A PROBABILIDADE DE SER CITADO NAS REVISTAS INTERNACIONAIS DE FINANÇAS: UMA ANÁLISE DAS CITAÇÕES

Marcelo Machado de Freitas*

José Alonso Borba**

Vladmir Arthur Fey***

Ernesto Fernando Rodrigues Vicente****

Resumo

Este trabalho objetivou descobrir em quais revistas internacionais de finanças o autor terá mais chance de ser citado, de acordo com os trabalhos publicados no período entre 1996 e 2004, realizando uma análise do número de citações rece- bidas até o ano 2012 por esses artigos. Além disso, foi elaborado um ranking das revistas e dos artigos internacionais de finanças. Os dados utilizados na pesquisa foram extraídos da base de dados Scopus. Como forma de caracterizar as revistas que abordam a área de Finanças, foram selecionadas somente as revistas que con- tinham finance ou financial em seus títulos. A Journal of Finance (JOF) foi a única revista em que todos os seus artigos publicados tiveram pelo menos uma citação. Em contrapartida, 80,42% dos artigos da Finance a Uver (FU) não receberam ne- nhuma citação. A JOF também possui a maior média de citações (aproximada- mente 61 por artigo). Em segundo lugar, a Journal of Financial Economics (JFE) ficou com média de aproximadamente 50 citações por artigo. O terceiro lugar do ranking ficou com a revista Review of Financial Studies (RFS) (aproximadamente 34 citações por artigo). Cinquenta e um artigos receberam mais de 200 citações e 92% destes foram escritos por mais de um autor. Por fim, concluiu-se que o méto- do de contagem de citações possibilita conhecer em quais revistas internacionais de finanças o autor terá maior chance de ter seu trabalho citado.

Palavras-chave: Citação. Avaliação. Pesquisa.

*Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Contabilidade da Universidade Federal de Santa Catarina; Rodovia Amaro Antônio Vieira, 1709, Itacorubi, 88034-101, Florianópolis, SC; mmf. marcelofreitas@gmail.com

**Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo; Professor do Departamento de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Santa Catarina; j.alonso@ufsc.br

***Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina; Professor do Departamento de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Santa Catarina; vlad@cse.ufsc.br

****Doutor em Administração pela Universidade de São Paulo; Professor do Departamento de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Santa Catarina; ernesto.vicente@ufsc.br

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RACE, Unoesc, v. 13, n. 2, p. 525-548, maio/ago. 2014

Marcelo Machado de Freitas et al.

1 INTRODUÇÃO

Muitas conquistas foram realizadas por meio de pesquisas e consequen- tes publicações que permitiram a evolução das mais distintas áreas das ciências; assim, as publicações dessas pesquisas são úteis e necessárias.

Baptista e Campos (2007) comentam que a pesquisa só terá significa- do se os seus resultados e as suas descobertas forem divulgados em diferentes meios e submetidos à apreciação, às críticas e às sugestões de outros pesquisa- dores. Conhecer a qualidade de tais meios, portanto, pode ser uma importante ferramenta para a área Acadêmica, visto que são muitos os motivos que levam os autores a querer que seus trabalhos sejam publicados nas revistas mais qualifica- das. Promoções, aumentos de salário e avaliação do estágio probatório são alguns desses motivos (ALEXANDER; MABRY, 1994; BORDE; CHENEY; MADU- RA, 1999; LEAL; OLIVEIRA; SOLURI, 2003; LIEBOWITZ; PALMER, 1984; VOKURKA, 1996; CHAN; TONG; ZHANG, 2012).

Segundo Mueller (2000), o caminho percorrido pela pesquisa pode ser dividido em algumas etapas. A primeira ocorre pelo insight (surgimento de ideias), seguido da publicação do trabalho em meios formais de publicação e ter- mina na recuperação dessas informações que aparecem na forma de citações em outros trabalhos científicos. Assim, pode-se dizer que é parte integrante da pes- quisa acadêmica a citação a outros autores como forma de basear cientificamente o que está sendo proposto.

Conforme exposto, a citação é parte integrante da pesquisa acadêmica e pode ser fonte de estudos para avaliar a qualidade de determinada revista, artigo ou autor. Garfield (1955) foi um dos autores que contribuiu para a popularização da contagem do número de citações para a mensuração da relevância na pesquisa científica, método que veio a se tornar referência no mundo acadêmico, conheci- do pela sua simplicidade e facilidade de mensuração.

Ederington (1979) acrescenta que, apesar de a contagem de citações não ser um método perfeito, é provavelmente a que melhor pode avaliar realmente determinada revista, artigo ou autor. Avkiran (2013) reforça que o método de contagem de citações tem suas limitações, porém, acredita que as citações recebi- das por cada artigo, de fato, refletem a significância que o trabalho passa ao meio acadêmico. Em outras palavras, o método de contagem de citações mostra-se útil na avaliação de revistas e artigos acadêmicos; entretanto, compreende-se que ele

526

A probabilidade de ser citado nas revistas...

possui algumas limitações por não englobar todos os aspectos que envolvem a qualidade da pesquisa.

Alguns autores fazem críticas ao método em questão. Gamble e O’ Doherty (1985) comentam que uma citação pode advir, por exemplo, do caráter polêmico de alguma pesquisa ou pesquisador, que tendem a ser citados por trabalhos que discor- dam de seus resultados. Ou seja, o fato de ser citado não necessariamente configura um alinhamento entre os trabalhos/autores.

Brown e Gardner (1985) comentam que autores populares tendem a ser mais citados sem que isso tenha a ver necessariamente com a qualidade do artigo, causando, em alguns casos, uma distorção da real qualidade do trabalho.

Na área de finanças, alguns trabalhos foram realizados como forma de avaliação de revistas, usando a contagem de citações como metodologia das pesquisas (ALEXANDER; MABRY, 1994; BOROKHOVICH; BRICKER; SI- MKINS, 1994; VOKURKA, 1996; CHUNG; COX; MITCHELL, 2001).

