TIPOS DE COBERTURAS PARA LESÕES POR PRESSÃO: UMA ANÁLISE BASEADA NA EVIDÊNCIA CIENTÍFICA

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Resumo

INTRODUÇÃO: As lesões por pressão podem afetar pessoas de todas as idades,
principalmente a população geriátrica e pacientes com doenças crônicas, têm maior
risco de desenvolver devido a fatores como mobilidade e capacidade de
cicatrização. O profissional de enfermagem tem um papel fundamental na prevenção
e tratamento da lesão por pressão. É responsável pela realização de cuidados
diários que incluem a avaliação contínua de peles e tecidos subjacentes, o
reposicionamento frequente do paciente para aliviar a pressão em áreas de risco, a
aplicação de curativos adequados e a administração de terapias tópicas e
sistêmicas, quando necessário. Ademais, o trabalho em equipe é essencial para o
sucesso na prevenção e tratamento da lesão por pressão. Assim, o profissional de
enfermagem deve colaborar com outros membros da equipe multidisciplinar, para
garantir um cuidado integral e efetivo ao paciente. OBJETIVO: O presente estudo
apresenta os principais tipos de coberturas indicados para lesões por pressão
disponíveis no mercado, abordando suas características e propriedades. Através de
suas descrições detalhadas, busca fornecer informações que possam auxiliar os
profissionais de saúde na escolha da cobertura mais adequada para a prevenção e
tratamento de lesões por pressão.METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão de
literatura. Os dados, adquiridos por meio da seleção das plataformas SCIELO,
Google Acadêmico e Biblioteca Virtual de Saúde, foram eleitos 15 artigos científicos,
entre os anos de 2012 a 2021. DESENVOLVIMENTO: Segundo a definição da
National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP, 2016) as lesões por pressão
ocorrem quando o tecido mole subjacente é danificado por um período prolongado
de pressão contra uma proeminência óssea, tipicamente em posição de decúbito
dorsal. Essa pressão reduz o fluxo sanguíneo na área afetada e pode resultar em
quatro tipos de lesões classificadas. A resolução 501/2015 do Conselho Federal de
Enfermagem, diz que o enfermeiro é o responsável pelo cuidado de lesões,
realizando a consulta de enfermagem, prescrição de coberturas, execução de
curativos e também coordenando e supervisionando a equipe de enfermagem na
prevenção e nos cuidados de lesões. Realizando também, o registro da evolução da
lesão (COFEN, 2015). Atualmente com os avanços tecnológicos, o uso de
coberturas foi aperfeiçoado, o mercado oferece diversas marcas e tipos diferentes
de cobertura em várias etapas do processo de cicatrização. Por conta disso, ao
trabalhar com feridas, o profissional precisa ter conhecimento para identificar a lesão
e a melhor cobertura para o tratamento. Além disso, é obrigatório o registro das
informações no prontuário do paciente, pois desta forma garante a continuidade e a
avaliação dos resultados esperados (DAL PAI et al, 2017,). Ao avaliar uma lesão por
pressão, é crucial que o enfermeiro tenha uma abordagem holística e cuidadosa,
considerando tanto o paciente quanto a ferida em si. Essa avaliação minuciosa é
fundamental para determinar qual tipo de curativo oferecerá o melhor benefício no
processo de cicatrização. Para realizar tais tratamentos com eficácia, é
indispensável que o enfermeiro possua conhecimento dos mecanismos
fisiopatológicos e bioquímicos envolvidos na cicatrização e reparação tissular
(SMANIOTTO et al., 2012). Nesse contexto, a seleção da cobertura deve ser
baseada nos seguintes critérios de escolha: a) capacidade de manter o leito da
lesão úmido, b) abordagem bacteriana, c) natureza e volume do exsudato da lesão,
d) condição do tecido no leito da lesão, tamanho, profundidade e localização, além
da e) presença de tunelizações e/ou cavitações(DAL PAI et al, 2017). Os
hidrocolóides são curativos em formato gelatinoso que atuam por interação com os
exsudatos, formando um composto úmido gelatinoso entre o curativo e o leito da
úlcera. Isso proporciona o desbridamento autolítico, otimizando a formação do tecido
de granulação. Acredita-se que também auxiliam na diminuição da dor,
possivelmente por proporcionarem uma cobertura das terminações nervosas
expostas no leito da ferida. Além disso, oferecem barreira bacteriana, diminuindo
