Evidência, Joaçaba v. 21, n. 2, p. 117-146, jul./dez. 2021 117
Anais da Revista Evidência: Biociências, Saúde e Inovação 2021
ACEITAÇÃO E APLICABILIDADE DAS DIRETIVAS ANTECIPADAS DE
VONTADE NA TERMINALIDADE DA VIDA NO MEIO-OESTE DE SANTA
CATARINA
Eixo temático: Promoção de Saúde da Pessoa Idosa
Apresentação oral: (X) Sim ( ) Não
Gustavo Scherer Vanzella1,*; Isadora Carolina Duarte de Souza1,*; Vilma Beltrame2, Jovani Antônio
Steffani2, Elcio Luiz Bonamigo2
1 Discentes do Curso de Medicina, Área das Ciências da Vida - Universidade do Oeste de Santa Catarina.
Joaçaba/SC. E-mail: gustavo.vanzella@hotmail.com; isadoradduarte@hotmail.com
2 Docentes do Curso de Medicina, Área das Ciências da Vida - Universidade do Oeste de Santa Catarina.
Joaçaba/ SC. E-mail: elcio.bonamigo@unoesc.edu.br
Introdução: Para o exercício da autonomia do paciente, quando incapaz de se comunicar, aplicam-
se o Testamento Vital ou as Diretivas Antecipadas de Vontade registradas em documento próprio ou,
em situações especiais, em seu prontuário. Recentemente, o Ministério da Saúde, por meio do artigo
23-e da Portaria 1.399/2019, recomendou a disponibilização de Diretivas Antecipadas de Vontade para
todos os pacientes oncológicos que se encontrem em estabelecimentos de alta complexidade. Objetivo:
Descrever os achados das pesquisas realizadas no meio Oeste de Santa Catarina sobre Diretivas
Antecipadas de Vontade e Testamento Vital com ênfase para a terminalidade da vida. Metodologia:
Realizou-se uma revisão bibliográca nas Revistas Anais de Medicina e Evidência da editora Unoesc,
no acervo da Biblioteca da Unoesc e suas respectivas publicações no Google Acadêmico. Resultados:
No acervo da Biblioteca da Unoesc, com a denominação Testamento Vital” foram encontrados cinco
Trabalhos de Conclusão de Curso; com a denominação Diretivas Antecipadas de Vontade foram
encontrados sete Trabalhos de Conclusão de Curso, um de pós-graduação lato sensu e um de pós-
graduação stricto sensu (mestrado). Na Revista Anais de Medicina foram encontrados três resumos e na
Evidência um resumo. Em periódicos, sobre as respectivas publicações, foram encontrados sei artigos.
Para este trabalho foram utilizados quatro artigos e dois resumos que mantinham maior relação com
terminalidade da vida. Uma pesquisa realizada na região Meio Oeste de Santa Catarina constatou que o
Testamento Vital possuía ampla aceitação de médicos, advogados, estudantes de medicina e de direito
(PICCINI et al., 2011). Em estudo sobre distanásia, os médicos consideraram conveniente o registro da
vontade dos pacientes, por meio de Diretivas Antecipadas de Vontade, e as respeitariam por serem úteis
para tomadas de decisões na terminalidade da vida (STOLZ et al., 2011). Outra pesquisa com pacientes
do Serviço de Oncologia do Hospital Universitário encontrou que a maioria não tinha conhecimento
dos termos “Testamento Vital” e “Diretivas Antecipadas de Vontade”, porém, em fase terminal de vida,
gostariam de registrar sua preferência pela ortotanásia (CAMPOS et al., 2012). Em uma quarta pesquisa,
também realizada com pacientes oncológicos, 62% dos pacientes manifestaram a vontade de elaborar
Anais da Revista Evidência: Biociências, Saúde e Inovação 2021
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suas Diretivas Antecipadas de Vontade e de tê-las respeitadas no nal da vida, sobretudo ante a presença
de metástases (COMIN et al., 2017). Embora não haja lei federal sobre Diretivas Antecipadas de Vontade
(apenas Projeto), seu uso está regulamentado, para os médicos, por meio da Resolução n. 1995/2012
do Conselho Federal de Medicina (CFM), sendo possível sua utilização pela população. Todavia, vale
ressaltar a importância da aprovação de uma lei nacional e da criação de um modelo nacional sobre
Diretivas Antecipadas de Vontade, bem como sua disponibilização, para garantir a autonomia dos
pacientes (SCHWINGEL; PULGA; BONAMIGO, 2019; RIGONI, 2016). Conclusão: Conclui-se que os
participantes aceitam a utilização das Diretivas Antecipadas de Vontade, sobretudo na terminalidade
da vida, mas se faz necessária uma lei federal e um modelo de Diretivas Antecipadas de Vontade a ser
disponibilizado principalmente aos pacientes idosos, visto que estão mais expostos a doenças graves e
irreversíveis que acometem a terminalidade da vida.
Palavras-chave: diretivas antecipadas de vontade; idosos; autonomia.
REFERÊNCIAS
CAMPOS, Marcela Oliveira; BONAMIGO, Elcio Luiz; STEFFANI, Jovani Antônio; PACCINI, Cleiton
Francisco; CARON, Ruggero. Testamento vital: percepção de pacientes oncológicos e acompanhantes.
Revista Bioethikos, Centro Universitário São Camilo, v. 6, n. 2, p. 253-259, 2012.
COMIN, Laurem T.; PANKA, Marina; BELTRAME, Vilma; STEFFANI, Jovani A.; BONAMIGO, Elcio L.
Percepção de pacientes oncológicos sobre terminalidade de vida. Revista Bioética, v. 25, n. 2, p. 392-
401, 2017.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA - CFM. Resolução n. 1.995/2012. Dispõe sobre as diretivas ante-
cipadas de vontade dos pacientes. Diário Ocial da União, Brasília, DF, 31 de agosto de 2012.
PICCINI, Cleiton F.; STEFFANI, Jovani A., BONAMIGO, Elcio L., BORTOLUZZI, Marcelo C.,
SCHLEMPER JR., Bruno R. Testamento Vital na perspectiva de médicos, advogados e estudantes. Re-
vista Bioethikos, Centro Universitário São Camilo, v. 5, n. 4, p. 384-391, 2011.
RIGONI, V. Diretivas Antecipadas de Vontade: a Necessidade da Criação de um Modelo Nacional. In:
II JORNADA ACADÊMICA INTERDISCIPLINAR INTERNACIONAL DO CURSO DE MEDICINA; II
SEMINÁRIO DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PERFIL PROFISSIONAL DO CURSO
DE MEDICINA, Joaçaba, set. 2016. Anais [...]. Joaçaba, 2016. Disponível em: https://portalperiodicos.
unoesc.edu.br/anaisdemedicina/article/view/11893. Acesso em: 14 set. 2021.
SCHWINGEL, P. V.; PULGA, G.; BONAMIGO, E. L. Diretivas Antecipadas de Vontade: Diculdades
quanto à divulgação e Adesão. In: VII SEMANA ACADÊMICA DO CURSO DE MEDICINA, Joaçaba,
2019. Anais [...]. Joaçaba, 2019. Disponível em: https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/anaisdemedici-
na/article/view/23833/14052. Acesso em: 14 set. 2021.
STOLZ, Camila; GEHLEN, Géssica; BONAMIGO, Elcio Luiz; BORTOLUZZI, Marcelo Carlos. Manifes-
tações das vontades antecipadas do paciente como fator inibidor da distanásia. Revista Bioética, v. 19,
n. 3, p. 833-845, 2011.
Anais da Revista Evidência: Biociências, Saúde e Inovação 2021
Evidência, Joaçaba v. 21, n. 2, p. 117-146, jul./dez. 2021 119
ASSOCIAÇÃO ENTRE O COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE, PERDA
AUDITIVA RELACIONADA À IDADE E SÍNDROME DA FRAGILIDADE DO
IDOSO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Eixo temático: Epidemiologia do Envelhecimento
Apresentação oral: ( ) Sim (X) Não
Beatriz Godoi Gouveia Granja1, Marcos Freitas Cordeiro2
1 Discente do Programa de Pós-Graduação em Biociências e Saúde, Área de Ciências Vida e
Saúde. Universidade do Oeste de Santa Catarina – Joaçaba, SC;
² Docente do Programa de Pós-Graduação em Biociências e Saúde, Área de Ciências da Vida e
Saúde. Universidade do Oeste de Santa Catarina – Joaçaba, SC. E-mail: beatriz.godoi@outlook.