Nesse sentido, trabalhos sobre avaliação de revistas têm se mostrado participativos na construção do cenário acadêmico. Diversos autores estudam e tentam qualificar as revistas de diferentes áreas acadêmicas. Apesar de haver di- vergências sobre qual método deve ser utilizado para a avaliação desse importante meio de disseminação científica, nota-se que o método de contagem de citações tem sido muito utilizado para esse fim.

O objetivo principal deste trabalho foi descobrir em quais revistas in- ternacionais de finanças o autor terá a maior probabilidade de receber pelo me- nos uma citação, de acordo com a contagem de citações recebidas pelos artigos dessas revistas. Além disso, outros objetivos foram abordados: foi organizado um ranking das revistas internacionais de finanças; foram elencados os artigos que re- ceberam mais de 200 citações no período e a quais áreas de finanças esses artigos pertencem; e, foi analisado se os artigos colaborativos (com mais de um autor) tendem a receber mais citações do que os artigos feitos individualmente.

2 ESTUDOS ANTERIORES

As revistas acadêmicas têm papel fundamental na proliferação do co- nhecimento acadêmico, e na área de Finanças isso não é diferente. Por esse mo- tivo, diversos estudos visam conhecer, classificar e qualificar tais revistas. Entre as diversas revistas existentes na área de Finanças, Chen e Huang (2007) e Currie

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e Padher (2011) apontam as quatro melhores, de acordo com os seus resultados: JOF, RFS, JFE e JFQA.

Niemi (1987) comenta que a primeira publicação da JOF é do ano 1946, enquanto de acordo com Parker (2003), a primeira publicação da JFE foi somente em 1974, salientando que revistas que abordam a área de Finanças existem há mais de meio século.

Trabalhos que objetivam elencar as melhores revistas de finanças vêm sendo realizados também há bastante tempo, especialmente se tratando de re- vistas em língua estrangeira. Destaca-se que áreas afins, como Contabilidade e Economia, também já abordaram esse tema.

Boekeloo e McNulty (1999) procuraram descobrir a tendência das re- vistas em publicarem artigos que, eventualmente, tornam-se clássicos nas suas respectivas áreas de pesquisa. Frezatti e Borba (2000) identificaram as tendências de publicações dentro das revistas internacionais de contabilidade, com o intui- to de encontrar oportunidades de futuras publicações. Já Matherly e Shortridge (2009) analisaram os cinco artigos bibliométricos mais citados da área de Conta- bilidade e fizeram uma comparação entre seus resultados. Chan et al. (2009) ava- liaram a produção acadêmica nas áreas de Contabilidade e Finanças, utilizando 48 revistas de ambas as áreas.

Além da avaliação das revistas, são comuns trabalhos que avaliem a qualidade dos autores e seus artigos. Cooley e Heck (2005) fizeram uma pesquisa para identificar os autores mais prolíficos na área de Finanças dos últimos 50 anos. Avkiran (2013) extraiu 6.667 artigos de finanças da Web of Science (WOS), publicados entre 2001 e 2007, e analisou suas citações recebidas nos quatro pri- meiros anos após a sua publicação para criar um ranking dos melhores artigos. Já Coupé (2013) fez uma análise para saber se os artigos que ganham prêmios aca- dêmicos costumam ser os artigos mais citados da área. Os resultados da pesquisa mostraram que raramente os artigos vencedores dos prêmios são os mais citados. Danielson e Heck (2011) identificaram os autores que mais publicaram na Jour- nal of Financial Education (JFED) e na Financial Practice and Education (FE), e analisaram com que frequência esses autores publicavam nas melhores revistas de finanças. Hanna et al. (2011) propuseram uma análise para saber a quais áreas de finanças pertencem os artigos publicados pela Financial Services Review (FSR).

Nota-se que existem diversos métodos de avaliação que podem ser apli- cados; um destes métodos é o da contagem de citações.

528

A probabilidade de ser citado nas revistas...

Por contagem de citações, entende-se ser a pesquisa feita para saber quantas vezes determinado artigo, autor ou revista foi citado em determinado período de tempo (MEHO, 2007). Nesse sentido, Mello (1996) comenta que a contagem de citações desponta como indicador importante de qualidade científi- ca e acadêmica, auxiliando no entendimento sobre como está ocorrendo o desen- volvimento científico.

Conforme Mugnani, Leite e Leta (2011), um aspecto-chave na consoli- dação e na divulgação de estudos que procuram avaliar as publicações acadêmicas foi a criação de bases de dados bibliográficos, que catalogam o conhecimento científico ou técnico. Estas bases oportunizaram agilidade no acesso às informa- ções contidas nas publicações acadêmicas, impulsionando a pesquisa e o interesse pelo campo, como a exemplo da base Scopus, que tem se mostrado útil para esse fim, auxiliando em trabalhos que buscam analisar a contagem de citações.

Borokhovich, Lee e Simkins (2011) acrescentam que as pesquisas cos- tumam usar a contagem de citações para avaliar as revistas, autores e artigos, baseando-se no argumento de que a quantidade de citações recebidas pode refle- tir o impacto que os trabalhos causam na comunidade acadêmica. Garfield (1979) complementa que a contagem de citações proporciona uma forma objetiva de análise do impacto do trabalho acadêmico. Já Smith (1981) entende tal técnica como uma ferramenta útil para o estudo da atividade da pesquisa, porém, atenta que ela deve ser utilizada com cautela. O autor afirma, ainda, que em diversas áreas tal método tem se mostrado um sucesso.

Chan, Tong e Zhang (2012) comentam que, apesar de o método de ci- tações não ser perfeito, a literatura em geral concorda que as citações recebidas por uma revista geralmente representam efetivamente o impacto que ela causa na comunidade acadêmica. Complementam que o método de citações é simples de se entender e sua análise é bastante imparcial. Velho (1986) contrapõe que exis- tem alguns fatores, entre eles os sociais, que afetam o comportamento da citação devendo estes serem considerados.

Avkiran (2013) repara que além dos problemas que muitos autores cos- tumam mencionar (autocitações e citações negativas), algumas editoras insistem que artigos citem outros artigos pertencentes à sua revista para que eles sejam aceitos.

