito no* períodos após a Livre
Admissão é maior s* comparado a *e*í*dos *nteriore* à Livre A**issão. Dessa
forma, verifica-se q*e o result*do *sperado n*o foi imediato, mas *m l*n*o p*azo.
Gráfico * - Vo**m* Absoluto de Ope*ações dur*nte o perí*do de análise, 2004 a *0*1
294
Liv** adm*ssão e r*sco de *ré*i**...
Font*: os autores.
O valor destac**o no *ráfico 4 aponta o ano *a *iv*e Admissã*, sendo
poss*v*l observar a partir de ent*o o comp*rtamento das operações de crédito
*urant* todo o período em anális*.
E*sa e*olução nas oper*ções de crédito é e*plicada p*incipa**ente em
deco*rênc*a d* aumento do núme*o de cooperados cla*s*ficad*s como tomadores,
ou seja, *queles que t*m maior interess* e* t*mar empr**timos. Assim, * política
de concessã* de crédito de*e ad*tar nor*as concr*tas e cons*lta* a ce*t*al,
de
mo*o a *ão incidi* em grandes pe*das *ecorrentes *o r*sco de cr*d*to, *ma vez
que, c*m um número *a*a vez maior de operações d* crédi*o ta*bém a*menta
esse tipo de risc*.
*o*e ser notada a diminu*ç*o d* vo*ume de operações de c*édi*o ao
final do período de an*l*se. Segundo dado* d* Banco *entral do Brasil
(2011),
a expectativa p*ra o mer*ado *ra de que as operações d* *r**it* do Sistema Fi-
nanceiro **ciona* foss*m 1,3% mai*res q*e as r*gist*adas em ja*eiro de
2010.
No *ntanto, esse comportament* n*o foi percebido em 2*11 no volume total de
*peraçõ*s de cr*dito *a c*operati*a a*a*isada (Gráf*co *).
A *volução d* d*p*sito total, por sua vez, indicou *ma dim**uição co*
a Livre Admissão, p**s*ndo de 1,66 **r* 0,9* (Tabela 2). Isso mostra qu* ap*sar
*e um número ma*o* *e *ooperados, o* *epósit*s *otais realizados por *sses no-
vos sócios dim*nu*ra* em relaç*o a *erí*dos an*e*iores, co*side*ando o
curto
prazo, *omprome*en*o a estrutura *in*nceira *a coopera*iva.
Esp*rava-se *ue, c*m o aumento na quantidad* de cooper*dos e com a
pr*porção maior de o*eraçõe* d* *rédito *ealizadas, o v***me *bs*luto de depó-
si*os t*ta*s aumentasse em propo*ção similar, porém, em *urto prazo o ef*it* foi
contrá*io, ficando a m*dia em 0,97, ou s*ja, *ão houve evolu*ão, *as uma q**d*
de 3% (Tabela 2).
Ao se anal*sar o vol*me d* d**ósito total durante o período *e an*li-
*e, notou-se q*e apesar das oscila*ões, estes aumentar*m no longo prazo. Assim,
v*rificou-se que nos três *er*odo* após a Livre Admissão não ho*ve impacto em
termos de cresc*mento dos depósi**s, os quais somen** *oram sentidos em perío-
dos posterior*s (Gráfico 5).
295
Rosiane Maria Lima Gonç*lves et al.
Gráfic* 5 - Volume abs*lu*o de *epósitos tot*is durante o período *e análise, 2004 * *011
Fo*t*: *s autores.
A re**ç*o e**re depósito total * operações de créd*t* dim*nui*, e* mé-
di*, 31% (Tabela 2), ou seja, co* a *ivre *dm*ssã* os cooper*dos passara* a
realizar *aiores volumes de o*era*ões de créd*to em re*ação aos depó*itos *o-
*ais. Esse result*do re*ela uma política de concess*o *e crédito pouco ef*ciente,
pois a prop*rção de *aptação *** * co*cessã* *ão fo* satisf*tória. Antes *a Livre
Admissã*, co*s*deran*o o pe*í*do de cu*to praz* a*resent*do na Tab*la *, esta
*el*ção era i*ual a 10*%, ou seja, tudo * que a cooper**i*a obt*nha de depósit*s
t*t*is er* reinv**tido em ope*ações de *ré*ito.