com
Introdução: O comprometimento cognitivo leve (CCL) é uma condição signicativamente presente
entre os idosos, com repercussões negativas para o indivíduo e para a sociedade. O CCL apresenta uma
alta taxa de conversão para demências mais severas, como a doença de Alzheimer. Mediante a isso,
esforços para identicar, compreender e estabelecer medidas efetivas de tratamento a condições que
possam ser prodrômicas ao CCL são de extrema valia (QUARNI et al., 2019). Duas condições passíveis
de tratamento e prevalentes entre os idosos são a Síndrome da Fragilidade (SF) (VELLA AZZOPARDI
et al., 2018) e a Perda Auditiva Relacionada à Idade (PARI). A SF se caracteriza pela presença de ao
menos três, dos cinco itens: perda de peso não intencional, fraqueza, lentidão, baixo nível de atividade
física e exaustão (LOURENÇO et al., 2019). Enquanto a PARI, pode ser de caráter periférico ou central
(SARDONE et al., 2019). Em ambas as situações há a hipótese de associação com o CCL (FORTUNATO
et al., 2016; HUBBARD; MAMO; HOPPER et al., 2018). Objetivo: Compilar, sintetizar e interpretar as
informações disponíveis sobre a associação entre o CCL, a SF e a PARI periférica ou central em indivíduos
idosos. Método: Revisão sistemática de literatura, incluindo todos os estudos de coorte, com idosos de
65 anos ou mais, e que abordassem de forma objetiva ao menos duas das três condições estudadas. As
bases de dados utilizadas foram National Center for Biotechnology Information (NCBI/PubMed), e
Scientic Electronic Library Online (Scielo). A busca nal nas duas bases de dados selecionadas foi
realizada dia 26 de abril de 2021. Resultados: A busca retornou 3.672 ocorrências únicas, restando 12
após screening pela leitura de títulos, resumos, e textos integrais. Nenhum artigo incluído abordou as
Anais da Revista Evidência: Biociências, Saúde e Inovação 2021
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três condições de maneira conjunta, sendo que cinco abordaram o CCL e a SF e os demais abordaram
CCL e a PARI de origem periférica e/ou central. A associação entre o CCL e a SF e CCL e a PARI foram
signicativas. O CCL se revelou uma condição comum entre a SF e a PARI. Os estudos incluídos
apresentaram diferentes denições operacionais sobre a SF. A denição mais utilizada foi o Fenótipo
da Fragilidade. O mini-exame do estado mental foi o instrumento mais utilizado para avaliar o CCL
e ao abordar a denição operacional de disfunção auditiva quatro estudos utilizaram uma avaliação
subjetiva. Conclusão: Os resultados foram positivos para a associação entre o CCL e a SF, e CCL e PARI.
Nossos achados encorajam a continuidade de pesquisas que explorem por meio de ensaios clínicos
randomizados, a hipótese de intervenção precoce por meio da reabilitação/treinamento auditivo e/ou
protocolos de exercícios direcionados a indivíduos frágeis, com o objetivo de analisar se essas estratégias
seriam signicativas para alterar o curso do CCL, ou ainda se o rastreio precoce do CCL por meio de
avaliações auditivas e de fragilidade poderiam levar a implantação de uma intervenção precoce com
resultados animadores para portadores de CCL.
Palavras-chave: presbiacusia; declínio cognitivo; fragilidade; revisão sistemática.
REFERÊNCIAS
FORTUNATO, S. et al. A review of new insights on the association between hearing loss and cognitive
decline in ageing. Acta Otorhinolaryngologica Italica, v. 36, n. 3, p. 155-166, 2016.
HUBBARD, H. I.; MAMO, S. K.; HOPPER, T. Dementia and Hearing Loss: Interrelationships and
Treatment Considerations. Seminars in Speech and Language, v. 39, n. 3, p. 197-210, 2018.
LOURENÇO, R. A. et al. Prevalence of frailty and associated factors in a community-dwelling older
people cohort living in Juiz de Fora, Minas Gerais, Brazil: FIBRA-JF study. Ciencia e Saude Coletiva,
v. 24, n. 1, p. 35-44, 2019.
QUARNI, T.; SALARDINI, A. 1A Multifactor Approach to Mild Cognitive Impairment. Seminars in
Neurology, v. 39, n. 2, p. 179-187, 2019.
SARDONE, R. et al. The Age-Related Central Auditory Processing Disorder: Silent Impairment of
the Cognitive Ear, v. 13, n. June, p. 1-9, 2019.
VELLA AZZOPARDI, R. et al. Increasing use of cognitive measures in the operational denition of
frailty - A systematic review. Ageing Research Reviews, v. 43, n. May 2017, p. 10-16, 2018.
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Evidência, Joaçaba v. 21, n. 2, p. 117-146, jul./dez. 2021 121
BINÔMIO ENFERMEIRO E FAMÍLIA: NO ACOMPANHAMENTO DE IDOSO
COM DIABETES MELLITUS TIPO II – RELATO DE EXPERIÊNCIA
Eixo temático: Assistência à Saúde do Idoso
Apresentação oral: (X) Sim ( ) Não
Karina Schopf1,*; Mirian Giacomel1, Silvana dos Santos Zanotelli2
1 Secretaria Municipal de Saúde de Paraíso/SC. E-mail: karinaschopf70@gmail.com
2 Docente do Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina/
Udesc. E-mail: silvana.zanotelli@udes.br
Introdução: A Atenção primária à Saúde (APS) através da Estratégia de Saúde da Família (ESF),
fundamenta-se, entre outras ações, na atenção à saúde ao idoso e seu cuidador, incluindo ações
individuais e coletivas de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos
e cuidados paliativos. O(a) enfermeiro(a) possui potencial ordenador do cuidado domiciliar em especial
no acompanhamento das doenças crônicas, dispensando cuidado integral à díade idoso-cuidador no
enfrentamento de percalços como as demandas do Diabetes Mellitus (DM), que perpassa as práticas
do cuidado para o olhar plural à atenção domiciliar (CECCON et al., 2021). Com o crescimento da
população idosa e o surgimento de novos modelos de organização familiar decorrentes das mudanças
estruturais, socioeconômicas e culturais, a existência de novos valores e mentalidades, tem contribuído
para a diminuição dos tempos dedicados ao trabalho e à partilha das responsabilidades familiares, em
especial ao idoso (TEIXEIRA, 2016). Objetivo: relatar a importância do cuidado domiciliar pelo binômio
enfermeiro e família no tratamento de lesões em pé diabético. Metodologia: relato de experiência do
acompanhamento de paciente idoso com ferida pós-operatória (PO), de amputação de dedo hálux de
esquerdo, devido a complicações de Diabetes Mellitus tipo II. O acompanhamento aconteceu no
período de julho a agosto de 2021, totalizando 45 dias de curativo domiciliar realizados por enfermeiro
de ESF duas vezes ao dia. Resultado: foi possível visualizar a evolução diária da cicatrização e alta
do paciente em apenas 45 dias. Foi utilizada a técnica de debridamento mecânico quando necessário.
Usada solução siológica, pomadas conforme prescrição médica e cuidados com elevação de membro,
alimentação e hidratação adequadas para melhorar o processo de cicatrização. Esse resultado positivo
foi alcançado somada a dedicação do prossional de saúde, na gura do enfermeiro, do paciente que
recebeu apoio e do acompanhamento integral por parte de seus familiares/cuidadores. Aspectos como
Anais da Revista Evidência: Biociências, Saúde e Inovação 2021
Disponível em: https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/evidencia
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alimentação, controle diário da glicemia, hidratação, elevação de membro para melhorar a circulação
por praticamente 24h/dia, foram seguidos à risca pelo paciente e assegurado por familiares. Fatores
que consideramos importantes foram a hidratação, a manutenção de membro elevado, aquecido
e manutenção da ferida PO fechada foram medidas fundamentais para a evolução do quadro. O pé
diabético é a infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos profundos associados com anormalidades
neurológicas e vários graus de doença vascular periférica no membro inferior (RÉCCHIA; SOUZA;
MARQUES, 2019), está entre as complicações mais graves e onerosas do DM, principalmente quando
leva a hospitalizações, reabilitação e maior necessidade de cuidados domiciliares (BRASIL, 2016).
Conclusão: A utilização do espaço domiciliar ocorre devido à necessidade de atender a demandas
com a assistência individualizada, segurança e de acordo com a necessidade, redução das iatrogenias,
maior controle da tomada de decisão, maior envolvimento da família, com base no planejamento e na
execução do cuidado. O sucesso no tratamento das complicações das doenças crônicas, em especial em
idosos, está diretamente ligada ao apoio familiar no tratamento e cuidados prescritos pelos prossionais
de saúde garantido na interação e envolvimento do binômio prossional e família.
Palavras-chave: idoso; diabetes mellitus; atenção primária à saúde; enfermeiro; cuidado domiciliar.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Ma-
nual do pé diabético: estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica / Ministério da Saúde,
Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.
62 p.: il. ISBN: 978-85-334-2361-9. Disponível em: http://editora.saude.gov.br. Acesso em: 09 set. 2021.
CECCON, R. F. et al. Atenção Primária em Saúde no cuidado ao idoso dependente e ao seu cuidador.
Ciência & Saúde Coletiva, v. 26, n. 1, p. 99-108, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-
81232020261.30382020. Acesso em: 07 set. 2021.
RÉCCHIA, M. B; SOUZA, A. V de; MARQUES, C. M. G. de Avaliação sioterapêutica dos pés e do grau
de risco de desenvolvimento de ulcerações em indivíduos diabéticos sicamente ativos. Fisioterapia
Brasil, v. 20, n. 6, p. 761-772, 2019. Disponível em: http//:portalatlanticaeditora.com.br/index.php/-
sioterapiabrasil/article/view/3107. Acesso em: 07 set. 2021.
TEIXEIRA, D. Gestão de cuidados ao idoso dependente: Relato de um caso. Rev Bras Med Fam Comu-
nidade, v. 11, n. 38, p. 1-7, 2016. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5712/rbmfc11(38)1103. Acesso em: 07
set. 2021.