Apesar de existirem algumas divergências quanto ao seu uso, o método de contagem de citações é utilizado por diversos autores. A seguir, são apresenta- dos alguns estudos que abordam especificamente tal método.

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Marcelo Machado de Freitas et al.

Borokovich, Bricker e Simkins (1994) usaram artigos de oito revistas de finanças para medir o padrão das citações inter-revistas. Comentam que artigos publicados na JOF tendem a citar artigos na própria revista ou artigos publicados na JFE. Gorraiz e Schloegl (2008) realizaram uma pesquisa bibliométrica com o intuito de analisar as revistas da área Farmacêutica e os eventuais resultados de suas citações, utilizando as bases ISI e Scopus como referência. Outros trabalhos como o de Amara e Landry (2012) e o de Chan, Chang e Chang (2013) também utilizaram o método de contagem de citações.

Currie e Pandher (2011) demonstraram que, geralmente, em análises feitas por pesquisas e questionários, é encontrada pouca diferença de qualidade entre as primeiras colocadas (primeiro, segundo e terceiro lugar) se comparadas com as revistas que, por exemplo, encontram-se na décima posição. Já quando utilizado o método de contagem de citações, o autor complementa que essa dis- paridade tende a ser muito maior, aparentando um resultado no qual as primeiras revistas mais bem avaliadas têm uma qualidade muito superior às demais.

O Quadro 1 apresenta outras pesquisas relacionadas à avaliação de re- vistas de finanças e seus resultados.

 

Quadro 1 – Pesquisas avaliando revistas de finanças

 

 

 

 

Autor/Revista

Pesquisa

 

 

 

 

Ederington (1979)

O trabalho analisou por um período de seis anos os artigos publi-

 

cados na Journal of Finance e na Journal of Financial and Quantita-

2014

Journal of Finance

tive Analysis entre 1976 e 1972.

 

 

 

maio/ago.

 

 

Borde, Cheney e Madura (1999)

Fizeram uma pesquisa com chefes de departamentos de facul-

 

Review of Quantitative Finance

dades de finanças. As três melhores revistas foram: Journal of

 

Finance, Journal of Quantitative Analysis, Journal of Financial Eco-

 

and Accounting

 

nomics e Journal of Business.

-548,

 

 

 

 

O artigo avaliou as referências bibliométricas dos artigos das

525

 

principais revistas de finanças, de acordo com o número de ci-

 

 

p.

Alexander e Mabry (1994)

tações feitas pelos artigos publicados na Journal of Finance, Jour-

nal of Financial Economics, Journal of Financial and Quantitative

2,

Journal of Finance

Analysis e Review of Financial Studies. Chegou-se à conclusão de

n.

 

 

que a Journal of Financial Economics é a revista mais influente,

13,

 

 

seguida pela Journal of Finance.

v.

 

 

 

Unoesc,

 

 

Chung, Cox e Mitchell (2001)

Identificaram os autores, artigos e revistas mais citados entre

1974 e 1998. As duas melhores revistas identificadas pelos au-

Financial Management

tores foram Journal of Finance e Journal of Financial Economics.

RACE,

 

 

 

 

 

530

 

 

A probabilidade de ser citado nas revistas...

 

 

 

 

 

 

Estudaram as cinco principais revistas de finanças no período

 

 

Krishnan e Bricker (2004) Jour-

entre 1990 e 2002 para saber se as revistas adicionam valor aos

 

 

artigos publicados. Journal of Finance, Journal of Financial Econo-

 

 

nal of Economics and Finance

mics e Review of Financial Studies são as revistas que mais adicio-

 

 

 

 

 

 

nam valor ao artigo.

 

 

 

 

 

 

 

A pesquisa avaliou a produtividade dos membros do conselho

 

 

Hardin III et al. (2008)

das principais revistas de finanças entre 1990 e 2004. Os resulta-

 

 

dos mostraram que publicar um artigo por ano na Journal of Fi-

 

 

Review of Quantitative Finance

 

 

nance, Journal of Financial Economics e Review of Financial Studies,

 

 

and Accounting

 

 

em um período de cinco anos, pode representar uma excepcional

 

 

 

 

 

 

conquista acadêmica.

 

 

 

 

 

 

 

Chegaram ao resultado de que os periódicos que apresentaram

 

 

Souza et al. (2008)

maior impacto foram: JOF, JFE e RFS. O artigo mais citado foi

 

 

Revista Brasileira de Finanças

de autoria de Shleifer e Vishny (1997), intitulado A survey of cor-

 

 

 

porate governance.

 

 

 

 

 

 

Foo (2009)

Nesse estudo, foram estudadas seis revistas de áreas multidisci-

 

 

Science and Engineering Ethics

plinares para analisar o padrão das autocitações e intracitações.

 

 

 

 

 

 

Oler, Oler e Skousen (2010)

O trabalho examinou artigos da área de Contabilidade publica-

 

 

Accounting Horizons

dos nas seis principais revistas desde 1960 até 2007, por meio da

 

 

 

análise de citações.

 

 

 

 

 

 

Hasselback, Reinstein e Riley

Os autores fazem uma crítica ao método de avaliação mediante a

 

 

Sinason (2011) Issues in Accoun-

contagem de citações, comentando alguns aspectos que não con-

 

 

ting Education

seguem ser avaliados por esse método.

 

 

 

 

 

 

Fonte: os autores.

 

 

3 METODOLOGIA

O critério adotado neste trabalho para a mensuração da qualidade das revistas é o número de citações obtidas pelos artigos publicados nelas. Como os artigos continuam sendo citados por um tempo relativamente longo, é importan- te manter a comparabilidade entre artigos recentes e antigos. Por esse motivo, são consideradas apenas as citações recebidas em um período de oito anos após o ano de sua publicação. Conforme a análise feita neste trabalho, após o oitavo ano, o número de citações recebidas pelos artigos, de maneira geral, começa a diminuir, o que poderia ocasionar uma distorção nos resultados. A análise estende-se de 1996 a 2012. Todos os dados foram retirados da base de dados Scopus, e para um maior refinamento da pesquisa, somente foram utilizadas as revistas que con-

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tinham finance ou financial em seu título, caracterizando, assim, as revistas que contêm artigos da respectiva área. A primeira amostra obtida foi de 71 revistas.

