ESTRESSE NO TRABALHO: UMA AVALIAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

Autores

  • Fernanda Lenkner
  • Jéssica Schaurich
  • Danieli Covalski
  • Cleber Cavagnoli
  • Crhis Netto de Brum
  • Samuel Spiegelberg Zuge Universidade do Oeste de Santa Catarina

Resumo

Introdução: o estresse é, sobretudo um desgaste no corpo e da mente, que pode atingir níveis degenerativos. Os profissionais da enfermagem estão presentes em unidades hospitalares consideradas desgastantes, que aumentam o desgaste dependendo da carga de trabalho e pela especificidade das funções a serem desempenhadas (BATISTA; BIANCHI, 2006). Assim sendo, pode também estar associado ao desenvolvimento do estresse, uma vez que, a sua associação esta atrelado a diferentes situações, envolvendo as demandas do ambiente e a sua habilidade de enfrentamento (LAZARUS; FOLKMAN, 1984). A indisposição dos profissionais de enfermagem está diretamente ligada ao estresse, e vem aumentando nos últimos anos. Os profissionais de enfermagem atuam em diversos setores, conforme seu campo de atuação e compatível com a sua formação. Nesta percepção, o estresse provoca desequilíbrio emocional, provado por fatores externos, emocionais e ambientais, além de contemplar as características sociais, econômicas e culturais. Além disso, esta associada ao tempo de exposição (pequeno ou em longo prazo) do trabalhador, o nível do desequilíbrio e do estresse sofrido e da incidência do ocorrido (COSTA; POLAK, 2009). Objetivo: analisar o estresse no trabalho dos profissionais da enfermagem de um Hospital do Extremo Oeste de Santa Catarina. Método: trata-se de uma pesquisa descritiva-exploratória, de abordagem quantitativa. A pesquisa foi realizada em um hospital da região do extremo oeste de Santa Catarina. Participaram da pesquisa 100 profissionais de enfermagem, sendo enfermeiros e técnicos, de ambos os sexos. A coleta de dados aconteceu no período de agosto a setembro de 2016. Para a coleta de dados foi utilizado um instrumento de pesquisa contendo: 1) Questionário sócio demográfico, econômico e características funcionais do trabalho; 2) Escala de Estresse no trabalho. Foram realizadas análises de frequencia e descritiva. O projeto teve aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Oeste de Santa Catarina, sendo registrado por meio da Plataforma Brasil, com aprovação, número CAAE: 47427415.4.0000.5367 e do parecer número 1.657.563. Resultados: os participantes da pesquisa eram predominantes do sexo feminino (95 %), obtendo a predominância das faixas etárias entre 20 a 29 anos (38%) e 30 a 39 anos (37%). Em relação à situação conjugal, 60% convivem com esposo (a) ou companheiro (a), a renda mensal familiar predominante foi de 3 a 6 salários (55,6%). A carga horária do trabalho prevalente variou entre 40 a 60 horas semanais (51%). Tempo na função exercida obteve predomínio em período de menos de um ano e menos que cinco anos (77%), e o turno que mais atua com frequência período diurno (manhã/tarde) apresentando 39% e o setor de atuação predominante foi à internação (35%). Em questão de cuidados a saúde, 82% informaram que não realizam nenhum tipo de tratamento a saúde, e dentre os 18% que realizam tratamento de saúde, 27,8% foram em decorrência de problemas com a asma. Segundo a análise descritiva da Escala de Estresse no trabalho, as médias que obtiveram os escores de reposta mais altas foram: Questão 1 - forma como as tarefas são distribuídas em minha área tem me deixado nervoso? (2,78; ±0,949); Questão 2 - O tipo de controle existente no meu trabalho me irrita? (2,43; ±0,967); Questão 22 - O tempo insuficiente para realizar meu volume de trabalho deixa-me nervoso? (2,33; ±0,865); Questão 16 - As poucas perspectivas de crescimento na carreira têm me deixado? (2,29; ± 0,924). Os escores de respostas que apresentaram as menores médias foram: Questão 11 - Sinto-me incomodado com a comunicação existente entre mim e meu superior? (1,72; ±0,697); Questão 17 - Tenho me sentido incomodado por trabalhar em tarefas abaixo do meu nível de habilidade? (1,86; ± 0,739); Questão 21 - Sinto-me irritado por meu superior encobrir meu trabalho bem feito diante de outras pessoas? (1,87; ± 0,774); Questão 23 - Fico incomodado por meu superior evitar me incumbir de responsabilidades importantes? (1,88; ± 0,686). A análise descritiva da Escala de Estresse no trabalho foi calculada por meio da pontuação bruta da escala. A média da pontuação foi de 48,41 ± 1,214; e intervalo de confiança 95% 45,99 – 50,82; o mínimo da pontuação bruta foi 25 e o máximo 93. A consistência interna da Escala de Estresse no Trabalho foi avaliada por meio do coeficiente Alpha de Cronbach (0,92). Isso indica que os escores dos 23 itens sugerem medidas confiáveis as variáveis pesquisadas. A realização do teste de Komogorov-Smirnov evidenciou uma concentração das respostas no escore 50 da Escala de Estresse no trabalho. Isso denota que a escala apresenta aderência a uma distribuição normal, apresentando uma curva simétrica. Segundo a classificação do nível de Estresse no trabalho entre os profissionais da enfermagem, foi possível identificar que as maiores prevalências dos casos estavam relacionadas: a um Médio Nível Estresse (52%) seguido de um Baixo Nível de Estresse no trabalho (44%). Assim, o estresse não pode ser considerado uma questão exclusiva a uma doença, da mesma forma, não pode-se afirmar se a pessoa tem ou não tem. Um estudo realizado com um grupo de enfermeiros em instituições hospitalares demonstrou que o estresse, apresentou uma relação maior com o ambiente de convívio, considerado estes como fatores externos (família, trabalho, socialização) e outros ligados a fatores internos (emocional e valores), o que pode interferir na avaliação do nível de estresse (BIANCHI, 2001). Em correlação às consequências causadas pelo estresse são visivelmente sentidas nas condições psicológicas e emocionais. Neste sentido, o estresse é um dos riscos mais sérios ao bem estar psicossocial do indivíduo. Conclusão: Foram avaliados os níveis de estresse no trabalho e foi identificado que os profissionais apresentam uma maior prevalência de médio nível de estresse no trabalho o que reflete na existência dentro do contexto de trabalho, de pontos que elevam este nível de estresse. Os aparecimentos dos níveis de estresse estão presentes nos ambientes internos e externos, tendo seu aparecimento em maior incidência de forma discreta, envolvendo o ambiente, fatores emocionais e sociais, que inicialmente não são perceptíveis pelos profissionais, que podem trazer consequências para o cotidiano de vida deste profissional. Portanto deve-se ter um olhar preconizado a equipe de enfermagem em relação à promoção e prevenção da saúde, pois com isso pode-se ter um melhor atendimento e uma melhor assistência prestada, assim como, na satisfação do profissional. Palavras-chave: Equipe de Enfermagem; Estresse; Saúde do Trabalhador.

