AVALIAÇÃO DO ESTRESSE ORGANIZACIONAL EM PROFISSIONAIS DA ENFERMAGEM

Autores

  • Fernanda Lenkner
  • Jéssica Schaurich
  • Danieli Covalski
  • Cleber Cavagnoli
  • Crhis Netto de Brum
  • Samuel Spiegelberg Zuge Universidade do Oeste de Santa Catarina

Resumo

Introdução: o estresse é um fator presente na sociedade, que envolve desde pequenas adaptações irrelevantes ou outras significativas, o qual terá como consequência dependendo das reações do estado emocional e psicológico de cada indivíduo (SADIR, BIGNOTTO, LIPP, 2010). No entanto, é possível observar que existe de forma contínua, a constituição de inovações técnicas e tecnológicas que acabam sendo introduzidas no ambiente e nas organizações de trabalho. Dentre estes ambientes de trabalho destaca-se o contexto hospitalar, que diante deste processo de transformação acaba frequentemente alterando a dinâmica laboral de seus trabalhadores, podendo ter como consequência alterações na saúde do trabalhador, principalmente quando ultrapassam a capacidade de adaptação dos profissionais (UMANN, 2011). Objetivo: Identificar o nível de estresse organizacional dos profissionais de enfermagem do Extremo Oeste de Santa Catarina. Método: trata-se de uma pesquisa descritiva-exploratória, de abordagem quantitativa. Destaca-se que o método científico tem por base a observação rigorosa e imparcial dos fatos, observação essa que deve ser capaz de distinguir, dentre os muitos fenômenos que possam ocorrer em determinadas circunstâncias, aqueles que são relevantes para o estudo do problema de caso (REY, 1993). A pesquisa foi realizada em um Hospital da região do Extremo Oeste de Santa Catarina. Os sujeitos de pesquisa foram os profissionais enfermeiros e técnicos de enfermagem. Atualmente o referido hospital conta com uma média de 35 profissionais enfermeiros e 180 técnicos de enfermagem, os quais estão divididos nos turnos matutinos, vespertinos e noturno. Assim, a amostra do estudo foi composta por aproximadamente 100 sujeitos. Foram incluídos neste estudo os enfermeiros e técnicos de enfermagem de ambos os sexos, e que tinham um tempo mínimo de três meses de atuação como enfermeiro no referido hospital. Os profissionais excluídos foram os enfermeiros e técnicos de enfermagem que estiveram em licença de qualquer natureza. A coleta de dados aconteceu no período de agosto a setembro de 2016. Para a coleta de dados foi utilizado um instrumento de pesquisa contendo: 1) Questionário sócio demográfico, econômico e características funcionais do trabalho; 2) Escala de Estresse Organizacional. O projeto teve aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Oeste de Santa Catarina, sendo registrado por meio da Plataforma Brasil, com aprovação, número CAAE: 47427415.4.0000.5367 e do parecer número 1.657.563. Resultados: Foi realizado um levantamento do perfil dos profissionais de saúde, obtendo a predominância das faixas etárias dos 20 a 29 anos (38%) e 30 a 39 anos (37%), em relação ao gênero, 95% do sexo feminino. Dentre os participantes, 53% tendo como escolaridade 2° grau completo, isso devido à predominância em maior número de técnicos de enfermagem em relação ao número de enfermeiros. Segundo a análise descritiva da Escala de Estresse Organizacional, as médias que obtiveram os escores de resposta mais altas foram: Questão 38 - A comunicação entre os setores é deficitária? (1,54; ± 1,306); Questão 6 - A burocracia é constante? (1,43; ±1,217); Questão 10 - Os funcionários 44 comprometidos não são recompensados? (1,41; ± 1,296); Questão 39 - O aumento de produtividade não é reconhecido? (1;37; ± 1,331. Os escores de respostas que apresentaram as menores médias, foram: Questão 29 - A competição com outras organizações atrapalha o funcionamento interno? (0,74; ± 0,991); Questão 35 - A solidariedade exacerbada dificulta o desenvolvimento das atividades? (0,74; ± 0,906); Questão 14 - A falta de competitividade com outras organizações impede seu crescimento? (0,78; ± 0,917); Questão 33 - O excesso de informações disponibilizadas atrapalha o andamento do trabalho? (0,83; ± 1,006); Questão 47 - Os recursos materiais necessários para o cumprimento das tarefas não são disponibilizados? (0,83; ± 1,064). A análise descritiva da Escala de Estresse Organizacional foi calculada por meio da pontuação bruta da escala. A média da pontuação foi de 62,06 ± 4,622; e intervalo de confiança 95% 52,89 – 71,23; o mínimo da pontuação bruta foi Zero e o máximo 197. A consistência interna da Escala de Estresse Organizacional foi avaliada por meio do coeficiente Alpha de Cronbach (0,98). Isso indica que os escores dos 60 itens sugerem medidas confiáveis as variáveis pesquisadas. A realização do teste de Komogorov-Smirnov evidenciou uma concentração das respostas entre os escores 10 e 20 da Escala de Estresse Organizacional. Isso denota que a escala não apresenta aderência a uma distribuição normal, apresentando uma curva assimétrica. Segundo a classificação do nível de Estresse Organizacional entre os profissionais da enfermagem, foi possível identificar que a maior prevalência de casos estava relacionada: a um Baixo Nível Estresse (85%) seguido de um Médio Nível de Estresse no trabalho (14%). Segundo Amaral e Paixão (2015) o sistema psicológico e físico, aliados ao estresse, cefaleia, qualidade do sono, interferem na saúde dos profissionais de enfermagem. Consequentemente, um profissional com alteração psicológica terá repercussões no seu ambiente e no desempenho profissional. Elias e Navarro (2006) afirmam que a saúde do sujeito, tanto no contexto pessoal, quanto no contexto profissional acarreta o surgimento de estresse, repercutindo neste contexto na saúde dos mesmos. Conclusão: foi possível identificar a partir deste estudo os níveis de estresse organizacional. Tendo em relação à avaliação, um baixo nível de estresse organizacional, e é através das decisões organizacionais, do suporte da instituição, o incentivo e a competição entre os profissionais que acaba não causando estresse nestes, mas advém muito dos profissionais, da equipe de enfermagem, como encararam as situações, e é isso que modificará a qualidade de assistência desses profissionais de enfermagem em seus ofícios. Palavras-chave: Estresse; Trabalho; Enfermagem.

