Etnogenese Indigena
Resumo
A região Nordeste do Brasil vem assistindo nas últimas décadas, a uma
crescente emergência de grupos que passaram a afirmar suas identidades
indígenas, em um processo de etnognese. Buscou-se com este estudo
compreender o fenômeno contemporâneo de irrupção de populações
indígenas no Nordeste brasileiro. A Constituição Federal de 1988 destacou o
direito dos indígenas viverem de acordo com seus costumes culturais e
apontou a necessidade de demarcação das suas terras, transformando assim,
o paradigma integracionista da política indigenista anterior, que promoveu o
apagamento de identidades indígenas e a sua marginalização. Grupos
étnicos considerados extintos, reassumem e recriam suas tradições, após
terem sido forçados a negá-las pelas missões religiosas e, posteriormente, pela
sociedade em geral, são encorajados pelos avanços legislativos, a
reaparecer em busca do reconhecimento dos direitos da sua condição. Nesta
perspectiva, vem à tona a falácia propagada por conveniências politicas do
século XIX, acerca do desaparecimento de grupos indígenas, assim como os
rótulos e esteriótipos negativos que os maculam e permeiam o senso comum.
Dúvidas e afirmações contrárias ao reconhecimento destes povos como
indígenas, baseadas na atual situação de integração cultural e misturas
raciais, fazem parte da visão estacionária, como se os indígenas ainda
vivessem no período pré-colonial e não tivessem sido obrigados a reformular
padrões para sobreviver. A incrível resistência desses povos permanece sendo
posta à prova
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