SISTEMAS SETORIAIS DE INOVAÇÕES SUSTENTÁVEIS: CATEGORIAS DE ANÁLISE, TIPOLOGIAS E CLASSIFI- CAÇÕES PARA ANÁLISE
Andréa Torres Barros Batinga de Mendonça*
Ana Paula Mussi Szabo Cherobim**
Sieglinde Kindl da Cunha***
Resumo
Este ensaio teórico teve o objetivo de identificar prováveis categorias de análise integrando a inovação em sua perspectiva sistêmica e a sustentabilidade. Desta-
1 INTRODUÇÃO
Os avanços no arcabouço teórico e prático acerca da inovação tecno- lógica influenciaram o desenvolvimento de uma visão sistêmica do conceito de
_____________
*Doutoranda em Administração pelo Programa de
**Professora do Programa de
***Professora do Programa de Mestrado e Doutorado em Administração da Universidade Positivo e do Programa de
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inovação, a partir das relações formadas entre empresas e instituições (MARION FILHO; SONAGLIO, 2007; NELSON, 2006; CASSIOLATO; LASTRES, 2000). Essa visão buscou analisar os relacionamentos entre agentes de diferen- tes tipos, que juntos ou individualmente contribuíram para o desenvolvimento do desempenho inovador, na transmissão de tecnologias e na aquisição de novas habilidades e competências (MARION FILHO; SONAGLIO, 2007; NELSON, 2006; CASSIOLATO; LASTRES, 2000).
A teoria econômica tem buscado determinar maneiras mais eficientes e sustentáveis de utilizar os recursos ambientais. Assim, é importante ver o siste- ma econômico interagindo com o meio ambiente, extraindo recursos naturais e devolvendo resíduos e que, desse modo, a economia apresenta impactos sobre o meio ambiente (ANDRADE, 2008; SOUZA, 2008).
O que se percebe é que o padrão de crescimento da economia e do desen- volvimento tecnológico esteve sempre voltado ao uso intensivo de
A sustentabilidade vai ganhando destaque a partir de acontecimentos que marcam discussões sobre o futuro do Planeta e o provimento das necessidades da população em longo prazo, principalmente, no debate e na publicação da Comissão de Brundtland em 1987 sobre o desenvolvimento sustentável e, posteriormente, sobre outras visões e perspectivas, unindo os pilares econômico, social e ambiental para formar o conceito do tripé da sustentabilidade – triple bottom line (ELKINGTON, 2012;
Pensando em unir a inovação e a preocupação com o meio ambiente, muito se tem discutido sobre inovações sustentáveis, ou mais especificamente sobre inovações ambientais ou ecoinovações (ARUNDEL; KEMP, 2009; CAR-
Nesse contexto, a inovação e a sustentabilidade se relacionam em uma perspectiva de desenvolvimento de produtos e serviços que agreguem valor aos
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consumidores enquanto diminuem os impactos ambientais das atividades econô- micas, considerando maiores níveis de eficiência ambiental, produção mais limpa e a incorporação de mecanismos de padronização e controle como as certifica- ções ISO (ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, 2009; KEMP; FOXON, 2007; FUSSLER; JAMES, 1996).
A partir dessas considerações, este estudo objetivou identificar prová- veis categorias de análise que integrem a visão sistêmica da inovação em sua pers- pectiva sustentável ou de ecoinovações no sistema setorial de inovação.
Para o alcance deste objetivo, o trabalho se estruturou em sete seções, abordando na seção a seguir a inovação por uma perspectiva evolucionária e sis- têmica, especificamente, os sistemas setoriais e suas peculiaridades. Nas seções seguintes, foram discutidas as questões que relacionam o debate da sustentabili- dade e da inovação, abordando os aspectos da ecoinovação e, posteriormente, dos estudos que tratam da sua mensuração. Em seguida, foi proposta uma relação que integra a visão sistêmica da inovação e as inovações sustentáveis. E, finalmente, foram apresentadas as considerações finais e as referências utilizadas no trabalho.
2 INOVAÇÃO EVOLUCIONÁRIA E SISTÊMICA
A partir das contribuições de Schumpeter (1985), a inovação, que até meados da década de 1960 era conhecida como o lançamento de novos produtos ou processos e reconhecida por uma visão linear, ou seja, advinda de sucessivas pesquisas básicas e aplicadas, desenvolvimento, produção e difusão, passou a ser entendida por um processo evolucionário a partir das experiências passadas e da acumulação de conhecimento (KIM, 2005; CORAZZA; FRACALANZA, 2004).
A ideia de Schumpeter (1985) era de que a inovação derivava de uma série de novas combinações resultando em um novo bem no mercado, um novo processo de produção, abertura de um novo mercado, novas fontes descobertas de
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A importância dada por essa abordagem à dimensão cognitiva leva a aprendizagem ao posto de
a)O princípio de variação: variação de características dos membros de uma população;
b)O princípio da hereditariedade: características das entidades co- piadas ao longo do tempo;
c)O princípio da seleção: algumas entidades têm conjuntos de carac- terísticas mais adequadas para a sua sobrevivência e crescimento da população.
