CUSTOS E ECONOMIAS DE ESCALA EM UM JOGO DE
EMPRESAS
Roberto Portes Ribeiro*
Antonio Carlos Aidar Sauaia**
Nuno Manoel Martins Dias Fouto***
Resumo
No contexto do jogo de empresas ocorrem dificuldades em programar o nível de produção, dadas as restrições e oportunidades de economias de escala. En- tender o comportamento dos custos em decorrência da quantidade produzida e da utilização da capacidade fabril pode ter impacto significativo na tomada de decisão. Portanto, este estudo objetivou analisar o comportamento dos custos na perspectiva de economias de escala em relação à eficiência operacional em um jogo de empresas. Esta pesquisa descritiva, quantitativa e documental visou gerar conhecimento prático à solução de um problema, considerando os custos de 14 empresas que operaram de maneira competitiva em 16 trimestres de um jogo de empresas. A análise de regressão polinomial de terceiro grau foi utilizada para estabelecer a relação entre custo médio e eficiência operacional. O estudo dos custos no curto prazo demonstrou a tendência de decréscimo do custo médio em razão do aumento do volume de produção no jogo de empresas. No longo prazo,
*Mestre em Engenharia de Produção; Doutorando em Administração pela Universidade de São Paulo; Professor no Departamento de Administração da Universidade Federal de Santa Maria; Engenheiro Mecânico; Administrador; Avenida Independência, 3751,
**Professor associado no departamento de Administração e
***Doutor e Mestre em Administração pela Universidade de São Paulo; Engenheiro Aeronáutico pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica; Coordenador adjunto da Fundação Instituto de Administração
– Provar; Professor da área de economia na Universidade de São Paulo; nfouto@usp.br
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este estudo reforça a literatura no sentido de que o aproveitamento das economias de escala contribui para o desempenho operacional da empresa.
1 INTRODUÇÃO
O cenário competitivo atual tem direcionado as empresas a examina- rem e aperfeiçoarem, constantemente, seus mecanismos de produção e custeio, com o objetivo de gerar eficiência com redução de custos. De acordo com Hansen, Mowen e Guan (2009), o ambiente econômico atual criou a necessidade de uma reestruturação da gestão de custos e, nessa direção, os gestores vêm utilizando téc- nicas matemáticas e estatísticas que auxiliem o processo de gestão. Estudos como o de Bayón et al. (2012) demonstram como essas ferramentas, especificamente as técnicas de programação matemática, podem auxiliar a tomada de decisão com o objetivo de melhorar o resultado da empresa, por meio da minimização dos cus- tos. Assim, a gestão de custos com o uso de ferramentas matemáticas representa uma questão vital para as empresas.
As quantidades de bens e/ou serviços produzidos por uma empresa ge- ralmente diferem de acordo com o setor em que está inserida e consideram as eco- nomias de escala, que não afetam somente o tamanho das empresas e a estrutura dos mercados, mas também podem ser o cerne de muitas questões estratégicas. Conforme Besanko et al. (2011), essas economias são fundamentais para as estra- tégias de fusão e diversificação e ainda envolvem as estratégias de entradas e de atribuição de preços, fundamentais também para compreender o que os autores denominam “adaptação estratégica”, uma ferramenta para garantir vantagem sus- tentável no longo prazo. Desse modo,
De acordo com as investigações de Bloom e Reenen (2010), os países podem melhorar as práticas de gestão e agregar produtividade, pela promoção de fatores que aumentam a qualidade de gerenciamento em cada empresa me- diante uma melhor educação empresarial. A busca de educação gerencial conti- nuada recai sobre uma característica importante no processo de aprendizagem, que é aprender por intermédio da experiência prática. Como alternativa para o aproveitamento da aprendizagem pela prática, sem incorrer nos riscos que esta pode acarretar, existe a possibilidade de se utilizarem ambiente que possibilite
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Custos e economias de escala...
aos envolvidos agirem de modo semelhante à vida real. No que se refere à apren- dizagem empresarial, esse ambiente é conhecido como jogo de empresas, o qual faz parte do tripé conceitual que caracteriza o método chamado de Laboratório de Gestão concebido por Sauaia (2010), formado por simulador, jogo de empresas e pesquisa aplicada. Segundo o autor, o Laboratório de Gestão é um ambiente de prática conceitual das teorias de Administração, Contabilidade e Economia, onde se promove a aprendizagem vivencial segundo o modelo de Kolb (1984) com sig- nificados, em que o aprender fazendo é um elemento essencial.
