LEITURA NA ESCOLA
Resumo
Com o objetivo de familiarizar as crianças com os livros e estimular o interesse pela leitura, buscando cativá-los e atrai-los, tendo mais intimidade com esse universo, se criou o presente projeto que oportunizou aos estudantes, conhecer histórias do Sítio do Pica Pau Amarelo, ampliando a compreensão de que a leitura é essencial para a construção do conhecimento, além de possibilitar maior contato com a dramatização. O projeto foi desenvolvido em algumas turmas de Anos Iniciais na Escola Municipal Dr.Vilson Pedro Kleinubing, em Capinzal-SC. Percebeu-se que houve maior interesse das crianças na busca de livros para leitura, possibilitando a ampliação desta habilidade tão necessária. Conclui-se que trabalho proporcionou uma excelente oportunidade de imersão da criança no mundo da leitura.
O presente relato trata da experiência vivenciada pelas bolsistas de Iniciação à Docência do subprojeto do PIBID da Escola Municipal Dr. Vilson Pedro Kleinubing, com turmas de primeiros e terceiros anos do Ensino Fundamental, totalizando em torno de 104 crianças. As ações foram realizadas no final do primeiro bimestre de 2017, com duração de uma semana, de 17 a 20 de abril, buscando coincidir as atividades com o Dia Nacional do Literatura Infantil. Foi confeccionado um livro tridimensional e alguns cartazes sobre o tema, que foram expostos na biblioteca da escola. A professora de leitura, juntamente com as bolsistas de Iniciação à Docência, se envolveu diretamente com o projeto, fazendo a exploração dos cartazes, trabalhando com todas as turmas, focalizando a biografia de Monteiro Lobato e apresentando alguns de seus personagens. Dando prosseguimento, as bolsistas do período vespertino, visitaram as salas de aula dos alunos dos primeiros anos, contando a história do livro: Sítio do Pica Pau Amarelo, das autoras Therezinha Casasanto e Maristella Gandin. Elas estavam trajadas com vestimentas dos personagens do Sítio. Durante a contação da história, os bolsistas dramatizaram algumas cenas, como por exemplo, o tombo da Emília no lago. As crianças ficaram encantadas. Posteriormente, houve uma interação entre eles e os personagens, oportunizando questionamentos, que de forma lúdica foram respondidas. Este momento foi responsável pelo entendimento e interpretação das histórias ouvidas, das diversas interpretações e inferências possíveis. Um momento rico de socialização, em que as acadêmicas puderam vivenciar a relação professor/aluno, bem como a riqueza que a leitura proporciona em termos de conhecimentos culturais, históricos e simbólicos. Nestas atividades comprovam-se os objetivos do Pibid, consolidando às variadas situações de aprendizagens possíveis. Em seguida, as bolsistas fizeram convite às crianças para o maravilhoso mundo da leitura, explanando a importancia e necessidade de ler e ainda apresentaram a obra, explicando que podem encontrar esta história e muitas outras, na biblioteca Mundo Encantado da escola. Os alunos foram convidados a ouvir e dançar a música do Sítio do Pica Pau Amarelo, juntamente com os personagens, expressando-se livremente na sala de recreação. Já no período matutino, com os terceiros anos, a atividade transcorreu de forma um pouco diferenciada, foram dramatizadas algumas quadrinhas criadas pela bolsistas que também enfatizaram a importância de ler, convidando às crianças a conhecer outros personagens de outras histórias, outras obras, outros mundos, outros autores, visitando a biblioteca da escola. Finalizando a atividade, tanto no período matutino, quanto no vespértino, houve a entrega de marcadores de livros, confeccionados pelas bolsistas com ilustrações do Sítio do Pica Pau Amarelo. Durante a realização das atividades houve a participação de todas as crianças, assim como dos professores que também participaram do trabalho, abrindo espaço, auxiliando e confiando no trabalho das bolsistas, garantindo novas iniciativas. A professora de leitura foi parceira fundamental, pois fez um trabalho muito rico sobre O Sitio do Pica Pau Amarelo nas aulas de leitura na biblioteca, trazendo a ludicidade e o encantamento. A equipe gestora também parceira deste projeto, incentivou o trabalho realizado. As