A importância das relações entre as organizações e os demais agentes da economia para a inovação fez surgir uma nova forma de analisar os proces- sos inovativos a partir de uma abordagem sistêmica, a fim de ampliar a concep- ção anterior de inovação considerando fatores organizacionais, institucionais e econômicos, e buscando explicar o desenvolvimento mais acentuado de algumas regiões em comparação a outras (MARION FILHO; SONAGLIO, 2007; NEL- SON, 2006; CASSIOLATO; LASTRES, 2000).
Os sistemas de inovação podem ser delimitados de acordo com seu posi- cionamento geográfico, com o seu setor específico e a partir das atividades princi- pais (SILVESTRE; DACOL, 2006; JOHNSON; EDQUIST; LUNDVALL, 2003).
O sistema setorial de inovação reúne agentes heterogêneos que intera- gem em relações mercantis e não mercantis de modo a gerar, adotar e usar tecnolo- gias novas e já estabelecidas na busca por criar, produzir e utilizar produtos que são novos e pertencentes a um setor específico (MALERBA, 2002). As relações entre as empresas não se resumem apenas às ações de compra e venda, mas podem ainda es-
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tar relacionadas a fluxos de informações e habilidades e em relação à diversificação tecnológica para as áreas de produtos dos fornecedores e clientes (PAVITT, 1985).
Já o segundo conjunto de elementos se refere à heterogeneidade en- tre os agentes que compõem o setor, podendo ser distinguidos entre individuais e organizacionais, como empresas, produtores, fornecedores, organizações não empresariais, como universidades, instituições financeiras, agências do Gover- no, departamentos de P&D ou associações industriais (MALERBA, 2002, 2003; CASSIOLATO; LASTRES, 2000). O foco na heterogeneidade dos agentes dentro de um setor considera competências, comportamentos de interação, processos de aprendizagem, crenças, objetivos e estruturas organizacionais que estão presentes nas trocas de cooperação e competição (NELSON, 2006; MALERBA, 2002, 2003).
O terceiro conjunto de elementos trata das instituições que regem as in- terações entre os agentes e podem ser normas, rotinas, hábitos, práticas, regras, leis, entre outras,
Segundo Freeman (2004) e Johnson, Edquist e Lundvall (2003), no sis- tema de inovação é importante o acúmulo de tecnologias por meio de uma combi- nação de tecnologias importadas com atividades locais e políticas proativas inter- vencionistas para promover as indústrias em início de desenvolvimento. Com isso,
Essa abordagem é enfática no sentido da interdependência e da não line- aridade, uma vez que é baseada no entendimento de que as empresas normalmente não inovam isoladamente, mas em interação mais ou menos próxima com outras organizações por meio de relações complexas baseadas nos princípios da reciproci- dade e nos mecanismos dos círculos de feedback (JOHNSON; EDQUIST; LUND- VALL, 2003). Entender a inovação por uma visão sistêmica, portanto, é enxergar o
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processo como a integração entre empresas em uma complexa relação econômica e social com o meio em que estão inseridas (CASSIOLATO; LASTRES, 2000).
3 SUSTENTABILIDADE E INOVAÇÃO: O CONCEITO EMERGENTE
DA ECOINOVAÇÃO
Blackburn (2007) e
Essas questões foram debatidas pela Comissão de Bruntdland, que em 1987 publicou um relatório com uma definição para o termo sustentabilidade, afir- mando que ela é o desenvolvimento que busca satisfazer as necessidades do presen- te sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias ne- cessidades (BARBIERI, 2007; BLACKBURN, 2007; FUSSLER; JAMES, 1996).
Apesar dessa proposição, é difícil encontrar na literatura aspectos de mensuração consolidados sobre cada um desses pilares. São encontradas propos- tas, como a de Savitz e Weber (2006), em que os autores abordam para o pilar eco- nômico aspectos como vendas, receitas, retornos sobre investimentos, impostos pagos, fluxos monetários e criação de empregos. Para o pilar ambiental, os autores propõem mensurar aspectos como a qualidade do ar, qualidade da água, uso de energia e produção de lixo. E para o pilar social alguns aspectos propostos por Savitz e Weber (2006) são as práticas de emprego, os impactos na comunidade, direitos humanos e a responsabilidade na produção.
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A relação da inovação com a sustentabilidade se destacou efetivamente em 1996, com a publicação do livro “Driving
Éimportante acrescentar que a estabilidade de recursos significa o uso eficiente de recursos em bens e serviços; a estabilidade socioeconômica pode ser traduzida em termos de fornecer produtos e serviços que podem ser consumidos por todos e que melhora a qualidade de vida e a estabilidade ecológica se traduz no conceito de cuidado ambiental (FUSSLER; JAMES, 1996).
