REDES DE LOGÍSTICA REVERSA: UM ESTUDO DO CANAL REVERSO DE RECICLAGEM NA INDÚSTRIA DO PLÁSTICO
Fernando Antonio Tenório*
Audálio Fernandes dos Reis**
Débora Eleonora Silva***
Maria Conceição Melo Silva Luft****
Resumo
Na indústria do plástico a logística reversa ocorre por meio do canal reverso de reciclagem, composto pelas etapas de coleta e retorno dos produtos ao ciclo pro- dutivo. Em relação à etapa de retorno ao ciclo produtivo, esta adquire importân- cia para todo o sistema de logística reversa, devendo possuir uma gestão que vise garantir a qualidade dos produtos fabricados com
______________
* Mestre em Administração pela Universidade Federal de Sergipe; Graduado em Análise de Sistemas pelo Centro Universitário Cesmac; Av. Marechal Rondon, s/n, Jardim Rosa Elze,
**Mestre em Administração pela Universidade Federal de Sergipe; Graduado em Física pela Universidade Católica de São Paulo; audalio@terra.com.br
***Doutora em Engenharia da Produção pela Universidade Federal de Pernambuco; Mestre em Administração pela Universidade Federal da Paraíba; Graduada em Administração pela Universidade Federal de Mato Grosso; dsilva.ufs@gmail.com
****Doutora em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco; Mestre em Administração pela Universidade Federal de Alagoas; Graduada em Administração pela Universidade Federal de Sergipe; ceica@infonet.com.br
2014 ./abr.jan
353
RACE, Unoesc, v. 13, n. 1, p.
Fernando Antonio Tenório et al.
ros, proximidade geográfica e ambiente predominantemente informal entre os proprietários. A gestão do processo
1 INTRODUÇÃO
A sustentabilidade empresarial, definida de forma genérica como mo- dos de produção de bens ou serviços, economicamente viáveis, com responsabi- lidade social e sem denegrir o ambiente, que supram as necessidades da geração atual sem comprometer o suprimento das gerações futuras (COMISSÃO MUN- DIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1988; MUNA- SINGHE, 2007), vem sendo encarada com prioridade entre os objetivos de várias empresas, uma vez que elas estão inseridas em uma sociedade cada vez mais preocupada com as questões ambientais.
Além disso, a sustentabilidade empresarial deve fazer cumprir as nor- mas estabelecidas pelas leis ambientais, como as que regulam o descarte de ma- teriais nocivos ao meio ambiente, a exemplo da Lei n. 12.305/10, cognominada Política Nacional de Resíduos Sólidos, tendo por meta reduzir o lançamento de resíduos no ambiente, mediante políticas de incentivo à reciclagem e ao desen- volvimento sustentável (GADIA; OLIVEIRA JÚNIOR, 2011).
Por meio da Política Nacional de Resíduos Sólidos, fica instituído que até o ano de 2014 o setor industrial brasileiro, incluindo as indústrias de embala- gens plásticas, será obrigado a implantar sistemas de logística reversa, provendo a destinação ambientalmente adequada de seus produtos.
De acordo com a Relação Anual de Informações Sociais de 2010 (BRA- SIL, 2010), o Estado de Alagoas possui 59 indústrias transformadoras de plástico, gerando 2.298 empregos, tendo uma participação de 16,8% em seu Produto Inter- no Bruto (PIB), ficando atrás apenas da indústria açucareira. Todavia, não foram encontrados dados quantitativos a respeito do número de indústrias de produtos plásticos que estão inseridas em sistemas de logística reversa no Estado.
354
Redes de logística reversa: um estudo...
A logística reversa nesse segmento industrial é feita por meio do canal reverso de reciclagem, no qual produtos de
Entretanto, para os produtos plásticos de
Diante do exposto, o presente estudo teve por objetivo compreender como a etapa de retorno ao ciclo produtivo de embalagens plásticas, executada por uma rede de empresas da indústria plástica de Alagoas, é gerenciada.
Para um melhor aproveitamento do tema, este artigo foi organizado da seguinte forma: a seção dois apresenta os fundamentos teóricos para o enten- dimento do fenômeno investigado: logística reversa e imperativos ambientais, definições e desafios da logística reversa e redes interorganizacionais; a seção três descreve os procedimentos metodológicos; a seção quatro discorre a respeito dos resultados encontrados, e a seção cinco apresenta as conclusões e as sugestões para futuras pesquisas.
2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS
2.1 LOGÍSTICA REVERSA E OS IMPERATIVOS AMBIENTAIS
Durante o século XIX e a primeira metade do XX, a civilização per-
2014 ./abr.jan
355
RACE, Unoesc, v. 13, n. 1, p.
Fernando Antonio Tenório et al.
escala, sem se importar com a degradação ambiental ou com a escassez de recursos naturais, que porventura serviam de
Segundo Jabbour e Santos (2006), a preocupação com as questões ambien- tais foi primeiramente abordada na década de 1970, pelo Clube de Roma, órgão cole- giado liderado por empresários que, por meio de uma publicação de título “Limites do crescimento”, expuseram suas ideias de forma trágica, em relação ao futuro da civilização humana caso esta mantivesse o modelo de produção industrial vigente. De acordo com a publicação, para a civilização alcançar a estabilidade econômica e ecoló- gica, ela deveria limitar seu crescimento demográfico e industrial, com o objetivo de conservar os recursos naturais às futuras gerações (MOFFATT, 2004).
