FENITOÍNA: MANIFESTAÇÕES BUCAIS DECORRENTES DO USO DIÁRIO – RELATO DE CASO
Resumo
A fenitoína, medicamento de primeira escolha para o tratamento de desordens neurológicas, como epilepsia, induz ao crescimento gengival, uma complicação comum do uso contínuo da medicação, podendo dificultar função, higiene, conforto e estética oral. A associação dessa condição com presença de placa, inflamação gengival, predisposição genética, deficiência de ácido fólico, maloclusão, susceptibilidade individual, fatores hormonais, tempo de ingestão da droga e associação com outras drogas pode exacerbar a resposta inflamatória. No presente estudo trouxe-se um relato de caso, comprovando que a manutenção de uma boa higiene oral e o acompanhamento periódico do cirurgião-dentista em pacientes que fazem uso de anticonvulsivantes em longo prazo diminuem os efeitos colaterais orais do uso do medicamento. A paciente usa o anticonvulsivante oral fenitoína há 40 anos e faz consultas periódicas no atendimento odontológico da Unoesc, onde recebe instruções de higiene oral, como a melhor técnica de escovação e a importância do uso do fio dental associadas ao tratamento periodontal e à profilaxia. Foi feito acompanhamento durante o segundo semestre de 2015 e observado que a paciente tinha um bom controle de placa, com pouca inflamação gengival, o que resultou em menor crescimento gengival, sendo este localizado em poucas áreas. É ressaltada a relação entre o controle do biofilme dental e a severidade do crescimento gengival, efeito adverso comprovado da fenitoína, em que o aumento da síntese de fator de crescimento tecidual beta e de fator de crescimento básico de fibroblastos está envolvido, podendo também depender da susceptibilidade do indivíduo; portanto, essa manifestação oral não poderá ser impedida, mas bem controlada, melhorando a qualidade de vida do paciente.
Palavras-chave: Fenitoína. Crescimento gengival. Controle de placa.