Épossível destacar, ainda, quanto à relação entre inovação e sustentabili- dade, que esta ocorre em uma perspectiva de desenvolvimento de produtos e serviços que adicionam valor aos consumidores, reduzindo os impactos ambientais das ati- vidades econômicas, alcançando níveis mais elevados de eficiência ambiental e de produção mais limpa (ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO E DESENVOLVI- MENTO ECONÔMICO, 2009; KEMP; FOXON, 2007; FUSSLER; JAMES, 1996).
A discussão a respeito do tema também foi feita pelo Environmmental Technology Action Plan (ETAP), em 2004, propondo como conceito de ecoinova- ção como a busca por produzir, assimilar ou explorar “[...] novos produtos, pro- cessos produtivos, serviços ou métodos de gestão e negócios, cujo objetivo, por todo ciclo de vida, é prevenir ou reduzir substancialmente riscos ambientais, po- luição e outros impactos negativos no uso de recursos.” (ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, 2009, p. 38).
A partir da concepção de diferentes autores que abordam a relação en- tre inovação e sustentabilidade,
4 TIPOLOGIAS E CLASSIFICAÇÕES DE ANÁLISE DE ECOINOVAÇÃO
Diversos autores abordam de forma direta e indireta a relação entre inovação e sustentabilidade, como
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(2009), Foxon e Andersen (2009), Arundel e Kemp (2009), Organização para Co- operação e Desenvolvimento Econômico (2009), Andersen (2006, 2008), Reid e Miedzinski (2008), Kemp e Foxon (2007) e Rennings (1998), todos voltados a esta relação a partir de uma visão evolucionária da inovação e da sustentabilidade.
Rennings (1998) aborda perspectivas distintas relacionadas à ecoinovação na economia neoclássica, em que se predomina a economia ambiental e de recursos com a superioridade dos instrumentos de mercado e a ecoinovação em uma aborda- gem coevolucionária, interessada nos processos de transição e aprendizado. A passa- gem de uma abordagem para a outra modificou a forma de enxergar aspectos como as externalidades, que na economia neoclássica, segundo Rennings (1998), podem ser estimuladas positivamente pelos mecanismos de regulação, ou políticas de inovação, enquanto na abordagem de coevolução passasse a importar também para as inovações sociais e institucionais, ou seja, coenvolve nessa abordagem os sistemas social, insti- tucional e ecológico, ressaltando ainda a interação entre eles.
Diante dessa perspectiva, Rennings (1998) destaca que as ecoinovações podem ser de natureza tecnológicas, quando relacionadas a tecnologias preventivas e curativas; de natureza organizacionais, quando relacionadas à mudança nos ins- trumentos de gestão; de natureza sociais, voltadas às mudanças no comportamento e estilo de vida dos consumidores; e as de natureza institucionais, relacionadas à criação de redes locais e agências, governança global e comércio internacional.
Autores como Kemp e Foxon (2007) fazem uma revisão das definições e propõem que a ecoinovação não envolva somente a redução de impactos ambien- tais, mas que busque a produção, a aplicação ou a exploração de um bem, servi- ço, processo produtivo, estrutura organizacional e modelo de gestão novo para a empresa ou consumidor e que tenha como resultado, ao longo do ciclo de vida, a redução de riscos ambientais, poluição e impactos negativos do uso de recursos em comparação com alternativas anteriores.
Kemp e Foxon (2007) abordam uma taxonomia de ecoinovações que se assemelham ao trabalho publicado por Andersen (2008),
a)Tecnologias ambientais: como controle da poluição, tecnologias mais limpas, processos tecnológicos mais limpos e aspectos rela- cionados ao controle de barulho e de gastos de água;
b)Inovações organizações para o meio ambiente: métodos e sistemas de ges- tão para lidar com problemas ambientais na produção e nos produtos;
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Sistemas setoriais de inovações sustentáveis....
c)Inovação em produtos ou serviços: relacionada à melhoria de pro- dutos ou serviços benéficos ao meio ambiente;
d)Sistemas verdes de inovação: relacionados a sistemas alternativos de produção e consumo.
Andersen (2008) afirma que a ecoinovação é um tema complexo e de difícil definição em decorrência da sua subjetividade e é conceituada pelo autor como uma inovação que tem capacidade de atrair rentabilidade verde no merca- do, focando a pesquisa no grau em que os problemas ambientais se tornam inte- grados no processo econômico e colocando a firma como centro de análise. Para tanto, Andersen (2008) propõe uma taxonomia refletindo os diferentes papéis de um mercado verde, sugerindo:
a)ecoinovações
b)ecoinovações integradas: fazem tanto o processo produtivo quanto o produto mais ecoeficiente (“limpo”) em relação aos seus simila- res;
c)ecoinovações de produtos alternativos: representam uma nova tra- jetória tecnológica de inovações radicais e não são inovações mais limpas que seus produtos similares, mas oferecem uma solução di- ferente e mais ambientalmente eficiente em comparação aos pro- dutos existentes;
d)ecoinovações
e)ecoinovações de propósito geral: se referem a tecnologias de propó- sitos gerais que afetam a economia e o processo de inovação.