No contexto do jogo de empresas ocorrem dificuldades em programar o ní- vel de produção, dadas as restrições referentes aos custos, regimes de operação, capa- cidade fabril e as oportunidades de economias de escala, nas quais se espera que para as quantidades maiores de produção o custo médio unitário seja menor. No entanto, a redução pode ser observada até que a empresa atinja determinado nível de produção quando o crescimento desta é superior ao crescimento dos custos; a partir de então, eles passam a ter um crescimento superior ao crescimento da produção, caracteri- zando deseconomias de escala. Dado esse problema, entender o comportamento dos custos em decorrência da quantidade produzida e da utilização da capacidade fabril pode ter impacto significativo na tomada de decisão. Portanto, este estudo objetivou analisar o comportamento dos custos na perspectiva de economias e deseconomias de escala em relação à eficiência operacional em um jogo de empresas.
Para alcançar esse objetivo, esta pesquisa foi distribuída em seis seções, sendo esta introdutória. A próxima seção trata de uma revisão bibliográfica acer- ca dos temas Custos, Economia de Escala e Jogos de Empresas. A terceira seção apresenta os aspectos metodológicos da pesquisa, e a quarta aborda a análise dos custos no curto prazo (trimestre inicial) e o custo médio em decorrência da efi- ciência operacional no transcorrer do jogo de empresas. A quinta seção explora a discussão dos resultados e, por fim,
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CUSTOS
A relação entre os custos e o nível de produção pode ser retratada nas curvas de custos, evidenciando a variação do custo total com as quantidades pro-
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duzidas. A curva de custo total de curto prazo mostra as combinações de custo total em determinada quantidade produzida, dada a tecnologia empregada na produção. Por meio da análise da curva de custo total de curto prazo, é possível escolher a combinação ótima de produção, ou seja, a que minimiza os custos. Besanko e Braeutigam (2008) afirmam que a curva de custo de curto prazo mos- tra o custo total de produção de “q” unidades de produto, quando a quantidade utilizada de pelo menos um insumo é constante e igual à soma da curva de custo variável total e da curva de custo fixo total.
McGuigan, Moyer e Harris (2011), ao examinarem as funções de custos no curto prazo, classificam os custos em fixos e variáveis. De acordo com os autores, os custos fixos permanecem inalterados no curto prazo, sendo incorridos indepen- dentemente da quantidade de produto a ser fabricada durante o período, enquanto os custos variáveis compreendem os custos dos insumos variáveis do processo pro- dutivo, embora estes custos possam não variar em proporção direta à quantidade de produto fabricada; eles aumentam ou diminuem de algum modo em resposta a um aumento ou redução na quantidade fabricada.
Pindyck e Rubinfeld (2010) realizam a distinção entre custo médio e cus- to marginal. O custo marginal representa o custo ocasionado pela produção de uma unidade adicional de produto e o custo médio é o custo por unidade de produto, ou seja, é dado pela divisão do custo total pelo nível de produção. Esses autores demonstram que quando o custo marginal for inferior ao custo médio, a curva de custo médio apresenta declínio e quando o custo marginal estiver acima do custo médio, a curva de custo médio apresenta elevação. Assim, na faixa em que o custo marginal estiver abaixo da curva de custo médio, cada unidade adicional de produ- to faz com que exista redução do custo médio até o ponto mínimo, a partir do qual a produção de uma unidade extra de produto aumenta o custo médio.
A análise das curvas de custos auxilia as empresas no problema de mi- nimização dos custos totais de produção. No longo prazo, a empresa tem a flexibi- lidade de variar a quantidade de capital de maneira que possa reduzir seus custos
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Custos e economias de escala...
ou mesmo tomar decisões de expansão. Nicholson e Snyder (2008) afirmam que a curva de custo total de longo prazo mostra como o custo total varia com a produ- ção,
A determinação de como o custo varia em relação às quantidades de in- sumos aplicados na produção e o nível de produção são obtidos pela função custo segundo Pindyck e Rubinfeld (2010). Dessa forma, estimar a função de custo é encontrar uma relação entre as variáveis e poder
2.2 ECONOMIA DE ESCALA
Slack, Chambers e Johnston (2008) relacionam o conceito de economia de escala a um nível ótimo operacional para um dado tamanho fabril. À medida que o volume aumenta, o custo unitário médio diminui até atingir o melhor nível operacional. Se este nível for ultrapassado, ocorre a deseconomia de escala. A economia de escala pode explicar porque algumas empresas são mais lucrativas do que outras. Por meio da economia de escala é possível maximizar os lucros à medida que a quantidade produzida aumenta. Bayón et al. (2012) demonstram como a técnica de programação matemática côncava quadrática via convolução infimal pode auxiliar a tomada de decisão com o objetivo de maximizar o lucro, por meio da minimização dos custos.
Existem processos mais produtivos em grande escala do que em peque- nas quantidades por proporcionarem reduções nos custos médios de produção, em decorrência dos volumes produzidos não aumentarem os custos fixos. Isso
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pode ser observado quando todos os insumos são duplicados e o custo aumenta em proporção menor que os insumos. Conforme Kreps (2004), a economia de escala ocorre quando o custo médio diminui à medida que a produção aumenta; em sentido oposto ocorre a deseconomia de escala.