De forma menos trágica que a publicação explanada pelo Clube de Roma, em 1987 foi publicado o relatório “Nosso Futuro Comum”, que apresenta um novo modelo de preservação ambiental, cognominado modelo sustentável, ou simples- mente sustentabilidade, despertando atenção para a necessidade de uma nova pos- tura ética, por parte da sociedade de modo geral, de forma que ela supra as suas necessidades sem afetar a possibilidade de as gerações futuras suprirem as suas (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMEN- TO, 1988; JACOBI, 2003; WILKINSON; HILL; GOLLAN, 2001), cabendo prin- cipalmente às empresas grande parcela de responsabilidade para que se alcance um ótimo estado de desenvolvimento sustentável (JABBOUR; SANTOS, 2006).
Já na década de 1990, Elkington (1998) amplia o conceito de susten- tabilidade ao
Em decorrência dos fatores como a crescente preocupação da sociedade e poder público com a questão da sustentabilidade, o fortalecimento das organiza- ções não governamentais ambientalistas e a promulgação de legislação de proteção ao meio ambiente, muitas empresas passaram a inserir as dimensões apresenta- das no Triple Bottom Line em suas atividades
356
Redes de logística reversa: um estudo...
2006), pois conforme discorre Markley e Davis (2007), uma empresa sustentável é aquela que se preocupa, simultaneamente, com a proteção do meio ambiente e com o
Em relação à dimensão ambiental, Jabbour e Santos (2006) afirmam que uma das formas de
a)especialização funcional: institucionalização das atividades am- bientais na empresa como uma área funcional;
b)integração interna: determinação das atividades ambientais com base nos objetivos da empresa;
c)integração externa: integração das atividades ambientais à estraté- gia empresarial, com foco na exploração de oportunidades estraté- gicas identificadas no ambiente competitivo da empresa.
As empresas podem alcançar os estágios propostos por Jabbour e San- tos (2006) por meio de um gerenciamento adequado das atividades relacionadas ao meio ambiente, o que envolve o planejamento, a organização e a orientação de como a empresa deve se comportar para alcançar as suas metas ambientais (AGUIAR, 2004).
Desse modo, surge o conceito de gestão ambiental, que de acordo com Silva, Ferreira e Ferreira (2008) consiste na administração das ações econômicas e sociais que visem utilizar de forma racional os recursos naturais,
Entre os instrumentos que podem ser utilizados pela gestão ambien- tal, a logística reversa aparece como um sistema que garante a destinação final ambientalmente adequada de produtos em fim de vida útil, podendo ser reuti- lizados como
De forma a facilitar a compreensão deste importante instrumento de sustentabilidade, que segundo Shibao Moori e Santos (2010, p. 4) “[...] tem como objetivo principal reduzir a poluição do meio ambiente e o desperdício de insu- mos, assim como a reutilização e reciclagem de produtos,” a próxima seção busca,
2014 ./abr.jan
357
RACE, Unoesc, v. 13, n. 1, p.
Fernando Antonio Tenório et al.
na forma de revisão da literatura, conceituar a logística reversa, apresentando também os desafios inerentes a este sistema.
2.2 DEFINIÇÕES E DESAFIOS DA LOGÍSTICA REVERSA
A logística é uma das atividades mais antigas da humanidade, visto que seu principal objetivo é disponibilizar bens produzidos por uma sociedade nos locais, no tempo, nas quantidades e na qualidade necessários aos seus consumi- dores (LEITE, 2009). Entretanto, o termo logística apenas passou a ser usado a partir do século XIX, inicialmente no meio militar, para definir as estratégias re- lacionadas às formas de transporte de tropas e suprimentos em períodos de guerra (FERREIRA FILHO et al., 2011).
A partir da segunda metade do século XX, a logística começou a ter destaque no meio empresarial, em virtude, entre outros fatores, das pressões de mercados e dos novos modelos de produção, como o
a)Logística de suprimento: encarregada de suprir a empresa de ma-
b)Logística de produção: processo que planeja e opera o fluxo inter- no de manufatura;
c)Logística de distribuição: responsável pela distribuição dos produ- tos acabados até o consumidor final;
d)Logística reversa: responsável por fechar o ciclo produtivo, reinse- rindo produtos que perderam sua utilidade, ao ciclo produtivo por meio dos canais de distribuição reversos.
358
Redes de logística reversa: um estudo...
Segundo Faria e Pereira (2012), a logística reversa passou a fazer parte da logística empresarial como alternativa ao uso de
Para Fleischmann et al. (2001), a logística reversa pode ser vista como um sistema que planeja, implementa e controla o fluxo de entradas e armazena- gem de materiais em fim de vida útil, com a finalidade de recuperar valor eco- nômico
De maneira semelhante a Dowlatshahi (2005), Souza, Paula e Souza-
Na literatura nacional sobre logística reversa, o conceito mais usado é o proposto por Leite (2009), pois este tenta abranger todas as definições anterior- mente vistas. Segundo o referido autor, logística reversa é um componente da lo- gística empresarial responsável por reinserir bens de
Entre os canais de distribuição reversos, merece destaque o canal reverso de reciclagem, por ser ele o responsável pela revalorização de produtos descartáveis, como os produtos derivados do plástico,
A primeira etapa consiste nas atividades relacionadas à coleta de pro- dutos de
2014 ./abr.jan
359
RACE, Unoesc, v. 13, n. 1, p.
Fernando Antonio Tenório et al.
diversos atores como empresas, indústrias e pessoas, e à coleta em aterros sanitá- rios, feita por catadores autônomos.