Reid e Miedzinski (2008) trazem uma abordagem diferenciada identifi- cando três níveis de análise da ecoinovação: nível micro, meso e macro. Segundo os autores, o nível micro aborda questões relacionadas ao produto e ao serviço, aos processos e à empresa; o nível meso destaca aspectos do setor, da cadeia de for- necimento, da região específica e do sistema de produto e serviço, e; o nível ma- cro está relacionado à economia como um todo, às nações e aos blocos econômicos
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(REID; MIEDZINSKI, 2008). Para cada um desses níveis os autores destacam indicadores mensuráveis específicos, abordados na seção seguinte deste trabalho.
a)Adição de componentes: busca amenizar e reparar impactos nega- tivos sem necessariamente mudar o processo e o sistema que pro- duz o problema;
b)A mudança no subsistema ou soluções ecoeficientes e a otimização do subsistema: com o objetivo de melhorar o desempenho ambiental, reduzindo impactos negativos pela criação de mais bens e serviços en- quanto fazem menos uso de recursos e criam menos lixo e poluição;
c)Mudança no sistema: relacionada ao redesenho do sistema e mu- danças dos seus componentes,
A segunda dimensão, a dimensão do usuário, busca envolver os usuários de modo a se beneficiarem da sua criatividade e se assegurarem que eles vão aceitar e assumir os novos produtos e serviços, incluindo a abordagem de desenvolvimento do produto ou serviço e a aceitação, envolvendo a mudança no comportamento do usuário. A dimensão do produto/serviço envolve a maneira pela qual as empresas criam valor agregado com seus produtos, processos e serviços e aborda a mudança na entrega dos produtos/serviços e a mudança na rede de valor e de outras relações. Por fim, a dimensão da governança se refere a todas as novas soluções institucionais e or- ganizacionais para resolver conflitos sobre recursos ambientais tanto no setor público quanto privado
A mensuração da ecoinovação se configura como um desafio substan- cial, uma vez que requer medidas coerentes definidas,
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Sistemas setoriais de inovações sustentáveis....
Para Andersen (2006), os principais problemas se encontram na defini- ção e na operacionalização da ecoinovação, pois estas não são claras e as perspec- tivas do sistema são deixadas de lado. Dessa forma, acrescenta que as questões re- lacionadas à cadeia de inovação e ao sistema de inovação devem ser combinadas; as análises de setores específicos são centrais para a comparação internacional.
Apesar dos desafios, a mensuração da ecoinovação auxilia na avaliação do progresso em várias categorias, como no acesso a de que forma os países lidam na promoção da ecoinovação, ou quanto do progresso dos países está dissociado da de- gradação ambiental e permite ainda a análise dos direcionadores da ecoinovação e as consequências econômicas e ambientais (ARUNDEL; KEMP, 2009; ORGANI- ZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, 2009).
Nesse sentido, os principais benefícios de mensurar a ecoinovação se re- lacionam à ajuda aos tomadores de decisão pública para que entendam, analisem e comparem a tendência geral da atividade da ecoinovação bem como a tendência em produtos específicos; ajuda os tomadores de decisão públicos a identifica- rem direcionadores e barreiras para a ecoinovação; sensibilização à ecoinovação dos principais stakeholders e o encorajamento às empresas para que aumentem os esforços para a ecoinovação; ajuda para a sociedade em dissociar o crescimento econômico da degradação ambiental; e tornar os consumidores mais preocupados com as diferenças nas consequências ambientais causadas por produtos e estilos de vida (ARUNDEL; KEMP, 2009; ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, 2009).
Os indicadores relacionados à ecoinovação são indicadores de resposta que mensuram o desenvolvimento social na ecoinovação em diferentes níveis e se diferen- ciam dos indicadores ambientais tradicionais que focam essencialmente em mensurar o estado do ambiente (água, solo e ar) e a ecoeficiência (ANDERSEN, 2006).
O autor aborda, também, três conjuntos de elementos que podem ser uti- lizados para mensurar a ecoinovação. O primeiro se refere aos objetos da inovação, a cadeia, ou seja, as atividades de inovação desde a ideia até a geração para a criação de valor, cobrindo indicadores como “competências” (investimentos em P&D, ha- bilidades e educação e desenvolvimento organizacional), resultados da inovação (ecoeficiência e análise setorial e patentes) e a penetração no mercado (market share). O segundo elemento se refere aos temas da inovação e aborda o nível verde dos atores/instituições no sistema de inovação, considerando elementos como o desen- volvimento organizacional, o ecoempreendedorismo, instituições de conhecimento e educação, o compartilhamento de conhecimento e o estabelecimento de institui-
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ções e governança. O terceiro e último conjunto de elementos é a taxonomia da ecoinovação, em que é questionado o fato de existirem muitas tipologias difusas e que não são claras, além de focarem no grau em que os produtos contribuem para a melhoria ambiental, em vez de analisar como eles funcionam no mercado.