Muitos estudos das indústrias de água e esgoto atribuem importância significativa aos benefícios da economia de escala e como esta se relaciona com as empresas verticalmente integradas. Pollitt e Steer (2012) discutem os
Em grandes indústrias, os custos unitários são relativamente baixos em produção de grandes quantidades. Assim, as empresas que conseguirem um aumento no volume de produção sem aumentarem os seus custos fixos obtêm ganhos de economia de escala que não ocorreriam em baixos níveis de produ- ção. Johnston e Ozment (2013) investigaram as economias de escala mediante os modelos translog e
Conforme Pindyck e Rubinfeld (2010), os principais motivos para a ocorrência da economia de escala são: a especialização dos funcionários nas ati- vidades em que são mais produtivos; a flexibilidade, ou seja, ao dosar a combina- ção dos insumos utilizados na produção, os gestores podem organizar o processo produtivo de maneira mais eficaz; e o poder de barganha na compra de insumos em grande quantidade. Em sentido contrário, os autores apontam os principais fatores de deseconomia de escala como: a dificuldade dos funcionários em reali- zar um trabalho eficaz por causa de fatores como espaço e maquinaria; o aumento de tarefas que pode tornar a gestão de uma empresa mais complexa e ineficiente; e a vantagem de comprar grandes quantidades pode desaparecer quando certo limite for atingido, ou seja, em determinado ponto, a oferta de insumos essenciais pode se tornar restrita.
As empresas podem obter crescimento nos custos médios e consequen- te deseconomia de escala caso se deparem com limitações de capacidade ou en- contrem problemas burocráticos e de agência (BESANKO et al., 2011). Corrêa
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Custos e economias de escala...
e Corrêa (2009) esclarecem que o mau uso de um plano de produção pode des- considerar economias de escala, afetando a promessa de datas e quantidades de produtos aos clientes, a gestão de estoques e a gestão da capacidade. Conforme Moreira (2009), o principal desafio da produção é combinar recursos produtivos para atender à demanda com custo mínimo. Diversos estudos apontaram alterna- tivas de longo prazo, como o planejamento da capacidade, e de curto prazo, como a programação de produção para enfrentar este desafio. Desde a década de 1950, o planejamento da produção tem recebido atenção de diversos estudiosos, e mode- los que consideram economia de escala têm sido desenvolvidos.
2.3 JOGOS DE EMPRESAS
O poder educacional e a evolução mundial dos jogos de empresas du- rante os últimos 40 anos podem ser acompanhados em Faria et al. (2009). Nos estudos de Bloom e Reenen (2010)
As mudanças no âmbito educacional impostas pela evolução da socie- dade são destacadas por Severino (2007), em que o conhecimento deve ser cons- truído pela experiência ativa do estudante e não mais assimilado passivamente. Nesse contexto, considerando as recentes reflexões a respeito da qualidade no en- sino superior de Administração realizadas por Lourenço (2013), aparecem os jo- gos de empresas como alternativa às aulas tradicionais expositivas. Sauaia (1995) abordou os jogos de empresas como um recurso que pode contribuir expressi- vamente para o avanço da educação gerencial, se bem explorado e por combinar aprendizagem com satisfação. Summers (2004) afirmou que o uso de novas tec- nologias transformou e impulsionou o processo de criação e elaboração de novos jogos de empresas, à medida que situações até então consideradas pontos fracos quanto à utilização de jogos de empresas estão sendo superadas. Tao, Cheng e Sun (2009) reforçam a importância dos jogos de empresas quanto aos aspectos motivacionais dos estudantes.
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Sob a perspectiva dos jogos de empresas, Sauaia (2010) cunhou um mé- todo ativo denominado Laboratório de Gestão apoiado em três pilares conceitu- ais: simulador organizacional, jogo de empresas e pesquisa aplicada, que permiti- ram inovar a condução dos jogos de empresas. O Laboratório de Gestão adota um simulador organizacional geral parametrizável constituído por um conjunto de regras econômicas a serem praticadas para exercitar teorias, conceitos e técnicas, cuja complexidade pode ser dimensionada pelo educador. A operacionalização e dinamização do simulador apoia o jogo de empresas, um processo de tomada de decisão sob incerteza, no qual a análise de resultados permite estabelecer relações de causa e efeito. Os resultados produzidos nesse ambiente de aprendizagem di- nâmico são objeto de pesquisas
Os temas Economia de Escala e Eficiência Operacional foram aborda- dos em pesquisas elaboradas por estudantes de graduação no âmbito do Labora- tório de Gestão, embora o modelo de simulador adotado seja simplificado, pois conforme Sauaia (2010), quando o objetivo principal é a aprendizagem, o jogo de empresas necessita de um modelo econômico simples, claro e objetivo. Na
Um dos primeiros estudos que tratam especificamente de custos em jogos de empresas foi realizado por Goosen (1991), cujo foco se voltou para ques- tões que tratam da modelagem de custos fixos, e como esses custos mudam ao longo do tempo, por meio do desenvolvimento de um algoritmo que modelou um comportamento mais realista do custo fixo. A modelagem de custos em jo- gos de empresas foi referenciada no levantamento de Gold e Pray (2001), que apresentam uma revisão histórica de 25 anos de desenvolvimento de algoritmos para simulações de negócios computadorizados, nos quais avaliaram assuntos de distintas áreas de negócios como Marketing, Contabilidade, Economia, Finanças, Gestão de Pessoas e Operações. Como contribuição, esses autores sistematizaram questões futuras que modeladores de jogos de empresas deveriam considerar.