Terminada a coleta, os produtos de
De forma geral, as etapas do canal reverso de reciclagem podem ser executadas por uma rede formada por atores conectados e interdependentes, que trabalhando de forma conjunta são responsáveis pela execução das etapas de co- leta e retorno de produtos inutilizados ao seu ciclo produtivo,
2.3 REDES INTERORGANIZACIONAIS
No campo de estudos organizacionais são vários os trabalhos que uti- lizam o termo rede para caracterizar formas complexas de organização entre em- presas (DUTRA, 2009). Estas formas de organização podem ser vistas como uma nova estrutura organizacional, que envolve troca e interdependência de recursos e informações (FLECHA et al., 2012), em detrimento aos tradicionais modelos organizacionais que, em virtude da nova conjuntura empresarial, apresentam sérias restrições e limitações, colocando em xeque a sua utilização (AGUIAR; CÂNDIDO; ARAÚJO, 2008).
Na acadêmica as redes são analisadas de diferentes maneiras, sendo utilizados diferentes constructos e níveis distintos de avaliação (BORTOLASO; VERSCHOORE; ANTUNES JÚNIOR, 2012), abrindo espaço para questiona- mentos, entre estudiosos da área, sobre a forma correta pela qual as redes interor- ganizacionais devem ser analisadas.
360
Redes de logística reversa: um estudo...
Segundo autores como Olivares (2003) e Cunha, Passador e Passador (2012), a análise das redes interorganizacionais deve ser feita por meio da cate- gorização de características que interfiram na forma pela qual elas se organizam.
Para Blackburn et al. (2004), a logística reversa de
Complementando Blackburn et al. (2004), Leite (2009) afirma que as etapas inerentes ao canal reverso de reciclagem podem ser executadas por mais de uma empresa, fazendo com que existam diversas formas pelas quais as empresas que realizam as atividades relacionadas à coleta e ao retorno de produtos ao ciclo produtivo possam se estruturar em rede de logística reversa, podendo ocorrer, inclusive, o que Powell et al. (2005) denomina de
Dessa forma, foram elencadas, por meio dos trabalhos realizados por Cunha, Passador e Passador (2012) e Olivares (2003), quatro categorias, que po- dem interferir no modo como as empresas responsáveis por executar as etapas do canal reverso de reciclagem conseguem se estruturar. Tais categorias são defini- das a seguir.
2.3.1 A Recursos compartilhados
A maioria das empresas não possui todos os recursos necessários para o seu funcionamento, sendo muitas vezes dependente de recursos providos do am- biente externo. Portanto, as empresas devem buscar maneiras que visem assegurar o acesso aos recursos, garantindo, assim, a sua sobrevivência (PRADO, 2000). Dessa forma, muitas empresas se estruturam em rede visando garantir o compartilhamen- to de recursos necessários à sua sobrevivência (BALESTRIN; ARBAGE, 2007; BALESTRIN; VERSCHOORE; REYES JÚNIOR, 2010; AGUIAR, 2010).
Desse modo,
a)financeiros: capital necessário para o funcionamento das empre-
b)físicos: recursos necessários para a produção de um bem ou serviço;
2014 ./abr.jan
361
RACE, Unoesc, v. 13, n. 1, p.
Fernando Antonio Tenório et al.
c)humanos: pessoas especializadas na execução de determinadas tarefas;
d)organizacionais: recursos que facilitam a organização do processo individual de cada empresa (CARVALHO, 2010).
2.3.2 Localização geográfica
A distância geográfica em que se encontram as
2.3.3 Ambiente
O ambiente diz respeito às instituições que regem uma rede interorga- nizacional.
Em um ambiente formal, as instituições são formadas por normas e contratos escritos, previamente estabelecidos entre as empresas que compõem a rede ou por regulamentações advindas de leis municipais, estaduais ou federais. Já o ambiente informal é regido mediante de valores
2.3.4 Tamanho das
Para Olivares (2003), o porte das
362
Redes de logística reversa: um estudo...
De acordo com Ribeiro (2011) e Souza e Cândido (2012), a organização da rede está diretamente relacionada à sua gestão e
Na literatura, são encontradas três formas pelas quais uma rede interor- ganizacional pode ser gerenciada (RIBEIRO, 2011). Segundo Roth et al. (2012), cada uma destas formas de gestão possui vantagens e desvantagens que irão variar de acordo com a forma pela qual a rede se organiza.
Nas redes
Diante disso,
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A presente pesquisa utilizou o método qualitativo e de natureza descri- tiva, pois foi feita uma descrição da etapa de retorno ao ciclo produtivo dos pro- dutos plásticos de
Como estratégia de pesquisa, foi utilizado o estudo de caso único. Se- gundo Yin (2001), o estudo de caso é uma investigação empírica que averigua uma realidade dentro do seu contexto natural, principalmente quando os limites entre a realidade e o seu contexto não estão claramente definidos. Ainda de acordo com
2014 ./abr.jan
363
RACE, Unoesc, v. 13, n. 1, p.
Fernando Antonio Tenório et al.
o referido autor, estudos de caso focalizam em acontecimentos contemporâneos, não exigindo um controle sobre o comportamento dos eventos.
O caso estudado neste trabalho foi o processo de retorno ao ciclo pro- dutivo de produtos plásticos, do tipo embalagem, executado por uma rede de empresas da indústria do plástico em Alagoas, definido como uma das etapas inerentes à logística reversa de
Além do fato supracitado, a dificuldade em encontrar redes que exe- cutam processos de retorno de produtos plásticos em Alagoas contribuiu para a escolha do caso único. A seleção da rede de empresas responsável pelo retorno de produtos plásticos ao meio produtivo aqui estudado ocorreu por meio de consul- tas realizadas com pessoas ligadas à indústria do plástico em Alagoas.
Por meio destas consultas, foram identificadas quatro indústrias plásti- cas que utilizavam
Dessa forma, esta pesquisa
Assim, o objeto de estudo deste trabalho pode ser analisado como uma eta- pa do canal reverso de reciclagem (LEITE, 2009), executado por uma rede formada há três anos por três pequenas empresas, todas integrantes do setor industrial plástico de Alagoas, a Mrecicla, a Macgranular e a Produplaste, cada uma realizando, de forma independente, as atividades de seleção, moagem, extrusão, granulação e fabricação, esta última por meio das atividades de sopro e injeção de novos produtos.
