REFLEXÕES ACERCA DA ATUAÇÃO DE UMA PSICÓLOGA EM UM CAPS I
Resumo
O presente resumo foi construído a partir de uma entrevista semiestruturada realizada com a psicóloga do Centro de Atenção Psicossocial - CAPS I, de uma cidade da região do extremo oeste do estado de Santa Catarina. A atividade integra o componente curricular de Psicologia das Políticas Públicas e Direitos Humanos, do curso de Psicologia, da Universidade do Oeste do Estado de Santa Catarina (UNOESC) – de São Miguel do Oeste – SC, e possui como professora Ana Paula Risson. O objetivo revela-se em compreender o cotidiano do trabalho de um profissional da psicologia no CAPS I, sua contribuição para a garantia de direitos humanos, a execução do trabalho em relação às políticas públicas, avaliando o apoio governamental no CAPS e a motivação referente ao cotidiano. A entrevista contou com a utilização do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e a análise das informações se deu a partir do referencial teórico que discute políticas públicas. A investigação ocorreu pelo método bibliográfico, baseando-se mais em revistas
conceituadas e artigos científicos. Ao prestar o direito à saúde e assistência social a quem a necessita, com o objetivo de habilitar e reabilitar as pessoas em desvantagem psicossocial e promover sua integração à vida comunitária, o Estado brasileiro se propõe a assegurar o bem-estar social de todos os indivíduos, iguais e diferentes (Pitta, 1992). Segundo a entrevistada, “o CAPS, sendo uma instituição governamental, é mantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tem o objetivo de substituir os hospitais psiquiátricos. A partir das políticas públicas todos deveriam ter o direito de acesso à saúde, nesse caso, saúde mental. Com serviço especializado o CAPS de Dionísio trabalhar com as portas aberta a comunidade, a pessoa que buscar o serviço passará por acolhimento inicial, não necessariamente por profissional da psicologia e a partir disso se faz encaminhamentos necessários. Todo cidadão inserido no serviço, é de alguma unidade de saúde e muitas vezes também é assistido com outro local da rede do município. É através da política pública que hoje o cidadão recebe um atendimento gratuito, tem acesso a atendimentos que financeiramente não conseguiria bancar. É dar a chance de justiça”. No entanto, em um país ainda com desigualdades demarcadas, a cidadania e a qualidade de vida do povo concebem um desafio e um questionamento social, na medida em que esse contexto é representado por dimensões variadas, com diferentes percepções, experiências de vida e oportunidades sociais, além de recursos culturais e econômicos, que se espelham no acesso à educação, saúde, transporte e habitação, entre outros. Os CAPS nas suas diferentes modalidades são pontos de atenção estratégicos da Rede de Atenção Psicossocial - RAPS: serviços de saúde de caráter aberto e comunitário constituído por equipe multiprofissional e que atua sobre a ótica interdisciplinar e realiza prioritariamente atendimento às pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, em sua área territorial, seja em situações de crise ou nos processos de reabilitação psicossocial e são substitutivos ao modelo asilar. Quando se trata de direitos humanos e saúde mental, não podemos deixar de citar dos avanços alcançados pelos usuários do CAPS nesse avanço na substituição do manicômio para
o modelo assistencial, o direito humano de ir e vir, de ser ouvido nas suas diferentes linguagens, de ser reconhecido nas suas experiências pessoais de identidades, considerando suas crenças, valores e hábitos, e uma conduta de solidariedade cidadã no enfrentamento do preconceito e nas barreiras da exclusão são evidências que se constatam cada dia mais, nas quais é preciso avançar e, se espera que sejam cada vez mais significativas. Mesmo que em alguns momentos seja lento e exista retrocesso, pois sem políticas publicas o sistema não estaria nos aparelhos e sim já morto.
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