AVALIAÇÃO IN VITRO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO DIANTE DO TESTE DE MICRO PUSH-OUT NOS TERÇOS APICAL, MÉDIO E CERVICAL
Resumo
Os pinos de fibra de vidro têm sido alvo de muitos estudos, tendo indicação em diversos casos, por ter sua eficácia comprovada juntamente com um ótimo comportamento biomecânico. Diante disso, faz-se necessário comparar a influência no corte do pino de fibra de vidro nos terços cervical (TC), médio (TM) e apical (TA) diante do teste de micro push-out antes e após a cimentação com o uso de um cimento resinoso autoadesivo RelyX™ U200 (3M ESPE, Sumaré, SP, Brasil). Para o estudo foram selecionados aleatoriamente 40 dentes, incisivos centrais com rizogênese completa e com tratamento endodôntico, divididos em dois grupos, G1 e G2, cada um composto por 20 amostras. Os dentes foram preparados de forma padronizada. O preparo do canal radicular foi realizado com brocas largo e broca estandardizadora de mesmo diâmetro do pino. No G1 o corte do pino de fibra foi realizado antes da cimentação e no G2 aconteceu após a cimentação destes. Após 7 dias na estufa em meio úmido, cada amostra foi seccionada transversalmente em seis fatias, resultando em 2 discos de aproximadamente 1 mm de espessura por região: TC, TM e TA, e submetidos ao teste mecânico de push-out. Os dados obtidos foram submetidos à análise para teste de normalidade (Teste Shapiro-Wilks) com nível de significância de 5%. Os valores de resistência de adesão no G1 em MPa: TC ( 6.08 ± 4.13); TM (5.15 ± 4.7); TA (3.93±2.72) e G2 TC (6.03±4.04); TM(5.53±5.34); TA(4.08±2.44). Não houve diferença estatística na resistência de união entre G1 e G2. Houve diferença estatística somente quando comparado os terços de cada grupo, onde TA apresentou menores valores em ambos os grupos. Sendo assim o corte do pino não influencia na resistência de adesão, e a região mais crítica quanto à cimentação é a região apical.
Palavras-chave: Cimentos dentários. Pinos dentários. Técnica para Retentor Intrarradicular.
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