Gold (2005) testou um modelo de simulador utilizando vários algorit- mos de demanda, produção, custos, etc., que foram desenvolvidos em estudos anteriores e representam o campo de estudo dos simuladores de jogos de em-
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Custos e economias de escala...
presas. O objetivo foi mostrar a articulação e a interação entre os componentes e subsistemas desenvolvidos anteriormente e confirmar que eles operam de forma consistente teoricamente. As funções de custo e produção para jogos de empresas originalmente concebidas por Gold (1992) foram testadas e se verificou que a fun- ção de custo possui as propriedades desejadas de aumento e diminuição de retor- nos dos fatores de produção, economias e deseconomias de escala, e mantém uma relação consistente entre os volumes de produção e custos; esses custos variáveis e fixos são identificáveis, com custos variáveis dependentes do nível de produção, o que indica a adequação dos simuladores de jogos de empresas à teoria econômica.
3 MÉTODO DE PESQUISA
Esta pesquisa visou gerar conhecimento prático à solução de um pro- blema específico na área Econômica Aplicada à Administração em Jogos de Empresas. Do ponto de vista dos objetivos, o estudo pode ser classificado como descritivo. No que se refere à natureza dos dados, a pesquisa pode ser conside- rada quantitativa. Do ponto de vista dos procedimentos técnicos e das fontes de informação,
Quadro 1 – Tipos de pesquisa
Objetivos |
Procedimentos |
Fontes de informação |
Natureza dos dados |
|
|
|
|
Exploratória |
Experimento |
Campo |
Quantitativa |
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|
Descritiva |
Levantamento |
Laboratório |
Qualitativa |
|
|
|
|
Experimental |
Estudo de caso |
Bibliográfica |
|
|
|
|
|
Explicativa |
Bibliográfica |
Documental |
|
|
|
|
|
|
Documental |
|
|
|
|
|
|
|
Participativa |
|
|
Fonte: Gonçalves (2007, p. 66).
A partir dos dados secundários da revisão de literatura acerca dos te- mas Custos, Economia de Escala e Jogos de Empresas,
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rial, especificamente o Simulab (www.simulab.com.br), usado como plataforma de aprendizagem e prática de competências gerenciais. Os dados primários das empresas foram coletados nas aulas da disciplina EAD673 – Laboratório de Ges- tão II do Curso de graduação em Administração de uma universidade pública do estado de São Paulo, no segundo semestre de 2012.
O jogo de empresas ocorreu em uma condição em que sete empresas produziam e comercializavam o mesmo produto tecnológico em um mercado, formando um oligopólio em cada uma das turmas nos períodos matutino e notur- no, totalizando 14 empresas que operavam em duas indústrias que concorriam em busca de desempenho superior mensurado pela Taxa Interna de Retorno (TIR) que representava um percentual da nota na disciplina. Os estudantes dirigiram as empresas durante 16 trimestres que representaram quatro anos de operações; as decisões foram tomadas em grupos que geralmente possuíam seis diretores que representam seis áreas funcionais: Presidência, Planejamento, Gestão de Pesso- as, Marketing, Finanças e Produção. As decisões eram processadas e produziam em ciclos trimestrais demonstrativos das operações e demonstrativos financeiros (demonstrativo de lucros e perdas, demonstrativo do fluxo de caixa e balanço patrimonial), que eram utilizados pelos diretores das empresas.
A escolha pela análise dos dados gerados na disciplina EAD673 – Labo- ratório de Gestão II foi em decorrência do fato de os estudantes que participaram dessa disciplina terem cursado a disciplina EAD672 – Laboratório de Gestão I como
Nesta pesquisa de natureza quantitativa, foram analisados dados de custos e regimes de operação disponíveis em Sauaia (2010) referentes ao trimes- tre inicial do jogo de empresas. Estes dados foram manipulados e analisados com o apoio do software Microsoft Excel®, versão 2007, bem como os dados coletados das empresas que foram agrupados de acordo com a sua natureza, em ordem cro- nológica, em uma série trimestral no período analisado de 16 trimestres para o conjunto de 14 empresas pesquisadas, organizados em tabelas e gráficos.
