https://doi.org/10.18593/race.30198
EDITORIAL
Estimados leitores da RACE, como vão?
O novo ano se inicia com perspectivas mais concretas de um futuro mais próximo do que entendemos como normalidade. Apesar dos desastrosos resultados da gestão da resposta institucional à pandemia no Brasil, empresas, organizações em geral, famílias e pessoas juntam os cacos e tentam seguir em frente. A tarefa configura-se difícil, pois os efeitos colaterais da falta de gestão ao longo do processo geraram uma bola de neve com a qual outros problemas acabaram interagindo e, atualmente, temos um cenário econômico e social muito mais desafiador para lidar. É verdade que os problemas do Brasil não são de hoje, nem de ontem. O projeto de crise da educação, nossa produtividade limitada crônica, as atravancadas contas governamentais, a falta de efetividade no sistema de pesos e contrapesos entre os poderes da República – para dizer alguns – culminam em um duro período em que crescimento, desenvolvimento sustentável e redução da desigualdade são apenas vãs esperanças.
Se avizinha, tristemente, mais uma crise diplomática e humanitária mundial diante do conflito provocado pela Rússia com a Ucrânia. Na medida que países, organismos internacionais e empresas tentam responder à atrocidade que está sendo impingida por governantes asquerosos a pessoas dos países envolvidos, sofrem não apenas moradores da região em guerra, mas também aqueles que de alguma maneira buscavam ter seus negócios com eles, ou que dependiam de recursos desses países para desempenhar suas atividades ou viver sua vida. Não esqueçamos que outros conflitos como esse ocorrem há tempos, sem atenção nossa ou da mídia e que neles também sofrem pessoas e famílias.
Parece que pouco aprendemos com a pandemia, pelo fim da qual tanto torcemos. Quiçá acabem logo estes conflitos. Quiçá avancem os países em perceber que a diplomacia é sempre o melhor caminho. Quiçá pensemos um pouco mais nos necessitados de outras localidades. Quiçá possamos ser mais humanos ao perceber que este tipo de atitude não leva a lugar algum. No momento, como diria John Lenon, permanecemos apenas imaginando.
Enquanto isto não muda, temos que colocar de lado esta realidade atroz e voltar nossa atenção ao cotidiano que nos cerca diretamente. Assim, apresento aos leitores o nosso primeiro número de 2022. Neste número, temos um conjunto especial de artigos sobre a tentativa das organizações de demonstrar compromisso com o ambiente econômico e social em que estão inseridas. Além de artigos sobre este tema, temos também outros que, certamente, despertarão seus melhores interesses. Vamos a eles.
O primeiro artigo dos autores Wanderson Dutra Gresele, Regina Sayuri Obana e Wanderley Batista de Santi trata de “Abordagens de estudo e percepções do ambiente de ensino e aprendizagem em uma instituição de ensino superior brasileira” contribuindo para reflexões a respeito do ensino em nossa área.
O segundo artigo se chama “Análise do Disclosure Ambiental das empresas autuadas pelo IBAMA e listadas na B3” trazendo um recorte interessante de um tema de bastante interesse do campo, pelos autores Bianca Borghezan Soares, Diego Rafael Stüpp e Amanda Beatriz Nasatto Corrêa.
O terceiro artigo aborda “Revisitando a relação entre desempenho financeiro e divulgação ambiental: uma análise comparativa entre Brasil e Holanda” de Alan Bandeira Pinheiro, Eva Valeria Maia Lameu, Thicia Stela Lima Sampaio e Sandra Maria dos Santos trazendo uma perspectiva comparativa ao debate central deste número.
Já o quarto artigo, “Influência da governança corporativa e da auditoria no desempenho de companhias abertas” de Ana Julia Batistella, Silvana Dalmutt Kruger e Geovanne Dias de Moura traça uma relação com o desempenho, abordando um interesse clássico do campo.
Já o artigo “Análise dinâmica de volatilidade para os setores do mercado acionário brasileiro: uma aplicação do modelo MRS-GARCH” de Bruno Pereira Conte e Paulo Sérgio Ceretta apresenta uma análise de setores a partir de um método estruturado e diferenciado.
Novamente trazemos aos leitores diversidade temática, com profundidade teórica e robustez metodológica visando alcance e qualidade de debate. Esperamos que todos aproveitem os textos e que eles sejam estímulos a novos estudos em nosso campo.
Saudações a todos, cuidem-se e fiquem bem!
Prof. Dr. Juliano Danilo Spuldaro
Editor-chefe da RACE