TERAPIAS MULTIDISCIPLINARES NO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: UM RELATO DE CASO COM ÊNFASE NO TRATAMENTO
Resumo
O autismo, ou transtorno do espectro autista (TEA), é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades na comunicação, interação social e comportamentos restritivos e repetitivos. Atualmente, o tratamento para o TEA envolve uma abordagem multidisciplinar, combinando medidas educativas, acompanhamento psicoterápico, terapia ocupacional, fonoaudiologia, fisioterapia e atividades físicas, integrados ao uso de medicamentos quando necessário. O presente estudo teve como objetivo relatar o caso de um paciente com TEA e seu tratamento medicamentoso, e destacar, em âmbito teórico, a importância das intervenções terapêuticas realizadas pelo profissional psicólogo. Este trabalho foi realizado por estudantes da oitava fase do curso de Psicologia, com a participação de um estudante da quarta fase do curso de Enfermagem, durante o componente curricular de Psicofarmacologia. Paciente do sexo masculino, 8 anos de idade, com diagnóstico de TEA associado a paralisia infantil (PI) e transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), buscou auxílio em uma Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) da sua região. O paciente apresenta dificuldades de interação social e comunicação, necessitando de adaptações e suporte adicional nas atividades diárias devido à PI, e demonstra impulsividade e dificuldade de concentração, características do TDAH. A família do paciente (mãe, pai e irmão mais novo) tem sido um pilar essencial para o seu desenvolvimento e adaptação, contribuindo ativamente no processo terapêutico. O paciente faz uso dos seguintes medicamentos: Aripiprazol 20 mg/ml (15 gotas uma vez ao dia), Biperideno 2 mg (½ comprimido três vezes ao dia) e Metilfenidato 20 mg (1 comprimido uma vez ao dia). O Aripiprazol é um antipsicótico atípico, utilizado neste caso para o controle de sintomas relacionados a comportamentos agressivos e impulsivos, comuns no TEA. O Biperideno é um anticolinérgico utilizado para tratar os efeitos colaterais extrapiramidais produzidos pelos medicamentos antipsicóticos, como o Aripiprazol. Por fim, o Metilfenidato é um medicamento psicoestimulante usado para tratar os sintomas do TDAH. Em conjunto, esses medicamentos ajudam a controlar sintomas como agressividade, impulsividade e dificuldade de atenção, melhorando a qualidade de vida e o desenvolvimento do paciente. No entanto, é importante monitorar os efeitos adversos desses medicamentos, tais como alterações no apetite, insônia, irritabilidade e problemas motores, especialmente com o uso do Aripiprazol e Biperideno. O tratamento terapêutico do TEA inclui, além do uso de medicamentos, abordagens como a psicoterapia comportamental baseada na técnica ABA (Análise Comportamental Aplicada), que visa melhorar habilidades sociais e o controle da impulsividade. A intervenção de profissionais como terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e psicopedagogos também é essencial no suporte ao paciente, contribuindo para o seu desenvolvimento global. Este estudo destaca a importância de uma abordagem multidisciplinar no tratamento do TEA, considerando tanto os aspectos farmacológicos quanto psicoterapêuticos, a fim de promover o bem-estar e a melhoria da qualidade de vida do paciente. Os resultados fundamentam a relevância do acompanhamento contínuo e das intervenções adequadas para o sucesso do tratamento, enfatizando a necessidade de suporte familiar e institucional no processo de adaptação e desenvolvimento do paciente com TEA e comorbidades associadas.
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