Para estabelecer a relação entre o custo médio de produção e a eficiên- cia operacional de utilização da capacidade fabril foi aplicada a análise de regres- são polinomial de terceiro grau, utilizando o software estatístico Minitab, versão 16, pelo método dos mínimos quadrados que segundo Gujarati (2006) consiste em
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determinar a curva de melhor ajuste minimizando a soma dos erros. Foram apli- cados os testes
O relatório final deste estudo seguiu a estrutura da Monografia Racio- nal elaborada por Sauaia (1996), adaptada para o ambiente eletrônico em Mono- grafia Racional Eletrônica Sauaia (2009) e utilizada nas pesquisas aplicadas do Laboratório de Gestão em Sauaia (2010),
4 RESULTADOS
4.1 ANÁLISE DOS CUSTOS NO CURTO PRAZO
A utilização do modelo dois de operações no jogo de empresas vivencia- do na disciplina EAD673 – Laboratório de Gestão II contribuiu para os gestores questionarem quantos produtos deveriam ser fabricados e em quantos turnos de operação. No entanto, para responder a essas indagações, algumas restrições se im- puseram e foram relacionadas aos recursos limitados da empresa (custos de produ- ção) e às capacidades de produção em cada um dos três turnos em horas normais com a possibilidade de uso de hora extra no primeiro e no segundo turnos.
No modelo um do simulador que apoia o jogo de empresas, as possibilidades de produção se restringiam à produção no primeiro turno em horas normais ou horas extras; a produção em horas normais usava até 99,9% da capacidade e a produção em horas extras utilizava de 100 a 150% da capacidade. Entretanto, no modelo dois ativado mediante anúncio de novas políticas, as possibilidades de produção aumentavam e as capacidades máximas eram determinadas da seguinte maneira: a produção em horas nor- mais no primeiro turno poderia atingir até 99,9% da capacidade e a produção em horas extras no primeiro turno poderia atingir até 134,9% da capacidade, no segundo turno com operação em horas normais a capacidade máxima era de 199,9% da capacidade; instalada já a operação em horas extras poderia alcançar até 249,9% da capacidade instalada; en- quanto a produção no terceiro turno utilizava até 300% da capacidade instalada da fábrica.
Os custos foram contabilizados no trimestre inicial, no qual a condição era igual para qualquer empresa de ambas as indústrias. Os custos variáveis de produção descritos na
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Tabela1totalizaram$1.204.658eoscustosfixostambémdetalhadosnaTabela1perfizeram umtotalde$1.283.67,compondoumcustototalnotrimestreinicialnovalorde$2.488.329.
Tabela 1 – Custos no trimestre inicial
Custos |
Valor em $ |
Total em $ |
|
|
|
Custos variáveis |
|
1.204.658 |
Mão de obra direta (1,4349) |
573.983 |
|
630.675 |
|
|
Custos fixos |
|
1.283.671 |
Administração |
278.000 |
|
Depreciação |
200.000 |
|
Custo estocagem produto acabado |
25.500 |
|
Custo estocagem |
41.534 |
|
Custo de pedido |
50.000 |
|
Custo de mudança de turno |
0 |
|
Desp. investimento equipamento |
25.000 |
|
Despesas financeiras |
0 |
|
Despesas gerais |
82.000 |
|
Marketing |
240.000 |
|
P&D |
150.000 |
|
Manutenção |
75.000 |
|
Diminuição do estoque PA |
116.637 |
|
Custo total |
|
2.488.329 |
|
|
|
Fonte: Sauaia (2010, p. 57). |
|
|
O custo total foi dividido em dois componentes: custos variáveis e custos fixos; considerando o curto prazo, um trimestre de operações. Os custos variáveis de produção considerados no modelo econômico do simulador envol- veram os custos de mão de obra direta e os custos de
Apurados os custos no trimestre inicial que operou com produção nor- mal no primeiro turno, a próxima etapa da pesquisa considerou os custos adi- cionais de operação no primeiro turno em horas extras, no segundo turno com
Custos e economias de escala...
operação em horas normais e em horas extras e, no terceiro turno, para avaliar as mudanças nos custos em razão da troca de regime de operação. Quanto aos custos variáveis, o custo da mão de obra direta sofre alteração quando se usam horas ex- tras, no valor adicional de 50% do valor unitário da mão de obra extraordinária. No que se refere aos custos fixos, o custo de mudança de turnos no valor de $ 100.000 incide se houver ativação de turnos (seleção, contratação e treinamento) ou desativação de turnos (rescisão contratual, férias e 13º salário), e o custo indi- reto de administração sofre modificação conforme o turno de operação estabele- cido e o regime de trabalho em horas normais ou horas extras.
