https://doi.org/10.18593/race.26675

EDITORIAL

Caros leitores da RACE, é com satisfação que apresentamos o editorial da edição v. 19, n. 3, de 2020. A Revista de Administração, Contabilidade e Economia – RACE é uma publicação eletrônica quadrimestral (nesta edição, setembro a dezembro) sob responsabilidade de professores que integram o Mestrado Profissional em Administração e o Doutorado em Administração da Universidade do Oeste de Santa Catarina. Nesta edição apresentamos nove artigos originais teórico-empíricos, que contribuem para o desenvolvimento da literatura nos respectivos temas.

No primeiro artigo, Espiritualidade no ambiente de trabalho e comportamentos de cidadania organizacional: uma análise sobre a percepção dos empregados em indústria do Rio Grande do Norte, os autores Laís Karla da Silva Barreto, Ivy Dias Barros, César Ricardo Maia de Vasconcelos, Gabriel Martins de Araújo Filho e Allan Gustavo Freire da Silva buscaram compreender como a Espiritualidade no Ambiente de Trabalho (EAT) influencia o Comportamento da Cidadania Organizacional (CCO), a partir da percepção dos empregados de uma indústria do setor de água mineral do Rio Grande do Norte. Os resultados demonstraram que alguns comportamentos de cidadania organizacional e EAT se relacionam quando presentes no ambiente de trabalho, bem como alguns aspectos sociodemográficos e ocupacionais podem influenciar os comportamentos de cidadania no trabalho e a espiritualidade do ambiente.

No segundo artigo A pé, no carrinho de compras ou no buggy: a influência das crianças nas compras do supermercado, os autores Vitor Koki da Costa Nogami, Olga Maria Coutinho Pépece, Juliana Medeiros e Andres Rodriguez Veloso analisaram como a estratégia do carrinho de compras pode influenciar o processo de compra da família quando está com os filhos no supermercado. Os resultados indicaram como principais achados: (a) os pais preferem quando os filhos estão no carrinho de compras; (b) as crianças preferem ir no carrinho porque há uma experiência de compra divertida; e (c) quando as crianças estão caminhando, elas interagem mais com os produtos no supermercado, e, consequentemente, a família gasta mais do que o planejado.

No terceiro artigo, Impacto da crise econômica de 2014 a 2016 sobre o coeficiente beta do Mercado de Capitais Brasileiro, de autoria de Vinícius Luís de Souza Nonato e Paula Virgínia Tófoli, os autores analisaram o impacto sobre o risco de mercado das empresas brasileiras com ações negociadas na Brasil, Bolsa, Balcão (B3). Estimou-se a trajetória do beta de uma carteira de ações negociadas na B3 para o período de fevereiro de 2010 a dezembro de 2018, considerando um modelo CAPM condicional. Os resultados trouxeram evidências de que o beta da carteira teve um aumento a partir de janeiro de 2015 e somente retornou a patamares do período pré-crise a partir de março de 2018, tendo implicações importantes em termos de gerenciamento de risco.

Os autores Fabio Michel Oliveira, Regis Augusto Ely e Rodrigo Nobre Fernandez, no quarto artigo, Alavancagem financeira, estrutura patrimonial e a volatilidade dos ativos negociados na B3, procuraram mensurar o efeito da alavancagem financeira e da estrutura patrimonial das empresas listadas na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) na volatilidade de seus ativos negociados em Bolsa. Estimou-se um modelo de painel com efeitos fixos utilizando dados trimestrais e calculou-se a volatilidade trimestral por meio do desvio padrão dos preços de fechamento diários dos ativos. Os resultados demonstram que a estrutura de capital das empresas influencia a volatilidade de seus ativos, especialmente, variáveis, como o grau de alavancagem, a composição do endividamento e a imobilização do patrimônio.

No quinto artigo dessa edição, O conhecimento dos estudantes de Ciências Contábeis acerca do Código de Ética, os autores Karina Silveira da Cunha, Maria Denize Henrique Casagrande, Sandro Vieira Soares e Alan Diógenes Góis verificaram o nível de conhecimento dos estudantes acerca do código de ética. Os resultados apontaram que a média de acertos de alunos que já cursaram a disciplina (Ética e Filosofia Política) é, estatisticamente, maior que a de alunos que ainda não a cursaram. A mediana do número de acertos de alunos que já cursaram a disciplina é o dobro dos indicados por alunos que ainda não a cursaram.

No artigo Preservação da riqueza socioemocional e a profissionalização em empresas familiares, os autores Alice Carolina Ames, Jessica Giovana Nolli, Franciele Beck e Daniel Magalhães Mucci investigaram como a riqueza socioemocional impacta no processo de profissionalização em uma empresa familiar cinquentenária e de grande porte. Os resultados sugerem que a riqueza socioemocional influenciou a profissionalização no sentido de preservar os valores da família, dado que a profissionalização ocorreu com o intuito de manutenção e sobrevivência do negócio.

No sétimo artigo, os autores Ana Lúcia dos Santos, Alexsandro Gonçalves da Silva Prado, Caritsa Scartaty Moreira e José Mauro Madeiros Veloso Soares apresentam o estudo sobre Qualidade da informação ambiental versus rentabilidade de empresas do setor elétrico listadas no ISE. Os resultados evidenciaram que as empresas têm o grau de acurácia médio ou alto, indicando boa qualidade de evidenciação e a inexistência de relação entre a rentabilidade das empresas e as ações socioambientais.

No oitavo artigo, Liderança relacional em rede do setor de transportes brasileiro, de autoria de Éderson Tomasi da Silva, Eliane Salete Filippim e Anderson de Souza Sant’Anna, os autores descreveram os papéis e as formas de liderança em uma empresa do segmento de transporte de cargas fracionadas situada no Oeste catarinense, que é identificada como uma organização com estrutura em rede. Os principais resultados apontam para a relevância de perfis de liderança diferenciados capazes de construção e sustentação de ambiências organizacionais mais flexíveis.

O último artigo desta edição, Alinhamento entre modelos de gestão de pessoas e os níveis de sustentabilidade organizacional, os autores Terezinha Bernadete Pinto Oliari, Silvio Roberto Stefano e Sandra Mara de Andrade buscaram compreender de que forma acontece o alinhamento dos modelos estratégico e sustentável da gestão de pessoas e os níveis de sustentabilidade organizacional de duas indústrias de papel e celulose. Os resultados ressaltam o papel da gestão de pessoas nas ações, uma vez que a gestão das políticas e práticas planejadas e executadas pela gestão de pessoas tende a auxiliar na posição desejável no nível de sustentabilidade organizacional.

Desejo uma ótima leitura a todos!

Ieda Margarete Oro