ESTÁGIO EM FONOAUDIOLOGIA: CONFRONTO TEÓRICO-PRÁTICO E DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS

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Resumo

Introdução: O Estágio na área da Fonoaudiologia é uma etapa fundamental para que o estudante compreenda a aplicação prática do conhecimento teórico e desenvolva as habilidades necessárias para a atuação profissional. Em 2007, o Conselho Federal de Fonoaudiologia (CRFa), elaborou um documento que norteia as atividades e competências do Fonoaudiólogo.  Segundo o CRFa (2007), dentre as atribuições do Fonoaudiólogo, destaca-se a realização de avaliação fonoaudiológica, que inclui a anamnese, exame clínico e aplicação de testes ou exames específicos; além do diagnóstico, definição de conduta, realização de terapia e orientação ao paciente. Objetivo: O objetivo deste trabalho é relatar as etapas do atendimento fonoaudiológico observadas pelos acadêmicos durante o estágio do componente curricular "Vivência Profissional em Fonoaudiologia I", realizado na primeira fase do curso de Fonoaudiologia da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) – Joaçaba/SC. Método: O desenvolvimento deste trabalho baseou-se em uma revisão de literatura não sistemática, utilizando como fontes artigos científicos, documentos e legislações, acessados por meio de pesquisa nas plataformas Google Acadêmico, Biblioteca Virtual em Saúde e SciELO.  Resultados e Discussão: A anamnese/entrevista inicial é a primeira etapa do atendimento fonoaudiológico. Segundo Leto (2007), esse procedimento é de suma importância, destacando-se como um momento de escuta que privilegia o histórico de vida e de saúde do paciente, devendo preceder e subsidiar os processos terapêuticos fonoaudiológicos. Em seguida, realiza-se a avaliação do paciente,  por meio de exame clínico e observação dos comportamentos relacionados à linguagem oral e escrita, voz, fluência da fala, articulação, função auditiva periférica e central, função vestibular, sistema miofuncional orofacial e cervical, além de aspectos da deglutição e seus transtornos. Esse processo também envolve a aplicação de provas, testes e exames específicos, bem como a realização de análises minuciosas e pesquisas detalhadas, com a descrição dos parâmetros e comportamentos observados (CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA, 2007). Para Goulart e Chiari (2007), a avaliação é um importante instrumento clínico para o êxito da atuação fonoaudiológica, exigindo o conhecimento e uso de diversas ferramentas técnicas. Os resultados dessa avaliação possibilitam o diagnóstico fonoaudiológico e a definição das condutas e do prognóstico do paciente. Assim, a conclusão do diagnóstico fonoaudiológico depende de um processo de avaliação que orientará a conduta fonoaudiológica, a qual pode envolver a indicação de terapia ou o encaminhamento para ações necessárias, conforme os achados do diagnóstico (CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA, 2007). Para os casos onde há a indicação de terapia fonoaudiológica, cabe ao fonoaudiólogo reabilitar todos aspectos relacionadas a comunicação humana e deglutição (LEI N° 6.965, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1981).  Como a fonoaudiologia é uma profissão cuja atuação abarca diversas especialidades, no que se refere a etapa da reabilitação, para atingir os objetivos terapêuticos nas intervenções focadas nos distúrbios da fala, por exemplo, pode-se incluir no planejamento terapêutico, exercícios e treinos das habilidades de fala (GIACHETI et al. 2020).  Já no tratamento dos distúrbios da deglutição os fonoaudiólogos podem utilizar manobras facilitadoras/protetoras ou técnicas posturais, exercícios oromiofuncionais e exercícios vocais (TURRA et al. 2021). A intervenção fonoaudiológica nos distúrbios de linguagem variam de acordo com o tipo de patologia diagnosticada e idade do paciente.  Em crianças, alguns autores sugerem a utilização do modelo psicolinguístico no tratamento das dificuldades fonológicas dessa população (Gahyva & Hage, 2010); já em adultos, no caso das afasias, o tratamento fonoaudiológico pode envolver intervenções voltadas para a restauração das habilidades linguísticas do sujeito, centrando-se nos níveis de prejuízos e incapacidades, priorizando a estimulação intensiva da linguagem por meio de estímulos visuais e auditivos, repetição em contextos linguísticos e situacionais (ALTMANN, 2019). No caso dos pacientes com perda auditiva, na população pediátrica, o processo de reabilitação pode envolver a adaptação de aparelhos de amplificação sonora individual (AASI) e terapia fonoaudiológica (MIGUEL & NOVAE, 2013) e nos adultos além da adaptação do AASI, poderá ser realizado o treinamento auditivo (BEIER et al, 2015). E por fim, todo atendimento fonoaudiológico deve ser permeado pelo processo de orientação e aconselhamento relativos aos diversos aspectos da atuação fonoaudiológica, no intuito de esclarecer pacientes, clientes, familiares e cuidadores. Essa área envolve a escuta profissional, a explicação, a instrução, a demonstração, a proposição de alternativas e a verificação da eficácia das ações propostas. Para orientar o paciente, o fonoaudiólogo deve escutá-lo, esclarecer os problemas existentes e suas consequências, explicar a anatomia e a fisiologia dos sistemas envolvidos na comunicação e na deglutição, assim como explicar o desenvolvimento da comunicação humana; explicar e demonstrar os procedimentos, as rotinas e as técnicas fonoaudiológicas (CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA, 2007). Conclusão: A Fonoaudiologia é a ciência que estuda a comunicação humana e seus distúrbios. Durante o estágio, os alunos acompanharam o atendimento de pacientes, o que possibilitou a correlação entre a teoria aprendida em sala de aula e a prática profissional, abrangendo todas as etapas do atendimento fonoaudiológico. Para o acadêmico em formação, o estágio representa uma oportunidade valiosa de integrar o conhecimento teórico com a experiência vivida, sendo essencial para a sua formação profissional. Neste caso, podendo observar as atribuições e competências do Fonoaudiólogo dentro do seu campo de atuação em um processo de supervisão que se torna extremamente válido, pois é através dele que o estudante tem a oportunidade de esclarecer suas dúvidas, trocar ideias e conhecimento com o profissional que está atuando. Essa prática possibilita o aprimoramento do seu conhecimento e conduz a análise e reflexão para estabelecer um senso crítico das situações encontradas no dia a dia do profissional, bem como, conhecer quais os melhores procedimentos avaliativos e condutas que poderão ser adotados em cada caso específico.

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Biografia do Autor

Maria Elisângela Cardoso, Unoesc

Acadêmica da 1ª fase do Curso de Fonoaudiologia da Unoesc-Joaçaba/SC

Joana Paganini, Unoesc

Acadêmica da 1ª fase do Curso de Fonoaudiologia da Unoesc-Joaçaba/SC

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Publicado

19-11-2024

Como Citar

Cardoso, M. E., Paganini, J., & Sühnel, C. (2024). ESTÁGIO EM FONOAUDIOLOGIA: CONFRONTO TEÓRICO-PRÁTICO E DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS. Anuário Pesquisa E Extensão Unoesc Joaçaba, 9, e36615. Recuperado de https://periodicos.unoesc.edu.br/apeuj/article/view/36615

Edição

Seção

Área das Ciências da Vida e Saúde – Resumos expandidos