Tabela 2 – Custos adicionais incorridos na troca de regime de produção no trimestre inicial
Regime de operação |
Mudança de |
Indireto adminis- |
Mão de obra direta |
|
turno ($) |
tração ($) |
|||
|
|
|||
|
|
|
|
|
Produção primeiro turno hora extra |
|
25.000 |
adição 50% custo HE |
|
Produção segundo turno |
100.000 |
100.000 |
|
|
Produção segundo turno hora extra |
|
20.000 |
adição 50% custo HE |
|
Produção terceiro turno |
100.000 |
105.000 |
|
|
|
|
|
|
|
Fonte: Sauaia (2010, p. |
|
|
|
A partir dos custos fixos e variáveis iniciais e dos custos adicionais de cada regime de operação no trimestre inicial apresentados na Tabela 2, calcu-
A elaboração da curva de custo médio no trimestre inicial evidenciou o volume de produção com menor custo no trimestre inicial, isto é, o volume máximo de produção no terceiro turno de operação, o que demonstrou que a curva apresenta uma tendência geral de decréscimo do custo médio em razão do aumento do volume de produção, o que evidenciou economias de escala; no entanto, quando se ativar um novo regime de operação ocorre elevação do custo médio na produção das unidades iniciais. Conforme se pode observar no Gráfico 1, existem cinco segmentos da curva que representam os regimes de operação em
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horas normais (três turnos) e em horas extras no primeiro e no segundo turnos que apresentaram descontinuidade.
Todos os regimes de produção proporcionam redução do custo médio à medida que a produção cresce até o limite máximo de produção de cada regime de operação, proporcionando economias de escala até esses pontos. No entanto,
Gráfico 1 – Curva de custo médio no curto prazo (trimestre inicial)
Fonte: os autores.
Tabela 3 – Custos dos volumes máximos de produção dos regimes de produção no trimestre inicial
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Regime de ope- |
|
Custo variável |
Vol. produção |
Custo |
Custo |
|
Custo fixo ($) |
médio |
|||||
ração |
unitário |
(unid.) |
total ($) |
|||
|
($) |
|||||
|
|
|
|
|
||
Produção primeiro |
1.283.671 |
3,01 |
415.000 |
2.533.485 |
6,10 |
|
turno |
||||||
|
|
|
|
|
||
Produção primeiro |
1.308.671 |
3,01 – 3,73 |
560.250 |
3.100.130 |
5,53 |
|
turno hora extra |
||||||
|
|
|
|
|
||
Produção segundo |
1.508.671 |
3,01 |
830.000 |
4.008.299 |
4,83 |
|
turno |
||||||
|
|
|
|
|
||
Produção segundo |
1.528.671 |
3,01 – 3,73 |
1.037.500 |
4.802.077 |
4,63 |
|
turno hora extra |
||||||
|
|
|
|
|
||
Produção terceiro |
1.733.671 |
3,01 |
1.245.000 |
5.483.113 |
4,40 |
|
turno |
||||||
|
|
|
|
|
Fonte: os autores.
4.2 ANÁLISE DOS CUSTOS NO LONGO PRAZO
As 14 empresas que operaram em duas indústrias durante 16 trimes- tres foram analisadas quanto aos custos de produção e à eficiência operacional de utilização da capacidade fabril. A Tabela 4 apresenta a média de 16 trimestres do custo variável unitário, fixo, total e médio das 14 empresas, em que se observou que o custo variável unitário apresentou valores abaixo do valor inicial de $ 3,01 em todas as empresas e os custos fixo, total e médio sofreram elevação em relação aos valores do trimestre inicial nas 14 empresas analisadas.
Tabela 4 – Custos das empresas (média referente a 16 trimestres)
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Empresa |
Custo variável |
Custo fixo ($) |
Custo total ($) |
Custo médio ($) |
|
|
|
unitário ($) |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
1.01 |
Tamanduá T I |
2,92 |
2.231.618 |
3.403.281 |
9,87 |
1.02 |
8 INC. |
2,66 |
2.629.600 |
4.516.225 |
6,57 |
1.03 |
Moneymaker |
2,62 |
2.570.287 |
3.715.966 |
10,11 |
1.04 |
SOMY 2.1 |
2,56 |
3.777.029 |
6.045.139 |
6,88 |
1.05 |
PRATIVITA |
2,74 |
2.880.740 |
4.485.466 |
7,66 |
1.06 i9LUX |
2,71 |
3.724.273 |
5.546.535 |
7,89 |
|
1.07 |
International Mobile |
2,56 |
4.398.435 |
6.807.086 |
7,04 |
2.01 |
Lemon |
2,10 |
6.805.824 |
9.273.442 |
6,55 |
2.02 |
Desa |
2,19 |
3.516.754 |
4.920.545 |
8,50 |
2.03 |
Cada vez + cada vez |
2,10 |
2.673.882 |
3.578.755 |
10,62 |
2.04 |
Sambar & Love |
2,09 |
7.765.075 |
10.419.001 |
6,93 |
2.05 |
TopSustentavel |
2,18 |
2.717.846 |
3.708.495 |
11,76 |
2.06 |
Popeye |
2,05 |
8.164.842 |
11.291.630 |
6,51 |
2.07 |
FalaFácil |
2,31 |
1.949.322 |
2.787.049 |
11,94 |
Fonte: os autores.