Outros aspectos de mensuração são descritos por Arundel e Kemp (2009) e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (2009) dividindo em três níveis de elementos: a natureza e a escala de uso da ecoinovação, direcionadores e bar- reiras da ecoinovação e os efeitos. Quanto à natureza da ecoinovação, os autores abor- dam duas classificações, a da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Eco- nômico que divide as categorias em “gestão da poluição”, “tecnologias e produtos mais limpos” e “gestão de recursos”, e a classificação do programa Mensuring
Ambas as publicações abordam fontes de dados para mensurar a ecoino- vação dividindo em quatro categorias (ARUNDEL; KEMP, 2009; ORGANIZA- ÇÃO PARA COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, 2009):
a)As medidas de entrada: gastos com P&D, pessoal na P&D, outros gastos com inovação;
b)As medidas de saída intermediária: número de patentes ou núme- ros e tipos de publicações científicas;
c)As medidas de saídas diretas: número de inovações, descrições de inovações individuais, dados de vendas de novos produtos, etc.;
d)As medidas de impacto indireto: mudanças na eficiência dos re- cursos e produtividade utilizando análise de decomposição.
Conforme já discutido, Reid e Miedzinski (2008) abordam três níveis de identificação da ecoinovação e para cada um destes níveis abordam também aspec- tos específicos para se mensurar. No nível micro, os autores destacam o perfil da
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Sistemas setoriais de inovações sustentáveis....
empresa como atividades de ecoinovação (tipo de inovação, nível de novidade, setor e tamanho da empresa) e o perfil da inovação, como benefícios da ecoinovação e o perfil da eficiência da ecoinovação. No nível meso,
5 INOVAÇÕES SUSTENTÁVEIS NO SISTEMA SETORIAL DE INOVAÇÃO
Neste trabalho, foi possível discutir o conceito de inovação por uma perspectiva evolucionária influenciada pelo trabalho de Schumpeter (1985) e por autores como Nelson (2006), Lall (2005) e Johnson, Edquist e Lundvall (2003), que destacam a coevolução das tecnologias, empresas e estrutura institucional nessa abordagem.
Nesse sentido, é interessante ressaltar a maneira com a qual as empre- sas passam a se relacionar com outras dentro de um mesmo setor e, ainda, com instituições que oferecem suporte a suas atividades, como instituições de finan- ciamento e pesquisas, e que também estão sob o regimento de órgãos e agências que aplicam normas e leis a essas relações. Em virtude dessa dinâmica, o estudo da inovação ganhou novas perspectivas com a abordagem sistêmica, destacando a importância no compartilhamento de informações, talentos e habilidades, re- lações de parcerias, competição e cooperação e as lutas para ganhos comuns nos governos e entidades de classe.
Pensando dessa forma e analisando esses precedentes, Malerba (2002, 2003) aborda o sistema setorial de inovação buscando destacar que, sob um setor específico, as empresas agem e reagem a mecanismos comuns, como tecnologias e conhecimentos semelhantes e que podem ser compartilhados a instituições tam-
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bém comuns. Assim, o autor destaca três conjuntos de elementos caracterizando esse sistema setorial: conhecimento e tecnologia, agentes e relações e instituições.
Para um maior detalhamento,
Quadro 1 – Categorias de descrição e análise do sistema setorial de inovação
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Categorias analí- |
Descrição |
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ticas |
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Perfil das empresas; |
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Inovação nas empresas (produtos, processos, organizacional, mercado e |
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Agentes |
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Competências; |
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Usuários; |
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Fornecedores; |
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Atividades de inovação (ex.: P&D). |
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Rede de empresas; |
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Cooperação e parcerias; |
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Relações |
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Redes de comunicação; |
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Transferência de conhecimento e tecnologia; |
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Relações internacionais para inovação; |
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Estrutura competitiva do setor; |
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Demandas internas e externas; |
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Limites e |
condi- |
Tamanho (quantidade de empresas relacionadas); |
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Cultura; |
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ções do sistema |
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Recursos disponíveis; |
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Competitividade. |
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Conhecimentos específicos do setor; |
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Conhecimento/ tec- |
Tecnologias aplicadas nas empresas do setor; |
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Aprendizado tecnológico; |
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nologias |
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Pesquisa básica e aplicada no setor; |
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Estratégias de P&D. |
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Normas; |
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Regras; |
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Instituições |
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Leis; |
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Políticas de desenvolvimento do setor; |
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Agências, órgãos e entidades de classe; |
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Instituições financeiras, educacionais e de pesquisa. |
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Fonte: Coenen e López |
(2009), Speirs, Pearson e Foxon (2008), Nelson (2006), Malerba (2002, 2003), |
|
Johnson, Edquist e Lundvall (2003) e Cassiolato e Lastres (2000). |
Com a emergência da introdução do conceito da sustentabilidade no desenvolvimento econômico, diversos autores têm buscado estudar e pesquisar
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Sistemas setoriais de inovações sustentáveis....