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DESAFIOS À SAÚDE MENTAL DO IDOSO EM TEMPOS DE COVID-19
Eixo temático: Saúde Humana
Apresentação oral: (X) Sim ( ) Não
Wesley Corrêa Finger1, Daniela Sperotto2
1 Universidade do Oeste de Santa Catarina – Acadêmico de Medicina. E-mail: wesleynger@gmail.com
² Universidade Federal de Santa Maria - Graduação em Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
– Residência Médica em Psiquiatria, Mestranda em Psiquiatria e Ciências do Comportamento – UFRGS. E-mail:
contato@danielasperotto.com.br
Introdução: A pandemia de Covid-19 vem surtindo efeitos deletérios na economia e na saúde a nível
global, trazendo um panorama de insegurança e distanciamento social que repercute sobre a saúde mental
da população, especialmente para grupos populacionais mais vulneráveis, como os idosos. Objetivo:
Conhecer os impactos da pandemia de Covid-19 no âmbito de saúde mental de idosos e possibilidades
de intervenção. Metodologia: Realizou-se uma revisão qualitativa sistemática de literatura, por meio
de levantamento bibliográco na base de dados Google Schoolar, a partir da combinação de termos
saúde mental”, “idosos” e “pandemia. Foram critérios de inclusão artigos publicados a partir de 2020
e pertinência em relação ao objetivo do trabalho. 26 títulos e resumos foram lidos, dos quais seis títulos
passaram por leitura criteriosa e chamento, servindo de base para a presente revisão. Resultados: Para
os idosos, o isolamento social intensicou o preconceito de idade, a perda de autonomia e diculdades
de comunicações sociais, fatores que, perdurando, podem levar ao surgimento de crises de ansiedade,
transtorno depressivo, ideação suicida e suicídio real (OLIVEIRA et al., 2021). Uma pesquisa entrevistou
920 participantes, dos quais 67% referiram sentir muito medo do contágio pela doença, sendo o fator
medo mais prevalente em pessoas que trabalham fora, indivíduos com idosos no domicílio e em pessoas
com percepção negativa da própria saúde (LINDEMANN et al., 2021). A pandemia também aumenta as
chances do idoso ser vítima de violência doméstica, seja na forma de negligência, violência psicológica,
violência patrimonial ou violência física. Destaca-se que a violência costuma ser sofrida em silêncio pelo
idoso devido à dependência e proximidade com o agressor (BRASIL, 2020). Em tempos de pandemia, a
Atenção Primária à Saúde (APS) pode prestar importante contribuição para a manutenção da saúde física
e mental, identicando famílias com fatores de risco para o adoecimento mental, estabelecendo contato e
emitindo recomendações, como de limitar a exposição a notícias que causam ansiedade, procurar fontes
de informação conáveis, manter uma rotina de atividades físicas e refeições saudáveis, além de interagir
com familiares (NABUCO; OLIVEIRA; AFONSO, 2020). Rocha et al. (2020) introduzem os exergames
(tipo de jogo de videogame que exige esforço físico para ser jogado) como uma possibilidade efetiva de
manter os níveis de atividade física em idosos, sem abrir mão do distanciamento social. Schmidt et al.
Anais da Revista Evidência: Biociências, Saúde e Inovação 2021
Disponível em: https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/evidencia
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(2020) destaca a contribuição da psicologia para o enfrentamento das repercussões da Covid-19, sugerindo
intervenções psicológicas para atenuar o impacto negativo da pandemia e promover a saúde mental.
Conclusão: Evidencia-se que a pandemia está associada a um maior surgimento de psicopatologias em
idosos, período no qual cam mais vulneráveis a maus tratos e violência. O cenário pandêmico exige o
fortalecimento das redes de APS, a m de atender à demanda crescente por auxílio psicológico qualicado.
O bom uso das tecnologias pode contribuir para comunicação, lazer e à manutenção de um estilo de vida
ativo em idosos, beneciando sua saúde de forma integral.
Palavras-chave: Covid-19; assistência à saúde mental; abuso contra idosos; atenção integral ao idoso.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Violência doméstica e familiar na Co-
vid-19. Rio de Janeiro, RJ, 2020. Disponível em: https://www.ocruzbrasilia.ocruz.br/wp-content/
uploads/2020/04/Sa%c3%bade-Mental-e-Aten%c3%a7%c3%a3o-Psicossocial-na-Pandemia-Covid-
-19-viol%c3%aancia-dom%c3%a9stica-e-familiar-na-Covid-19.pdf. Acesso em: 23 set. 2021.
LINDEMANN, Ivana Loraine; SIMONETTI, Amauri Braga; AMARAL, Christian Pavan do; RIFFEL, Ro-
gério Tomasi; SIMON, Tiago Teixeira; STOBBE, Julio Cesar; ACRANI, Gustavo Olszanski. Percepção do
medo de ser contaminado pelo novo coronavírus. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, Rio de Janeiro, v.
70, n. 1, p. 3-11, jan./mar. 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/jbpsiq/a/KGMW5cCLYQhn6B-
QZDgH83nt/?lang=pt. Acesso em: 23 set. 2021.
NABUCO, Guilherme; OLIVEIRA, Maria Helena Pereira Pires de; AFONSO, Marcelo Pellizzaro Dias.
O impacto da pandemia pela COVID-19 na saúde mental: qual é o papel da Atenção Primária à Saúde?
Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Rio de Janeiro, v. 15, n. 42, p. 2532, 2020.
Disponível em: https://www.rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/2532. Acesso em: 23 set. 2021.
OLIVEIRA, Vinícius Vital de; OLIVEIRA, Lisiane Vital de; ROCHA, Michele Ribeiro; LEITE, Isadora
Andrade; LISBOA, Rhosana Soriano; ANDRADE, Kelly Cristina Lira de. Impactos do isolamento social
na saúde mental de idosos durante a pandemia pela Covid-19. Brazilian Journal of Health Review,
Curitiba, v. 4, n. 1, p. 3718-3727, jan./fev. 2021. Disponível em: https://www.brazilianjournals.com/in-
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ROCHA, Saulo Vasconcelos; DIAS, Carolina Rego Chaves; SILVA, Mônica Costa; LOURENÇO, Cami-
lo Luis Monteiro; SANTOS, Clarice Alves dos. A pandemia de COVID-19 e a saúde mental de idosos:
possibilidades de atividade física por meio dos Exergames. Revista Brasileira de Atividade Física &
Saúde, [s. l.], v. 25, n. 1, p. 1-4, 2020. Disponível em: https://rbafs.emnuvens.com.br/RBAFS/article/
view/14424. Acesso em: 24 set. 2021.
SCHMIDT, Beatriz; CREPALDI, Maria Aparecida; BOLZE, Simone Dill Azeredo; NEIVA-SILVA, Lucas;
DEMENECH, Lauro Miranda. Saúde mental e intervenções psicológicas diante da pandemia do novo
coronavírus (COVID-19). Estudos de Psicologia, Campinas, v. 37, n. 1, p. 2-13, 2020. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/estpsi/a/L6j64vKkynZH9Gc4PtNWQng/?lang=pt. Acesso em: 24 set. 2021.
Anais da Revista Evidência: Biociências, Saúde e Inovação 2021
Evidência, Joaçaba v. 21, n. 2, p. 117-146, jul./dez. 2021 125
DIRETIVAS ANTECIPADAS DE VONTADE: CONHECIMENTO E
OPORTUNIDADE DE ELABORAÇÃO PELOS IDOSOS
Eixo temático: Assistência à Saúde do Idoso
Apresentação oral: (X) Sim ( ) Não
Christiane Veigas Pepes1, Mariane Veigas Pepes1, Pedro Henrique Favero Cetolin2,
Ricardo Toniazzo Borsatti1, Sirlei Favero Cetolin3,*; Élcio Luiz Bonamigo3
1 Discentes do Curso de Medicina, Área de Ciências da Vida. Universidade do Oeste de Santa Catarina –
Joaçaba/SC.
2 Discente do Mestrado em Biociências e Saúde. Universidade do Oeste de Santa Catarina – Joaçaba/SC.
3 Docentes do Curso de Medicina, Área de Ciências da Vida e Mestrado em Biociências e Saúde. Universi-
dade do Oeste de Santa Catarina – Joaçaba/SC. E-mail: chrisvpepes@gmail.com
Introdução: O Estatuto do Idoso assegura aos idosos brasileiros o direito de optar pelo tratamento de
saúde que lhe for mais favorável e, aos que forem atendidos em estabelecimentos de alta complexidade
por problemas oncológicos, o Ministério da Saúde orienta que lhes sejam disponibilizadas as Diretivas
Antecipadas de Vontade, garantindo a autonomia em caso de incapacidade, através do artigo 23 e da
Portaria 1.399/2019. Embora não haja lei no Brasil, estão regulamentadas pelo Conselho Federal de
Medicina por meio da Resolução 1.9995/12. Objetivo: Descrever o conhecimento e a oportunidade
de elaboração das Diretivas Antecipadas de Vontade pelos idosos em artigos publicados nos últimos
três anos. Metodologia: Foi realizada uma revisão bibliográca na plataforma Google Acadêmico e
Portal Capes, utilizando-se os termos “idoso” and “Diretivas Antecipadas de Vontade” or Testamento
Vital” no título, bem como Advance Directives” or Advance Care Planning” or “Living wills” and
“Elderly”. Resultados: Foram encontrados 36 artigos e selecionados os 7 mais relevantes. As Diretivas
Antecipadas de Vontade constituem uma oportunidade de autonomia do paciente, permitindo-lhe,
entre outras coisas, a escolha de uma morte digna (ISOLANI, 2020). Uma revisão de literatura concluiu
que os idosos, em fase terminal, portadores de câncer, nem sempre estão tendo a oportunidade de
elaborar suas diretivas antecipadas de vontade (SILVA et al., 2021). Entretanto, as Diretivas Antecipadas
de Vontade contribuem para evitar conitos entre o entendimento da equipe médica e a família do
paciente, além de evitar tratamentos fúteis e possibilitar a designação de um representante legal
(mandato duradouro) (CAMARGO; JACOB, 2020). Estudo com 173 idosos, realizado na Coreia do Sul,
demonstrou o desconhecimento dos entrevistados em relação às Diretivas Antecipadas de Vontade
que apenas 31,8% tinham ouvido falar, (RYU; CHOI, 2020). Os médicos assistentes da Atenção
Primária à Saúde, por manter uma relação longitudinal com o paciente, são os elementos chave para
difundir o conhecimento sobre as Diretivas Antecipadas de Vontade, sobretudo para pacientes de alto
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risco, no contexto do planejamento antecipados de cuidados com a saúde (POWERS; GANDELMAN,
2018). Ainda no contexto do Planejamento Antecipado de Cuidados dos pacientes oncológicos mais
idosos, a projeção de vídeos informativos sobre a elaboração das Diretivas Antecipadas de Vontade e a
Ressuscitação Cardiopulmonar, entre outros temas, contribuem para aumentar a certeza de decisão dos
pacientes durante o registro de suas vontades antecipadas e, consequentemente, trazer cuidados mais
compatíveis com seus desejos durante a assistência à sua saúde (LARKIN et al., 2020). Contudo, os
médicos de outra pesquisa divergiram sobre o melhor momento de realizar a abordagem dos pacientes
idosos com a nalidade de elaboração do registro de suas vontades (JI et al., 2020). Conclusão:
Embora haja dúvidas sobre o melhor momento de sua realização, conclui-se que a elaboração das
Diretivas Antecipadas de Vontade por pacientes idosos, isoladamente ou no contexto do Planejamento
Antecipado de Cuidados, oportuniza a manifestação mais acertada sobre os reais desejos do paciente e,
consequentemente, possibilita a assistência com mais qualidade de acordo com sua percepção, evitando
tratamento fúteis e preservando a dignidade.