eventos infecciosos. A superfície de contato com a ferida pode apresentar variações
conforme cada fabricante(PINHEIRO et al.,2013).No que se refere ao uso de
hidrocolóides, é importante realizar a limpeza da ferida antes da aplicação. É
recomendado selecionar um hidrocolóide com diâmetro que cubra a ferida e suas
bordas em pelo menos três centímetros. A frequência da troca do curativo varia de
uma a sete dias, dependendo da quantidade de exsudação presente(PIRES et
al.,2016). Geralmente recomendada no tratamento de úlcera por pressão de estágio
II e III, com profundidade mínima. O AGE, por sua vez, é eficaz no tratamento de
lesões de pele infectadas ou não, estimulando a angiogênese e a epitelização para
manter um ambiente úmido e favorecer a granulação do tecido. Quando aplicado na
pele intacta, forma uma película protetora altamente hidratante e nutritiva para as
células locais(DAL PAI et al, 2017). O hidrogel é um gel transparente e incolor que
tem sido utilizado para tratar feridas superficiais moderadas com baixa exsudação.
Além de umidificar as terminações nervosas expostas, também ajuda a aliviar a dor
local do paciente. A ação do hidrogel consiste em amolecer e remover o tecido
desvitalizado, através de desbridamento autolítico, removendo crostas, fibrinas e
tecidos necrosados(SILVA,HAHN,2012; SILVA et al.,2016). O Hidrogel é aplicado na
ferida após a limpeza da pele em intervalos de, no máximo, três dias. A aplicação e
a frequência de troca devem ser determinadas por um enfermeiro. É importante
ressaltar que o Hidrogel é de uso único e não deve ser reutilizado, sendo necessário
descartá-lo no lixo após a troca do curativo(SILVA et al.,2013). Há também a
cobertura de o alginato de cálcio é recomendado na literatura para feridas com
tecido de granulação ou necrótico, pois tem propriedades hemostáticas e favorece o
desbridamento autolítico, estimulando o crescimento de tecido de granulação
(FREITAS et al.,2017). Deve ser trocado diariamente em feridas e lesões infectadas
e a cada três dias em lesões necrosadas(FONTES FL DE L et al., 2019). Como
cobertura primária é eficaz no tratamento de LP não classificáveis e em estágio III e
IV com tecido de granulação(RAMOS AF et al., 2016). Encontra-se ainda, o curativo
de carvão ativado puro com impregnação de prata é envolto em um não tecido de
nylon poroso e selado nas quatro bordas. Sua função é atrair as bactérias da ferida,
enquanto a prata impregnada combate os microorganismos, reduzindo a
colonização bacteriana e controlando a infecção. É indicado para feridas crônicas,
lesões traumáticas e cirúrgicas, com ou sem infecção, com odor e fibrina(LIMA et
al.,2016).Para utilizá-lo, é necessário remover o exsudato e o tecido desvitalizado,
colocando-o sobre a ferida e cobrindo-o com uma cobertura secundária estéril. A
frequência de troca é determinada pela quantidade de exsudação, geralmente a
cada 1-4 dias(OLIVEIRA et al.,2016). Além disso, o adesivo de hidropolímero é uma
almofada de espuma revestida por poliuretano, que proporciona um ambiente úmido
e estimula o desbridamento autolítico. É indicado para tratamentos de feridas
abertas com leve a moderada exsudação, mas não é recomendado para feridas
infectadas ou com tecidos necrosados. Ele absorve o exsudato e expande-se à
medida que a absorção se faz(SILVA et al.,2013). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Em
consonância ao disposto, percebe-se a importância de considerarmos a evidência
científica disponível sobre os diferentes tipos de cobertura e suas propriedades. Sua
escolha deve ser baseada no conhecimento e olhar técnico do profissional de
enfermagem, para que possa fazer uma avaliação individualizada do paciente,
levando em conta a localização, tamanho, gravidade da lesão, bem como a
presença de infecção ou outros fatores que podem afetar a cicatrização. Cada tipo
de cobertura tem vantagens e proteção, que devem ser considerados na escolha do
curativo mais adequado para cada paciente.

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Publicado

18-09-2024

Como Citar

Favetti, X. N., & Trissoldi, L. (2024). TIPOS DE COBERTURAS PARA LESÕES POR PRESSÃO: UMA ANÁLISE BASEADA NA EVIDÊNCIA CIENTÍFICA. Anuário Pesquisa E Extensão Unoesc Joaçaba, 9, e35362. Recuperado de https://periodicos.unoesc.edu.br/apeuj/article/view/35362

Edição

Seção

Área das Ciências da Vida e Saúde – Resumos expandidos