Para a coleta dos dados, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os proprietários das empresas que compõem a rede. A motivação pela escolha dos proprietários das empresas para as entrevistas permitiu obter informações mais detalhadas acerca do gerenciamento de suas empresas e das atividades por elas realizadas, haja vista que os entrevistados também atuam como gestores.
364
Redes de logística reversa: um estudo...
Durante a visita às empresas para a realização das entrevistas, aprovei-
O uso da observação direta, com a análise documental realizada em sítios e arquivos digitais, forneceu dados que facilitaram a descrição e a com- preensão do gerenciamento das empresas que compõem o objeto de estudo do presente trabalho.
Após a coleta, os procedimentos seguidos para a realização da análise e o tratamento dos dados foram: transcrição das entrevistas na íntegra; triangu- lação dos dados coletados mediante observação direta e análise documental com os dados obtidos por meio das entrevistas, visando corroborar as informações obtidas por meio destas; e, definição das categorias de análise.
Em relação às limitações deste estudo, estas se restringem ao fato de os seus resultados não poderem ser generalizados, pois buscou compreender uma realidade específica, impossibilitando a comparação e o uso como base para ou- tros estudos, bem como limitações relacionadas à coleta de dados por meio das entrevistas, pois foram respeitadas algumas exigências dos entrevistados, como o uso de nomes fictícios, não apenas a eles como às suas empresas, e a omissão de algumas informações, que poderiam enriquecer ainda mais a compreensão do processo aqui estudado.
Assim, a próxima seção tem por objetivo fazer uma análise dos dados coletados por meio das entrevistas, observação direta e análise documental, con-
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A logística reversa na indústria do plástico em Alagoas é bastante am- pla, envolvendo diversos atores, desde pessoas comuns até empresas responsáveis por executar as etapas de coleta de produtos de
A implantação da rede que executa a etapa do canal reverso de reciclagem, objeto de estudo deste trabalho, iniciou há três anos, com a viabilidade, percebida
2014 ./abr.jan
365
RACE, Unoesc, v. 13, n. 1, p.
Fernando Antonio Tenório et al.
pela Produplaste, em utilizar
Dessa forma, a Produplaste passou a procurar fábricas de
Tomando conhecimento, de maneira informal, da oportunidade de for- necer
Para a Macgranular, a parceria com a Produplaste representou um par- ceiro confiável, que honraria com os seus compromissos, referente ao pagamento da
Os produtos de
Para que a Mrecicla não comprometesse os padrões de qualidade exi- gidos pela Produplaste, a Macgranular passou a acompanhar e a instruir suas ati- vidades de modo que as embalagens de
366
Redes de logística reversa: um estudo...
4.1 EXECUÇÃO DO PROCESSO
A Mrecicla inicia a execução desse processo por meio da atividade de seleção, consistindo na separação, feita de forma manual, das embalagens com po- lietileno. Depois da seleção, elas passam por uma triagem, na qual funcionários retiram rótulos e tampas que não utilizam o polietileno como
Segundo o gestor da Mrecicla, as atividades de seleção e retirada dos ró- tulos e tampas das embalagens requerem muita atenção de sua parte e dos funcioná- rios, pois se uma embalagem que não seja feita de polietileno é enviada para a mo- agem, ou um rótulo ou tampa não é retirado, toda a produção será comprometida.
Após a seleção e retirada das tampas e rótulos, as embalagens de po- lietileno seguem para a moagem. Essa atividade é totalmente mecanizada, feita por uma máquina bastante rústica, a qual consiste em um moinho de facas que trituram as embalagens em pequenos pedaços.
Realizada a moagem, as embalagens trituradas são transferidas para um tanque com água para a lavagem, eliminando impurezas como lama e resíduos do conteúdo que a antiga embalagem armazenava, evitando problemas como conta- minação para o novo produto que será fabricado.
Após lavadas, as embalagens trituradas seguem para a Macgranular, responsável pelas atividades de extrusão e granulação,
Segundo Leite (2009), as atividades realizadas pela Macgranular com- põem um processo denominado de reciclagem industrial, em que produtos, por meio de etapas
Extrudar significa “forçar para sair” e consiste basicamente em forçar a pas- sagem das embalagens trituradas de polietileno em uma máquina composta por um cilindro aquecido, feito por meio de um
Um fato curioso é que o gestor da Macgranular busca acompanhar de forma presencial toda a fase de alimentação da máquina de extrusão, averiguando a qualidade das embalagens trituradas, de forma que estas não causem danos à
2014 ./abr.jan
367
RACE, Unoesc, v. 13, n. 1, p.
Fernando Antonio Tenório et al.
máquina, como o entupimento da tela, forçando uma parada na produção e con- sequentes prejuízos.
Após a extrusão, a massa de polietileno é resfriada. O resfriamento do material extrusado é bastante simples e feito de forma mecanizada, consistindo em um tanque, com três metros de comprimento, contendo água resfriada, pelo qual o polietileno extrusado passa até chegar à granulação. Feito o resfriamento, o polieti- leno extrusado segue para a flocagem. Essa atividade, realizada de forma mecânica, consiste no corte em pequenos pedaços do “espaguete” formado pela extrusão.
