https://doi.org/10.18593/race.27600

Editorial

Estimados leitores da RACE, como vão?

Convido-os a iniciar a leitura de nossa revista desejando que você e sua família estejam tomando todas as medidas possíveis, cabíveis e adequadas e que graças a isso estejam bem de saúde.

Neste momento, o Brasil acaba de superar a triste marca de 400 mil mortos em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Esse número - que imaginávamos absurdo há pouco mais de um ano – materializou-se e tende a crescer em função da falta de compromisso individual com o bem coletivo. Comportamentos como a negação da efetividade de medidas sanitárias sabidamente efetivas ou a falta de cuidados de higiene básicos que evitam a transmissão do vírus nos trouxeram até aqui e nos levarão, infelizmente, a ver os números crescerem por algum tempo. Entretanto, não podemos deixar de manter vivo em nossa consciência de que apenas pelo compromisso coletivo, pessoas, organizações e instituições farão mudar este cenário. É preciso não deixar a energia cotidiana se esvair e é necessário agir, posicionar-se e cobrar que todos se comprometam. É fundamental que mantenhamos o foco e que sejamos sujeitos ativos da construção de um novo tempo no qual as pulsões de vida tomarão novamente o seu lugar central.

Com essa perspectiva, apresento-me a vocês: sou o Professor Dr. Juliano Danilo Spuldaro. Acabo de assumir a árdua tarefa de substituir à altura minhas antecessoras Editoras da RACE. Falo não apenas da ilustre e competentíssima Professora Dra. Ieda Margarete Oro, que acaba de deixar a Editoria-chefe da revista, mas também daquelas que a antecederam: a magistral Professora Dra. Eliane Salete Filippim e a incansável Professora Dra. Tânia Maria dos Santos Nodari.

Para dar sequência ao legado de edificação, organização e divulgação delas, não estarei sozinho. Contarei com o apoio da minha colega de colegiado dos cursos da área de Administração da Unoesc, a Professora Dra. Sayonara Fátima Teston. Ela e eu estaremos ladeados pelo meu ex-colega de Doutorado em Administração na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV) e atual docente da Universidade Federal de Lavras, o Prof. Dr. Carlos Eduardo Stefaniak Aveline. Agradeço a ambos o pronto aceite do convite para serem Co-editores da RACE.

Estamos recebendo a gestão da revista com um longo esforço empreendido. O primeiro número da revista data de 2002. Durante nosso período à frente da revista, ela completará 20 anos de existência, uma marca extremamente representativa. Contando apenas o período que temos registro, mais de 2 mil artigos já passaram pelo processo editorial. Os artigos publicados elevaram a revista ao Qualis B3. Entretanto, olhando para outras métricas, como, por exemplo, o Índice H, entendemos que é possível que a revista cresça em termos de representatividade e influência. Segundo o Google, temos atualmente 1.172 citações contabilizadas. Nosso índice i10 é de 33 e o índice h é 14.

Entre os artigos influentes que temos em nosso corpo de textos, há uma ampla gama de temas, como: gestão pública e privada, agronegócios, desenvolvimento sustentável, ensino de administração, contabilidade, investimentos, inovação e muitos outros assuntos relevantes e interessantes aos quais convidamos você, leitor, a saber mais e a contribuir submetendo seu texto futuramente.

Assim, enquanto periódico relevante das áreas de Administração, Contabilidade e Economia, temos a satisfação de apresentar os artigos da primeira edição do ano de 2021. O primeiro artigo que recomendamos a leitura é de autoria de Sérgio de Iudícibus, Ana Paula Correia Lacanna, José Everardo Alves Pereira e Ilse Maria Beuren. O artigo apresenta uma análise comparativa de normas brasileiras e internacionais no que tange à contabilização de hedge accounting. A contribuição do estudo está em especificar as adequações necessárias no regramento nacional, e por isso, ele se torna relevante.

O segundo artigo dessa edição tem como objeto empresas do setor de construção civil. Ao utilizar a teoria da contingência, o artigo apresenta uma análise interessante dos elementos condicionantes da composição da listagem de indicadores de desempenho classificados nas perspectivas do Balanced Scorecard (BSC). Ao proceder essa avaliação, os autores Herivânio Torres Bandeira e Aldo Leonardo Cunha Callado oferecem ao campo uma interessante perspectiva de gestão estratégica.

O terceiro artigo, intitulado “Efeito mediador do desempenho inovador na relação entre aprendizagem, capacidade de inovação e desempenho organizacional”, é de autoria de Linda Jessica De Montreuil Carmona e Giancarlo Gomes. Este estudo estabelece um novo posicionamento para a variável “desempenho inovador” nos modelos estatísticos de mensuração do desempenho organizacional. Ao colocar este constructo como mediador da relação entre capacidades e desempenho, os autores oferecem nova alternativa de entendimento ao campo de estudos dessa temática.

O quarto artigo, de autoria de Vanessa Theis, Camila Fernanda Blos e Dusan Schreiber, trata em detalhe sobre o processo de gestão da inovação em empresas do setor coureiro-calçadista de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul. É interessante observar que os achados do estudo apontam para a necessidade de disseminação da cultura de inovação no país. Assim, ao utilizarem o setor como uma ilustração do panorama nacional, é coerente vislumbrar que há um longo percurso a se cumprir para que seja possível estabelecer o país como efetivamente inovador.

Os dois últimos artigos dessa edição tratam de universidades. Esse campo de estudos, tão carente de atenção, recursos e do olhar da gestão, recebe uma contribuição importante a partir dos resultados apresentados. O artigo de Cassiane Chais, Paula Patrícia Ganzer, Daniel Hank Miri, Juliana Matte e Pelayo Munhoz Olea trata da interação universidade-empresas fazendo uma análise dos aspectos fundamentais dessa forma de colaboração. Os autores advogam a respeito da necessidade de se aprofundar e ampliar essa colaboração, visando resultados que beneficiem mutuamente os participantes, fazendo com que o potencial analítico da universidade se traduza em valor econômico na esfera produtiva. Já o artigo de Roberta Hoffmann, Éverton Cavalheiro, Leonardo Betemps Kontz e Alejandro Martins avalia os determinantes da satisfação e da lealdade discente em instituições de ensino superior públicas e gratuitas do Brasil. Esse tema serve tanto a acadêmicos quanto a gestores do setor, visto que pode inspirar ações de ampliação da percepção dos stakeholders sobre o papel fundamental que elas desempenham no crescimento e consolidação da sociedade brasileira.

Desejamos a todos uma ótima leitura e um proveitoso e seguro ano de 2021!

Prof. Dr. Juliano Danilo Spuldaro

Editor-chefe da RACE