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Biografia do Autor

Samuel Spiegelberg Zuge, Universidade do Oeste de Santa Catarina

Enfermeiro. Doutorando em Enfermagem pelo PPGENF Universidade Federal de Santa Maria (UFSM/RS). Mestre em Enfermagem pela UFSM/RS. Licenciado em Educação pelo curso de Formação de Professores para a Educação Profissional da UFSM/RS e Especialista em Gestão de Organização Pública em Saúde pela UFSM. Pesquisador colaborador do Grupo de Pesquisa em Psicologia da Saúde da UFRGS e participante do Grupo de Estudo e Pesquisa Interdisciplinar Saúde e Cuidado da UFFS. Bolsista de Doutorado/CAPES. Professor colaborador da Universidade do Estado de Santa Catarina. Professor Efetivo da Universidade do Oeste de Santa Catarina - Campus SMO. Tem experiência profissional na área da Enfermagem com ênfase em Clínica Cirúrgica e Médica, Centro Cirúrgico, CME e Sala Recuperação Anestésica. Atua nos seguintes temas: abordagem quantitativa, saúde do adulto e idoso,Centro Cirúrgico, Diagnóstico de Enfermagem, Processo de Enfermagem, Condições Crônicas de Saúde, Adesão ao tratamento medicamentoso e questões relacionadas a vulnerabilidade.

Referências

BATISTA, K. M.; BIANCH, E. R. F. Estresse do enfermeiro em unidade de

emergência. Revista Latino-americana de Enfermagem, Manguinhos, RJ: v.

, n. 4, p. 534-9, 2006. Disponível em: . Acesso em: 27 set. 2016.

COSTA, Ana Lucia Siqueira; POLAK, Catarina. Construção e validação de

estrese em estudantes de enfermagem (AEEE). Revista Escola de

Enfermagem da USP, São Paulo, SP, v. 43, p. 1017-1026, 2009. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v43nspe/a05v43ns.pdf>. Acesso em: 02 jun.

LAZARUS, R.S.; FOLKMAN, S. Stress, appraisal and coping. New York: Springer

Publishing Copany, 1984.

BIANCHI, Estela Regina Ferraz. Enfermeiro hospitalar e o stress. Revista da

Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, v. 34, n.

, p. 390-394, dez. 2000. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v34n 4/v34n4a11>. Acesso em: 09 nov. 2016.

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Publicado

2017-11-01

Como Citar

Lenkner, F., Schaurich, J., Covalski, D., Cavagnoli, C., Brum, C. N. de, & Zuge, S. S. (2017). ESTRESSE NO TRABALHO: UMA AVALIAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM. Anuário Pesquisa E Extensão Unoesc São Miguel Do Oeste, 2, e15787. Recuperado de https://periodicos.unoesc.edu.br/apeusmo/article/view/15787

Edição

Seção

ACV Resumos expandidos