CARRO DE EMERGÊNCIA: A RESPONSABILIDADE DO ENFERMEIRO PARA PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE – RELATO DE EXPERIÊNCIA
Resumo
Introdução: a segurança é um princípio básico na atenção à saúde e um requisito para obter a qualidade do cuidado. Em relação ao paciente é definida como a redução do risco de danos desnecessários associados à atenção à saúde, pois, considerando-se a complexidade de procedimentos e tratamentos realizados, o potencial para o dano é real. A promoção do cuidado seguro direcionado a assistência deve ser valorizado como um direito do cliente e um compromisso ético dos profissionais de saúde, ressaltando a responsabilidade do profissional de Enfermagem. Objetivo: Relatar a importância da conferência do carrinho de emergência para auxiliar o profissional de enfermagem na segurança do paciente. Método: Trata-se de um relato de experiência, realizado no transcorrer da disciplina Estágio Supervisionado I, mais especifico no campo de estágio Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Miguel do Oeste. Foi aplicada a metodologia da Problematização conforme definido pelo Arco de Maguerez, o qual é dividido em cinco etapas: observação da realidade (problema); escolha de postos-chaves (problemáticas mais prevalentes no local em questão); teorização, a qual é realizada a partir do levantamento bibliográfico sobre a temática em questão; hipóteses de solução e por fim, a aplicação à realidade (retorno à comunidade no campo de estudo). A partir da primeira etapa do Arco, foi realizado o levantamento de temas, elegendo o carro de emergência. No momento posterior, foram selecionados pontos chaves: O carro de emergência estava incompleto; materiais como medicamentos, seringa e agulhas estavam vencidos, o desfibrilador, cilindro de O², e o laringoscópio que são indispensáveis em uma PCR não eram testados. O carro ainda possuía uma lista de checagem completa, porém esta não era conferida conforme necessário. No terceiro momento houve a teorização do problema, no qual foi realizado levantamento bibliográfico. Nesta etapa, evidenciou-se a importância do profissional de enfermagem e sua equipe quanto à organização e manipulação do carro de emergência, especificamente frente a uma PCR. Desta forma, o enfermeiro passa a ser o administrador global da assistência. Por isso, ele é responsável pela montagem técnica, conferência e reposição de materiais e medicamentos listados e o funcionamento do desfibrilador. Porém os demais membros da equipe de enfermagem não ficam isentos das atividades relacionadas ao carro de parada, podendo assim realizar a conferência, reposição e limpeza e organização dos equipamentos, desde que seja sob supervisão do enfermeiro. Resultado: Notou-se que no campo de estudo abordado havia diversas problemáticas em relação ao carro de emergência. Diante disso, foi pensado em uma reorganização na disposição dos materiais no carrinho, pois uma parte destes permanece alocada em uma caixa organizadora em um carrinho auxiliar. Sugeriu-se ainda a classificação das medicações por cores de acordo com sua ação terapêutica, a fim de maximizar erros em situações de emergência. Elaborou-se um roteiro de conferência e testagem de equipamentos, e anexo a este uma escala de funcionários para a conferência, sendo que este seria preenchido pelo enfermeiro no inicio de cada mês, ficando assim exposto ao posto de enfermagem, de modo a compartilhar a responsabilidade de conferência com todos os envolvidos. Sendo assim necessária uma sensibilização da equipe, com treinamento para conhecimento da nova disposição de materiais, bem como uma capacitação sobre a conferência, a fim de impactar os colaboradores, sobre os possíveis riscos e impactos a saúde do paciente, caso estes equipamentos não estejam funcionando em uma situação de risco a vida. Conclusão: Através desse estudo, foi possível perceber a negligência existente quanto à organização e conferência do carro de emergência e o quanto se torna relevante à utilização de tecnologias educativas para redução de eventos adversos, promovendo ainda, a reeducação da equipe envolvida. Os dispositivos executados como intervenção da problemática, serviram como ferramentas facilitadoras para a segurança do paciente, além de auxiliar e reforçar o profissional em sua prática assistencial, garantindo maior eficácia em suas ações de saúde. Logo, a equipe de enfermagem necessita efetuar a verificação sistemática para garantir que ao menos os componentes básicos do carro estejam disponíveis, o que facilita a melhor execução do trabalho diante de uma Parada Cardiorrespiratória (PCR), e melhoria da assistência de forma geral ao paciente que se encontra em estado crítico. Ademais, é de suma importância uma maior fiscalização quanto à organização, manutenção dos carros de emergências e a disponibilidade de seus materiais e que a equipe elabore um protocolo condizente com sua realidade e rotina. Além disso, é necessário reforçar a conferência diária, em todos os turnos, sobre responsabilidade do enfermeiro de plantão. Assim, todos os cuidados prestados com o carro de emergência protegem o paciente de danos desnecessários, garantindo melhor conforto para o mesmo.
Pontos – chaves: Carro de emergência, Unidade de Pronto Atendimento, Segurança do Paciente, Enfermagem.
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Referências
NOGUEIRA, Raquel. Conferência do carro de emergência: a relevância frente à uma parada cardiorrespiratória em um centro de terapia intensiva (CTI) – relato de experiência. Universidade do estado do Pará. 2016.
Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Protocolo Assistencial Multiprofissional: carro de emergência. Uberaba, 2018.
JACAÚNA, Rayssa et al. Organização do Carro de Emergência: Garantia de Assistência Segura. Universidade Tiradentes, 2017.
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