Palavras-chave: diretivas antecipadas; autonomia pessoal; idoso; bioética.
REFERÊNCIAS
CAMARGO, Caroline Leite de; JACOB, Muriel Amaral. O direito de morrer e os desaos trazidos pela
evolução da ciência no século XXI. Cadernos de Dereito Actual, n. 14, Núm. Ordinário (2020), p.
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POWERS, James S.; GANDELMAN, Jason A. Use of a Clinically Derived Risk Calculator to Assess Ad-
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RYU, Eun-Jin; CHOI, So-Eun. Relationships among Perceptions of Dying Well, Attitudes toward Ad-
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Evidência, Joaçaba v. 21, n. 2, p. 117-146, jul./dez. 2021 127
IMPACTO DA ATIVIDADE FÍSICA NA SAÚDE FÍSICA E MENTAL DE IDOSOS
Eixo temático: Promoção da Saúde da Pessoa Idosa
Apresentação oral: (X) Sim () Não
Luís Henrique Silva de Oliveira1,*; Gracielle Fin1, Fabiana Meneghetti Dallacosta1
1 Universidade do Oeste de Santa Catarina, Unoesc. E-mail: oliveirasilva3@hotmail.com
Introdução: A prática de atividade física apresenta diversos benefícios para a saúde de idosos, tanto
para a saúde física como mental (BRASIL, 2021). Objetivo: Analisar o impacto da atividade física na
saúde física e mental de idosos. Método: Trata-se de um estudo piloto, que posteriormente será uma
dissertação de mestrado. Para este estudo piloto foram analisados dados de 10 idosos, frequentadores
de um centro de saúde de Florianópolis, selecionados da população alvo, com objetivo de familiarizar o
entrevistador com os instrumentos e promover um maior domínio contextual; avaliar o tempo médio de
aplicação dos questionários; adequar estratégias para obter uma melhor adesão dos sujeitos; perceber
qual a melhor estratégia para aplicação do questionário, de forma a se obterem dados mais precisos e não
surgirem rapidamente sinais de fadiga e não compreensão por parte dos sujeitos. Foram utilizados os
instrumentos: Questionário Baecke modicado para idoso (QBMI), Escala de ansiedade de Beck (BAI),
The Vulnerable Elders Survey (VES 13) e o Índice de Incapacidade relacionado com a dor (Pain
Disability Index – PDI). Resultados: Dos 10 idosos participantes, todas eram do sexo feminino, média
de idade 67,3 anos, 30% casadas, 20% viúvas, 50% solteiras ou divorciadas. Em relação à ansiedade,
40% apresentaram sinais de ansiedade moderada e 60% sinais de ansiedade severa. Duas pessoas (20%)
foram consideradas vulneráveis. Quanto à incapacidade pela dor, as variáveis com maiores limitações
devido à dor foram para tempo de lazer e atividades familiares, e as atividades menos impactadas pela
dor foram relativas a cuidados pessoais, atividades vitais e sociais. Em relação ao nível de atividade física,
60% foram consideradas com nível baixo e 40% com nível médio (ALVES, 2019). Conclusão: Conclui-se
que a inatividade física tem um número elevado nos participantes estudados. Os resultados mostraram
que a inatividade física, prevalente na metade da população estudada, está ligada diretamente na
idade, ausência de ocupação e também na dependência funcional. Esses dados encontrados reforçam
observações prévias do impacto positivo de diferentes atividades físicas na diminuição da ansiedade,
vulnerabilidade, fragilidade, quedas e também na melhora das articulações e de dor. Diante disso,
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é preciso que os idosos sejam incentivados por programas especícos que estimulem a prática de
atividades físicas, com objetivo no combate a inatividade física e os fatores de risco decorrentes deste
comportamento (OPAS, 2020).
Palavras-chave: envelhecimento; exercício físico; idoso.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Promoção da
Saúde. Guia de Atividade Física para a População Brasileira/Ministério da Saúde, Secretaria de
Atenção Primária à Saúde, Departamento de Promoção da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde,
2021. 54 p.: il. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_atividade_sica_po-
pulacao_brasileira.pdf. Acesso em: 20 set. 2021.
ALVES, José Eustáquio Diniz. Envelhecimento populacional no Brasil e no mundo. Revista Longe-
viver, 2019. Disponível em: https://revistalongeviver.com.br/index.php/revistaportal/article/viewFi-
le/787/842. Acesso em: 20 set. 2021.
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física e comportamento sedentário, 2020. Disponível em: https://www.paho.org/pt/noticias/
26-11-2020-oms-lanca-novas-diretrizes-sobre-atividade-sica-e-comportamento-sedentario. Acesso
em: 20 set. 2021.
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IMPACTOS NA SAÚDE MENTAL DAS PESSOAS IDOSAS EM TEMPO DE
PANDEMIA POR COVID-19
Eixo temático: Pessoas Idosas em Tempo de Pandemia
Apresentação oral: (X) Sim ( ) Não
Janaina Ferreira dos Santos1, Aline Pertile Remor2
¹ Discente do Programa de Pós-graduação em Biociências e Saúde da Universidade do Oeste de
Santa Catarina– Joaçaba, SC.
² Docente do Programa de Pós-graduação em Biociências e Saúde da Universidade do Oeste de
Santa Catarina– Joaçaba, SC. E-mail: 19jana.ferreira@gmail.com
Introdução: A longevidade é desejada e celebrada como uma das grandes conquistas da humanidade,
porém, o idoso é visto como frágil, e passam a ser citados como um problema social. que é comum
associar o envelhecimento populacional com gastos em saúde, assistência social, previdências (CORREA;
JUSTO, 2021). Objetivo: O objetivo deste trabalho foi abordar de forma reexiva os impactos na saúde
mental dos idosos nos tempos de pandemia. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa bibliográca na
base de dados Google Acadêmico e Scielo, onde foram selecionados 5 artigos entre os anos 2020 a 2021,
com os descritores: Idoso durante a pandemia e impacto da pandemia na saúde dos idosos, nos idiomas
português (Brasil) e Inglês. Resultados: O envelhecimento é um processo natural do homem no qual
altera suas habilidades físicas, motoras e psicológicas e quando se refere modicações psicológicas,
a depressão é uma das doenças que mais atinge os idosos, posto que pesquisas apontam que idosos
sentem solidão pelo menos 1vez por semana (CORREA; JUSTO, 2021). Em razão disso, para ter um
envelhecimento saudável é preciso que os idosos interagem uns com os outros proporcionando uma
melhor qualidade de vida. Sabe-se que a atividade física e momentos de lazer são imprescindíveis
na vida das pessoas, uma vez que contribui para um processo de envelhecimento saudável e para a
promoção da qualidade de vida, tanto mental quanto social. Inclusive para a Saúde Pública a questão
do isolamento é assumida como um grande problema, devido contribuir no aumento de casos de
ansiedade, depressão, desamparo e solidão, mas na vida sem pandemia é comum os idosos morarem ou
mesmo se sentirem sozinhos. A população idosa tem maior suscetibilidade e vulnerabilidade a contrair
o novo coronavírus, e risco de agravamento do quadro clínico, reetindo em taxas de mortalidade
mais elevadas (SILVA et al, 2020). Devido a isso, para o enfrentamento da pandemia atual, uma das
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estratégias foi o isolamento social na tentativa de achatar a curva de contágio da doença, visto que os
idosos mais especicamente portadores de doenças crônicas, são mais sensíveis ao vírus (ARGENTA
et al., 2020). Por consequência, o índice de depressão e ansiedade aumentou nesse grupo de pessoas
no período da pandemia, neste sentido percebemos as diculdades impostas pelo isolamento social,
aprendemos que além das atividades físicas serem importantes para a saúde, é evidente o papel do lazer
como elemento fundamental do contexto social (RIBEIRO et al., 2020). Conclusão: Nessa situação,
percebe-se que o idoso é naturalmente suscetível ao isolamento social, desta forma assegurar maiores
cuidados sanitários, manter as atividades físicas e momentos de lazer, são pontos que a sociedade e
políticas públicas precisam investir. Pois, a pandemia trouxe algo para reetirmos que mudanças são
necessárias e incertas, isto signica que são necessários maiores investimentos em cuidados preventivos
capazes de garantir os cuidados sanitários, a segurança, dignidade e respeito a esse grupo de risco.