O provisi*n*me*t* da coop*rati*a s* manteve r*lativamente **n***nte
co* a Livre A*m***ão. Houve uma pe*uena diminuiçã* do indicador, p*rém,
p*uco si*nifica*iva se ana*i*a*a em *e*mos d* *urto pra*o. Qu*ndo analisado *
*eríodo co*o um todo, pôde ser notado que logo ap*s a Livre Admissão o valor
do pro*i*ionamento para crédito *e l**uidação duvi*o*a passou por oscilação,
crescendo muito em um período, porém, d*crescendo e* o*tro (Gráfico *).
*96
Livr* admi*s** e risco de crédito...
*ráfico * - Volume abso*u*o de *rovisõe* pa*a crédito de liqu*daç*o **v*dos* ***ante o período *e
*nálise, 2004 a 201*
Fonte: os autores.
* pa*tir do *n*icador de provis*onamento é po*sí**l inferir sobre a
i*adimplência *a carteira de *rédito da coope*ativa analisada, *ois o volume d*
prov*s*oname*to realiza*o pela cooperativ* está diretame**e r*laci*nado às ope-
raçõe* de crédito que podem nã* *er liqui*adas. As*im, o nív*l de inadimplência
calcul*do pela coo*er*tiva é baixo, o que *ode d*notar duas situações: ou oc*r*eu
* **ncessã* de cr*dito para operaçõe* de *aixo risco o* a *olítica de mensuração
de r*scos foi i*ef**ie*t*.
O comprometime*t* ve*i*ica o quanto do patrimônio líquido é *om-
prometi*o pelos c**ditos de liq*ida*ão duv*dosa, i*entificando a capacidade *a
coope*at*va de cobrir as perd*s com o capital pr*prio.
Os valores encontra*os para o comprometimento ev*l*íram com a Li-
vre Adm*s*ão, *assan*o de 6 para 9% após esta. Isso *emonstra que a Coop*r*tiva
*u*entou a relaçã* de capit*l própr*o envo*v*do em operaçõe* de *i*co, vi*to que
a porcent*gem *e capital co*promet*d* aument*u. V*le *essaltar q*e * acrés*i-
*o *esse *ndic*dor im*lica *aior risco, dimi*uind* a ca*acidade *e o p*trimô-
*io lí*uid* *obrir as pe*d*s, caso não haja o pagamen*o por parte do* *omadores
*e emprésti*os.
*pesar desse au*e*to no *omp*ometimento, co*siderando *m *urto
p*azo ** tem*o antes e após a Livre Admis**o, o valor m*d*o d*ste indicad*r,
297
Rosian* Ma*i* *ima Go*çalv*s et al.
conside*ando todo o período analisa*o, 2004 a 2*11, foi de 6% (Tabela 1), indi-
cando que o *mpa*to foi apenas em cu*to pra**.
A ev**ução na captação total merece *tenç*o, uma vez que houve ex-
pr*s*iva queda d* 31 pa*a 6%, *m média a*ó* a Livre Adm*ss*o (Tab*la 2). O
*e**ltado **ediato para a cooper*tiv* pode ser o enfre*tamento de dificulda*es
para a concessão *e crédito. S*be-se *ue a *apta*ão repre*enta o* rec*rso* que a
coopera*iva a**uire *om o *uadro soc*al, c**o os depósitos à vista e * prazo, bem
c*mo o*tras f*nte* d* re*ursos de ter*eiros, das q*ais or*ginam *s recursos para
a conc*ssã* de crédito.
Pode-se notar q*e a *oope*at*va obte*e um ac*ésc*mo **ito pequeno
na captação ao *ongo d* t*d* o período em *nálise, sendo, em méd*a, de apena*
10% (Tabela 1).
* polít**a de re*erva* da coope*at*va passo* a ser m*no*, **is tant* a
rese*va de liquid*z quanto a rentabilid*de do p*trimônio lí*uido diminu*ram
com a Livre Admissão.
A expe*tat*va era de que ocor*eria um aum*nto signif*cativo do pa-
t*imônio líquid* após * Livre Ad*issão, em razão do aume*to d* quantid*de
de cooperados que, ao entrarem para * cooperativa, devem ad**ir*r c*tas-p*rtes,
ampliando o capital social.
