LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DE ESCOLARES DE 12 ANOS DE IDADE DA RESERVA INDÍGENA DO GUARITA E DAS ESCOLAS ESTADUAIS DE TENENTE PORTELA, RIO GRANDE DO SUL
Resumo
As condições de saúde bucal dos povos indígenas, assim como os estudos epidemiológicos sobre a doença cárie nessa população ainda são muito pouco conhecidas no Brasil diante da sociodiversidade existente. Os estudos de caso disponíveis sugerem uma tendência de aumento da prevalência da cárie nas populações indígenas. Os levantamentos epidemiológicos em saúde bucal são definidos como estudos que fornecem informações básicas sobre a situação de saúde bucal e sobre as necessidades de tratamento odontológico de uma população. Foi realizado um levantamento epidemiológico em escolares de 12 anos de idade (n=40) das Aldeias Kaingáng e Guarani da Reserva Indígena do Guarita, RS, e nos alunos (n=53) das escolas públicas estaduais da cidade de Tenente Portela, RS, além de aplicação de questionário adaptado do programa SB Brasil. Nesta pesquisa, foi realizado um estudo analítico e seguiram-se os padrões estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), utilizando índice CPO-D. A média do índice CPO-D nos escolares não indígenas da cidade obteve valor de 0,77, enquanto nos escolares da reserva indígena se obteve o índice de 3,75. A maioria dos escolares indígenas (62,5%) relatou ter sentido algum tipo de “dor de dente” nos últimos seis meses, 32,5% dos indígenas e 18% dos não indígenas relataram vergonha de falar ou sorrir por causa dos seus dentes. O valor médio do índice CPO-D para os escolares indígenas está bem acima da média nacional, segundo o último levantamento epidemiológico realizado em 2010 no Brasil, que foi de 2,1, existindo, assim, a necessidade de melhorias nas condições de saúde bucal dos povos indígenas e o fortalecimento das ações de promoção/educação da saúde.
Palavras-chave: Epidemiologia. População indígena. Índice CPO.
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