bolsistas puderam ampliar suas experiências, vivenciando práticas no âmbito escolar e na rotina de sala de aula, aproximando-se assim do processo de incentivo à leitura e ensino- aprendizagem. Percebeu-se ainda que às crianças demonstraram maior interesse à leitura a partir da atividade proposta, proporcionando novos conhecimentos e uma leitura de mundo mais ampla. Foram alcançados os objetivos propostos, sendo que houve engajamento da comunidade escolar (alunos, professores, bolsistas e equipe gestora). A leitura contribui para o prazer pessoal do aluno e ajuda no desenvolvimento como ponto de partida para a aquisição de conhecimentos. Ler é um processo dinâmico e ativo implicando não só, a apreensão do significado do texto, mas a incorporação de experiência e visão de mundo como leitor. A cada leitura essa interação dinâmica leitor/texto favorece a produção e a escrita de novo conhecimento e a expressão de uma linguagem diferenciada e é neste sentido que o projeto atua, oportunizando a ampliação destes aspectos. A leitura é um ato que, também, depende de estímulo e motivação. A prática da leitura é uma tarefa essencial para a construção do conhecimento e um deflagrador do sentimento e opinião crítica do indivíduo. As histórias de Monteiro Lobato possibilitam visualizar que o saber pode acontecer na aventura, no sonho, no entrelaçamento entre o senso comum e o conhecimento científico, em que os personagens fictícios ganham vida conforme o desenvolvimento de suas obras, como a boneca Emília e o sabugo de milho Visconde de Sabugosa, possibilitando desencadear o simbolismo infantil. A proposta possibilitou vivências diferentes, prazerosas, lúdicas, favorecendo o desenvolvimento da imaginação da criança, como apontam Valdez e Costa (2007), que afirmam ser essencial que a criança possa viver a fantasia, magia, encantamento, desfrutando de todos os seus direitos, dentre eles o de escutar e viver histórias. Ouvir histórias infantis possibilita à criança sentimento de prazer e emoção e ainda aprende a lidar com seus conflitos a partir do mundo que lhe é apresentado pelas histórias, “esclarecer melhor as próprias dificuldades ou encontrar um caminho para a resolução delas [...].” (ABRAMOVICH, 1993, p.17). Cabe salientar ainda, que Ler histórias para a criança, como diz Abramovich (1993), é sempre importante e gostoso; em um momento de aconchego, durante o dia em um passeio ou antes de dormir, é sempre uma alegria; é sorrir, é viver as aventuras com os personagens, possibilitar que a imaginação se solte e torne esse momento de ouvir histórias divertido; é desenvolver a vontade de escutar mais. A proposta veio ao encontro destas ideias, atingindo os objetivos propostos e ainda, contribuindo para a articulação entre teoria e prática, fundamentais à formação dos docentes, elevando a qualidade das ações acadêmicas nos cursos de licenciatura, promovendo a integração entre educação superior e educação básica através da inserção dos licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de educação, oportunizando de criação e participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes. Embora o incentivo à leitura fique somente no contexto escolar, uma vez que culturalmente as famílias se eximem, a leitura precisa ser entendida como uma fonte de prazer, como um ato agradável e cheio de significados, que oportunize a interpretação do mundo. Assim, a literatura infantil se constitui como uma excelente estratégia, além de contribuir para o processo de escrita da criança, função primordial da educação institucionalizada.
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Referências
ABRAMOVICH, F. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1993.
BARREIROS, R. C. A Contação de Histórias. Cascavel: UNIOESTE. (s/d)
BARREIROS, R. C. De laços e sentidos: literatura infantil e formação de leitores nas séries iniciais. Ponta Grossa: UEPG/CEFORTEC, 2006.
VALDEZ, D.; COSTA, P. L. Ouvir e viver histórias na educação infantil: um direito da criança. In: ARCE, A.; MARTINS, L. M. Quem tem medo de ensinar na educação infantil?: em defesa do ato de ensinar. Campinas, SP: Editora Alínea, 2007.
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