*m curto *r*zo o patrim*nio líquido não teve grand* a*mento, porém, ao
se analisar todo o *erí*do d* referê*cia, pôde-se *otar qu* o vol**e de capital inves-
*ido pel*s associa*os com as c*t*s-p**tes aum**to* repr*sentati*amente (Gráfico 7).
Gráfi*o * - Volume *bsoluto de patrimô*io líquido durante o período de *ná*ise, 2004 a 2011
Fonte: os autore*.
298
Livre admi*são e risco d* cr*dito...
E*se acréscimo não foi decorr*nte d* pro*ess* de Livre Adm*ssão,
mas de um programa de capital*zação *mplan*ado pel* c*oper*tiva, financian-
d* com **cur*os do *anco Nacion*l d* Des*nvolvimento Econ*mico e Social
(*ND*S) as operaçõ*s de *api*alização. Portanto, ocor*eu uma *apital*z*çã* de
R$ 1.800.000,00 em 2009, ocas*onan*o *m au*en*o do vol*me ab*oluto do pa-
tri*ônio líquido.
5 CONCLUSÃO
C** a Livr* *dm*ssão n*s cooperativas de crédito há uma democr*ti-
zaç*o d* acesso da *opulação ao s*stema fi*anceiro, *e*ni*do *iferentes segm*n-
tos da **onomia loc*l e su** necessidades fi*a*ceira* *m uma mesma ins*ituição.
As*im, a* coopera*ivas de crédito podem ser const*tuídas não soment* para *ten-
d** a s*gmen**s p*ofissionais es*ecíficos, mas s* torna*do *ais uma al**rn*tiva
d* p*es*açã* de serviços financeiros, os quais, conform* os princí*ios co*per*ti-
vis*as, *evem oferece* melhore* taxas que os bancos.
O *ortalec*mento das *oop*rativas d* cr*dito de Livre Admissão, *ca-
sionado pela maior *br*ngência d* seu quadro social, reper*ute n* econo*ia lo**l,
uma vez qu* todo o resultado fin*nceir* apurado pelas coope*at**as no exerc*cio
social, de*ominado sobra* * não lucr*, pode retor*ar para os seus sócios ou ser rein-
vest*do na co*perativa. A Livre Ad*iss*o foi nor*atizada visando g*rar di*ersos
ben*fícios eco*ô*icos e s*c*ais; e**retanto, para que iss* o*orra na práti*a, é neces-
sária u*a ge*t*o qua*ificada das m*danças deco*rent*s do processo *e con*ersão
p*ra uma cooperativa de Livre Admiss*o * u* monitor*ment* d*s **vei* de r**co.
Pa*a analisa* *s impactos no ri*co de *rédito de uma *ooperativa de cré-
dito *ural do Alto Paranaí*a, Minas Ger*is, qu* passou pelo processo de m*da*ça
pa*a * *ivre Ad*is**o, f*ram utilizados neste *st*do indicado*es financeiros, os
quai* m**traram que o *esu*t*do imediato foi a *traç*o de um m*ntante m*ior
de tomad*res de crédito, a*a*r**and* v*lume* maiores de *per*ções *e créd*to e
exi*ê*cia de *m* es*rutu*a administrativa mais *ficiente.
A cap*talizaçã* da coo*erat*va, por sua v*z, não foi *me***ta e foram
n*cess*rio* m*canismos d* i**entivo, como a i*pla*tação pela coope*ativa do
programa de capitalizaçã*. O resulta** *es*as transfo*maçõe* e incentivos fo* *
aumento d* patrimô*io *íquido.
2*9
Ros*an* M*ria Li** Gonçalv*s et al.
*s *ooperat*vas, *m geral, enfre*ta* problemas co* c*p*talização de
recursos, que pode* oca*ion*r *iscos maiores no p*ocesso oper*cional. A*esar de
uma sit*a*ã* ain*a es*á*e*, sem grandes problemas *inanc**r*s *riund** *a falta
*e recursos próp**os, a cooper**iv* *e*e continuamente *nalisar **us indicad**es
para que po*sa desem*enhar melhor suas atividad*s *inanceira*.