A eficiência operacional mediu a produtividade da capacidade insta- lada por meio do percentual de utilização da capacidade que pode variar entre 0 e 300% de acordo com os três turnos de operação, sendo obtida
678
Custos e economias de escala...
Tabela 5 – Capacidade fabril, produção efetiva e eficiência operacional médias das empresas
|
Empresa |
Capacidade 1 |
Produção efeti- |
Eficiência opera- |
|
turno (unid.) |
va (unid.) |
cional |
|
|
|
|||
|
|
|
|
|
1.01 Tamanduá T I |
434.158 |
398.000 |
93% |
|
1.02 |
8 INC. |
451.142 |
713.858 |
158% |
1.03 Moneymaker |
434.190 |
420.728 |
97% |
|
1.04 SOMY 2.1 |
601.712 |
901.702 |
150% |
|
1.05 PRATIVITA |
450.992 |
587.155 |
130% |
|
1.06 i9LUX |
515.439 |
679.470 |
131% |
|
1.07 |
International Mobile |
480.564 |
952.078 |
197% |
2.01 |
Lemon |
535.355 |
1.396.621 |
252% |
2.02 |
Desa |
470.287 |
615.987 |
130% |
2.03 |
Cada vez + cada vez |
408.029 |
382.132 |
93% |
2.04 |
Sambar & Love |
583.288 |
1.452.318 |
240% |
2.05 |
TopSustentavel |
377.328 |
404.644 |
107% |
2.06 |
Popeye |
655.670 |
1.747.220 |
261% |
2.07 |
FalaFácil |
354.853 |
305.728 |
75% |
Fonte: os autores.
Para estabelecer uma relação entre o custo médio com a eficiência ope- racional de utilização da capacidade fabril das 14 empresas que operaram em duas indústrias durante 16 trimestres foi aplicada a análise de regressão polinomial de terceiro grau, utilizando o software estatístico Minitab, versão 16, pelo método dos mínimos quadrados. O Gráfico 2 permite visualizar a curva de regressão dada pela equação y = 23,47 – 20,30 x + 7,838 x2 – 0,965 x3, em que y é a variável depen- dente que representa o custo médio estimado em decorrência de x que representa a eficiência operacional.
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Roberto Portes Ribeiro, Antonio Carlos Aidar Sauaia, Nuno Manoel Dias Fouto
Gráfico 2 – Curva estimada de custo médio em razão da eficiência operacional
|
|
Custo médio = 23,47 - 20,30 Eficiência operacional |
|
|||
|
|
+ 7,838 Eficiência operacional**2 - 0,965 Eficiência operacional**3 |
|
|||
|
13 |
|
|
|
S |
0,836930 |
|
|
|
|
|
||
|
|
|
|
|
86,3% |
|
|
12 |
|
|
|
82,2% |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
11 |
|
|
|
|
|
médio |
10 |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Custo |
9 |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
8 |
|
|
|
|
|
|
7 |
|
|
|
|
|
|
6 |
|
|
|
|
|
|
0,5 |
1,0 |
1,5 |
2,0 |
2,5 |
|
|
|
|
Eficiência operacional |
|
|
Fonte: os autores.
A regressão estimada foi significativa a 5% nos testes F e
O R2 ajustado é um coeficiente de determinação que diz o quão bem a curva de regressão estimada se ajustou aos dados.
De modo geral, as empresas com maior eficiência operacional foram as que apresentaram menores custos médios, o que sugeriu que as empresas podem aproveitar a capacidade fabril de modo mais eficiente para reduzir custos. Ob-
680
Custos e economias de escala...
de aproveitamento da capacidade fabril com custos médios abaixo de $ 7,00 em níveis de operação entre 150 e 250%.
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Os resultados encontrados retrataram que algumas teorias puderam ser utilizadas e confirmadas no ambiente Simulab. O jogo de empresas evidenciou as dificuldades em programar o nível de produção dadas as restrições referentes aos custos, regimes de operação e capacidade fabril. No entanto, por meio da sistematização dos custos com a classificação em custos fixos e variáveis como su- geriram Besanko e Braeutigam (2008), McGuigan, Moyer e Harris (2011) e Mar- tins (2010), foi possível criar condições de escolha da combinação adequada de produção na tentativa de minimizar os custos contabilizados no trimestre inicial do jogo de empresas.
O estudo da curva de custo médio no trimestre inicial conforme de- mostraram Pindyck e Rubinfeld (2010) e Nicholson e Snyder (2008) mostrou que o volume máximo de produção no terceiro turno de operação apresentou menor custo médio na condição inicial, o que demonstrou que a curva apresenta uma tendência geral de decréscimo do custo médio em razão do aumento do volume de produção, o que sugeriu economias de escala de acordo com os preceitos de Kreps (2004), Pindyck e Rubinfeld (2010) e Besanko et al. (2011). Entretanto, a ativação de um novo regime de operação fez surgir faixas de descontinuidade na curva de custo médio que apresentaram elevação do custo médio nas unidades iniciais de produção em cada regime de operação.