Segundo o gestor da Macgranular, as máquinas utilizadas são “[...] de fundo de quintal, feitas de modo artesanal, mas que por enquanto atendem às escalas de produção.” (informação verbal)
Os flocos de polietileno seguem para a Produplaste, que os utiliza como
Assim, fica claro que o processo de retorno ao ciclo produtivo de emba- lagens plásticas aqui estudado é composto por um conjunto de atividades realiza- das de maneira sequencial por mais de uma empresa, corroborando o que dizem Blackburn et al. (2004), ao afirmarem que as etapas inerentes ao canal reverso de reciclagem podem ser executadas por uma ou mais empresas.
Estas empresas, com exceção da Produplaste, possuem uma estrutu- ra bastante simples, maquinário defasado e modos rudimentares de produção, exemplificados por meio das atividades feitas de forma manual e sem nenhum equipamento de proteção individual. O Quadro 1 apresenta um resumo de como o processo de retorno ao ciclo produtivo aqui estudado é executado.
Quadro 1 – Síntese da execução do processo
Empresa |
Forma de execução das atividades produtivas |
Maquinário |
|
|
|
Mrecicla |
Manual e mecanizada |
Defasado |
|
|
|
MacGranular |
Manual e mecanizada |
Defasado |
|
|
|
Produplaste |
Mecanizada |
Novo, de última geração |
Fonte: os autores.
368
Redes de logística reversa: um estudo...
4.2 ESTRUTURA DO PROCESSO
Esta subseção busca analisar a estrutura do processo de retorno ao ciclo produtivo das embalagens plásticas, por meio de elementos elencados na revisão da literatura sobre redes interorganizacionais, como os recursos compartilhados, a distância entre as empresas, além do tamanho de cada uma delas, e o ambiente formado pela relação entre seus gestores.
Em relação aos recursos compartilhados, as três empresas comparti- lham recursos dos tipos físico, sendo a
Assim,
Quadro 2 – Recursos compartilhados
Empresas |
Recursos |
|
|
Mrecicla |
Físicos |
|
|
Macgranular |
Financeiros, físicos e humanos |
|
|
Produplaste |
Financeiros e humanos |
Fonte: os autores.
No que se refere à localização geográfica, as três empresas estão próximas umas das outras, ficando mais ou menos setorizadas, dentro da cidade de Maceió. O fato de as três empresas estarem localizadas próximas contribui positivamente para a execução de suas atividades inerentes ao retorno das embalagens plásticas ao ciclo produtivo, reduzindo os custos de envio dos recursos físicos na Mrecicla e
2014 ./abr.jan
369
RACE, Unoesc, v. 13, n. 1, p.
Fernando Antonio Tenório et al.
na Macgranular e minimizando os possíveis impactos, gerados por problemas no compartilhamento de tais recursos, a escala de produção de todas as empresas.
Os resultados encontrados nesse caso vão ao encontro do trabalho de Olivares (2003), ao afirmar que a distância pode interferir na eficiência das ativi- dades executadas pelas
Quadro 3 – Localização geográfica das empresas
Empresas |
Localização geográfica |
|
|
Mrecicla e Macgranular |
Próximas, localizadas em um mesmo bairro |
|
|
Macgranular e Produplaste |
Próximas, localizadas em um mesmo setor |
Fonte: os autores.
Essa proximidade geográfica contribui para a forma de relação entre os gestores, predominantemente informal e marcada pela confiança, garantindo a qualidade e a garantia de entrega dos recursos físicos compartilhados, ou seja, das embalagens moídas de polietileno compartilhadas entre a Mrecicla e a Macgranu- lar e a
O fato de a relação entre os gestores ser informal representou uma gran- de surpresa, pois a parceria entre as empresas pode ser vista como fornecedor-
Quanto ao tamanho das empresas, a Produplaste se destaca em relação às outras não somente por possuir um número de funcionários maior, como um espaço físico e fluxo de caixa superior,
Dessa forma,
370
Redes de logística reversa: um estudo...
paração do tamanho de cada uma das empresas e a adequação do espaço físico às suas atividades.
Quadro 4 – Comparativo do tamanho das empresas
Empresas |
Espaço físico |
Número de funcionários |
Layout do espaço físico |
|
|
|
|
Mrecicla |
600 m² |
10 funcionários |
Adequado |
|
|
|
|
Macgranular |
300 m² |
5 funcionários |
Inadequado |
|
|
|
|
Produplaste |
2.500 m² |
40 funcionários |
Adequado |
Fonte: os autores.
Considerando as características desta rede
4.3 OBJETIVOS E DESAFIOS
Para a Mrecicla e Macgranular, o principal objetivo é a melhoria da qualidade dos recursos físicos compartilhados, por meio de investimentos feitos em maquinários e melhor qualificação profissional. Em relação à Produplaste, o principal objetivo está na obtenção de vantagens competitivas relacionadas à redução de custos de produção e melhoria da imagem da empresa, corroborando o que é visto na literatura sobre logística reversa por meio de autores como Leite (2012, 2009), Ravi, Shankar e Tiwari (2005) e Rogers e
Já quanto aos desafios, ficou comprovado que a falta de recursos fi- nanceiros se configura como a principal dificuldade enfrentada pelos gestores das empresas. Contudo, tal resultado não representou uma surpresa, pois grande parte das empresas, não somente no Brasil, como no mundo, precisam lidar com a escassez de recursos financeiros.
O Quadro 5 apresenta, de forma resumida, um comparativo entre os principais objetivos e desafios elencados pelos gestores das empresas.
2014 ./abr.jan
371
RACE, Unoesc, v. 13, n. 1, p.
Fernando Antonio Tenório et al.
Quadro 5 – Comparativo dos objetivos e desafios
Empresa |
Objetivos |
Desafios |
|
|
|
|
|
Mrecicla |
Melhoria da qualidade dos recursos físicos |
Falta de recursos financeiros |
|
compartilhados |
|||
|
|
||
|
|
|
|
Macgranular |
Melhoria da qualidade dos recursos físicos |
Falta de recursos financeiros |
|
compartilhados |
|||
|
|
||
|
|
|
|
Produplaste |
Redução de custos e imagem diferenciada |
Falta de recursos financeiros |
Fonte: os autores.