Algumas das revistas obtidas na pesquisa inicial possuem sua cobertura descontinuada e, por isso, foram descartadas para os fins de análise do presente trabalho. Restaram, então, 59 revistas para a análise. Destas 59 revistas, algu- mas apresentaram publicações irregulares, e após uma nova exclusão, restaram 43 revistas para serem analisadas, número que foi integralmente usado em todo o restante da pesquisa. O procedimento está detalhado na Tabela 1.

Tabela 1 – Amostra das revistas utilizadas no artigo

Total de revistas com finance ou financial no seu título

71

 

 

(-) Revistas descontinuadas no Scopus

12

(-) Revistas com publicações irregulares entre 1996 e 2004

16

(=) Amostra usada para a análise no artigo

43

 

 

Fonte: os autores.

 

Foram excluídos da pesquisa todos os resultados identificados como editoriais ou erratas. A justificativa para essa exclusão foi de que esses trabalhos são naturalmente pouco citados, o que poderia distorcer os resultados.

Já que muitas revistas são mais antigas e contêm artigos muito mais antigos que outras, foi utilizado somente um período de oito anos na análise, como forma de minimizar essa distorção. Exemplificando, se uma revista X teve somente um artigo publicado em cada um dos anos analisados (1996-2004) e cada artigo recebeu apenas uma citação por ano, a análise ficaria da seguinte maneira: o artigo publicado no ano de 1996 teria um total de nove citações (1996-2004), já excluídas da contagem as citações recebidas após o final do ano de 2004. O artigo publicado em 2004 também receberia nove citações, pois seria referente às citações recebidas no período de 2004 a 2012. E assim permanece o raciocínio também com os demais anos analisados. Dessa forma, o total de citações que a revista receberia no período seria 81 (9x9) citações. Portanto, a média da revista seria nove citações por artigo, ou seja, em média cada artigo da revista receberia nove citações no período analisado.

Para a escolha dos principais artigos internacionais da área de Finanças foram selecionados apenas aqueles publicados entre 1996 e 2004 e que receberam mais de 200 citações nos oito primeiros anos após o ano de sua publicação. A esco- lha foi intencional e feita para padronizar um período de análise comum a todos

532

A probabilidade de ser citado nas revistas...

os artigos; por exemplo, para os artigos que foram publicados em 1999, somente foram utilizadas as citações recebidas por eles até o final do ano de 2007.

Foram analisados os artigos que receberam mais de 200 citações para ca- racterizar à quais áreas eles pertencem. A metodologia utilizada aproxima-se da que Hanna et al. (2011) utilizaram em seu trabalho, em que os autores usaram as clas- sificações propostas pela Journal of Economic Literature (JEL) para definir a quais áreas pertenciam os artigos analisados pela pesquisa. De acordo com a American Economic Association (2013), existem muitas categorias (ou códigos) detalhadas no JEL, e elas são muitas vezes fornecidas pelos próprios autores em seus artigos.

A JEL divide as diversas áreas em categorias e subcategorias. Entretan- to, para este trabalho, foram utilizadas somente as quatro classificações principais para caracterizar as áreas dos artigos: G0 – General; G1 – General Financial Ma- rkets; G2 – Financial Institutionsand Services e G3 – Corporate Finance and Gover- nance (AMERICAN ECONOMIC ASSOCIATION, 2013).

Dos 51 artigos analisados (que receberam mais de 200 citações), encon- trados conforme metodologia previamente explicada, 17 já indicavam no escopo de seu trabalho a quais categorias da JEL pertenciam. Para encontrar a catego- ria dos demais, foram pesquisadas palavras-chaves dentro dos seus artigos, como forma de caracterizar a que áreas eles pertencem. Além disso, foi realizada uma leitura de todos os seus abstracts, suas introduções e suas conclusões, para comple- mentar a identificação dos artigos. É importante ressaltar que cada artigo pôde ser classificado em mais de uma das áreas de finanças.

4 RESULTADOS

Os procedimentos descritos na metodologia resultaram em um total de revistas analisadas descrito na Tabela 2. O periódico em que os artigos possuem o maior número médio de citações é a JOF, com uma média de 61 citações. No outro lado do ranking se pode reparar que as três últimas revistas receberam, em média, menos de uma citação por artigo. Healthcare Financial Management (HFM) recebeu 0,60 citações em média por artigo, Research in Finance (RF) recebeu 0,51 citações em média por artigo e Finance a Uver (FU) recebeu 0,47 citações em média por artigo.

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Marcelo Machado de Freitas et al.

Tabela 2 – Descrição estatística do número de citações recebidas nos oito anos após a sua publicação (continua)

Posi-

Periódico

Citações

 

 

 

 

ção

Mé-

DP

n.

 

 

 

dia

 

 

 

 

1

Journal of Finance (JOF)

60,64

8,04

745

2

Journal of Financial Economics (JFE)

50,41

7,59

522

3

Review of Financial Studies (RFS)

34,27

6,11

345

4

Journal of Financial and Quantitative Analysis (JFQA)

23,35

4,98

260

5

Mathematical Finance (MF)

20,23

5,89

199

6

Journal of Financial Markets (JFM)

18,49

5,38

118

7

Journal of Financial Intermediation (JFI)

17,94

5,37

143

8

Journal of Empirical Finance (JEF)

16,78

4,73

205

9

Journal of Corporate Finance (JCF)

16,38

4,95

172

10

Journal of Banking and Finance (JBF)

15,49

4,74

840

11

Financial Management (FM)

13,78

5,35

215

12

Journal of International Money and Finance (JIMF)

13,24

4,07

437

13

Journal of Real Estate Finance and Economics (JREFE)

9,00

3,16

313

14

Financial Analysts Journal (FAJ)