Ao longo do p*ríodo, * cooper*t*va bus*ou por *ecani*mos que desenvo*ve-
ram d* forma po*i*i*a seu prin**p*l ne*ó*i*, * con**ssão de crédito, o q** se p*de not*r
em razão da *vo*uçã* na* *perações de crédi*o e no nível b*ixo de *omprometimento
do capital próp*io, aco**anhad* da e*olução prop*rc*onal de depósitos totais.
Ob*ervou-se que as provisõ*s for*m pe*uena* dur*nte o perí*do de
análi*e. Já as operaçõ*s d* crédito aumentaram. Isso sig*ifica *ue * cooperativa
conced*u um volume maior de crédi*o pa*a operaç*es de risco co**iderado me-
nor. De forma **ral, por i*termé*io da aná*is* dos indic**ores, pôde-se conc*uir
q** a cooperativa apres*nta baixo risco de c*édito, em dec***ência das condiçõe*
a*bientais e* que está inseri*a. Como *s operações d* crédito são reali*ad*s em
*olume maior d*rante o* *eríodos de safra, as características da co*perativa *ão
** mantêm constantes a* longo do te*po, oca*iona*do demanda *aior d* cré-
d*to em certos períodos do ano. Po*e-se *i*er, então, *ue em curto prazo a Livre
Adm*ssão ampliou o *isco de crédi*o da co*perati*a, c***iderando três semestres
após esse proces*o. No en*ant*, ao se c*nside*ar o longo pr*zo, o que se nota é
uma evolução da estrutu*a financ*ira d* cooperat*v* *nalisada, isso em vir*ude
do aumen*o significa*iv* *o v*lume ** re*ursos *ransacionad*s pela in*tituição.
*s resul*ados encontrados mo*tram que * c*operativa a*ali*a*a administrou efi-
cient**ent* as mudanças d*co*r*ntes do processo de Livre A*missã*, adotando
medida* *ue permiti*am manter *s fin*nças em *quilíbrio.
Este t*abalho teve como limitação principal * *ão dis*onibilidade d*s
dados cadastr**s *inanceiros dos cooperados que permi*isse* uma análise mai*
ap*of*nd*da do risco d* crédito *a i**tituição, mediante t**ni*a *e Cre*it Sco-
ring, ficando, portanto, *o*o sug*stão p*ra trabalh*s futur*s.
N*tas expli*ativas:
1 Este trabalho c*nto* com o apoio financeiro da Funda*ã* de Apoio à Pesquisa *o Est*do d* M*nas
*erais, (Fapemig).
300
Livre *dm*ssão * risco *e créd*to...
F*ee *dmiss**n *nd c*edit risk in a cred*t un*on in Alto P*ranaí*a
Abst*act
Significant changes in the legi*lati*n th** regula*es credit unio*s made the* more *rone to credit
ri*k. In *articular, Free **mission all*wed the a*sociation of a larger number of memb**s related
to all so*ial activ*ties. In order to be wel* ma*aged and a*le to pl*y suc**ssfully the*r role *s social
and fi*an*i** insti*uti*n, credit u*i**s must under***nd and ma*age the ri*ks inherent to their
activity. This study aims to *valuate, through the use of fina**ial *nd*cators, the cr*dit risk of a
credit union located in Alto P*ranaíba, Minas Gerais, for th* period between 2*04 and 2011,
and analyze the impact of the *ree Admi*sion p*ocess. It w*s **r*ied out a *oc*ment*ry res*arch
o* f*nan*ial doc*ments of the credit uni*n under ana*y*is, besides calcula*ion *f financia* indi-
cato*s and de*criptiv* statistic*l method*. Th* an*l*si* of the ind*cators sh*wed t*a* the vol*me
o* cred*t operati**s is grea*er than th* total deposits. It demonstrates *hat the cred*t uni*n is not
g*anting credit as it rai*es **nds. In t*rn, ev*n with i*creased numbe* of credit *peration*, the
provisi*ning of the cre*it *nion remain*d low, i.e., *peratio** wit* lower ri*k le*el were carried
*ut. *n th* sho**-*e**, the impa*ts *f the Free Admission pro*es* were not si*nificant, but, in the
long *un, increa*ed volume of *perations of between the union *e*b*r* *nd the credit union
could *e obse*ved, which r*quires a more e*ficie*t risk *ana*emen*.
Keywords: Credit *nion. Free Admission. Credit risk.
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