Palavras-chave: idoso; pandemia; impacto; saúde.
REFERÊNCIAS
ARGENTA, Carla et al. Distanciamento social do idoso saudável durante a pandemia Covid-19:
possibilidades e desaos. Santana RF. Enfermagem gerontologica no cuidado do idoso em tempos da
COVID-19. 2. ed. rev. Brasília, DF: Editora ABEN. 2020. p. 5-10.
CORREA, Mariele Rodrigues; JUSTO, José Sterza. Pandemia e envelhecimento. Revista espaço aca-
dêmico, Edição especial, fev. 2021.
RIBEIRO, Olívia Cristina Ferreira, et al. Os impactos da pandemia da covid-19 no lacer de adultos e
idosos. Revista do programa de pós graduação interdisciplinar em estudos do lazer – UFMF, v.
23, n. 3, set. 2020.
SILVA, Marcos Vinicius Sousa, et al. O impacto do isolamento social na qualidade de vida dos idosos
durante a pandemia por COVID-19. Enfermagem Brasil, v. 19, n. 4, p. 34-41, 2020.
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INTERNAÇÕES DE IDOSOS POR CAUSAS SENSÍVEIS À ATENÇÃO
PRIMÁRIA: DOENÇA PULMONAR E PNEUMONIA
Eixo temático: Assistência à Saúde do Idoso
Apresentação oral: (X) Sim ( ) Não
Fernanda Unser1,*; Gracieli Martinazzo1, Bruna Pertussati1, Vilma Beltrame4, Luana Patricia Marmitt1,
Sirlei Favero Cetolin1
1 Universidade do Oeste de Santa Catarina. E-mail: feunser@hotmail.com
Introdução: À medida que a expectativa de vida se amplia, existe a tendência do aumento de agravos
decorrentes do processo de envelhecimento natural, levando-se em considerações as alterações
siológicas, morfológicas, psicológicas e sociais. Neste contexto, as Internações de pessoas idosas por
Causas Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP), especialmente por doenças pulmonares obstrutivas
crônicas (DPOC) e pneumonias, tem impacto signicativo na vida das pessoas e das famílias, além de,
ocasionar gastos signicativos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Objetivo: Foi realizado
um estudo com o objetivo de identicar a ocorrência de internações por Doença Pulmonar Obstrutiva
Crônica e Pneumonia, em pessoas idosas na faixa etária de 60 a 74 anos da Regional de Saúde do Paraná.
Metodologia: A pesquisa caracterizou-se por um estudo descritivo, exploratório e ecológico. Foram
coletadas informações de pessoas idosas, moradores de 15 municípios pertencentes a Regional de
Saúde do Paraná, localizada na Região Centro Sul do estado. Utilizou-se para o estudo, m levantamento
no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), disponibilizado no
sítio eletrônico do Departamento de Informática do SUS (DATASUS) de domínio público, considerando
o período de 2008 a 2018. A tabulação dos dados foi realizada por meio do TABNET. A pesquisa foi
aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unoesc com o parecer n. 4.019.881. Resultados:
Através dos resultados constatou-se um total de 19.948 internações de idosos de 60 a 74 anos pelas
Condições Sensíveis à Atenção Primária à Saúde (BRASIL, 2020), sendo 50,16% (n=10.007) homens e
49,84% (n=9.941) mulheres. Ao se tratar dos agravos estudados, as doenças pulmonares obstrutivas
crônicas (DPOCs) representaram 23,86% (n=4760) das internações, sendo a população masculina com
12,12% (n=2419) dos casos e a feminina 11,73% (n=234). A DPOC é considerada uma Doença Crônica
Não Transmissível (DCNTs), uma das principais causas de mortalidade e morbidade crônica. no
que se refere as pneumonias bacterianas, foi vericado a representatividade de 20,47% (n=4085) das
Anais da Revista Evidência: Biociências, Saúde e Inovação 2021
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internações. Na população masculina 10,69% (n=2134) e 9,78% (n=1951) na feminina. A pneumonia
é uma doença grave comum, que acarreta em diversas hospitalizações de pessoas idosas pelo mundo.
Mesmo sendo comum, é uma doença oportunista que representa morbimortalidade em taxas elevadas.
Conclusão: Conclui-se que as a ocorrência de internações por Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
e Pneumonia como integrantes das DCNTs, foram signicativas em idosos de 60 a 74 anos no período
estudado. Observa-se que, são internações que podem ser evitadas, com ações direcionadas para a
promoção da saúde e prevenção de agravos no âmbito de atuação da Atenção Primária. As equipes
multidisciplinares da Atenção Primária necessitam fortalecer a assistência prestada com a nalidade de
melhorar a qualidade de vida, evitando hospitalizações e consequentemente maiores agravos a saúde da
população idosa.
Palavras-chave: pessoas idosas; hospitalização; doença pulmonar obstrutiva crônica; pneumonia;
atenção primária à saúde.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. DATASUS. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2020. Disponível em:
www.datasus.gov.br. Acesso em: 20 set. 2020.
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Evidência, Joaçaba v. 21, n. 2, p. 117-146, jul./dez. 2021 133
LITERACIA EM SAÚDE DE HIPERTENSOS E DIABÉTICOS E RELAÇÃO COM
ADESÃO AO TRATAMENTO
Eixo temático: Epidemiologia do Envelhecimento
Apresentação oral: (X) Sim ( ) Não
Emanuelle Lopes Pinheiro1, Helena Kanaan Milanez1, Fabiana Meneghetti Dallacosta2
1 Universidade do Oeste de Santa Catarina – Unoesc.
2 Doutora em Ciências da Saúde, Universidade do Oeste de Santa Catarina – Unoesc. E-mail: fabiana.dallacosta@unoesc.edu.
br
Introdução: O termo ‘’literacia’’ se refere à capacidade cognitiva e social do indivíduo de
obter, compreender e utilizar informações básicas de saúde para uma adequada tomada
de decisões sobre sua própria saúde (CRUVINEL et al., 2017; MARQUES; LEMOS, 2017). O
letramento tem relevância na área da saúde, pois diz respeito à possibilidade do paciente em
identicar riscos à sua saúde e a de sua família e comunidade, de modo que uma pessoa com
adequado letramento terá melhores condições de aplicar medidas proláticas ou terapêuti-
cas orientadas, assim como de assimilar os cuidados prescritos e aplica-los em seu cotidiano
(BEZERRA et al., 2019). Objetivo: Analisar a relação da literacia em saúde com a adesão ao
tratamento de hipertensos e diabéticos Método: Estudo transversal, com hipertensos e diabé-
ticos de um município de Santa Catarina. Os participantes responderam a três questionários,
um para análise da literacia em saúde, um para análise da adesão ao tratamento e outro para
análise do estado mental do voluntário. Os critérios de inclusão foram ser portador de diabe-
tes mellitus ou hipertensão arterial e estar vinculado ao serviço de saúde do município. Como
critério de exclusão considerou-se possuir doença neurológica ou distúrbio cognitivo que não
permitisse responder ao questionário ou não estar em casa no dia da visita domiciliar. Para
analisar adesão ao tratamento foi utilizado o Brief Medication Questionnaire e para análise da
literacia, o SALPHA. Resultados: Participaram 301 indivíduos, 65,8% aderentes ao tratamen-
to, 75,4% tem literacia inadequada e 24,6% adequada. Aqueles portadores de diabetes e com
uso de múltiplas doses de medicação foram os menos aderentes. A literacia inadequada teve
relação com a baixa adesão. Aqueles que referiram falhas de dias/doses ou omissão de medica-
ção foram os menos aderentes e com literacia inadequada. Foram considerados aderentes ao
tratamento 198 (65,8%) indivíduos. A adesão não teve relação com sexo, entretanto, as mulhe-
res foram maioria entre os aderentes. Conclusão: Como principal achado desse estudo des-
taca-se que a literacia inadequada teve relação com a baixa adesão ao tratamento. A literacia
em saúde adequada é determinante para o sucesso do tratamento, inuencia no autocuidado,
melhora a adesão ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso e, consequentemente,
reduz o risco de complicações e óbito decorrentes de hipertensão e diabetes.
Palavras-chave: letramento em saúde; hipertensão; diabetes; adesão à medicação.
Anais da Revista Evidência: Biociências, Saúde e Inovação 2021
Disponível em: https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/evidencia
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REFERÊNCIAS
BEZERRA, Jéssica Naylla M. et al. Letramento em saúde dos indivíduos submetidos à terapia dialítica.
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CRUVINEL, Agnes Fátima P. et al. The Brazilian version of the 20-item rapid estimate of adult literacy
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MARQUES, Susana Raquel Lopes; LEMOS, Stela Maris Aguiar. Instrumentos de avaliação do letra-
mento em saúde: revisão de literatura. Audiology Communication Res, v. 22, p. 31757, 2017. Dispo-
nível em: https://doi.org/10.1590/2317-6431-2016-1757. Acesso em: 20 set. 2021.