a relação entre a inovação e a sustentabilidade. Pensando nessa relação, autores como Fussler e James (1996) passaram a abordar o conceito da ecoinovação como uma forma de alinhar três perspectivas, ou estabilidades: ecológica, de recursos e socioeconômica.
Interessante destacar que as discussões subsequentes a de Fussler e Ja- mes (1996) se apoiaram, assim como a dele, em uma perspectiva evolucionária da inovação, dessa forma, enfatizando os processos de coevoluções de tecnologias e instituições e nos processos de aprendizado e acumulação do conhecimento e da experiência. Nesse sentido, vale ressaltar que, como colocou Rennings (1998), olhar a inovação e a sustentabilidade juntas é observar um processo em que estão envolvidos os sistemas sociais, institucionais e ecológicos.
Os autores dessa corrente de pensamento compartilham o efeito evo- lucionário, mas tratam a ecoinovação sob diferentes conceituações, tipologias e caracterizações, permitindo verificar que não existe consenso entre eles nessa de- finição. Os autores abordam ainda diferentes aspectos relacionados à mensuração desse conceito, permitindo que aquele que deseja fazer um estudo ou pesquisa sobre o tema busque aquela que mais se adéqua a seu caso ou a que mais se asse- melha ao seu pensamento próprio sobre o assunto.
Visando destacar as diferentes tipologias, caracterizações e medidas de mensuração, conforme já discutido anteriormente,
Quadro 2 – Caracterização/tipologias e aspectos de mensuração da ecoinovação |
(continua) |
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Autores |
Classificação/tipologias |
Mensuração |
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Fussler e James |
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Estabilidade ecológica; |
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RACE, |
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Estabilidade de recursos; |
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(1996) |
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Estabilidade socioeconômica. |
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Ecoinovações tecnológicas: preventivas e |
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Unoesc, |
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curativas; |
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• |
Ecoinovações organizacionais: mudança |
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nos instrumentos de gestão; |
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Rennings (1998) |
• |
Ecoinovações sociais: mudança no |
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.v |
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comportamento e estilo de vida dos |
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13, |
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consumidores; |
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.n |
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• |
Ecoinovações institucionais: redes locais |
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1, |
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e agências, governança global e comércio |
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|
.p |
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internacional. |
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(conclusão)
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Autores |
Classificação/tipologias |
Mensuração |
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Tecnologias ambientais: controle da |
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poluição, tecnologias mais limpas, proces- |
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sos tecnológicos mais limpos e aspectos |
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relacionados ao controle de barulho e de |
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|
gastos de água; |
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|
Kemp e Foxon |
• |
Inovações organizacionais para o meio |
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(2007) |
|
ambiente: métodos e sistemas de gestão |
|
|
|
para resolver problemas ambientais; |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
• |
Inovação em produtos ou serviços: melho- |
|
|
|
|
ria de produtos ou serviços benéficos ao |
|
|
|
|
meio ambiente; |
|
|
|
• |
Sistema de verde de inovação: sistemas |
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|
|
alternativos de produção e consumo. |
|
|
|
|
|
Objetos da inovação: atividades da |
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|
|
|
inovação desde a ideia até a geração para a |
|
|
|
|
criação de valor: |
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|
|
|
Competências, resultados da inovação e |
|
|
Ecoinovações |
penetração no mercado. |
|
|
Andersen (2006, |
Ecoinovações integradas; |
Temas da inovação: |
|
|
2008) |
Ecoinovações de produtos alternativos; |
Desenvolvimento organizacional, |
|
|
Ecoinovações |
ecoempreendedorismo, instituições de |
||
|
|
|||
|
|
Ecoinovações de propósito geral. |
conhecimento e educação, compartilha- |
|
|
|
|
|
mento de conhecimento e estabelecimento |
|