4.4 DESEMPENHO DO PROCESSO
Em relação ao desempenho do processo houve uma melhoria da quali- dade e capacidade produtiva nas três empresas após se estruturarem em rede. O aumento da capacidade das três empresas é um indicador positivo no que se refe- re à gestão dessa etapa do canal reverso de reciclagem, pois de acordo com Ripoll (2003), a evolução das empresas que compõem uma rede é fundamental ao desem- penho desta como um todo. O Quadro 6 apresenta uma síntese do desempenho do processo por meio dos benefícios adquiridos por cada uma das empresas.
Quadro 6 – Desempenho do processo
|
Empresas |
Benefícios adquiridos |
|
|
|
|
Mrecicla |
Aumento na capacidade produtiva e na qualidade dos recursos fí- |
|
|
sicos compartilhados. |
|
|
|
|
Macgranular |
Aumento na capacidade produtiva e na qualidade dos recursos fí- |
|
|
sicos compartilhados. |
|
|
|
|
Produplaste |
Aumento na capacidade produtiva e na qualidade das embalagens |
|
|
fabricadas. |
|
|
|
|
Fonte: os autores. |
|
5 CONCLUSÃO
Por meio da análise deste caso,
Por meio deste trabalho, ficou evidente que o senhor Gn, gestor e pro- prietário da Mrecicla, é responsável por gerenciar as atividades de seleção, moa-
372
Redes de logística reversa: um estudo...
gem e lavagem das embalagens de polietileno; o senhor En, gestor e proprietário da Macgranular, é responsável pelas atividades de extrusão e granulação; e, o se- nhor Gi, gestor e proprietário da Produplaste, é responsável pelas atividades de transformação da
Contudo, o modo de gestão de cada um dos gestores é similar. Todos eles buscam acompanhar as atividades de suas empresas, de modo presencial ou por meio de câmeras, fiscalizando a execução das atividades, resolvendo rapida- mente possíveis erros de produção e garantindo qualidade e eficiência ao processo de retorno ao ciclo produtivo no qual estão inseridos.
Em síntese, ficou constatado que a forma de gestão
Por fim, é relevante destacar a contribuição prática e teórica que este trabalho proporcionou. Prática, pois fornece para a indústria plástica alagoana e brasileira conhecimento empírico sobre a gestão de uma etapa do canal reverso de reciclagem. Tal etapa, além de atender às conformidades legais, traz benefícios econômicos e socioambientais. O primeiro por possibilitar uma produção mais barata com o uso da
E teórica, ao apresentar como o processo de retorno ao ciclo produtivo de produtos plásticos de
2014 ./abr.jan
373
RACE, Unoesc, v. 13, n. 1, p.
Fernando Antonio Tenório et al.
Reverse Logistics Networks: A study of reverse channel of plastic recycling industry
Abstract
In the plastics industry, reverse logistics occurs through the recycling reverse channel, which comprises the steps: collection and return of the product to the production cycle. Regarding to returning to the production cycle stage, it becomes important for the whole system of reverse logistics, and it must have a management that aims to ensure the quality of the manufactures products made with secondary raw material, which seeks to meet the demand of these products. In this context, this study aimed to understand: how the step of returning to the plastic packaging production cycle, performed by a network of companies in the plastic industry of Alagoas, is managed. A qualitative research, with exploratory and descriptive characteristics, was performed through a case study in the plastic industry of Alagoas. The research found a process composed of a set of activities performed sequen- tially through three structured informal peer network companies. It was evidenced by fea- tures, such as: a strong interdependence of physical and financial resources, geographical proximity and a predominantly informal ambient among homeowners. The management process presents in a
Keywords: Reverse logistics. Environmental management. Networks. Recycling.
REFERÊNCIAS
AGUIAR, A. O. Sistemas de gestão ambiental na indústria química: desem- penho, avaliação e benefícios. 2004. Tese (Doutorado em Saúde
AGUIAR, V. S. M.; CÂNDIDO, G. A.; ARAÚJO, G. M. Fatores críticos de sucesso no processo de formação e desenvolvimento de consórcios de exportação no setor de confecções. Revista de Administração Mackenzie, v. 9, n. 3, p. 138- 156, 2008.
374
Redes de logística reversa: um estudo...
ALCOFORADO, I. G. Logística verde do setor de defensivos agrícolas: um ap- proach
ALDRICH, H.; PFFEFER, J. Environments and organizations. Annual Review of Sociology, v. 2, p.
AMINI, M.;
ANDRADE, M. A.; HOFFMANN, V. E. Redes interorganizacionais: um estudo das pequenas e médias empresas no setor calçadista do vale do rio tijucas. In: EN- CONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS GRADU- AÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO, 33, 2009. São Paulo, Anais... São Paulo, 2009.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DO PLÁSTICO. 2011. Dis- ponível em: <http://www.abiplast.org.br/> Acesso em: 15 nov. 2012.
BALESTRIN, A.; ARBAGE, A. P. A perspectiva dos custos de transação na forma- ção de redes de cooperação. Revista de Administração de Empresas, v. 6, n. 1, 2007.
BALESTRIN, A.; VERSCHOORE, J. R.; REYES JUNIOR, E. O campo de es- tudo sobre redes de cooperação interorganizacional no Brasil. Revista de Admin- istração Contemporânea, v. 14, n. 3, 2010.
BALLOU, R. H. Business Logistics/Supply Chain Management: planning, prganizing, and controlling the supply chain. New Jersey: Pearson, 2004.