8,67

3,41

414

15

International Journal of Health Care Finance and Economics (IJHCFE)

8,41

3,01

64

16

International Finance (IF)

8,06

3,00

110

17

Pacific Basin Finance Journal (PBFJ)

7,81

2,80

233

18

Journal of Financial Services Research (JFSR)

6,81

2,87

215

19

Journal of International Financial Management and Accounting (JIFMA)

6,77

3,02

98

20

International Tax and Public Finance (ITPF)

6,72

3,01

297

21

International Journal of Finance and Economics (IFJE)

6,30

3,04

202

22

Journal of International Financial Markets, Institutions and Money (JIFMIM)

6,28

2,66

194

23

Journal of Business Finance and Accounting (JBFA)

5,93

2,78

565

24

Accounting and Finance (AF)

5,40

2,48

117

25

Applied Financial Economics (AFE)

5,19

2,59

651

26

Review of Financial Economics (RFE)

4,95

2,74

140

27

North American Journal of Economics and Finance (NAJEF)

4,79

2,83

140

28

Journal of Multinational Financial Management (JMFM)

4,70

2,47

210

29

International Review of Financial Analysis (IRFA)

4,54

2,33

214

30

Emerging Markets Finance and Trade (EMFT)

4,44

2,18

75

31

Quarterly Review of Economics and Finance (QREF)

4,40

2,46

400

32

Decisions in Economics and Finance (DEF)

4,21

2,91

28

33

Journal of Health Care Finance (JHCF)

3,72

2,42

300

 

 

 

 

 

534

 

A probabilidade de ser citado nas revistas...

 

 

 

 

(conclusão)

 

 

 

 

Posi-

Periódico

Citações

 

 

 

 

ção

Mé-

DP

n.

 

 

 

dia

 

 

 

 

34

International Review of Economics and Finance (IREF)

3,24

2,39

237

35

Global Finance Journal (GFJ)

3,20

2,13

132

36

Review of Quantitative Finance and Accounting (RQFA)

3,20

2,08

333

37

Finance and Development (FD)

2,96

2,03

330

38

Public Finance Review (PFR)

2,60

1,82

270

39

Journal of Economics and Finance (JEcF)

2,42

2,05

241

40

Asia-Pacific Financial Markets (APFM)

2,34

1,76

126

41

Healthcare Financial Management (HFM)

0,60

1,28

1687

42

Research in Finance (RF)

0,51

0,88

47

43

Finance a Uver (FU)

0,47

1,16

429

 

Total

10,46

3,52

13013

Fonte: os autores.

Como o número de citações recebidas pelos artigos não se distribui igualmente entre os artigos publicados em uma revista, a quarta coluna da Tabela 2 apresenta o desvio padrão do número de citações. É possível perceber que algu- mas revistas possuem um número médio de citações parecido, mas desvios padrões bastante diferentes. Por exemplo, os artigos da Journal of Financial and Quantitative Analysis (JFQA) e da Mathematical Finance (MF) apresentam médias próximas (23 e 20 citações, respectivamente), mas o número de citações dos artigos da MF apre- sentam uma dispersão muito superior. Isso mostra que, enquanto os números de citações dos artigos publicados na JFQA tendem a se concentrar mais próximo da média, na MF provavelmente existem alguns artigos com um grande número de citações (observações discrepantes, também chamadas de outliers).

As revistas que mais tiveram publicações foram a HFM, com 1.687, a JBF, com 840 e a JOF, com 745 publicações no período. Em contrapartida, as três revistas que menos publicaram no período foram: Decisions in Economics and Finance (DEF), com 28 publicações, Research in Finance (RF), com 47, e a International Journal of He- althl Care Finance and Economics (IJHCFE), com 64 publicações no período.

Do ponto de vista do autor que deseja difundir seus artigos, outras con- siderações podem ser mais relevantes. Talvez ele não acredite que poderá obter centenas de citações, mas deseja receber pelo menos algumas. A Tabela 3 mostra o que o autor pode esperar em cada uma das revistas em relação à quantidade de citações médias recebidas.

2014 .maio/ago 548,-525 .p 2, .n 13, .v Unoesc, RACE,

535

RACE, Unoesc, v. 13, n. 2, p. 525-548, maio/ago. 2014

Marcelo Machado de Freitas et al.

Tabela 3 – Frequência absoluta e relativa de artigos separados por grupos baseados na frequência de citações

 

 

(continua)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

0

 

1-5

6-10

11-20

21-50

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Revista

Freq.

 

%

Freq.

%

Freq.

Freq.

%

Freq.

%

Freq.

%

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

JOF

 

0

0

29

3,89

40

120

16,11

241

32,35

315

42,28

 

JFE

 

16

3,07

23

4,41

35

84

16,09

199

38,12

165

31,61

 

RFS

 

8

2,32

31

8,99

39

78

22,61

119

31,49

70

20,29

 

JFQA

 

3

1,15

49

18,85

36

63

24,23

80

30,77

29

11,15

 

MF

 

6

3,02

49

24,62

40

48

24,12

44

22,11

12

6,03

 

JFM

 

3

2,54

28

23,73

25

33

27,97

21

17,8

8

6,78

 

JFI

 

16

11,19

41

28,67

26

25

17,48

25

17,48

10

6,99

 

JEF

 

9

4,39

45

21,95

55

53

25,85

30

14,63

13

6,34

 

JCF

 

10

5,81

57

33,14

39

29

16,86

22

12,79

15

8,72

 

JBF

 

56

6,67

237

28,21

164

202

24,05

137

16,31

44

5,24

 

FM

 

3

1,4

77

35,81

48

54

25,12

26

12,09

7

3,26

 

JIMF

 

39

8,92

131

29,98

92

88

20,14

70

16,02

17

3,89

 

JREFE

 

29

9,27

125

39,94

64

56

17,89

38

12,14

1

0,32

 

FAJ

 

46

11,11

187

45,17

75

63

15,22

37

8,94

6

1,45

 

IJHCFE

 

3

4,69

29

45,31

16

10

15,63

5

7,81

1

1,56

 

IF

 

10

9,09

46

41,82

25

20

18,18

9

8,18

0

0

 

PBFJ

 

19

8,15

93

39,91

59

48

20,6

14

6,01

0

0

 

JFSR

 

35

16,28

90

41,86

47

27

12,56

15

6,98

1

0,47

 

JIFMA

 

14

14,29

43

43,88

26

8

8,16

6

6,12

1

1,02

 

ITPF

 

35

11,78

153

51,52

51

38

12,79

18

6,06

2

0,67

 

IFJE

 

39

19,31

93

46,04

35

22

10,89

11

5,45

2

0,99

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A probabilidade de ser citado nas revistas...