|
|
|
de instituições e governança. |
|
|
|
|
Taxonomia da ecoinovação: (conforme |
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descrita ao lado). |
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|
Nível Micro: |
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Perfil da empresa; |
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Perfil da inovação. |
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|
Nível Meso: |
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|
Atividades em diferentes setores, ganhos |
|
Reid e Mie- |
|
|
de ecoeficiência em setores, cadeia de |
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|
|
valor, regimes tecnológicos e sistemas de |
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dzinski (2008) |
|
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produtos. |
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Nível Macro: |
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Sistema nacional de inovação e ecoinova- |
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ção, atividades de ecoinovação e economia, |
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|
|
comportamento do consumir e ambiente |
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|
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natural. |
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|
Natureza da ecoinovação (destacados ao |
|
|
|
|
lado); |
|
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OCDE: |
Direcionadores e barreiras à ecoinovação; |
|
|
Arundel e |
Gestão da poluição; |
Efeitos da ecoinovação: microefeitos |
|
|
Kemp (2009) |
Tecnologias e produtos mais limpos; |
(vendas, preços, custos de energia, mate- |
|
|
e Organização |
Gestão de recursos. |
riais, etc.) e efeitos meso (setor) e macro |
|
|
para Cooperação |
Projeto MEI (mensuring |
(nacional). |
|
|
e Desenvolvi- |
Tecnologias ambientais; |
|
|
|
mento Econô- |
Inovação organizacional; |
Fontes de dados: |
|
|
mico (2009) |
Inovação em produtos ou serviços; |
Medidas de entrada; |
|
|
|
Sistemas verde de inovação. |
Medidas de saída intermediárias; |
|
|
|
|
|
Medidas de saída diretas; |
|
|
|
|
Medidas de impacto indireto. |
|
Dimensão do design; |
|
||
|
silla, Gonzalez e |
Dimensão do usuário; |
|
|
|
Konnola (2009) |
Dimensão do produto/serviço; |
|
|
|
Dimensão da governança. |
|
||
|
|
|
||
|
Fonte: os autores. |
|
|
|
320
Sistemas setoriais de inovações sustentáveis....
A partir da definição das categorias de análise e descrição do sistema setorial de inovação e do destaque das principais tipologias e aspectos de men- suração da ecoinovação é possível fazer uma análise cruzada desses conceitos e propor categorias e indicadores de análise que caracterizarem um sistema setorial de inovação a partir das inovações sustentáveis ou ecoinovações.
Dessa forma,
Quadro 3 – Categorias e aspectos a mensurar do sistema setorial de inovações sustentáveis (continua)
Categorias |
|
|
|
|
do Sistema |
Características do SSI |
Aspectos a mensurar ecoinovação |
|
|
Setorial de |
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|||
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Inovação |
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|
|
|
|
|
|
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|
Perfil das empresas; |
Perfil da ecoinovação na organização: |
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|
|
Ecoinovações organizacionais, em produto ou |
|
||
|
Inovação nas empresas (produtos, |
|
||
|
processos, organizacional, merca- |
serviço; em processo; em |
|
|
|
Gastos de P&D para inovação voltada à pre- |
|
||
|
do e |
|
||
|
servação ambiental; |
|
||
Agentes |
Competências; |
|
||
Atividades para ecoinovação em toda a cadeia |
|
|||
|
Usuários; |
|
||
|
de valor; |
|
||
|
Fornecedores; |
|
||
|
Competências para ecoinovação; |
|
||
|
Atividades de Inovação (ex.: |
|
||
|
Efeitos micro da ecoinovação; |
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||
|
P&D). |
|
||
|
|
|||
|
|
|
||
|
|
|
|
|
|
Rede de empresas; |
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|
|
|
Cooperação e parcerias; |
Parceria e cooperação para P&D de inovação |
|
|
|
Redes de comunicação; |
|
||
|
ambiental; |
|
||
|
Transferência de conhecimento e |
|
||
Relações |
Transferência de conhecimento e tecnologias |
|
||
tecnologia; |
|
|||
|
de ecoinovação. |
|
||
|
Relações internacionais para |
RACE, |
||
|
|
|||
|
inovação; |
|
||
|
|
|
||
|
|
|
||
|
|
|
.v Unoesc, |
|
|
|
Aspectos culturais com objetivos à inovação |
||
|
|
sustentável; |
||
|
Estrutura competitiva do setor; |
Demanda e comportamento do consumidor |
||
|
Demandas internas e externas; |
por ecoinovações; |
||
Limites e |
Tamanho (quantidade de empre- |
Recursos (renováveis/sustentáveis) disponí- |
13, |
|
Condições do |
sas relacionadas); |
veis; |
||
.n |
||||
Sistema |
Cultura organizacional; |
Ambiente natural; |
||
p 1, |
||||
|
Recursos disponíveis; |
Ecoinovação na cadeia de valor; |
||
|
Competitividade. |
Ecoempreendedorismo; |
. |
|
|
|
305 |
||
|
|
Sistemas verde de inovação. |
- |
|
|
|
2014 ./abr.jan 328, |
||
|
|
|
||
|
|
|
321
RACE, Unoesc, v. 13, n. 1, p.
