A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO CURRICULAR NA FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO
Resumo
Introdução: Parte integrante dos currículos de graduação em enfermagem, os estágios curriculares supervisionados são uma das etapas mais importantes da vida acadêmica (TARDIF, 2002) possibilitando o acadêmico por em prática os conhecimentos oriundos de sua caminhada, bem como aprimorar e sanar dúvidas referente a prática profissional. Neste momento, é fundamental que o acadêmico desenvolva habilidades específicas referentes ao objetivo do curso, bem como se aproprie de vivências para que possa desempenhar seu trabalho de acordo com as bases legais (BRASIL, 2001). Objetivo: demonstrar a importância do estágio curricular na formação do enfermeiro. Método: trata-se de uma revisão de literatura não sistemática, não apresentando um protocolo rígido para sua realização e concordando com Cordeiro et al.(2007) a seleção do material foi arbitrária e perpassou pela interferência da percepção subjetiva dos pesquisadores. Resultados e Discussão: O processo de formação dos profissionais de enfermagem necessita de um ensino de qualidade, e que apresente a adequada capacidade para a realização das atividades assistências, sendo assim, podemos compreender que os estágios têm grande relevância para preparar o aprendiz para o mais correto desempenho de sua atividade profissional, assim o acadêmico conhece seu espaço de atuação e expande seus conhecimentos, associando a teoria e prática (PIMENTA, LIMA, 2004; SANTOS, SANTOS, PAULA, 2010; EVANGELISTA, IVO, 2014). Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN’s), no artigo 7, na formação do enfermeiro, além das atividades práticas e teóricas, as instituições devem incluir estágios supervisionados em diferentes cenários de atuação, ficando esta parte para os últimos semestres do curso (BRASIL, 2001). Pimenta e Lima (2004) enfatizam que a teoria é indissociável da prática, mesmo em campos de estágio. O projeto político pedagógico dos cursos de enfermagem deve ser embasado em bases filosóficas, conceituais, políticas e metodológicas e em consonância com as DCN’s, no artigo 3 elucida a formação generalista, humanista, crítico e reflexiva qualificado para o exercício de Enfermagem, com base no rigor científico e intelectual, pautado em princípios éticos (BRASIL, 2001; PERES, CIAMPONE, 2006). As incessantes alterações nas normas de saúde necessitam que a preparação dos acadêmicos de enfermagem assista a este processo evolutivo profissional. Para que isto ocorra, o estágio em campo auxilia diretamente para que se fixe habilidades teóricas às práticas dos acadêmicos, levando a inserção no ambiente de trabalho, assim como as suas respectivas regulamentações (COSTA, 2007; EVANGELISTA, IVO, 2014). Ainda segundo Costa (2007), para que esta interação ocorra e com o objetivo de proporcionar maior segurança aos pacientes e acadêmicos, é preciso que esta fase da graduação em enfermagem seja efetuada sob a supervisão de um professor ou enfermeiro supervisor, que realizará avaliações e auxiliará os universitários em suas atividades no decorrer de seu estágio curricular. Conforme as DCN’s o profissional de enfermagem deve assumir posturas com relação a atenção à saúde, tomada de decisão, comunicação, liderança, administração e gerenciamento e educação permanente, construídas juntamente durante a formação acadêmica e estágios supervisionados (BRASIL, 2001; PERES, CIAMPONE, 2006; BENITO et al., 2012). O estágio é uma oportunidade do acadêmico experenciar e aprofundar conhecimentos e habilidades, não sendo somente uma prática vivida, mas também uma oportunidade de reflexão e teste de conhecimentos teóricos e práticos discutidos e adquiridos durante a graduação (SANTOS, SANTOS, PAULA, 2010). Assim, a norma nacional obriga o a realização do Estágio Curricular na formação do enfermeiro, com carga horária mínima de 20% do curso de graduação em enfermagem (BRASIL, 2001). Isto ocorre por conta de que esta modalidade educacional auxilia na construção do perfil profissional dos graduandos, habilidade esta que unicamente é vivenciada pelo trabalho em campo (HIGARASHI, 2006). Possuindo a compreensão de que o estágio curricular supervisionado é importante elemento para a formação do profissional em enfermagem, também passa a ser fundamental a relevância do professor ou enfermeiro responsável que realizará a supervisão das ações dos acadêmicos no decorrer do período de estágio, sempre se atentando às dificuldades, anseios e características dos acadêmicos supervisionados, de maneira a auxiliar de forma adequada para que estes adquiram a qualificação mais correta possível para que atue com presteza e responsabilidade (HIGARASHI, 2006; PARANHOS, MENDES, 2010). As experiências de estágios devem sensibilizar à reflexão sobre diferentes situações que existem no contexto de trabalho em saúde, no processo de planejamento e implementação, embasados em leituras e informações, aprimorando-se de bases para oferecer um cuidado integral na atenção à saúde (BRASIL, 2009). Neste contexto de campo prático e estágio supervisionado, o acadêmico é inserido em um campo de um sistema de saúde igualitário, integral e equânime, fundamentados nos princípios de cidadania, buscando a consolidação do Sistema Único de Saúde (SANTOS, MIRANDA, 2007). Sem dúvida, o estágio curricular precisa ser levado em consideração como um procedimento pedagógico de elevada importância para a construção do futuro profissional de enfermagem, observando que por meio da prática supervisionada, esta oferece uma aplicação ponderada e ajustada, de todas as teorias que são ensinadas na sala de aula, compreendendo e utilizando estas na prática, por meio deste recurso didático, orientados pela busca de informações qualificadas. O estágio é o elemento que liga o aluno à realidade da sua futura profissão, fazendo com que ele confronte todas as problemáticas peculiares do seu serviço, infraestrutura, intelecto e emoção, sob a coordenação, avaliação de um professor ou enfermeiro supervisor, e neste contexto, esta prática seja além de um momento de superação, seja um momento de aprendizagem (COSTA,2007; PARANHOS, MENDES, 2010; EVANGELISTA, IVO, 2014), auxiliando para despertar no acadêmico afinidades específicas afim de contribuir para futuras escolhas profissionais (BENITTO et al., 2012). Conclusão: Evidencia-se grande importância da aproximação entre teoria e prática em consonância com o supervisor responsável, construindo autonomia e diretamente ligado, superação de desafios visando o suprimento de expectativas, gerando potenciais formativos e desafiadores voltados a prática profissional, pautados em ensino de qualidade, crítico e reflexivo vinculado com a legislação vigente.Downloads
Referências
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