 

0

1-5

6-10

11-20

21-50

 

 

 

 

 

(conclusão)

Revista

Freq.

%

Freq.

%

Freq.

Freq.

%

Freq.

%

Freq.

%

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

JIFMIM

16

8,25

97

50,

47

28

14,43

5

2,58

1

0,52

JBFA

97

17,17

275

48,67

93

68

12,04

32

5,66

0

0

AF

18

15,38

56

47,86

27

12

10,26

4

3,42

0

0

AFE

90

13,82

365

56,07

104

71

10,91

20

3,07

1

0,15

RFE

30

21,43

72

51,43

20

10

7,14

8

5,71

0

0

NAJEF

41

29,29

62

44,29

20

11

7,86

5

3,57

1

0,71

JMFM

45

21,43

108

51,43

28

25

11,9

4

1,9

0

0

IRFA

46

21,5

99

46,26

50

17

7,94

2

0,93

0

0

EMFT

17

22,67

33

44

17

7

9,33

1

1,33

0

0

QREF

83

20,75

210

52,5

62

32

8

13

3,25

0

0

DEF

11

39,29

11

39,29

4

0

0

2

7,14

0

0

JHCF

89

29,67

146

48,67

37

21

7

7

2,33

0

0

IREF

88

37,13

108

45,57

21

17

7,17

2

0,84

1

0,42

GFJ

44

33,33

64

48,48

16

7

5,3

1

0,76

0

0

RQFA

85

25,53

188

56,46

44

11

3,3

5

1,5

0

0

FD

79

23,94

206

62,42

31

11

3,33%

3

0,91

0

0

PFR

82

30,37

152

56,3

24

12

4,44

0

0

0

0

JFEcF

89

36,93

122

50,62

21

6

2,49

3

1,24

0

0

APFM

43

34,13%

67

53,17

12

4

3,17

0

0

0

0

HFM

1.219

72,26

439

26,02

20

7

0,41

2

0,12

0

0

RF

30

63,83

17

36,17

0

0

0

0

0

0

0

FU

345

80,42

78

18,18

5

1

0,23

0

0

0

0

Total

3.086

23,71

4.631

35,58

1.740

1.547

11,89

1.286

9,88

724

5,56

Fonte: os autores.

2014 .maio/ago 548,-525 .p 2, .n 13, .v Unoesc, RACE,

RACE, Unoesc, v. 13, n. 2, p. 525-548, maio/ago. 2014

Marcelo Machado de Freitas et al.

Todos os artigos publicados na JOF entre 1996 e 2004 receberam pelo menos uma citação. Além disso, os resultados demonstram que 76,29% de todos os artigos receberam pelo menos uma citação cada e 23,71% não receberam ne- nhuma citação ao longo do período analisado. Enquanto na JOF 42,28% dos seus artigos receberam mais do que 51 citações, na JFE esse resultado foi de 31,61%, e na RFS, de 20,29%. Em contrapartida, algumas revistas publicaram muitos ar- tigos que não receberam nenhuma citação: HFM (72,26% dos seus artigos não receberam nenhuma citação), na RF, esse resultado foi de 63,83% e na FU, de 80,42%. Além disso, nenhum dos artigos da RF recebeu mais do que cinco cita- ções. Ressalta-se ainda que 20, das 43 revistas analisadas não publicaram nenhum artigo que tenha recebido mais de 51 citações.

Também é possível analisar a evolução do número de citações ao longo do tempo. Nem sempre um artigo se torna um sucesso instantâneo: o número médio de citações recebidas por um artigo cresce ao longo do tempo (Tabela 4).

Tabela 4 – Média do número de citações recebidas nos anos seguintes ao da publicação

Ano após a publicação

Revista

0

1

2

3

4

5

6

7

8

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

JOF

0,852

2,764

4,416

6,16

7,205

8,246

9,485

10,438

11,055

JFE

0,693

2,224

3,764

4,91

5,893

6,785

7,86

8,667

9,592

RFS

0,661

1,696

2,678

3,568

4,068

4,754

5,565

5,846

5,391

JFQA

0,288

0,912

1,704

2,427

2,773

3,235

3,669

4,154

4,181

MF

0,397

0,829

1,744

1,975

2,387

2,734

3,045

3,402

3,714

JFM

0,415

0,881

1,695

1,992

2,042

2,364

2,669

3,169

3,263

JFI

0,364

0,783

1,273

1,797

2,322

2,364

2,797

2,979

3,259

JEF

0,2

0,585

1,19

1,732

2,22

2,537

2,79

2,702

2,829

JCF

0,14

0,541

1,14

1,366

1,942

2,39

2,75

2,965

3,145

JBF

0,305

0,567

1,131

1,618

1,943

2,296

2,367

2,545

2,713

Outros

0,078

0,234

0,409

0,532

0,612

0,671

0,71

0,741

0,775

Total

0,195

0,563

0,969

1,298

1,524

1,732

1,93

2,082

2,192

Fonte: os autores.

538

A probabilidade de ser citado nas revistas...

É possível perceber que, para as revistas no topo do ranking da Tabela 2 (JOF, JFE), o número médio de citações recebidas cresce até o oitavo ano. Nas ou- tras revistas, o número de citações pode começar a cair antes. Na RFS, por exemplo, os artigos tiveram (em média) uma queda no número de citações entre o sétimo e o oitavo anos. A revista JEF teve uma oscilação negativa do sexto para o sétimo ano, e um leve aumento do número médio das citações do sétimo para o oitavo ano.