BARBIERI, J. C. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instru- mentos. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
BLACKBURN, J. D. et al. Reverse supply chains for commercial returns. Cali- fornia Managent Review, v. 46, n. 2, p.
BORTOLASO, I. V.; VERSCHOORE, J. R.; ANTUNES JÚNIOR, J. A. V. O desenvolvimento estratégico de redes interorganizacionais: uma avaliação de redes de pequenas e médias empresas no Rio Grande do Sul. In: ENCONTRO DE ESTUDOS ORGANIZACIONAIS DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO, 7., 2012, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, 2012.
2014 ./abr.jan
375
RACE, Unoesc, v. 13, n. 1, p.
Fernando Antonio Tenório et al.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Relação anual de informações sociais. 2010. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/rais/default.asp> Acesso em: 15 nov. 2012.
BRASKEN. Catálogo de produtos. 2012. Disponível em: <http://www. braskem.com.br/catalogo2012/>. Acesso em: 5 dez. 2012.
CAMPOS, L. M. S.; MELO, D. A. Indicadores de desempenho dos sistemas de gestão ambiental: uma pesquisa teórica. Revista Produção, v. 18, n. 3, p.
CARVALHO, K. C. A pequena empresa e seu ambiente organizacional: construção de um mapa das práticas dos dirigentes de uma empresa de tecnologia da informação com base na Teoria da Dependência de Re- cursos e na Teoria Institucional. 2010. Tese (Doutorado em Engenharia da
CHAN, F. T. S.; ZHANG, T. The impact of Collaborative Transportation Man- agement on supply chain performance: a simulation approach. Expert Systems with Applications, v. 38, n. 3, p.
CHRISTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégias para a redução de custos e melhoria dos serviços. São Paulo: Pioneira, 1997.
COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMEN- TO. Nosso futuro comum. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 1988.
COSTA, A. M. A gênese do empresário gaúcho: uma intepretação a partir dos modelos de matriz institucional e de construção mental de douglass north. 2010. Tese (Doutorado em
COUTINHO, F. M. B.; MELLO, I. L.; SANTA MARIA, L. C. Polietileno: prin- cipais tipos, propriedades e aplicações. Ciência e Tecnologia, v. 13, n. 1, p.
CUNHA, C. F. Custo de transação e mensuração nas relações contratuais entre supermercados e produtores agrícolas convencionais e orgânicos no Brasil e EUA. Tese (Doutorado em
CUNHA, J. A. C.; PASSADOR, J. L.; PASSADOR, C. S. A presença de agentes intermediários na formação de redes interorganizacionais: uma análise sob a per- spectiva temporal. Cadernos EBAPE.BR, v. 10, n. 1, 2012.
376
Redes de logística reversa: um estudo...
______. Categorizações e recomendações para a pesquisa sobre redes interor- ganizacionais. In: ENCONTRO DE ESTUDOS ORGANIZACIONAIS DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE
DIMAGGIO, P. J.; POWELL, W. W. A gaiola de ferro revisitada: isomorfismo institucional e racionalidade coletiva nos campos organizacionais. Revista de Ad- ministração de Empresas, v. 45, n. 2, p.
DOWLATSHAHI, S. A strategic framework for the design and implementation of remanufacturing operations in reverse logístics. International Journal of Pro- duction Research, v. 43, n. 16, p.
DUTRA, I. S. Redes empresariais de negócios orientadas por estratégia definida pela governança supraempresas: estudo e metodologia de avaliação dos atributos componentes e respectivas influências sobre o poder de competitivi- dade. 2009. Tese (Doutorado em
ELKINGTON, J. Cannibals with forks: the triple bottom line of 21st century business. Canadá: New Society, 1998.
FARIA, A. C.; PEREIRA, R. S. O processo de logística reversa de embalagens de agrotóxicos: um estudo de caso sobre o INPEV. Organizações Rurais e Agro- indústriais, v. 14, n. 1, p.
FENKER, E. A.; FERREIRA, E. Sustentabilidade: economia e ecologia susten- táveis? In: ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO DE
Rio de Janeiro, 2011.
FERREIRA FILHO, H. R. et al. Logística reversa: um estudo de caso em uma empresa pública de brinquetes no município de Tailândia, Pará. In: ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE
FIGUEIRÓ, P. S. A logística reversa de
FLECHA, A. C. et al. Redes de empresas e seus efeitos sobre o turismo. Revista de Administração de Empresas, v. 52, n. 4, p.
2014 ./abr.jan
377
RACE, Unoesc, v. 13, n. 1, p.
Fernando Antonio Tenório et al.
FLEISCHMANN, M. et al. The impact of product recovery on logistics network design. Production and Operations Management, v. 10, n. 2, p.
FRANCISCO, G. M.; GONÇALVES DIAS, S. L. F.; CARVALHO, T. C. M. B. A cadeia reversa do calçado: uma revisão da literatura com foco no resíduo. In: SIMPÓSIO DE ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO, LOGÍSTICA E OP- ERAÇÕES INTERNACIONAIS, 16., 2013, São Paulo. Anais... São Paulo, 2013.
GADIA, G. C. M. L.; OLIVEIRA JÚNIOR, M. A. A logística reversa como in- strumento de ação na garantia da sustentabilidade ambiental: análise das inovações trazidas pela política nacional de resíduos sólidos. Revista IDEA, v. 2, n. 2, 2011.
GUERREIRO, R. et al. O entendimento da contabilidade gerencial sob a ótica da Teoria Institucional. Organizações & Sociedade, v. 12, n. 35, p.
HERNANDEZ, C. T.; MARINS, F. A. S.; CASTRO, R. C. Modelo de gerencia- mento da logística reversa. Gestão e Produção, v. 19, n. 3, p.
