A IMPLANTAÇÃO DE BIODIGESTORES COM O USO DE SUBSTRATO DE MICROALGAS NA GERAÇÃO DE ENERGIA EM PEQUENAS PROPRIEDADES SUINÍCOLAS
Resumo
A incorporação da biomassa de microalgas no atual cenário do agronegócio é recente, mas sabe-se de seu potencial na transesterificação de lipídeos para biodiesel, fermentação para a produção de bioetanol e bio-hidrogênio, bem como na digestão anaeróbia para a produção de biogás. Com o presente estudo, buscou-se avaliar o potencial do biogás produzido a partir de dejetos suínos e do substrato de microalgas na geração de energia elétrica. A composição química teórica e o poder calorífico inferior foram determinados a partir de dados da literatura para o biogás de dejetos suínos e a biomassa de microalgas como substrato. Para o cálculo do dimensionamento do biodigestor, fez-se o levantamento das características da Granja Dois Irmãos, localizada em Faxinal dos Guedes. Utilizou-se a multiplicação da quantidade diária produzida de dejetos (m3/dia) vezes o tempo de retenção hidráulica, e a estimativa chegada foi de 436,9 m3. A quantidade de biogás que pode ser gerada na Granja Dois Irmãos tem o valor energético de 87,21 kW/dia, os quais podem ser consumidos dentro da propriedade para suprir 80% da demanda de energia necessária na propriedade. A propriedade, com uma quantidade de 1202 animais alojados, produz até 436,9 m3/mês de dejetos de suínos, podendo gerar 54,21 m3/dia de biogás e 87,21 kW/dia de energia elétrica. De acordo com as análises estequiométricas e teóricas, a adição de microalgas como substrato contribuiu para um aumento de 299% na produção de energia elétrica, passando de 87,21 kW/dia para 260,85 kW/dia. De acordo com o cálculo do Poder Calorífico Inferior (PCI) para gases, constatou-se que as microalgas são superiores, com uma diferença de 803,654 Kcal/m3. Desse modo, o uso de microalgas como substrato nos processos de biodigestão anaeróbica se torna uma alternativa bastante significativa para aumentar a eficiência da combustão e o aumento da produção de energia elétrica.
Palavras-chave: Dejetos suínos. Microalgas. Biogás. Metano. Energia elétrica.