Anais da Revista Evidência: Biociências, Saúde e Inovação 2021
Evidência, Joaçaba v. 21, n. 2, p. 117-146, jul./dez. 2021 135
MORBIMORTALIDADE HOSPITALAR DA PNEUMONIA NA PESSOA IDOSA:
UM ESTUDO RETROSPECTIVO OBSERVACIONAL
Eixo temático: Saúde Humana
Apresentação oral: (X) Sim ( ) Não
Fernanda Klein¹,*; Natalia Zarpelon1, Arthur Antônio Françosi1,
Mayara de Lima Franceschi1, Carlos Alberto Massucato2
1 Discentes do Curso de Medicina, Área das Ciências da Vida e Saúde – Universidade do Oeste de Santa
Catarina. Joaçaba/ SC. E-mail: klein.fernanda.fernanda@gmail.com
2 Docente do Curso de Medicina, Área das Ciências da Vida e Saúde – Universidade do Oeste de Santa
Catarina. Joaçaba/SC.
Introdução: O cenário pandêmico, em razão do SARS-CoV-2, acentuou a incidência e a relevância
das doenças respiratórias. Dentre estas, destaca-se a pneumonia, cuja incidência aumenta com a
senescência e que representa um diagnóstico comum e de importante mortalidade associada (TORRES
et al., 2013). Diante as classicações desta patologia, a PAC (pneumonia adquirida na comunidade) é
a mais prevalente e está frequentemente relacionada ao agente etiológico Streptococcus pneumoniae
(CORRÊA et al., 2018). Objetivo: Analisar a prevalência das pneumopatias em idosos hospitalizados no
Brasil e discorrer sobre os fatores de risco associados à principal morbidade encontrada. Metodologia:
Estudo retrospectivo observacional realizado a partir de dados secundários disponibilizados na
base do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram analisadas a
lista das morbidades hospitalares do SUS nos pacientes com idade maior ou igual a 60 anos e que
apresentaram doenças relacionadas ao sistema respiratório, excluindo-se o câncer, entre junho de 2016
a junho de 2021. A partir do delineamento da doença mais prevalente, os dados foram discriminados em
intervalo de faixa etária quinquenal entre: número de internações, tempo de permanência hospitalar
e taxa de mortalidade. Resultados: As doenças do trato respiratório correspondem a 13,75% do total
das internações hospitalares nos pacientes em estudo, sendo consideradas a segunda principal causa
de morbidade nos idosos. Destas, a pneumonia exprime pelo adoecimento de 60,29% dos pacientes.
Os idosos com idade maior ou igual a 80 anos, ao comparar aos demais pacientes, apresentaram o
maior número de internações (41,83%) e o maior tempo de permanência hospitalar (40,70%). Da
mesma forma, essa faixa etária denotou o pior prognóstico, correspondendo a 24,20% dos óbitos por
pneumonia, exibindo taxa de mortalidade hospitalar média superior aos pacientes em idade estudada
Anais da Revista Evidência: Biociências, Saúde e Inovação 2021
Disponível em: https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/evidencia
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(19,15%) (BRASIL, 2021). A pneumonia é uma doença inamatória aguda de etiologia viral, bacteriana
ou fúngica que acomete os espaços aéreos inferiores (CORRÊA et al., 2018). A PAC, por exemplo, atinge
de maneira frequente adultos maiores de 65 anos, tendo como principais fatores de risco a densidade
de moradores em um mesmo domicílio, a baixa escolaridade e, sobretudo, o tabagismo, que assume
maior importância quando o consumo ultrapassa a 20 cigarros diários. Tabagistas com apresentação
clínica de PAC, classicados com mais de dois pontos na escala CURB-65, estão associados a maior
mortalidade intra-hospitalar (PESSOA et al., 2021). Com a transição demográca e envelhecimento
populacional, aumento no número desses pacientes, que passam a apresentar índice de mortalidade
por PAC duas vezes maior, quando comparados aos não fumantes de mesma idade (CHEBIB et al., 2021).
A broncoaspiração também se relaciona às pneumonias mais graves, estando associada ao pior estado
funcional e maiores comorbidades, comuns em pacientes longevos, disfágicos, diabéticos, demenciados
e com doenças respiratórias de base prévias (TORRES et al., 2013). Conclusão: Torna-se, portanto,
fundamental a abordagem médica, a cada consulta, sobre os fatores de risco presentes nesses pacientes
na iniciativa de elaborar planos e metas terapêuticas a m de melhorar a qualidade de vida e diminuir a
morbimortalidade da pneumonia nos pacientes idosos.
Palavras-chave: pneumonia; idoso; mortalidade.
REFERÊNCIAS
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Evidência, Joaçaba v. 21, n. 2, p. 117-146, jul./dez. 2021 137
MOVIMENTA PINHALZINHO: UM PROGRAMA DE ATIVIDADE FÍSICA NA
SAÚDE DOS IDOSOS
Eixo temático: Promoção da Saúde da Pessoa Idosa
Apresentação oral: (X) Sim ( ) Não
Israel Neutzling Betemps1,*; Camila Soligo Bernardi1, Raquel Cristina Sulzbach1
1 Secretaria Municipal de Saúde de Pinhalzinho/SC. E-mail: israelmita@hotmail.com
Introdução: Nos últimos anos ocorreu aumento no número de idosos, devido ao envelhecimento
populacional e aumento na expectativa de vida (CAMBOIM et al., 2017). Com isso, se faz necessário
pensar em ações que contemplem este público. A Atenção Primária à Saúde (APS) é fundamental para a
implementação de ações de promoção de saúde e prevenção de doenças para o público idoso (NOGUEIRA
et al., 2016). As atividades em grupos na APS podem ser realizadas por um único prossional ou por equipe
multiprossional. A atividade física é uma forma de promoção de saúde, sendo que em idosos ela pode
ter a nalidade de manutenção de saúde (CAMBOIM et al., 2017). Objetivo: Relatar a experiência de um
programa de atividade física realizado com idosos no município de Pinhalzinho/SC. Método: Trata-se
de um estudo descritivo na modalidade relato de experiência a partir de vivências de prossionais da
Atenção Primária à Saúde no atendimento grupal de idosos que participam do Programa Movimenta
Pinhalzinho desenvolvido em parceria entre as equipes de Saúde da Família e do Núcleo Ampliado de
Saúde da Família no município de Pinhalzinho. O mesmo é um programa permanente, tendo seu início
no ano de 2015 e foi realizado até fevereiro de 2020. Resultados: O Programa Movimenta Pinhalzinho
surgiu pela necessidade de atividades de promoção da saúde e prevenção de doenças direcionado à idosos
no município de Pinhalzinho. O mesmo é realizado de forma multiprossional sob coordenação de um
Educador Físico. Para os idosos inseridos no mesmo são oferecidas atividades físicas supervisionadas
para residentes da área urbana e rural do município. Com a participação no grupo, percebe-se melhora
na autonomia dos idosos, diminuição da procura por consultas, diminuição de queixas osteomusculares.
Além disso, os participantes relatam que sua qualidade de vida e também saúde física e mental foram
afetadas positivamente após participação no programa. Atualmente o programa encontra-se suspenso
temporariamente devido a pandemia da Covid-19, sendo assim, percebe-se através de relatos de idosos
que fazem parte do grupo, a falta que o mesmo faz para a qualidade de vida deste público. Conclusão: A
vivencia com o Programa Movimenta Pinhalzinho demonstra a importância da realização de atividades
voltadas para a promoção da saúde e prevenção de doenças, especialmente com os idosos, especialmente
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pelo aumento do envelhecimento populacional. A mudança de estilo de vida e prática de atividade física
deve ser prioridade nas ações da APS, tendo em vista o aumento da autonomia, melhora da saúde física
e mental através destas atividades.
Palavras-chave: idoso; atividade física; promoção da saúde; qualidade de vida.
REFERÊNCIAS
CAMBOIM, F. E. F. de et al. Benefícios da atividade física na terceira idade para a qualidade de vida.
Rev. Enferm. UFPE, on-line, Recife, v. 11, n. 6, p. 2415-2422, jun. 2017. Disponível em: https://periodi-
cos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/viewFile/23405/19070. Acesso em: 13 set. 2021.
NOGUEIRA, A. L. G. et al. Leads for potentializing groups in Primary Health Care. Rev. Bras. En-
ferm., v. 69, n. 5, p. 907-914, 2016. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2015-0102. Acesso em: 13
set. 2021.
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Evidência, Joaçaba v. 21, n. 2, p. 117-146, jul./dez. 2021 139
QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE DOS PACIENTES IDOSOS
COM ARTRITE REUMATOIDE
Biociências e Saúde Humana
Eixo temático: Promoção da Saúde da Pessoa Idosa
Apresentação oral: ( ) Sim (X) Não
Gabriele Demari Baruf¹,*; Gabriele Conte Nunes¹, Emanuel Eliaquim¹, Gabriel Hadad¹, Higor da
Costa¹
¹ Discentes do Curso de Medicina, Área das Ciências da Vida e da Saúde - Universidade do Oeste
de Santa Catarina - Joaçaba SC. E-mail: gabrieledbaruf@gmail.com
Introdução: A artrite reumatoide é uma doença crônica sistêmica, de etiologia desconhecida e de
caráter autoimune em que o alvo primário são as articulações, cujo padrão de acometimento é simétrico,
aditivo e periférico (KATCHAMART et al., 2019). A Artrite reumatoide é a mais comum das artropatias
inamatórias crônicas: afeta cerca de 1% da população mundial, sendo mais predominante em mulheres.