Foram encontrados 51 artigos com mais de 200 citações no período analisado, apresentados de forma resumida no Quadro 2. Destes, 53% pertencem à JOF, 31% à JFE e 8% à RFS. MF, JBF, JFM e JFI tiveram apenas um artigo pu- blicado entre os mais citados. O artigo mais citado foi da revista JOF.

Entre os autores, destaca-se, Shleifer A., que publicou oito artigos com mais de 200 citações. 51% dos trabalhos que obtiveram mais de 200 citações no período foram escritos por dois autores e 31% deles por três autores. Os resultados apontam que 92% dos trabalhos mais citados foram feitos em colaboração com dois ou mais autores.

Na Tabela 5, são apresentadas as áreas de finanças mais abordadas pelos artigos mais citados.

Tabela 5 Áreas de finanças dos artigos mais citados

 

Áreas de finanças de acordo com os códigos da JEL

Freq.

 

%

 

 

 

 

 

G0

- General

 

11

21,57

G1

- General Financial Markets

 

30

58,82

G2

- Financial Institutions and Services

 

9

17,65

G3

- Corporate Finance and Governance

 

24

47,06

 

 

 

 

 

Fonte: os autores.

A área de finanças mais presente entre os 51 artigos mais citados foi a General Financial Markets, presente em 58,82% dos artigos analisados. A segunda área de maior destaque foi sobre Corporate Finance and Governance, abordada por 47,06% dos artigos. É importante reforçar que cada artigo poderia pertencer a mais de uma área diferente; por esse motivo, a pircentagem exposta ultrapassa os 100%. Os cinco artigos mais citados abordaram a área de Corporate Finance and Governance, e os dois artigos mais citados também abordam a área de Financial Institutions and Services. A área de General Financial Markets foi abordada também pelo quarto e quinto artigos mais citados.

2014 .maio/ago 548,-525 .p 2, .n 13, .v Unoesc, RACE,

539

RACE, Unoesc, v. 13, n. 2, p. 525-548, maio/ago. 2014

Marcelo Machado de Freitas et al.

Quadro 2 – Os artigos com mais de 300 citações nos oito primeiros anos após o ano de sua publicação

 

Cita-

Revista

Título

Autores

Ano

 

ções

 

 

 

 

 

 

603

Journal of Finance

Corporate ownership around the world

La Porta R., Lopez-de-Silanes F., Shleifer A.

1999

 

 

 

 

 

 

 

521

Journal of Finance

A survey of corporate governance

Shleifer A., Vishny R. W.

1997

 

 

 

 

 

 

 

462

Journal of Financial Economics

Earnings management and investor protection: An

Leuz C., Nanda D., Wysocki P. D.

2003

 

 

 

international comparison

 

 

 

435

Journal of Finance

Legal determinants of external finance

La Porta R., Lopez-de-Silanes F., Shleifer A., Vishny R. W.

1997

 

423

Journal of Finance

Investor protection and corporate valuation

La Porta R., Lopez-de-Silanes F., Shleifer A., Vishny R. W

2002

 

417

Journal of Finance

Founding-Family Ownership and Firm Perfor-

Anderson R. C., Reeb D. M.

2003

 

 

 

mance: Evidence from the S&P 500

 

 

 

389

Mathematical Finance

Coherent measures of risk

Artzner P., Delbaen F., Eber J.-M., Heath D.

1999

 

 

 

 

 

 

 

376

Journal of Financial Economics

Investor protection and corporate governance

La Porta R., Lopez-de-Silanes F., Shleifer A., Vishny, R.W.

2000

 

 

 

 

 

 

 

375

Journal of Finance

Private Benefits of Control: An International

Dyck A., Zingales L.

2004

 

 

 

Comparison

 

 

 

374

Journal of Financial Economics

The great reversals: The politics of financial develop-

Rajan R. G., Zingales L.

2003

 

 

 

ment in the twentieth century

 

 

 

 

 

 

 

 

 

370

Journal of Finance

Disentangling the incentive and entrenchment effects

Claessens S., Djankov S., Fan J. P. H., Lang L. H. P.

2002

 

 

 

of large shareholdings

 

 

 

 

 

 

 

 

 

343

Journal of Financial Economics

The separation of ownership and control in East

Claessens S., Djankov S., Lang L. H. P.

2000

 

 

 

Asian Corporations

 

 

 

 

 

 

 

 

 

339

Journal of Financial Economics

The theory and practice of corporate finance:

Graham J. R., Harvey C. R.

2001

 

 

 

Evidence from the field

 

 

 

 

 

 

 

 

 

330

Journal of Banking and Finance

Conditional value-at-risk for general loss distribu-

Rockafellar R. T., Uryasev S.

2002

 

 

 

tions

 

 

 

325

Journal of Financial Economics

The ultimate ownership of Western European corpo-

Faccio M., Lang L. H. P.

2002

 

 

 

rations

 

 

 

324

Journal of Finance

No contagion, only interdependence: Measuring

Forbes K. J., Rigobon R.

2002

 

 

 

stock market comovements

 

 

 

 

 

 

 

 

 

320

Journal of Finance

Information and the cost of capital

Easley D., O’Hara M.

2004

 

 

 

 

 

 

 

313

Journal of Financial Economics

Market efficiency, long-term returns, and behavioral

Fama E. F.

1998

 

 

 

finance

 

 

 

311

Review of Financial Studies

Valuing American options by simulation: A simple

Longstaff F. A., Schwartz E. S.

2001

 

 

 

least-squares approach

 

 

 

Fonte: os autores.

 

 

 

A probabilidade de ser citado nas revistas...

5 CONCLUSÃO

O trabalho apresentou uma base considerável para definir quais são, atualmente, as principais revistas de finanças. Os resultados mostraram-se pa- recidos aos de diversos estudos da área, independente dos métodos de avaliação utilizados. JOF e JFE aparecem como as melhores revistas de finanças (ALE- XANDER; MABRY, 1994; BOROKHOVICH; BRICKER; SIMKINS, 1994; CHUNG; COX; MITCHELL, 2001; MCNULTY; BOEKELOO, 1999), mos- trando a sua importância.

