HIPERPLASIA GENGIVAL INDUZIDA POR FÁRMACOS
Resumo
O aumento gengival induzido por fármacos é caracterizado por um crescimento anormal do tecido gengival, na região circunjacente à papila interdental. Essa condição ocasiona desconforto ao paciente, uma vez que nos casos mais graves pode recobrir toda a porção coronária do dente. Entre as principais classes de fármacos, que causam tal efeito adverso estão os imunossupressores, anticonvulsivante e os bloqueadores de canais de cálcio. O objetivo deste trabalho é descrever, a partir de uma revisão de literatura as características clínicas da hiperplasia gengival induzida por fármacos (HGF), drogas mais suscetíveis ao aparecimento da HGF, e bem como a terapêutica mais indicada para cada caso. Após um a três meses de uso do medicamento, os aumentos originam-se nas papilas interdentais e se espalham pela superfície dos dentes. As áreas mais afetadas são os segmentos vestibulares e anteriores. A extensão lingual ou oclusal dos aumentos pode interferir com a fala, mastigação, deslocamento lingual e até uma dificuldade respiratória. Em áreas sem inflamação, a gengiva apresenta-se com coloração normal e firme, e superfície variando de lisa, pontilhada ou granular. Já se houver inflamação, a gengiva se torna vermelho-escura, edematosa, sangrante, friável, e ocasionalmente podem ulcerar. Pacientes que usam ciclosporina também podem apresentar crescimento de tecidos moles, semelhantes à granulomas piogênicos. A fenitoína está mais ligada à pacientes jovens, ou associada com bloqueadores de canais de cálcio, em pacientes com meia-idade ou idoso. O controle de placa realizado pelo profissional é indicada como primeira opção de tratamento, em conjunto com a substituição e/ou adequação da dosagem da droga pelo médico. Entretanto essa resposta à substituição do medicamento não é imediata, por isso recomenda-se um intervalo de 6 a 12 meses antes de uma reavaliação clínica e programação de procedimento cirúrgico (gengivectomia/gengivoplastia).
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Referências
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