A partir da análise do custo médio de produção e da eficiência opera- cional de utilização da capacidade fabril das 14 empresas que operaram em duas indústrias durante 16 trimestres,
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Roberto Portes Ribeiro, Antonio Carlos Aidar Sauaia, Nuno Manoel Dias Fouto
gias de outras empresas no jogo de empresas, mas
O potencial de aproveitamento das economias de escala no ambiente do jogo de empresas demonstrado neste estudo apontou que a função de cus- to utilizada no simulador Simulab possui as propriedades desejadas de aumento de retornos dos fatores de produção, economia de escala, e mantém uma relação consistente entre os volumes de produção e custos médios, fixos e variáveis, con- forme indicaram os estudos de Gold (2005) e Gold e Pray (2001). Entretanto,
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa
Considerar a economia de escala na análise de custos para a tomada de decisão em um jogo de empresas permitiu a prática de conceitos microeconômi- cos da teoria da empresa. Para as organizações que são avaliadas pelo desempenho
682
Custos e economias de escala...
econômico, este estudo reforça a literatura no sentido de que o aproveitamento da economia de escala contribui para o desempenho da empresa, pois, no jogo de empresas, as participantes que aproveitaram esse conceito teórico na prática diluíram os custos fixos com o aumento do volume de produção, ocasionando a redução do custo médio de produção, e aumentaram a eficiência operacional.
As contribuições reveladas pelo estudo
Outra contribuição do estudo foi a aplicação da análise de regressão polinomial de terceiro grau, pelo método dos mínimos quadrados, que se mostrou estatisticamente válida e na prática pode ser usada pelas empresas participantes do jogo de empresas para estimarem o custo médio em razão de sua eficiência operacional, o que justificou o investimento de tempo e energia na formatação do modelo estatístico.
Os dados de curto prazo analisados que permitiram a elaboração da curva de custo médio se referem apenas aos dados do trimestre inicial em que as condições de operações são iguais para qualquer empresa Simulab, salvo altera- ções nos parâmetros iniciais do simulador realizadas pelo condutor do jogo de empresas. As limitações quanto aos dados de longo prazo utilizados resultaram do tamanho da base de dados analisada, pois foram utilizados dados de custos e
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eficiência operacional de 14 empresas que operaram em duas indústrias durante 16 trimestres, ou seja, foram utilizadas 224 observações de cada variável. A par- tir de uma base de dados maior, poderia se estimar o custo médio por meio da eficiência operacional de utilização da capacidade fabril com maior amplitude e generalização de resultados. No entanto, com essa quantidade de observações, os parâmetros das variáveis foram representativos.
Este estudo foi restrito ao simulador que apoia o jogo de empresas no Laboratório de Gestão, ou seja, os limites econômicos das regras do simulador podem restringir a aplicação dos conceitos, técnicas e ferramentas de Economia e Administração, o que pode ser mitigado pela condução do jogo de empresas, pois o modelo é uma simplificação da realidade, mas os conhecimentos, as habili- dades e as atitudes do professor e dos estudantes podem superar essas limitações inerentes aos jogos de empresas apoiados por modelos simplificados da realidade.
Estudos futuros podem abranger novas questões referentes aos custos, à economia de escala e à eficiência operacional no contexto do Laboratório de Gestão, no sentido de considerar novas variáveis de custos ou de produção no si- mulador que apoia o jogo de empresas, na tentativa de
Novas pesquisas podem surgir com o processo de construção de mode- los conceituais, matemáticos e computacionais de um simulador específico para a área de Custos, abrangendo um maior número de variáveis específicas no que se refere aos custos empresariais, o que poderia ampliar o escopo de estudo para além dos temas abordados atualmente no ambiente do Laboratório de Gestão.
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo auxílio financeiro que possibilitou a realização desta pesquisa.
684
Custos e economias de escala...
Costs and Economies of Scale in a Business Game
Abstract
In the context of business game, difficulties in scheduling the production level occur, given the constraints and opportunities for economies of scale. Understanding the behavior of costs due to the amount produced and the utilization of manufacturing capacity can have a significant impact on decision making. Therefore, this study aimed to analyze the be- havior of costs in the light of scales economies in relation to operational efficiency in a business game. This descriptive, quantitative and desk research aimed at generating practical knowledge to the solution of a problem, considering the costs of 14 companies that operated competitively in 16 quarters of a business game. The third grade polyno- mial regression analysis was used to establish the relationship between average cost and operational efficiency. Cost study demonstrated the
Keywords: Business games. Costs. Economies of scale.
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Recebido em 20 de dezembro de 2013
Aceito em 24 de abril de 2014
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