JABBOUR, C. J. C.; SANTOS, F. C. A. Evolução da gestão ambiental na empre- sa: uma taxonomia integrada a gestão da produção e de recursos humanos. Gestão e Produção, v. 13, n. 3, p.
JACOBI, P. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos de Pes- quisa, n. 118, p.
LACERDA, L. Logística reversa: uma visão sobre os conceitos básicos e as práti- cas operacionais. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2002.
LEITE, P. R. Direcionadores estratégicos em programas de logística reversa no Brasil. Revista Alcance, v. 19, n. 2, p.
______. Logística reversa: meio ambiente e competividade. 2. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2009.
MARCON, C.; MOINET, N. La
MARKLEY, M.; DAVIS, L. Exploring future competitive advantage through sustainable supply chains. International Journal of Physical Distribution & Logistics Management, v. 37, n. 9, p.
378
Redes de logística reversa: um estudo...
MOFFATT, I. Hierarchical, dynamic modeling and sustainable Development.
Handbook of Sustainable Development Planning: Studies in Modeling and Decision Support. Great Britain: MPG Books, 2004.
MUNASINGHE, M. Sustainable development triangle. 2007. Disponível em: <http://www.eoearth.org/article/Sustainable_development_triangle>. Acesso em: 10 set. 2012.
NORTH, D. C. Institutions, institutional change and economic perfor- mance. New York: Cambridge University Press, 1990.
OLIVARES, J. E. L. Análise da estrutura organizacional em rede e suas ne- gociações no contexto de alianças estratégicas. Tese (Doutorado em Admin-
PEREIRA, A. L. et al. Logística reversa e sustentabilidade. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
PFEFFER, J. Size and composition of corporate boards of directors: the organiza- tion and its environment. Administrative Science Quarterly, v. 17, p.
PIAZ, J. F. D.; FERREIRA, G. M. V. Gestão de resíduos sólidos domiciliares urba- nos: o caso do município de Marau, RS. Revista de Gestão Social e Ambiental, v. 5, n. 1, p.
PORTUGAL, N. S. et al. Contribuições da logística reversa ao método de valo- ração ambiental dos custos evitados: um estudo de caso em uma indústria de autopeças. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE
POWELL, W. W. et al. Network dynamics and field evolution: the growth of interorganiza- tional collaboration in the life sciences. American Journal of Sociology. v. 110, n. 4, p.
PRADO, E. P. V. Terceirização da tecnologia de informação: uma avalia-
ção dos fatores que motivam sua adoção em empresas do setor industrial de São Paulo. Dissertação (Mestrado em
PROVAN, K. G.; KENIS, P. Modes of Network Governance: Structure, Management, and Effectiveness. Journal of Public Administration Research and Theory, v. 18, n. 2, 2007.
2014 ./abr.jan
379
RACE, Unoesc, v. 13, n. 1, p.
Fernando Antonio Tenório et al.
RELAÇÃO ANUAL DE INFORMAÇÕES SOCIAIS (RAIS). Disponível em: <http://www.mte.gov.br/rais/default.asp>. Acesso em: 15 nov. 2012.
RAVI, V.; SHANKAR, R.; TIWARI, R. M. Analyzing alternatives in reverse logistics for end-
RIBEIRO, E. A. Gestão de redes de cooperação: estudo da parceria ceasinha – Banco de Alimentos em Ribeirão Preto, SP. Dissertação (Mes- trado em
RIPOLL, C. L. C. Redes empresariales: experiencias en la Region Andina. Tru- jillo: Minka. 2003.
ROGERS, D. S.;
ROTH, A. L. et al. Diferenças e
Revista de Administração da Universidade de São Paulo, v. 47, n. 1, p. 112- 123, 2012.
SEIFFERT, M. E. B. ISO 14001: Sistemas de gestão ambiental. São Paulo: Atlas, 2005.
SHIBAO, F.; MOORI, R.; SANTOS, M. R. A logística reversa e a sustentabilidade empresarial. In: SEMINÁRIOS EM ADMINISTRAÇÃO, 13., 2010, São Paulo. Anais... São Paulo, 2010.
SILVA, C. M. S.; FERREIRA, K. G.; FERREIRA, L. C. O. Reserva de desenvolvi- mento sustentável mamirauá: uma percepção da gestão ambiental acerca da sus- tentabilidade. In: ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE
SILVA, F. F.; FEITOSA, M. G. G.; AGUIAR, V. S. M. Uma reflexão sobre as rela- ções de parceria nos APLs de confecções do agreste Pernambucano como elemento disseminador da inovação em redes interorganizacionais. Revista de Administra- ção Mackenzie, v. 13, n. 4, p.
SOUZA, M. T. S. DE PAULA, M. B.;
380
Redes de logística reversa: um estudo...
SOUZA, S. M. A.; CÂNDIDO, G. A. Proposta de critérios para análise de estru- turas de governança em redes interorganizacionais: o caso dos arranjos produtivos locais. In: ENCONTRO DE ESTUDOS ORGANIZACIONAIS DA ASSOCIA- ÇÃO NACIONAL DE
SRIVASTAVA, S. Grenn
VIEIRA, K. N.; SOARES, T. O. R.; SOARES, L. R. A logística reversa do lixo tecnológico: um estudo sobre o projeto de coleta de lâmpadas, pilhas e baterias da Brasken. Revista de Gestão Social e Ambiental, v. 3, n. 3, 2009.
WILKINSON, A.; HILL, M.; GOLLAN, P. The sustainability debate. Interna- tional Journal of Operations & Production Management, v. 21, n. 12, p.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2001.
Recebido em 08 de agosto de 2013
Aceito em 29 de janeiro de 2014
2014 ./abr.jan
381