O início dos sintomas surge, aproximadamente, entre os 40 e os 50 anos. Pode estar relacionada com
infecções, genes, mudanças hormonais e fatores ambientais, como o cigarro e o álcool (DEMEZ, 2020).
A doença é um comum fator de agravo da qualidade de vida de idosos, sendo assim necessário o precoce
diagnóstico e tratamento.
Objetivo: O objetivo do trabalho é identicar e mensurar os fatores associados à qualidade de vida dos
pacientes idosos que têm artrite reumatoide, bem como analisar possíveis melhorias relacionadas ao
tratamento, a m de auxiliar no bem-estar dos pacientes acometidos por essa patologia. Metodologia:
As informações contidas neste resumo foram obtidas por meio de uma revisão bibliográca de artigos
acadêmicos, publicados entre os anos de 2017 e 2020 sobre os aspectos qualitativos referentes à
qualidade de vida relacionada à saúde de idosos com artrite reumatoide. Resultados: Por ser considerada
incapacitante, os sintomas da artrite reumatoide afetam a rotina dos pacientes acometidos por essa
doença, principalmente os idosos, o que, por consequência, atinge a qualidade de vida relacionada
à saúde desses indivíduos (DEMEZ, 2020). Com o objetivo de melhorar o bem-estar físico e mental
desses pacientes, o diagnóstico precoce da artrite reumatoide, a adesão completa ao tratamento e o
acompanhamento de uma equipe multidisciplinar mostraram-se benécos em relação à estagnação
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ou ao retardo da progressão da doença, evitando maior dano articular a esse idoso (MANSANO et al,
2017). Além disso, o estímulo de novos hábitos de vida, como a prática de exercícios físicos, o ajuste
na dieta e o controle da obesidade foram positivos na redução da dor e na melhora da mobilidade,
que o sobrepeso prejudica a articulação devido à sobrecarga e à presença de quadros inamatórios
da própria doença (DEMEZ, 2020). Ressalta-se, ainda, que 20,4 % das pessoas diagnosticadas com
artrite reumatoide desenvolvem quadros depressivos (LOPES, 2017). A partir disso, o acompanhamento
psicológico associado às mudanças nos hábitos de vida e ao tratamento medicamentoso da artrite
reumatoide, o qual é primordial e deve ser seguido, podem auxiliar na melhora geral do quadro clínico
do paciente (DEMEZ, 2020). Conclusão: Destarte, é perceptível que a artrite reumática acomete,
principalmente, idosos e coexiste em ambos os sexos, apesar de ser predominante em mulheres. Isso
torna essencial a realização de diagnósticos precoces, os quais podem viabilizar a remissão do quadro
clínico, possibilitando uma redução do dano articular e melhoria da mobilidade (DEMEZ, 2020). Em
suma, o diagnóstico precoce em consonância com uma intervenção no estilo de vida do paciente, a
partir de hábitos saudáveis como exercícios físicos, promoverá benefícios corporais, psicológicos e, por
conseguinte, um envelhecimento saudável.
Palavras-chave: artrite reumatoide; idosos; qualidade de vida.
REFERÊNCIAS
DEMEZ, D. Importância dos hábitos saudáveis na qualidade de vida dos indivíduos com artrite
reumatoide e osteoartrite. 2020. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) - Uni-
versidade Federal de São Paulo, Campus Diadema, 2020. Disponível em: https://repositorio.unifesp.
br/bitstream/handle/11600/58933/TCC%20D%c3%a9bora%20Demez.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
Acesso em: 21 set. 2021.
KATCHAMART, W. et al. Qualidade de vida relacionada à saúde em pacientes com artrite reumatoi-
de. BMC Rheumatol, v. 3, n. 34, 2019. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/
PMC6694487/pdf/41927_2019_Article_80.pdf. Acesso em: 20 set. 2021.
MANSANO, Naira da Silva et al. O impacto da artrite reumatoide na qualidade de vida de idosos: uma
revisão integrativa da literatura. Revista VALE Arte, Ciência, Cultura, Assis, SP, n. 9, p. 138-159, dez.
2017. Disponível em: https://www.fema.edu.br/images/revistavale/revista9.pdf#page=138. Acesso em:
20 set. 2021.
LOPES, Luis Fernando de Carvalho. Psiquiatria na prática. Comorbidades psiquiátricas e artrite reu-
matoide. Psychiatry on line Brasil, v. 22, nov. 2017. Disponível em: https://www.polbr.med.br/ano14/
prat0214.php. Acesso em: 22 set. 2021.
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REABILITAÇÃO DO IDOSO PÓS-COVID-19 E VULNERABILIDADES
CLÍNICO-FUNCIONAIS
Eixo temático: Epidemiologia do Envelhecimento
Apresentação oral: (X) Sim ( ) Não
Daniela Paula Marion Santin¹,*; Mirelle Kerko¹, Luciano Fiorentin¹, Katiana Fiorelli1, Pedro Henrique
Fávero Cetolin¹, Vilma Beltrame¹, Sirlei Fávero Cetolin¹
1 Universidade do Oeste de Santa Catarina – Unoesc, Joaçaba, Santa Catarina, Brasil. E-mail: dan-
iela_marion@hotmail.com
Introdução: com a chegada da pandemia da Covid-19, em 2020 as pessoas idosas foram classicadas
como grupo de risco, e devido a maior vulnerabilidade pela idade avançada, o rigor de permanência
no isolamento social foi considerado essencial para diminuir riscos de contágio pelo coronavírus Sars-
CoV-2 (KORNADT et al., 2021). As complicações do pós-Covid-19, demandam cuidados diferenciados,
de abrangência interdisciplinar para assegurar integralidade do cuidado na recuperação física e
psíquica, bem como acompanhamento e tratamento das doenças crônicas preexistentes, muitas vezes
agravada pela infecção. Assim é importante o conhecimento das condições clinicas e funcionais que
esse idoso se encontra para planejar as intervenções cabíveis (HAMMERSCHMIDT; SANTANA, 2020;
CURRYER; COOK, 2021). Objetivo: identicar vulnerabilidades clínico-funcionais em pacientes idosos
em reabilitação pós-Covid-19 em um município de pequeno porte do Extremo Oeste Catarinense.
Metodologia: trata-se de uma pesquisa quantitativa, realizada com idosos em fase de reabilitação pós-
Covid-19, do município de município de pequeno porte do Extremo Oeste de Santa Catarina. Coletou-
se os dados através do instrumento Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional (IVCF-20) durante
consultas de enfermagem, realizadas em uma unidade de Estratégia Saúde da Família, entre dia 15 e 31 de
agosto de 2021. Resultados: participaram da pesquisa 15 idosos, sendo que 53% (n=8) com idades entre 60
a 74 anos, 20% (n=3) 75 a 84 anos e 27%(n=4) com 80 e mais anos. 53,3% (n=8) eram do sexo feminino. Em
46,66% dos participantes tiveram autopercepção da saúde regular ou ruim. Algumas atividades da vida
diária deixaram de ser realizadas pelos idosos, sendo 37% deixou de fazer pequenos trabalhos domésticos,
27% não controlam mais seu dinheiro, 27% deixaram de fazer compras e 9% tornaram-se dependentes
para tomar banho. Na capacidade muscular, o teste de marcha >5” foi frequente em 50% dos idosos,
25% perderam peso não intencional, 13% circunferência da panturrilha <31cm. Em 59% o esquecimento
passou a ser percebido, para 33% houve piora no esquecimento e 8% referiram o esquecimento como
impeditivo à algumas atividades. Dois terços dos idosos perderam interesse às atividades prazerosas que
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faziam antes, apresentaram desânimo, tristeza ou desesperança. A multimorbidade foi prevalente em
66,7% dos idosos, a polifarmácia em 86,7% e dois terços foram internados recentemente. Conclusão:
Os idosos, em reabilitação pós-Covid-19, tornaram-se mais dependentes para atividades da vida diária,
apresentaram redução na capacidade muscular, a deambulação tornou-se mais lenta, o esquecimento
passou a ser percebido com mais frequência e para 8% tornou-se impeditivo à algumas atividades. Dois
a cada três idosos passaram a apresentar sintomas depressivos no período de recuperação da Covid-19.
Palavras-chave: epidemiologia; saúde do idoso; doença; multimorbidade.
REFERÊNCIAS
CURRYER, C.; COOK, P. S. Counting the costs of ageism: Discrimination and COVID-19. Australa-
sian Journal on Ageing, p. 10.1111/ajag.12993, 17 ago. 2021.
HAMMERSCHMIDT, K. S. DE A.; SANTANA, R. F. SAÚDE DO IDOSO EM TEMPOS DE PANDEMIA
COVID-19. Cogitare Enfermagem, v. 25, n. 0, 28 abr. 2020.
KORNADT, A. E. et al. Perceived Ageism During the Covid-19-Crisis Is Longitudinally Related to Sub-
jective Perceptions of Aging. Frontiers in Public Health, v. 9, p. 679711, 13 jul. 2021.
