Toxina botulínica para fins terapêuticos na Odontologia
Resumo
A toxina botulínica é uma neurotoxina produzida pela bactéria clostridium botulinum. Existem sete formas distintas dessa toxina, sendo do tipo A até G. Sua forma mais usada é a do tipo A (BTX-A), sendo um dos nomes comerciais o “botox”, que acaba sendo usado como sinônimo desses procedimentos. É crescente o número de cirurgiões-dentistas que utilizam a toxina botulínica em seus pacientes. O objetivo neste estudo foi realizar uma análise de literatura acerca da toxina botulínica e sua indicação para procedimentos odontológicos terapêuticos. O levantamento de literatura foi realizado nas bases de dados SciELO, EBSCO e PubMed e em livros sobre toxina botulínica na Odontologia, entre os anos 2010 e 2018. Apesar de sua fama ser no meio estético, a toxina botulínica tem sua principal indicação para uso terapêutico. Seu mecanismo de ação baseia-se no bloqueio na liberação da acetilcolina, neurotransmissor que atua na passagem do impulso nervoso dos neurônios para as células musculares. Após uma injeção muscular da toxina, em dose e localização adequadas, provoca-se a diminuição da contratura muscular. O bloqueio realizado pela BTX-A não interfere na produção da acetilcolina, sendo, assim, reversível em até seis meses. Na Odontologia sua aplicação está indicada para tratamento de cefaleia tensional, disfunção temporomandibular (DTM), dor orofacial, bruxismo, sorriso gengival, sialorreia, queilite angular, sorriso assimétrico, hipertrofia de masseter, pós-operatório de cirurgias periodontais e de implantes. Por possuir conhecimento sobre as estruturas de cabeça e pescoço, o cirurgião-dentista pode realizar a aplicação terapêutica da toxina botulínica desde que não extrapole suas funções.
Palavras-chave: Toxina botulínica tipo A. Cirurgião-dentista. Odontologia.