JOF mostrou que durante o período analisado, todos os artigos ali pu- blicados foram citados ao menos uma vez. É evidente que isso não significa que, se determinado autor publicar na JOF ele será automaticamente citado. Isso pode significar que: ou o processo de seleção de artigos da JOF é rigoroso o suficien- te para que todos os artigos publicados sejam minimamente relevantes, ou esse periódico possui um número de leitores grande o suficiente para que pelo menos um leitor considere que determinado artigo é relevante. Tal revista publicou 745 artigos no período; a JFE, segunda colocada do ranking, publicou no período 522 artigos. Entretanto, não foi observada nenhuma relação entre a qualidade da re- vista e a quantidade de publicações, ficando em aberto a questão se é mais impor- tante para as revistas terem muitos artigos publicados com um número razoável de citações ou poucos artigos publicados com muitas citações.

Com exceção da JOF, todas as revistas nas 10 primeiras posições do ranking da Tabela 3 apresentam pelo menos três artigos que não receberam nenhu- ma citação. Esse resultado sugere que os artigos não são citados somente pelo fato de serem publicados em determinadas revistas. O público acadêmico provavelmen- te é qualificado o suficiente para identificar e citar os artigos mais relevantes.

Os resultados mostram que 76,29% de todos os artigos receberam pelo menos uma citação cada, podendo demonstrar que, de maneira geral, as publica- ções na área de Finanças têm mais chance de receber pelo menos uma citação do que não receber nenhuma. Em contrapartida, apenas 5,56% dos artigos recebe- ram mais do que 51 citações.

O topo do ranking foi composto pela JOF (média de 61 citações), JFE (média de 50 citações), RFS (média de 34 citações), JFQA (média de 23 citações) e MF (média de 20 citações). É interessante notar que as duas primeiras revistas se mostram bem à frente da terceira colocada, podendo demonstrar que ambas têm um maior impacto ao meio acadêmico do que a RFS. Entretanto, alguns

2014 .maio/ago 548,-525 .p 2, .n 13, .v Unoesc, RACE,

541

RACE, Unoesc, v. 13, n. 2, p. 525-548, maio/ago. 2014

Marcelo Machado de Freitas et al.

outros estudos que utilizam outra metodologia de análise apontam a RFS como a segunda colocada do ranking (CHENG; HUANG, 2007; CURRIE; PADHER, 2011), o que abre questionamentos acerca de qual método se aproxima mais da real qualidade das revistas. Com o mesmo raciocínio, a JBF que ficou em décima colocada no ranking, recebeu em média 15 citações no período, podendo levar ao imprudente entendimento de que a JOF e a JFE são revistas que possuem quali- dade muito superior à JBF.

Nota-se uma tendência entre os artigos que receberam mais do que 200 citações, pois 92% deles foram elaborados por mais de um autor, podendo con- cluir que trabalhos colaborativos tendem a causar um maior impacto acadêmico do que os feitos por somente um autor. Em comparação, os resultados de Akviran (2013) mostram que 43,39% dos artigos analisados em seu trabalho são realizados por dois autores.

A análise dos artigos de acordo com as classificações proposta por JEL é uma facilitadora na identificação das áreas das pesquisas acadêmicas, entretan- to, pode ser necessário que estas áreas sejam mais ampliadas (não se restringindo a somente quatro áreas de finanças) e que outros estudos tentem fazer classifica- ções mais específicas e/ou que métodos paralelos a este sejam utilizados para dar maior amplitude aos resultados.

Os resultados deste trabalho sugerem que a JOF é uma revista de desta- que no cenário de finanças quando avaliada por meio do método de contagem de citações. A revista possui a maior média de citações por artigo, um alto número de publicações, o artigo mais citado e todos os seus artigos no período receberam pelo menos uma citação. Além da JOF, os resultados sugerem que existem outras revis- tas que oportunizam aos pesquisadores uma grande chance de seus artigos serem citados, como a JFE, RFS, JFQA e MF, em que mais de 96% dos seus artigos recebe- ram ao menos uma citação. Por outro lado, existem algumas revistas nas quais mais de 80% dos seus artigos não receberam sequer uma citação, como é o caso da FU.

O método de contagem de citações sugere que existe uma grande discre- pância entre a qualidade de revistas, a qual não é demonstrada por outros trabalhos. Acredita-se que a maioria das revistas tem um papel importante para o cenário acadêmico e por esse motivo esse método deve ser utilizado com cautela e, sozinho, não é capaz de avaliar concretamente a qualidade das revistas acadêmicas, dos arti- gos e dos autores. Por outro lado, possibilita conhecer em quais revistas internacio- nais de finanças o autor terá maior chance de ter seu trabalho citado.

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The probability of being cited in international journals of finance: an citation analysis

Abstract

The purpose of this paper was to identify those international journals of finance which offer authors the greatest chance of having their work cited. This was based on papers published between 1996 and 2004, by analyzing the number of citations for those papers up to 2012. Furthermore, a ranking of journals and papers was developed. Data for the study were extracted from the Scopus database. To characterize journals that concern finance, only those journals which contain finance or financial in their titles were consid- ered. The Journal of Finance (JOF) was the only journal of which all papers had at least one citation. In contrast, 80.42% of papers published in Finance a Uver (FU) received no citation. The JOF also achieved the highest citation average, with approximately 61 citations per paper. This was followed by the Journal of Financial Economics (JFE), with approximately 50 citations per paper, and the Review of Financial Studies (RFS), with approximately 34 citations per paper. 51 papers received more than 200 citations, and 92% of those papers were written by more than one author. This analysis concluded that this method of measuring journal citations enables an understanding of which inter- national journals of finance offer authors a greater chance of having their work cited.

Keywords: Citation. Avaliation. Research.

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Recebido em 02 de dezembro de 2013

Aceito em 26 de março de 2014

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