SEXUALIDADE E INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS: EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA PÚBLICA
Resumo
Introdução: a sexualidade é entendida como um quesito essencial na vida do ser humano, que engloba sexo, identidade e gênero, orientação sexual, prazer e reprodução, sendo influenciada por uma questão multifatorial envolvendo aspectos biológicos, psicológicos, socioeconômicos, políticos, culturais, legais, históricos, religiosos e espirituais (WHO, 2006). No contexto da sexualidade humana, faz-se importante abordar a temática acerca das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), as quais são ocasionadas por agentes como vírus, bactérias, fungos, entre outros microrganismos, sendo que sua contaminação e disseminação acontece por meio de contato sexual (vaginal, oral e/ou anal) não seguro, ou seja, sem o uso de preservativo masculino ou feminino com um dos parceiros infectados. Segundo o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com IST, do Ministério da Saúde, a informação é uma ferramenta importante para a promoção a saúde e o bem estar do indivíduo, tornando-se fundamental que se fale sobre sexualidade de maneira aberta e informativa para promover o bem-estar e a saúde integral da população. Nesse ínterim, acredita-se que se deve investir em atividades de educação em saúde que abordem a temática da sexualidade e das IST, em especial com os adolescentes, visto que a adolescência compreende uma fase de transição biológica, social e psicológica, permeada por novas descobertas e experiências. Dessa forma, a informação e a conscientização de adolescentes surgem como estratégias que auxiliam na prevenção de uma gravidez precoce e de uma IST, os quais contribuem para consequências importantes na vida e na saúde dos adolescentes. Objetivo: relatar uma atividade de educação em saúde sobre sexualidade e IST com adolescentes. Metodologia: trata-se de um relato de experiência de uma atividade de educação em saúde desenvolvida com adolescentes matriculados no 8º e 9º ano do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Santa Rita, localizada no munícipio de São Miguel do Oeste, Santa Catarina (SC), a qual faz parte do Programa Saúde na Escola (PSE). A atividade foi realizada pelas acadêmicas da 7ª fase do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), campus de São Miguel do Oeste (SC). A atividade ocorreu em junho de 2024, no turno vespertino, a pedido da direção e coordenação pedagógica da própria escola. Para a atividade, utilizou-se como ferramenta metodológica uma palestra ilustrativa e interativa, com duração aproximada de duas horas e contou com a participação de 18 alunos, sendo seis do sexo feminino e 12 do sexo masculino, com faixa etária entre 13 e 16 anos. Os temas abordados foram sexualidade, anatomia do sistema reprodutor, IST, métodos contraceptivos e orientações sobre o autocuidado. Inicialmente, utilizou-se de uma apresentação audiovisual com imagens ilustrativas e uma mesa expositora com os principais tipos de métodos contraceptivos, como preservativo feminino e masculino, anticoncepcional oral, injetável e pílula do dia seguinte, a fim de facilitar o entendimento dos participantes e tornar a atividade mais interativa. Em seguida, realizou-se uma dinâmica sobre mitos e verdades que envolvem a sexualidade, as IST e os métodos contraceptivos. Por fim, houve uma roda de conversa para o esclarecimento das dúvidas ainda existentes, no qual os adolescentes foram separados por gêneros, conforme solicitado pela direção e coordenação da escola. Resultados e discussão: a sexualidade, crescimento e o desenvolvimento do corpo humano envolvem diversas mudanças a nível biológico decorrente de alterações fisiológicas suscetíveis ao momento cronológico. Nesse sentido, os resultados e as metas propostas para essa atividade foram atendidos com êxito, ao passo que teve boa aceitação e participação do público-alvo. Acredita-se que houve uma compreensão e conscientização sobre os temas abordados, bem como maior conhecimento adequado e confiável, visto que muitos participantes desconheciam alguns assuntos e se espantavam com algumas informações que eram transmitidas. Ressalta-se que a sexualidade deve ser tratada como uma esfera multifatorial e, a partir do desenvolvimento de atividades de educação em saúde, pode-se atingir um público que, embora pertença à mesma faixa etária, possui vivências e percepções diferentes, de acordo com o contexto familiar e social de cada indivíduo. Entende-se, entretanto, que são muitas informações novas que chegam em um único momento e pode ser que o adolescente não vá absorver toda essa carga de conhecimento em um único dia. Porém, com a conversa diária que pode ocorrer na escola, com novas atividades de educação em saúde que abordem a temática e com a constância dessas atividades, aos poucos, esse conhecimento vai se tornando mais claro e enraizado entre os adolescentes. A construção do conhecimento sobre as IST é uma forma de contribuir para a promoção da saúde e prevenção de agravos no público adolescente, reduzindo a exposição a riscos que, com práticas seguras e conscientes, podem ser evitados. Por fim, ao realizar a roda de conversa, separando os participantes do sexo feminino e masculino, permitiu que houvesse uma conversa mais aberta, com vários questionamentos importantes e que geravam dúvidas nos adolescentes, em especial no caso das meninas, que compartilharam suas experiências de maneira confidencial e respeitosa. Considerações finais: em suma, a atividade realizada contribuiu para a compreensão e o entendimento dos assuntos trabalhados, uma vez que ainda existem lacunas nas informações que os adolescentes possuem sobre sexualidade, IST, métodos contraceptivos autocuidado e prevenção de uma gravidez precoce. A atividade destaca a funcionalidade crucial da informação adequada e acessível para a saúde dos adolescentes, prevenindo danos que podem ser evitados com o conhecimento e os cuidados apropriados. Essa conscientização tem a finalidade de empoderar os participantes a serem protagonistas do seu bem-estar, bem como estarem cientes de suas escolhas, com comprometimento e responsabilidade. Logo, as perspectivas e propósitos foram alcançadas e os participantes pareceram, de fato, se sensibilizar com as consequências advindas de práticas sexuais não seguras. Assim, apreende-se a importância de manter e estimular a continuidade de ações educativas similares que possam contribuir para um crescimento e desenvolvimento mais consciente e saudável por parte dos adolescentes.
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