TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM ESPIRONOLACTONA E DIGOXINA E AS IMPLICAÇÕES NA ODONTOLOGIA
Resumo
A insuficiência cardíaca (IC) crônica caracteriza-se pelo débito cardíaco inadequado ou insuficiente para fornecer oxigênio e/ou nutrientes para os tecidos e órgãos. O organismo aciona alguns mecanismos de compensação na tentativa de adequar o débito cardíaco, com a ativação dos barorreceptores sinalizando o sistema nervoso simpático, que envia sinais eferentes para o coração aumentar a sua frequência; atuando nos rins, ativa o sistema renina-angiotensina-aldosterona, aumentando a pressão arterial, o que resulta em hipertrofia miocárdica. O objetivo com este trabalho foi o estudo dos fármacos espironolactona e digoxina usados no tratamento da IC e suas implicações na odontologia. O levantamento bibliográfico foi realizado na base de dados SciELO, no site da Anvisa e em livros de farmacologia e terapêutica medicamentosa. Os sintomas mais frequentes no portador dessa doença é fadiga e/ou dispneia, edema sistêmico, pulmonar e de membros inferiores. Além da espironolactona e da digoxina, outros fármacos podem ser usados, como betabloqueadores e vasodilatadores. Como diurético, a espironolactona antagoniza a aldosterona, retendo potássio e excretando sódio e água. Seus efeitos adversos são insignificantes. Sua eficácia é atenuada pelo uso concomitante ao ácido acetilsalicílico. Os digitálicos atuam inibindo a bomba de sódio/potássio nas células cardíacas, aumentando a contratilidade miocárdica; interagem com AINEs, corticoides, claritromicina, eritromicina, tetraciclina, itraconazol e alprazolam por aumentarem a toxicidade da digoxina, causando fibrilação. Neomicina e adrenalina antagonizam seu efeito, ocasionando arritmias. Por seu baixo índice terapêutico ela é utilizada apenas em casos mais graves de IC. O tratamento odontológico de pacientes com IC deve respeitar as limitações farmacológicas impostas pelo médico, pois esses fármacos interagem com as medicações comumente empregadas na odontologia. É de fundamental importância que o cirurgião-dentista conheça as implicações e limitações que o paciente com essa insuficiência impõe. Para tanto, é relevante não gerar situações estressantes pré e durante atendimento, considerando possível o uso de benzodiazepínicos nessas situações.
Palavras-chave: Insuficiência cardíaca crônica. Espironolactona. Digoxina.