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Biografia do Autor

Samuel Spiegelberg Zuge, Universidade do Oeste de Santa Catarina

Enfermeiro. Doutorando em Enfermagem pelo PPGENF Universidade Federal de Santa Maria (UFSM/RS). Mestre em Enfermagem pela UFSM/RS. Licenciado em Educação pelo curso de Formação de Professores para a Educação Profissional da UFSM/RS e Especialista em Gestão de Organização Pública em Saúde pela UFSM. Pesquisador colaborador do Grupo de Pesquisa em Psicologia da Saúde da UFRGS e participante do Grupo de Estudo e Pesquisa Interdisciplinar Saúde e Cuidado da UFFS. Bolsista de Doutorado/CAPES. Professor colaborador da Universidade do Estado de Santa Catarina. Professor Efetivo da Universidade do Oeste de Santa Catarina - Campus SMO. Tem experiência profissional na área da Enfermagem com ênfase em Clínica Cirúrgica e Médica, Centro Cirúrgico, CME e Sala Recuperação Anestésica. Atua nos seguintes temas: abordagem quantitativa, saúde do adulto e idoso,Centro Cirúrgico, Diagnóstico de Enfermagem, Processo de Enfermagem, Condições Crônicas de Saúde, Adesão ao tratamento medicamentoso e questões relacionadas a vulnerabilidade.

Referências

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Publicado

2017-11-01

Como Citar

Lenkner, F., Schaurich, J., Covalski, D., Cavagnoli, C., Brum, C. N. de, & Zuge, S. S. (2017). AVALIAÇÃO DO ESTRESSE ORGANIZACIONAL EM PROFISSIONAIS DA ENFERMAGEM. Anuário Pesquisa E Extensão Unoesc São Miguel Do Oeste, 2, e15788. Recuperado de https://periodicos.unoesc.edu.br/apeusmo/article/view/15788

Edição

Seção

ACV Resumos expandidos