MENSURAÇÃO DO PH E ACIDEZ TITULÁVEL DE BEBIDAS PRODUZIDAS EM SANTA CATARINA
Resumo
A erosão tem sido descrita como a perda patológica e progressiva da estrutura dentária, causada por processo químico sem o envolvimento de ação bacteriana. Devido ao fato do pH crítico do esmalte dentário ser de aproximadamente 5,5, qualquer solução com pH inferior a esse poderá causar erosão, particularmente se o ataque for de longa duração e grande frequência. Com o aumento da oferta e da procura por produtos industrializados, rotineiramente surgem no mercado novos produtos, cujo potencial erosivo é desconhecido. Dessa forma, acredita-se na relevância de conhecer as propriedades erosivas de bebidas para que os cirurgiões-dentistas possam orientar seus pacientes quanto à dieta líquida ingerida e, consequentemente, minimizar seus efeitos nocivos sobre a estrutura dentária. O objetivo deste estudo foi avaliar o pH e a acidez titulável das bebidas fabricadas em Santa Catarina e ingeridas frequentemente no Meio-Oeste catarinense. A amostra foi composta por onze bebidas de diferentes marcas e sabores. Para a mensuração do pH inicial foi coletado amostras de 50 mL de cada bebida e os valores obtidos foram mediante o uso de peagâmetro. Para verificar a acidez titulável, foram adicionados alíquotas de 100 μL de hidróxido de sódio (NaOH) em 50 mL de cada bebida sob agitação constante até que pH das bebidas atingisse os valores de 5,5 e 7,0. As bebidas gaseificadas, o refrigerante e o energético, apresentaram a menor média de pH (2,81), seguidas dos sucos de fruta, que apresentaram a média (2,97). Concluímos que entre as bebidas analisadas, com exceção do Tirolzinho (Bebida láctea UHT sabor Chocolate) e Fibrallis Aveia (Bebida láctea UHT sabor Aveia), apresentaram o pH abaixo do crítico para o esmalte, consideradas assim bebidas potencialmente erosivas.
Palavras-chave: pH. Erosão dentária. Hábitos alimentares.
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