Andréa Torres Barros Batinga de Mendonça, Ana Paula Mussi Szabo Cherobim, Sieglinde Kindl da Cunha
|
|
|
(conclusão) |
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|
Categorias |
|
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|
|
do Sistema |
Características do SSI |
Aspectos a mensurar ecoinovação |
|
|
Setorial de |
|
||
|
|
|
|
|
|
Inovação |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Conhecimentos específicos do |
Tecnologias mais limpas/sustentáveis do |
|
|
|
setor; |
|
|
|
|
setor; |
|
|
|
|
Tecnologias aplicadas nas empre- |
|
|
|
Conhecimen- |
Pesquisas em ecoinovação no setor; |
|
|
|
sas do setor; |
|
||
|
to/ |
Conhecimentos aplicados à inovação susten- |
|
|
|
Aprendizado tecnológico; |
|
||
|
Tecnologias |
tável; |
|
|
|
Pesquisa básica e aplicada no |
|
||
|
|
Regime tecnológico sustentável; |
|
|
|
|
setor; |
|
|
|
|
Processo de aprendizagem tecnológica e de |
|
|
|
|
Estratégias de P&D. |
|
|
|
|
inovações sustentáveis. |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Normas; |
Sistema político e econômico para ecoinova- |
|
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Regras; |
|
|
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|
ção; |
|
|
|
|
Leis; |
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|
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Direcionadores e barreiras à ecoinovação; |
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|
|
Políticas de desenvolvimento do |
|
|
|
|
Instituições de financiamento e pesquisa para |
|
|
|
Instituições |
setor; |
|
|
|
inovação sustentável; |
|
||
|
|
Agências, órgãos e entidades de |
|
|
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|
Sistema regulatório voltado a ecoinovações; |
|
|
|
|
classe; |
|
|
|
|
Atuação de órgãos e entidades de classe volta- |
|
|
|
|
Instituições financeiras, educacio- |
|
|
|
|
das à ecoinovação. |
|
|
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|
nais e de pesquisa. |
|
|
|
|
|
|
|
|
Fonte: os autores. |
|
|
|
Na categoria “agentes”,
A categoria “relações” destaca o relacionamento entre os agentes do siste- ma setorial e, dessa forma,
No que diz respeito ao “conhecimento/tecnologia” são destacados aque- les conhecimentos e tecnologias específicas do setor, mas que têm como objetivo ser
322
Sistemas setoriais de inovações sustentáveis....
tecnológicos sustentáveis do setor, processos de aprendizagem, pesquisas e co- nhecimentos aplicados à ecoinovação. Por fim, a categoria “instituições” se refere aos aspectos regulatórios do sistema setorial,
Diante dessas considerações,
6 CONCLUSÃO
Este trabalho teve como objetivo identificar categorias de análise que podem ser utilizadas para integrar o sistema setorial de inovação e a sustentabi- lidade em sua perspectiva de ecoinovação. O alcance do objetivo foi possível a partir de uma revisão da literatura sobre o caráter sistêmico e evolucionário da inovação e sobre a relação de sustentabilidade e inovação, abordando o conceito da ecoinovação.
A revisão da literatura possibilitou identificar cinco categorias de aná- lise e descrição do sistema setorial: “agentes”, “relações”, “limites e condições do sistema”, “conhecimento/tecnologia” e “instituições”. Cada categoria foi descrita de modo a permitir a visualização das características dos elementos que compõem o sistema setorial.
Em seguida, foram abordados os principais conceitos sobre sustentabi- lidade, porém,
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323
RACE, Unoesc, v. 13, n. 1, p.
Andréa Torres Barros Batinga de Mendonça, Ana Paula Mussi Szabo Cherobim, Sieglinde Kindl da Cunha
Para a conclusão do objetivo do trabalho, a partir de autores como Co- enen e López (2009), Speirs, Pearson e Foxon (2008), Nelson (2006), Malerba (2002, 2003), Johnson, Edquist e Lundvall (2003) e Cassiolato e Lastres (2000), que abordam aspectos de categorização dos sistemas setoriais de inovação e au- tores como
É importante ressaltar que o caráter exploratório e de estudo bibliográ- fico deste trabalho não possibilita uma comprovação empírica dessas categorias, mas o cruzamento das temáticas aqui expostas serve de base para estudos futuros que desejam realizar pesquisas que integrem o sistema setorial e as inovações sus- tentáveis, uma vez que faz uma vasta busca na literatura de questões relacionadas às temáticas e que podem ser combinadas a fim de gerar novos insights.
Nesse sentido,
Sustainable sectoral systems of innovations: categories of analysis, types and ratings for analysis
Abstract
This theoretical essay aims to identify probable categories of analysis integrating innova- tion into their systems perspective and sustainability. We highlight the growing discus- sion about the relationship between economic development and sustainability, especially through the emerging concept of
324
Sistemas setoriais de inovações sustentáveis....
Keywords: Sectoral system of innovation. Sustainable innovations.
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Aceito em 16 de dezembro de 2013
RACE, Unoesc, v. 13, n. 1, p.
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