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REABILITAÇÃO PÓS-COVID E VULNERABILIDADES CLÍNICO-FUNCIONAIS
DE PESSOAS IDOSAS ASSISTIDAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Eixo temático: A Pessoa Idosa em Tempos de Pandemia
Apresentação oral: (X) Sim ( ) Não
Mágda Letícia Pedroso Pereira1,*; Mikael Wrege¹, Welinton Borges¹, Pedro Henrique Favero Cetolin¹,
Hallana Andreia Zollet¹, Vilma Beltrame¹, Sirlei Favero Cetolin¹
1 Universidade do Oeste de Santa Catarina. E-mail: magda.leticia@unoesc.edu.br
Introdução: O processo de envelhecimento é vinculado a diferentes fatores. Saber apenas a idade,
não é suciente, é preciso compreender o indivíduo em suas demandas biopsicossociais. Objetivo:
Foi realizado um estudo com o objetivo de identicar vulnerabilidades clínico-funcionais de pacientes
idosos em reabilitação pós-Covid-19. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa quantitativa, em que
se aplicou o instrumento IVCF-20 (MORAES et al., 2016). O IVCF-20 é constituído por 20 questões
distribuídas em oito seções: idade, autopercepção da saúde, atividades de vida diária, cognição, humor,
mobilidade, comunicação e comorbidades múltiplas. Cada seção tem pontuação especíca, na soma
nal classica-se o idoso: 0 a 6 pontos baixo risco, 7 a 14 médio risco e maior ou igual a 15 pontos
risco alto. Quanto mais alto o valor obtido, maior é o risco de vulnerabilidade clínico-funcional do
paciente. Os dados foram coletados em uma Unidade da Estratégia Saúde da Família de um município
de médio porte na Região de Saúde do Extremo Oeste de Santa Catarina. O instrumento foi aplicado
em momentos em que pacientes procuraram atendimento no serviço de saúde, na segunda quinzena
de agosto de 2021. O projeto de pesquisa foi submetido e aprovado no Comitê de Ética e Pesquisa (CEP)
da Unoesc. Resultados: Participaram do estudo 20 pacientes idosos em processo de reabilitação pós-
Covid-19. Dentre os participantes, mais da metade 60% (n=12) apresentam alto risco de vulnerabilidade
clínico-funcional, 20% (n=4) com médio risco e 20% (n=4) apresentam baixo risco. Destes, entre a
faixa etária, 65% (n=13) são de 60 a 74 anos com, 30% (n=6) de 75 a 84 anos e 5% (n=1) 85 anos. Sobre
suas autopercepções em saúde 65% (n=13) considera sua saúde como excelente e 35% (n=7) considera
como regular ou ruim. Referente às suas atividades de vida diárias, obtivemos 13 armativas de que
deixaram de realizar as compras por conta da sua saúde ou condição física, 5 armativas que deixaram
de controlar o seu dinheiro por conta da sua saúde ou condição física, 11 armativas de que deixaram
de realizar a limpeza leve de suas casas por conta da sua saúde ou condição física e 4 armativas de que
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deixou de tomar banho sozinho por conta da sua saúde ou condição física. Em relação a cognição dos
20 idosos, 13 armaram que algum familiar relatou que está cando esquecido, 10 armaram que este
esquecimento está piorando nos últimos meses e 7 relataram que este esquecimento está impedindo
a realização de alguma atividade do cotidiano. Sobre o humor, 14 responderam que no último mês
cou com desânimo, tristeza ou desesperança e 14 armaram que no último mês perdeu o interesse em
atividades anteriormente prazerosas. No que diz sobre a mobilidade, 6 idosos relataram ser incapazes
de elevar os braços acima do ombro, 4 que são incapazes de manusear objetos pequenos, 8 possuem
diculdade para caminhar, 11 tiveram duas ou mais quedas nos últimos 2 anos e 12 relataram ter perda
de urina e fezes, sem querer. Na seção sobre a comunicação, 8 idosos relataram ter algum problema na
visão capaz de impedir a realização de alguma atividade do cotidiano e 5 possuem algum problema de
audição capaz de impedir a realização de alguma atividade do cotidiano. Na última seção relacionada às
comorbidades, 6 idosos possuem cinco ou mais doenças crônicas, 5 idosos relataram o uso regular de
cinco ou mais medicamentos diferentes todos os dias e 4 foram internados recentemente nos últimos 6
meses. Conclusão: Os resultados demonstram que os idosos em risco alto que estão em reabilitação pós-
covid-19, demandam uma maior atenção e acompanhamento, sendo necessário encaminhamento para
a atenção especializada. Dessa forma, a utilização do instrumento otimiza o uso dos recursos em saúde,
podendo ser utilizado para uma triagem inicial na Atenção Primária e oportunizando o planejamento
de ações multiprossionais de caráter interdisciplinar.
Palavras-chave: idoso fragilizado; Covid-19; assistência integral à saúde.
REFERÊNCIAS
MORAES, Edgar Nunes de et al. Índice de Vulnerabilidade Clínico Funcional-20 (IVCF-20): reconheci-
mento rápido do idoso frágil. Revista de Saúde Pública, v. 50, n. 8, 2016. Disponível em: https://doi.
org/10.1590/S1518-8787.2016050006963. Acesso em: 22 set. 2021.
Anais da Revista Evidência: Biociências, Saúde e Inovação 2021
Evidência, Joaçaba v. 21, n. 2, p. 117-146, jul./dez. 2021 145
RELAÇÃO ENTRE DOENÇAS CRÔNICAS E POLIFARMÁCIA EM IDOSOS
CATARINENSES
Eixo temático: Epidemiologia do Envelhecimento
Apresentação oral: (X) Sim ( ) Não
Luciano Fiorentin1,*; Monyze Cristian Santos Bitilher1, Sandra Adriana Barbosa de Carvalho1, Daniela
Paula Marion Santin1, Mágda Letícia Pedroso Pereira1, Luana Patricia Marmitt1, Vilma Beltrame1*
1 Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), Joaçaba, Santa Catarina, Brasil. E-mail: orentinl@ya-
hoo.com.br; vilma.beltrame@unoesc.edu.br
Introdução: A ocorrência crescente das doenças crônicas tem se apresentado como um desao para a
saúde pública pelas inuências que exercem sobre a qualidade de vida e custos aos serviços. (AKINDELE;
USEH, 2021). A incidência de casos de doenças crônicas está relacionada à longevidade humana
(BRISCHILIAN et al., 2014; SILVA et al., 2021) e, portanto, com o crescimento populacional de pessoas
com ou mais de 60 anos (IBGE, 2018), essas doenças tendem a aumentar. Também, o envelhecimento
carrega consigo altos índices de multimorbidades (LEITE et al., 2020), os quais, para o controle
terapêutico, eleva também as chances do uso de polifarmácias (RAMOS et al., 2016). Objetivo: Analisar
a prevalência de doenças crônicas e polifarmácia e identicar fatores associados em idosos usuários dos
serviços da Atenção Primária em Saúde. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, realizado
com idosos usuários da Atenção Primária em Saúde do Município de Concórdia em 2020. A coleta de
dados ocorreu através da aplicação de um questionário estruturado realizado nas unidades de saúde ou
residência do idoso. A amostra foi calculada considerando erro amostral de 5% e um nível de conança
de 95%. De forma aleatória foram sorteados 252 idosos. As análises foram realizadas por Regressão de
Poisson, os resultados foram expressos por RP ajustadas com respectivos Intervalos de Conança de
95% (IC95%). Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Oeste de Santa
Catarina, sob o parecer nº 3.471.223. Resultados: Foram investigados 252 idosos. A maioria tinha até
69 anos (54,8%), era do sexo masculino (53,2%) e estudou apenas o ensino fundamental (65,9%).
As doenças crônicas mais prevalentes entre os idosos foram a hipertensão arterial (67,9%), diabetes
mellitus (19,8%), doença cardíaca (15,9%) e depressão (14,3%). Grande parte da amostra (81,4%) tinha
mais de uma condição crônica ou multimorbidade, sendo que 40,5% tinham 3 ou mais morbidades.
Cerca de um quarto (26,3%) referiu polifarmácia. A análise ajustada demonstrou que a polifarmácia foi
Anais da Revista Evidência: Biociências, Saúde e Inovação 2021
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signicativamente associada a pacientes hipertensos (RP=3,4 IC95%: 1,74-6,67), diabéticos (RP=2,20
IC95%:1,47-3,28), dislipidêmicos (RP=1,77 IC95%:1,04-3,02) e depressivos (RP=2,63 IC95%:1,80-3,84).
Conclusão: a prevalência de doenças crônicas na amostra estudada foi alta, apresentando como
consequência a polifarmácia. Os idosos com hipertensão tiveram a maior probabilidade (3,4 vezes
maior) de recorrer a de poli medicação.
Palavras-chave: epidemiologia; saúde do idoso; doença; multimorbidade.
Fonte de Financiamento: Apoio nanceiro: O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
REFERÊNCIAS
AKINDELE, M. O.; USEH, U. Multimorbidity of chronic diseases of lifestyle among South African
adults. The Pan African Medical Journal, v. 38, n. 332, 6 abr. 2021.
BRISCHILIAN, S. C. R. et al. Doenças crônicas não transmissíveis e associação com fatores de risco.
Rev. bras. cardiol. (Impr.), p. 531-538, 2014.
IBGE. Projeção da População 2018: número de habitantes do país deve parar de crescer em 2047.
Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noti-
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cer-em-2047. Acesso em: 16 set. 2021.
LEITE, B. C. et al. Multimorbidade por doenças crônicas não transmissíveis em idosos: estudo de base
populacional. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 22, 13 jul. 2020.
RAMOS, L. R. et al. Polypharmacy and Polymorbidity in Older Adults in Brazil: a public health chal-
lenge. Rev Saude Publica, p. 9s-9s, 2016.
SILVA, P. S. C. da et al. Recommendation and physical activity practice in Brazilians with
chronic diseases. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 67, p. 366-372, 27 ago. 2021.